Mário João de Oliveira Ruivo (Campo Maior, 3 de março de 1927 – Lisboa, 25 de janeiro de 2017), mais conhecido por Mário Ruivo, foi um cientista e político português, pioneiro na defesa do oceano
e no lançamento das temáticas ambientais em Portugal. Deixa como legado
o compromisso com uma relação mais harmoniosa entre a sociedade e o
oceano, através das ciências oceânicas.
Vida
Mário Ruivo foi um cientista e humanista português, precursor na defesa dos oceanos, das questões ambientais e de cidadania.
Foi dirigente da Direção Universitária de Lisboa, do MUD Juvenil,
na década de 40, tendo estado preso em 1947 por atividades contra a
ditadura. Formado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no ano de 1950, especializou-se em oceanografia biológica e gestão de recursos vivos na Universidade Paris-Sorbonne
(1951-54), tendo desenvolvido a sua investigação em Portugal e em
diversos países europeus. Regressado a Portugal, integrou o conselho
editorial da Revista Seara Nova.
Foi diretor da Divisão de Recursos Aquáticos e do Ambiente do Departamento de Pescas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (1961-74), sediado em Roma.
Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros no V Governo Provisório (1975) e Secretário de Estado das Pescas nos II, III e IV Governos Provisórios (1974-75).
Entre 1975 e 1979 foi Diretor-Geral dos Recursos Aquáticos e Ambiente do Ministério da Agricultura e Pescas
e Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar (1974-78). Foi Secretário da Comissão Oceanográfica
Intergovernamental da UNESCO
(1980-88), membro do Conselho Consultivo da Junta Nacional de
Investigação Científica e Tecnológica - SFCT (1986-95) e presidente da
Comissão de Avaliação e Controle Independente - Projeto COMBO, MEPAT
(1996-97). Foi também coordenador da Comissão Mundial Independente para
os Oceanos (1995-98) e membro da Comissão Estratégica dos Oceanos
(2003-2004), bem como conselheiro científico da Expo 98, dedicada ao tema “Os Oceanos, um Património para o Futuro”.
Foi membro do Board of Trustees do International Ocean
Institute e vice-presidente da Associação Europeia da Ciência e
Tecnologia do Mar.
Esteve na criação e presidiu à Eurocean – European Centre for
information on Marine Science and Technology, em 2002, organização que
procura promover a troca de informação na área das ciências e
tecnologias do mar, com sede em Lisboa.
Foi membro da Direção do Centro Nacional de Cultura, membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e membro vitalício do Conselho Geral da Fundação Mário Soares, entre outros cargos relevantes.
Foi, até ao seu falecimento, em 2017, presidente da Comissão Oceanográfica Intersetorial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento
Sustentável e presidente do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar.
Morreu a 25 de janeiro de 2017, em Lisboa, aos 89 anos de idade.
Em 2012, a Eurocean lançou o Prémio Mário Ruivo com o objetivo de
chamar a atenção para a importância do oceano e dos serviços que presta
à humanidade.
Em 2018, o Ministério do Mar lançou o prémio “Mário Ruivo –
Gerações Oceânicas”, para promover o conhecimento sobre o oceano entre
os jovens, alertando para a sua importância no quotidiano e no futuro da
humanidade.