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sexta-feira, agosto 23, 2024

Estaline comprou os Países Bálticos, parte da Finlândia e meia Polónia e deu autorização a Hitler para começar a guerra há 85 anos...

Cerimónia de assinatura: Molotov a assinar, Ribbentrop atrás (com os olhos fechados), com Estaline à sua esquerda
     
Antecedentes
O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o II Reich alemão como para a União Soviética. Durante o conflito, os bolcheviques lutavam pela sobrevivência, e Lenine não teve alternativa a não ser reconhecer a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante do avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que retirava o país da guerra e cedia alguns territórios ocidentais da Rússia ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, tropas da Grã-Bretanha, da França e do Império Japonês intervieram na Guerra Civil Russa.
Em 16 de abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética participaram no Tratado de Rapallo, por cujos termos renunciavam às reivindicações territoriais e financeiras contra os demais. As partes se comprometeram ainda à neutralidade na eventualidade de um ataque de um contra um outro pelo Tratado de Berlim (1926).
No início da década de 30, a ascensão do Partido Nazi ao poder na Alemanha, aumentou as tensões entre estes países, a União Soviética e outros países de etnia eslava, que foram considerados "Untermenschen" ("sub-humanos") de acordo com a ideologia racial nazi. Além disso, os nazis, antissemitas, associavam a etnia judia com o comunismo e com o capitalismo financeiro, aos quais se opunham. Por conseguinte, a liderança nazi declarou que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por "judeus bolcheviques".
Em 1939, a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a Segunda República Espanhola, sob a liderança do presidente Manuel Azaña. Naquele mesmo ano, a Alemanha e o Império Japonês entraram no "Pacto Anti-Comintern", e a que se juntou, um ano depois, a Itália.
A feroz retórica anti-soviética de Adolf Hitler foi uma das razões pelas quais a Grã-Bretanha e a França decidiram que a participação da União Soviética na Conferência de Munique, em 1938, sobre o destino da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique, então assinado, marcou uma anexação parcial da Checoslováquia pela Alemanha, no final de 1938, seguido da sua dissolução completa, em março de 1939, o que é visto como parte de um apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Neville Chamberlain e Édouard Daladier. Esta política levantou de imediato a questão de saber se a União Soviética poderia evitar ser o próximo passo na lista de Hitler.
Nesse contexto, a liderança soviética acreditava que o Ocidente poderia querer incentivar a agressão alemã a Oriente, e que a Grã-Bretanha e a França poderiam ficar neutras no conflito iniciado pela Alemanha Nazi. Pelo lado da Alemanha, devido a que uma aliança com a Grã-Bretanha era impossível, tornava-se necessário estreitar relações mais estreitas com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas. Além disso, um bloqueio naval britânico era esperado em caso de guerra, o que iria provocar uma escassez crítica de matérias-primas para o esforço de guerra da Alemanha. Depois do acordo de Munique, aumentaram as necessidades alemãs em termos de abastecimento militar, ao passo que, devido à implementação do terceiro plano quinquenal na URSS, eram essenciais investimentos maciços em tecnologia e equipamentos industriais.
Em 31 de março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha nazi do Acordo de Munique e da ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha garantiu o apoio da própria França para garantir a independência da Polónia, da Bélgica, da Roménia, da Grécia e da Turquia. Em 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia de uma aliança militar. Em 28 de abril, Hitler denunciou o Pacto de Não-Agressão Polaco-Alemão de 1934 e o Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935.
   
À esquerda, as fronteiras, conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939
     
O Pacto
Foi assinado em Moscovo na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Vyacheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tão pouco invadiriam os seus respetivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polónia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De facto, à invasão nazi seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia, ainda em 1939.
Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS, bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.
Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939 - a chamada guerra de inverno.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha nazi, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético na Operação Barbarossa.
     
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
 

Os povos bálticos deram as mãos (para acabar com a ocupação soviética...) há 35 anos...!

A Cadeia Báltica, ligando as capitais das três repúblicas bálticas: Estónia (Talin), Letónia (Riga) e a Lituânia (Vilnius)
    
Designa-se por Cadeia Báltica (em estónio: Balti kett, em letão: Baltijas ceļš, em lituano: Baltijos Kelias) o evento ocorrido a 23 de agosto de 1989 nos três países bálticos - à data ainda, infelizmente, repúblicas soviéticas - quando aproximadamente dois milhões de pessoas deram as mãos para formar uma cadeia humana, de mais de 600 km de comprimento, cruzando as três repúblicas bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia) e passando pelas três capitais (Tallinn, Riga e Vilnius, respetivamente).
Esta original manifestação foi organizada para chamar a atenção da opinião pública mundial sobre o destino comum que tinham sofrido as três repúblicas. De facto, celebrou-se para coincidir com o cinquentenário da assinatura do acordo secreto conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, pelo qual a União Soviética e a Alemanha Nazi dividiram e criaram esferas de influência na Europa de Leste, e que levou à ocupação, por parte dos soviéticos, dos três estados. Este pacto só foi admitido pelas autoridades soviéticas uma semana antes da realização da Cadeia Báltica.
O protesto foi completamente pacífico.
     

domingo, junho 16, 2024

A URSS ocupou os países bálticos há 84 anos, como fora acordado por nazis e comunistas


Planned and final divisions of Europe, according to the Molotov–Ribbentrop Pact, with later adjustments
      
The Soviet occupation of the Baltic states covers the period from the SovietBaltic mutual assistance pacts in 1939, to their invasion and annexation in 1940, to the mass deportations of 1941.
In September and October 1939 the Soviet government compelled the much smaller Baltic states to conclude mutual assistance pacts which gave the Soviets the right to establish military bases there. Following invasion by the Red Army in the summer of 1940, Soviet authorities compelled the Baltic governments to resign. The presidents of Estonia and Latvia were imprisoned and later died in Siberia. Under Soviet supervision, new governments of Communists and fellow travelers arranged rigged elections with falsified results. Shortly thereafter, the Soviet-installed puppet governments requested admission into the Soviet Union. In June 1941 the new Soviet governments carried out mass deportations of "enemies of the people". Consequently, at first many Balts greeted the Germans as liberators when they occupied the area a week later.
   
Background
After the Soviet invasion of Poland on 17 September 1939, the Soviets pressured Finland and the Baltic states to conclude mutual assistance treaties. The Soviets questioned the neutrality of Estonia following the escape of a Polish submarine from Tallinn on 18 September. A week after on 24 September, the Estonian foreign minister was given an ultimatum in Moscow. The Soviets demanded the conclusion of a treaty of mutual assistance to establish military bases in Estonia. The Estonians had no choice but to allow the establishment of Soviet naval, air and army bases on two Estonian islands and at the port of Paldiski. The corresponding agreement was signed on 28 September 1939. Latvia followed on 5 October 1939 and Lithuania shortly thereafter, on 10 October 1939. The agreements permitted the Soviet Union to establish military bases on the Baltic states' territory for the duration of the European war and station 25,000 Soviet soldiers in Estonia, 30,000 in Latvia and 20,000 in Lithuania from October 1939.
   
Soviet ultimatums
In 1939 Finland had rejected similar Soviet demands for military bases on Finnish territory. Consequently, the Soviet Union attacked Finland, starting the Winter War in November. The war ended in March 1940 with Finnish territorial losses, but Finland kept its sovereignty. The Baltic states were neutral in the Winter War and the Soviets praised their relations with the USSR as exemplary.
   
Sovietic military plans 
The Soviet troops allocated for possible military actions against the Baltic states numbered 435,000 troops, around 8,000 guns and mortars, over 3,000 tanks, and over 500 armoured cars. On June 3, 1940 all Soviet military forces based in Baltic states were concentrated under the command of Aleksandr Loktionov. On June 9 the directive 02622ss/ov was given to the Red Army's Leningrad Military District by Semyon Timoshenko to be ready by 12 June to a) capture the vessels of the Estonian, Latvian and Lithuanian navies in their bases or at sea; b) capture the Estonian and Latvian commercial fleets and all other vessels; c) prepare for an invasion and landing in Tallinn and Paldiski; d) close the Gulf of Riga and blockade the coasts of Estonia and Latvia in the Gulf of Finland and Baltic Sea; e) prevent an evacuation of the Estonian and Latvian governments, military forces and assets; f) provide naval support for an invasion towards Rakvere; and g) prevent Estonian and Latvian airplanes from flying either to Finland or Sweden.
On June 12, 1940, according to the director of the Russian State Archive of the Naval Department Pavel Petrov (C.Phil.) referring to the records in the archive, the Soviet Baltic Fleet was ordered to implement a total military blockade of Estonia. On June 13 at 10:40 AM Soviet forces started to move to their positions and were ready by June 14 at 10 PM: Four submarines and a number of light navy units were positioned in the Baltic Sea, in the Gulfs of Riga and Finland to isolate the Baltic states by the sea; a navy squadron including three destroyer divisions was positioned to the west of Naissaar in order to support the invasion; the 1st marine brigade's four battalions were positioned on the transport ships Sibir, 2nd Pjatiletka and Elton for landings on the islands Naissaare and Aegna; the transport ship Dnester and destroyers Storozevoi and Silnoi were positioned with troops for the invasion of the capital Tallinn; the 50th battalion was positioned on ships for an invasion near Kunda. 120 Soviet vessels participated in the naval blockade, including one cruiser, seven destroyers, and seventeen submarines, along with 219 airplanes including the 8th air-brigade with 84 DB-3 and Tupolev SB bombers and the 10th brigade with 62 airplanes.
On June 14, 1940, the Soviets issued an ultimatum to Lithuania. The Soviet military blockade of Estonia went into effect while the world's attention was focused on the fall of Paris to Nazi Germany. Two Soviet bombers downed the Finnish passenger airplane "Kaleva" flying from Tallinn to Helsinki carrying three diplomatic pouches from the U.S. legations in Tallinn, Riga and Helsinki. The US Foreign Service employee Henry W. Antheil, Jr. was killed in the crash.
   
Red Army invades
On June 15, the USSR invaded Lithuania and Soviet troops attacked the Latvia border guards at Masļenki. On June 16, 1940, the USSR invaded Estonia and Latvia. According to a Time magazine article published at the time of the invasions, in a matter of days around 500,000 Soviet Red Army troops occupied the three Baltic states - just one week before the Fall of France to Nazi Germany.
Molotov accused the Baltic states of conspiracy against the Soviet Union and delivered an ultimatum to all Baltic countries for the establishment of Soviet-approved governments. Threatening invasion and accusing the three states of violating the original pacts as well as forming a conspiracy against the Soviet Union, Moscow presented ultimatums, demanding new concessions, which included the replacement of their governments and allowing an unlimited number of troops to enter the three countries. Hundreds of thousands Soviet troops entered Estonia, Latvia, Lithuania. These additional Soviet military forces far outnumbered the armies of each country.
The Baltic governments had decided that, given their international isolation and the overwhelming Soviet forces on their borders and already on their territories, it was futile to actively resist and better to avoid bloodshed in an unwinnable war. The occupation of the Baltic states coincided with a communist coup d'état in each country, supported by the Soviet troops.
Most of the Estonian Defence Forces and the Estonian Defence Leaguesurrendered according to the orders of the Estonian Government and were disarmed by the Red Army. Only the Estonian Independent Signal Battalion stationed in Tallinn at Raua Street showed resistance to the Red Army and "People's Self-Defence" Communist militia, fighting the invading troops on 21 June 1940. As the Red Army brought in additional reinforcements supported by six armoured fighting vehicles, the battle lasted several hours until sundown. Finally the military resistance was ended with negotiations and the Independent Signal Battalion surrendered and was disarmed. There were two dead Estonian servicemen, Aleksei Männikus and Johannes Mandre, and several wounded on the Estonian side and about ten killed and more wounded on the Soviet side. The Soviet militia that participated in the battle was led by Nikolai Stepulov.
Winston Churchill, First Lord of the Admiralty at the time, said in his 1939 radio broadcast: that the Russian armies should stand on this line was clearly necessary for the safety of Russia against the Nazi menace. At any rate, the line is there, and an Eastern front has been created which Nazi Germany does not dare assail. When Herr von Ribbentrop was summoned to Moscow last week it was to learn the fact, and to accept the fact, that the Nazi designs upon the Baltic States and upon the Ukraine must come to a dead stop.

   
Soviet repressions in Kuressaare, Estonia (1941)
 
Sovietization of the Baltic states 
Political repressions followed with mass deportations carried out by the Soviets. The Serov Instructions, "On the Procedure for carrying out the Deportation of Anti-Soviet Elements from Lithuania, Latvia, and Estonia", contained detailed procedures and protocols to observe in the deportation of Baltic nationals.
The Soviets began a constitutional metamorphosis of the Baltic states by first forming transitional "People's Governments." Led by Stalin’s close associates, and local communist supporters as well as official brought in from the Soviet Union, they forced the presidents and governments of all three countries to resign, replacing them with the provisional People's Governments.
On July 14–15, following illegal amendments to the electoral laws of the respective states, rigged parliamentary elections for the "People's Parliaments" were conducted by local Communists loyal to the Soviet Union. Because of new election restrictions in the amended electoral laws, only the Communists and their allies were effectively allowed to run. The election results were completely fabricated: the Soviet press service released them early, with the result that they had already appeared in print in a London newspaper a full 24 hours before the polls closed.
The new Soviet-installed governments in the Baltic states began to align their policies with current Soviet practices. According to the prevailing doctrine in the process, the old "bourgeois" societies were destroyed so that new socialist societies, run by loyal Soviet citizens, could be constructed in their place.

   

domingo, março 03, 2024

O Tratado de Brest-Litovski foi assinado há 106 anos

As primeiras páginas do Tratado de Brest-Litovsk, escrito em alemão, húngaro, búlgaro, turco otomano e russo

O Tratado de Brest-Litovski (ou de Brest-Litovsk) foi um tratado de paz assinado entre o governo bolchevique russo e as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Otomano) em 3 de março de 1918, em Brest (antigamente Brest-Litovski), na atual Bielorrússia, pelo qual era reconhecida a saída do Império Russo da Primeira Guerra Mundial.
A retirada da Rússia da guerra foi um dos principais objetivos da Revolução Russa de 1917 e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos). Leon Trotsky, no exercício das relações exteriores do governo bolchevique, pressionou França e Reino Unido para que iniciassem em conjunto o processo de paz, encerrando a Primeira Guerra Mundial. Porém, sem obter resposta, ameaçou iniciar esse processo de forma solitária, o que de facto ocorreu.
Os termos do Tratado de Brest-Litovski eram humilhantes, mesmo Lenine, defendendo a paz, chamou-a de "paz vergonhosa". Através deste, a Rússia desistia do controle da Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polónia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob o seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, 50% da sua indústria e 90% das suas minas de carvão.
A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício com os países aliados em 11 de novembro, em Compiègne, permitiu que a Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia se tornassem estados verdadeiramente independentes e os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa, e acabaram por ser novamente anexadas, agora sob o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As negociações de paz tinham sido iniciadas em 22 de dezembro de 1917, uma semana após o armistício entre a Rússia e as Potências Centrais, em Brest-Litovsk.
   
Delegação bolchevique em Brest-Litovsk. Sentados, desde a esquerda: Lev V. Kamenev, Adolff A. Ioffe e Anastasia A. Bitzenko. De pé: V. V. Lipskiy, P. Stučka, Lev D. Trotsky e Lev M. Karakhan
  
in Wikipédia

sábado, janeiro 27, 2024

O bailarino Mikhail Baryshnikov comemora hoje setenta e seis anos

 
Mikhail Nikolaévich Baryshnikov (em russo "Михаи́л Никола́евич Бары́шников", em letão Mihails Barišņikovs, Riga, 27 de janeiro de 1948) é um bailarino, coreógrafo e ator. É citado, ao lado de Vaslav Nijinsk e Rodolf Nureyv, como um dos maiores bailarinos da história. Ele dançou com a companhia ABT onde posteriormente se tornou diretor artístico. Foi diretor com Mark Morris da White Oak Dance Project, uma companhia contemporânea.
 
Biografia
Nascido na União Soviética na então República Socialista Soviética da Letónia - RSSL (hoje República da Letónia) e naturalizado norte-americano, começou os seus estudos de balé em 1960. Em 1964 entrou na Escola Vaganova, na então cidade de Leningrado, conquistando  logo o primeiro prémio na divisão júnior do Concurso Internacional Varna. Entrou para o Balé Kirov e fez a sua estreia no Teatro Mariinsky, em 1967, dançando no papel do "camponês" do pas de deux de Giselle. O talento de Baryshnikov, em particular a sua presença e pureza técnica clássica, foi reconhecido por vários coreógrafos soviéticos, incluindo Oleg Vinogradov, Konstantin Sergeyev, Igor Tchernichov e Leonid Jakobson. O virtuoso Vestris, de Jakobson, em 1969, juntamente com uma intensidade emocional de Albrecht, em Giselle, tornou-se a sua assinatura nos seus papéis. Embora ainda na União Soviética, foi chamado pelo crítico Clive Barnes "o mais perfeito bailarino que alguma vez vi".
Baryshnikov é frequentemente citado ao lado de Vaslav Nijinsky e Rudolf Nureyev como um dos maiores bailarinos da história. Após um promissor início de carreira no Kirov Ballet em Leningrado, ele foi para o Canadá, em 1974, em busca de maiores oportunidades na dança ocidental. Após atuar como dançarino autónomo ao lado de várias companhias, juntou-se à Companhia de Ballet de Nova Iorque como solista, para aprender o estilo de movimento de George Balanchine. Ele dançou com a companhia American Ballet Theatre, onde posteriormente se tornou diretor artístico.
Baryshnikov liderou muitos dos seus próprios projetos artísticos e foi associado principalmente à promoção da dança moderna, lançando dezenas de novos trabalhos, incluindo muitos dele próprio. O seu sucesso como ator no teatro, cinema e televisão ajudaram-no a se tornar provavelmente o mais largamente reconhecido bailarino contemporâneo. Em 1977 recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator Coadjuvante e para o Globo de Ouro pelo seu trabalho como "Yuri Kopeikine" no filme "The Turning Point (A grande decisão)"
 
(...)
 
De 1974 a 1979 foi o principal bailarino do American Ballet Theatre (ABT), onde ele se associa com Gelsey Kirkland. Ele também trabalhou com o New York City Ballet, com George Balanchine. Também fez tours dançando ballet e dança moderna, em companhias ao redor do mundo, durante quinze meses. Vários papéis foram criados por ele, incluindo Opus 19: A Dreamer (1979), por Jerome Robbins, Rhapsody (1980), por Frederick Ashton, e Outras Danças (com Natalia Makarova) por Jerome Robbins. Ele retornou à ABT, em 1980, como dançarino e diretor artístico, cargo que ocupou durante uma década. Em 3 de julho de 1986, ele tornou-se cidadão naturalizado dos Estados Unidos. De 1990 a 2002, Baryshnikov foi diretor artístico da White Oak Dance Project, uma empresa que ele co-fundou com Mark Morris. Em 2004 lançou o Baryshnikov Arts Centre, em Nova Iorque.
Durante uma apresentação no Canadá em 1974, ele buscou asilo no país e, em 1986, naturalizou-se norte-americano. Foi bailarino do American Ballet Theater de Nova Iorque onde foi bailarino de 1974 a 1989, e onde estrelou A Bela Adormecida (1975); Hamlet Conotations (1976); Giselle (1977); Balanchine (1980); Don Quixote (1989). Também foi diretor da companhia do American Ballet Theater entre 1985 e 1989. Além de bailarino é ator, tendo estrelado o filme O Sol da Meia-Noite (White Nights de 1985) ao lado do dançarino e ator americano, Gregory Hines.
  
Família
Baryshnikov tem uma filha, Aleksandra Baryshnikova (nascida em 1981), a partir de um relacionamento anterior com a atriz Jessica Lange. Quando Baryshnikov e Lange se conheceram, ele era capaz de falar muito pouco inglês, e eles tiveram de comunicar usando francês. Baryshnikov está atualmente numa longa relação com a ex-bailarina Lisa Rinehart, e eles têm três filhos: Sofia, Anna e Peter. Numa entrevista com Larry King, Baryshnikov disse que não acredita em casamento, pois o compromisso de que as pessoas fazem entre si não tem nada a ver com um casamento legal. Ele afirmou que ele não era religioso, de forma que permanecer em frente a um altar não significa nada para ele. 
 

sexta-feira, dezembro 01, 2023

A Conferência de Teerão terminou há oitenta anos

 

A Conferência de Teerão foi o primeiro dos acordos firmados entre as superpotências durante a Segunda Guerra Mundial. A ocasião reuniu pela primeira vez os três grandes estadistas do mundo da época: Estaline, da União Soviética, Winston Churchill, do Reino Unido, e Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos. Esta conferência teve lugar em Teerão, entre 28 de novembro e 1 de dezembro de 1943.
Além de lançarem bases de definições de partilhas, decidiu-se que as forças anglo-americanas interviriam na França, completando o cerco de pressão à Alemanha, juntamente com as forças orientais soviéticas, o que concretizou-se com o desembarque dos Aliados na Normandia no Dia D. Deliberou-se ainda sobre a divisão da Alemanha e as fronteiras da Polónia ao terminar a guerra, além de se formularem propostas de paz com a colaboração de todas as nações. Os Estados Unidos e o Reino Unido reconheceram, ainda, a fronteira soviética no Ocidente, com a vergonhosa anexação da Estónia, da Letónia, da Lituânia e do leste da Polónia.
     

quarta-feira, agosto 23, 2023

Os povos bálticos deram as mãos, para acabar com a ocupação soviética, há 34 anos...!

A Cadeia Báltica, ligando as capitais das três repúblicas bálticas: Estónia (Talin), Letónia (Riga) e a Lituânia (Vilnius)
    
Designa-se por Cadeia Báltica (em estónio: Balti kett, em letão: Baltijas ceļš, em lituano: Baltijos Kelias) o evento ocorrido a 23 de agosto de 1989 nos três países bálticos - à data ainda infelizmente repúblicas soviéticas - quando aproximadamente dois milhões de pessoas deram as mãos para formar uma cadeia humana de mais de 600 km de comprimento, cruzando as três repúblicas bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia) e passando pelas três capitais (Tallinn, Riga e Vilnius, respetivamente).
Esta original manifestação foi organizada para chamar a atenção da opinião pública mundial sobre o destino comum que tinham sofrido as três repúblicas. De facto, celebrou-se, coincidindo com o cinquentenário da assinatura do acordo secreto conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, pelo qual a União Soviética e a Alemanha Nazi a dividir e criar esferas de influência na Europa de Leste, e que levou à ocupação por parte dos soviéticos dos três estados. Este pacto só foi admitido pelas autoridades soviéticas uma semana antes da realização da Cadeia Báltica.
O protesto foi completamente pacífico.
     

Estaline comprou os Países Bálticos, a Finlândia e meia Polónia e deu autorização a Hitler para começar a guerra há 84 anos...

Cerimónia de assinatura: Molotov a assinar, Ribbentrop atrás (com os olhos fechados), com Estaline à sua esquerda
     
Antecedentes
O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o II Reich alemão como para a União Soviética. Durante o conflito, os bolcheviques lutavam pela sobrevivência, e Lenine não teve alternativa a não ser reconhecer a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante do avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que retirava o país da guerra e cedia alguns territórios ocidentais da Rússia ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, tropas da Grã-Bretanha, da França e do Império Japonês intervieram na Guerra Civil Russa.
Em 16 de abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética participaram no Tratado de Rapallo, por cujos termos renunciavam às reivindicações territoriais e financeiras contra os demais. As partes se comprometeram ainda à neutralidade na eventualidade de um ataque de um contra um outro pelo Tratado de Berlim (1926).
No início da década de 30, a ascensão do Partido Nazi ao poder na Alemanha, aumentou as tensões entre estes países, a União Soviética e outros países de etnia eslava, que foram considerados "Untermenschen" ("sub-humanos") de acordo com a ideologia racial nazi. Além disso, os nazis, antissemitas, associavam a etnia judia com o comunismo e com o capitalismo financeiro, aos quais se opunham. Por conseguinte, a liderança nazi declarou que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por "judeus bolcheviques".
Em 1939, a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a Segunda República Espanhola, sob a liderança do presidente Manuel Azaña. Naquele mesmo ano, a Alemanha e o Império Japonês entraram no "Pacto Anti-Comintern", e a que se juntou, um ano depois, a Itália.
A feroz retórica anti-soviética de Adolf Hitler foi uma das razões pelas quais a Grã-Bretanha e a França decidiram que a participação da União Soviética na Conferência de Munique, em 1938, sobre o destino da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique, então assinado, marcou uma anexação parcial da Checoslováquia pela Alemanha, no final de 1938, seguido da sua dissolução completa, em março de 1939, o que é visto como parte de um apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Neville Chamberlain e Édouard Daladier. Esta política levantou de imediato a questão de saber se a União Soviética poderia evitar ser o próximo passo na lista de Hitler.
Nesse contexto, a liderança soviética acreditava que o Ocidente poderia querer incentivar a agressão alemã a Oriente, e que a Grã-Bretanha e a França poderiam ficar neutras no conflito iniciado pela Alemanha Nazi. Pelo lado da Alemanha, devido a que uma aliança com a Grã-Bretanha era impossível, tornava-se necessário estreitar relações mais estreitas com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas. Além disso, um bloqueio naval britânico era esperado em caso de guerra, o que iria provocar uma escassez crítica de matérias-primas para o esforço de guerra da Alemanha. Depois do acordo de Munique, aumentaram as necessidades alemãs em termos de abastecimento militar, ao passo que, devido à implementação do terceiro plano quinquenal na URSS, eram essenciais investimentos maciços em tecnologia e equipamentos industriais.
Em 31 de março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha nazi do Acordo de Munique e da ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha garantiu o apoio da própria França para garantir a independência da Polónia, da Bélgica, da Roménia, da Grécia e da Turquia. Em 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia de uma aliança militar. Em 28 de abril, Hitler denunciou o Pacto de Não-Agressão Polaco-Alemão de 1934 e o Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935.
   
À esquerda, as fronteiras, conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939
     
O Pacto
Foi assinado em Moscovo na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Vyacheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tão pouco invadiriam os seus respetivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polónia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De facto, à invasão nazi seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia, ainda em 1939.
Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS, bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.
Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939 - a chamada guerra de inverno.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha nazi, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético na Operação Barbarossa.
     
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
 

sexta-feira, junho 16, 2023

A URSS ocupou os países bálticos há 83 anos, como foi acordado por Hitler e Estaline

 

Planned and final divisions of Europe, according to the Molotov–Ribbentrop Pact, with later adjustments
      
The Soviet occupation of the Baltic states covers the period from the SovietBaltic mutual assistance pacts in 1939, to their invasion and annexation in 1940, to the mass deportations of 1941.
In September and October 1939 the Soviet government compelled the much smaller Baltic states to conclude mutual assistance pacts which gave the Soviets the right to establish military bases there. Following invasion by the Red Army in the summer of 1940, Soviet authorities compelled the Baltic governments to resign. The presidents of Estonia and Latvia were imprisoned and later died in Siberia. Under Soviet supervision, new governments of Communists and fellow travelers arranged rigged elections with falsified results. Shortly thereafter, the Soviet-installed puppet governments requested admission into the Soviet Union. In June 1941 the new Soviet governments carried out mass deportations of "enemies of the people". Consequently, at first many Balts greeted the Germans as liberators when they occupied the area a week later.
   
Background
After the Soviet invasion of Poland on 17 September 1939, the Soviets pressured Finland and the Baltic states to conclude mutual assistance treaties. The Soviets questioned the neutrality of Estonia following the escape of a Polish submarine from Tallinn on 18 September. A week after on 24 September, the Estonian foreign minister was given an ultimatum in Moscow. The Soviets demanded the conclusion of a treaty of mutual assistance to establish military bases in Estonia. The Estonians had no choice but to allow the establishment of Soviet naval, air and army bases on two Estonian islands and at the port of Paldiski. The corresponding agreement was signed on 28 September 1939. Latvia followed on 5 October 1939 and Lithuania shortly thereafter, on 10 October 1939. The agreements permitted the Soviet Union to establish military bases on the Baltic states' territory for the duration of the European war and station 25,000 Soviet soldiers in Estonia, 30,000 in Latvia and 20,000 in Lithuania from October 1939.
   
Soviet ultimatums
In 1939 Finland had rejected similar Soviet demands for military bases on Finnish territory. Consequently, the Soviet Union attacked Finland, starting the Winter War in November. The war ended in March 1940 with Finnish territorial losses, but Finland kept its sovereignty. The Baltic states were neutral in the Winter War and the Soviets praised their relations with the USSR as exemplary.
   
Sovietic military plans 
The Soviet troops allocated for possible military actions against the Baltic states numbered 435,000 troops, around 8,000 guns and mortars, over 3,000 tanks, and over 500 armoured cars. On June 3, 1940 all Soviet military forces based in Baltic states were concentrated under the command of Aleksandr Loktionov. On June 9 the directive 02622ss/ov was given to the Red Army's Leningrad Military District by Semyon Timoshenko to be ready by 12 June to a) capture the vessels of the Estonian, Latvian and Lithuanian navies in their bases or at sea; b) capture the Estonian and Latvian commercial fleets and all other vessels; c) prepare for an invasion and landing in Tallinn and Paldiski; d) close the Gulf of Riga and blockade the coasts of Estonia and Latvia in the Gulf of Finland and Baltic Sea; e) prevent an evacuation of the Estonian and Latvian governments, military forces and assets; f) provide naval support for an invasion towards Rakvere; and g) prevent Estonian and Latvian airplanes from flying either to Finland or Sweden.
On June 12, 1940, according to the director of the Russian State Archive of the Naval Department Pavel Petrov (C.Phil.) referring to the records in the archive, the Soviet Baltic Fleet was ordered to implement a total military blockade of Estonia. On June 13 at 10:40 AM Soviet forces started to move to their positions and were ready by June 14 at 10 PM: Four submarines and a number of light navy units were positioned in the Baltic Sea, in the Gulfs of Riga and Finland to isolate the Baltic states by the sea; a navy squadron including three destroyer divisions was positioned to the west of Naissaar in order to support the invasion; the 1st marine brigade's four battalions were positioned on the transport ships Sibir, 2nd Pjatiletka and Elton for landings on the islands Naissaare and Aegna; the transport ship Dnester and destroyers Storozevoi and Silnoi were positioned with troops for the invasion of the capital Tallinn; the 50th battalion was positioned on ships for an invasion near Kunda. 120 Soviet vessels participated in the naval blockade, including one cruiser, seven destroyers, and seventeen submarines, along with 219 airplanes including the 8th air-brigade with 84 DB-3 and Tupolev SB bombers and the 10th brigade with 62 airplanes.
On June 14, 1940, the Soviets issued an ultimatum to Lithuania. The Soviet military blockade of Estonia went into effect while the world's attention was focused on the fall of Paris to Nazi Germany. Two Soviet bombers downed the Finnish passenger airplane "Kaleva" flying from Tallinn to Helsinki carrying three diplomatic pouches from the U.S. legations in Tallinn, Riga and Helsinki. The US Foreign Service employee Henry W. Antheil, Jr. was killed in the crash.
   
Red Army invades
On June 15, the USSR invaded Lithuania and Soviet troops attacked the Latvia border guards at Masļenki. On June 16, 1940, the USSR invaded Estonia and Latvia. According to a Time magazine article published at the time of the invasions, in a matter of days around 500,000 Soviet Red Army troops occupied the three Baltic states - just one week before the Fall of France to Nazi Germany.
Molotov accused the Baltic states of conspiracy against the Soviet Union and delivered an ultimatum to all Baltic countries for the establishment of Soviet-approved governments. Threatening invasion and accusing the three states of violating the original pacts as well as forming a conspiracy against the Soviet Union, Moscow presented ultimatums, demanding new concessions, which included the replacement of their governments and allowing an unlimited number of troops to enter the three countries. Hundreds of thousands Soviet troops entered Estonia, Latvia, Lithuania. These additional Soviet military forces far outnumbered the armies of each country.
The Baltic governments had decided that, given their international isolation and the overwhelming Soviet forces on their borders and already on their territories, it was futile to actively resist and better to avoid bloodshed in an unwinnable war. The occupation of the Baltic states coincided with a communist coup d'état in each country, supported by the Soviet troops.
Most of the Estonian Defence Forces and the Estonian Defence Leaguesurrendered according to the orders of the Estonian Government and were disarmed by the Red Army. Only the Estonian Independent Signal Battalion stationed in Tallinn at Raua Street showed resistance to the Red Army and "People's Self-Defence" Communist militia, fighting the invading troops on 21 June 1940. As the Red Army brought in additional reinforcements supported by six armoured fighting vehicles, the battle lasted several hours until sundown. Finally the military resistance was ended with negotiations and the Independent Signal Battalion surrendered and was disarmed. There were two dead Estonian servicemen, Aleksei Männikus and Johannes Mandre, and several wounded on the Estonian side and about ten killed and more wounded on the Soviet side. The Soviet militia that participated in the battle was led by Nikolai Stepulov.
Winston Churchill, First Lord of the Admiralty at the time, said in his 1939 radio broadcast: that the Russian armies should stand on this line was clearly necessary for the safety of Russia against the Nazi menace. At any rate, the line is there, and an Eastern front has been created which Nazi Germany does not dare assail. When Herr von Ribbentrop was summoned to Moscow last week it was to learn the fact, and to accept the fact, that the Nazi designs upon the Baltic States and upon the Ukraine must come to a dead stop.

   
Soviet repressions in Kuressaare, Estonia (1941)
 
Sovietization of the Baltic states 
Political repressions followed with mass deportations carried out by the Soviets. The Serov Instructions, "On the Procedure for carrying out the Deportation of Anti-Soviet Elements from Lithuania, Latvia, and Estonia", contained detailed procedures and protocols to observe in the deportation of Baltic nationals.
The Soviets began a constitutional metamorphosis of the Baltic states by first forming transitional "People's Governments." Led by Stalin’s close associates, and local communist supporters as well as official brought in from the Soviet Union, they forced the presidents and governments of all three countries to resign, replacing them with the provisional People's Governments.
On July 14–15, following illegal amendments to the electoral laws of the respective states, rigged parliamentary elections for the "People's Parliaments" were conducted by local Communists loyal to the Soviet Union. Because of new election restrictions in the amended electoral laws, only the Communists and their allies were effectively allowed to run. The election results were completely fabricated: the Soviet press service released them early, with the result that they had already appeared in print in a London newspaper a full 24 hours before the polls closed.
The new Soviet-installed governments in the Baltic states began to align their policies with current Soviet practices. According to the prevailing doctrine in the process, the old "bourgeois" societies were destroyed so that new socialist societies, run by loyal Soviet citizens, could be constructed in their place.