sábado, outubro 02, 2021

O massacre do Carandiru foi há 29 anos...

(imagem daqui)
   
O massacre do Carandiru ocorreu no Brasil, em 2 de outubro de 1992, quando uma intervenção da Polícia Militar do Estado de São Paulo, para conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, causou a morte de 111 presos.

Motivos da rebelião e intervenção da Polícia Militar
A rebelião teve início com uma disputa violenta de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, tinha como justificativa acalmar a rebelião no local. A promotoria do julgamento do coronel Ubiratan classificou a intervenção como sendo "desastrosa e mal-preparada".
A intervenção da polícia foi autorizada pelo então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Pedro Franco de Campos, que deixaria o governo menos de um mês depois. No entanto, ele negou ter consultado o governador Luiz Antônio Fleury Filho sobre a ação. Fleury, anos depois, afirmou que não deu a ordem, mas que se estivesse em seu gabinete teria autorizado a invasão.
Michel Temer assumiu a Secretaria de Segurança no lugar de Pedro Franco de Campos. Ao tomar posse, ele anunciou como reação ao massacre que recomendaria repouso e meditação para os policiais envolvidos.

Julgamento
Um tribunal brasileiro condenou, em abril de 2013, 23 dos polícias militares a 156 anos de prisão cada um pelo seu envolvimento na morte de 12 presos durante o massacre. A sentença foi anunciada pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão e corresponde apenas à primeira parte do julgamento que está dividido em quatro etapas. Outros três policiais julgados nesta primeira fase foram absolvidos a pedido do próprio Ministério Público.
Em 3 de agosto de 2013, por volta das 4 horas da manhã, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo leu a sentença de 624 anos de prisão a 25 réus polícias militares que foram acusados de participação no massacre, especificamente na participação direta na morte de 52 presos instalados no terceiro pavimento do pavilhão 9.
Cinco júris condenaram 74 polícias militares envolvidos no massacre, porém, acabaram anulados por decisão da Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, em recurso relatado pelo desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, em 2016.

Absolvição e morte do coronel Ubiratan
Em junho de 2001, o coronel Ubiratan Guimarães foi, inicialmente, condenado a 632 anos de prisão por 102 das 111 mortes do massacre (seis anos por cada homicídio e vinte anos por cinco tentativas de homicídio). No ano seguinte foi eleito deputado estadual por São Paulo, após a sentença condenatória, durante o trâmite do recurso da sentença de 2001. Por este motivo, o julgamento do recurso foi realizado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, ou seja, pelos 25 desembargadores mais antigos do estado de São Paulo, em 15 de fevereiro de 2006. O tribunal reconheceu, por vinte votos ontra dois, que a sentença condenatória, proferida em julgamento pelo Tribunal do Júri, continha um equívoco. Essa revisão acabou absolvendo o réu. A absolvição do réu causou indignação em vários grupos de direitos humanos, que acusaram o facto de ser um "passo para trás" da justiça brasileira.
No dia 10 de setembro de 2006, o coronel Ubiratan foi assassinado com um tiro na região do abdómen. No muro do prédio onde morava foi desenhada a frase "aqui se faz, aqui se paga", em referência ao massacre do Carandiru.
  
Outras referências ao evento 

Canções
 
Filmes
 
Livros
  • Uma Porta para a Vida, de Celso Bueno de Godoy Junior
  • Carandiru: o Caldeirão do diabo de Celso Bueno de Godoy Junior
  • Diário de um Detento do ex-detento Jocenir
  • Estação Carandiru (1999) de Dr. Dráuzio Varella
  • O outro lado do muro - Ladrões, humildes, vacilões e bandidões nas prisões paulistas, 1997, de Silvio Cavalcante e Osvaldo Valente
  • Pavilhão 9 - O Massacre do Carandiru, de Elói Pietá e Justino Pereira
  • "Vidas do Carandiru - Histórias Reais", 2003, de Humberto Rodrigues
 
Televisão

 


Gandhi nasceu há 152 anos

   
Mohandas  Karamchand Gandhi (Porbandar, 2 de outubro de 1869 - Nova Déli, 30 de janeiro de 1948), mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi (do sânscrito "Mahatma", "A Grande Alma") foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.
O princípio do satyagraha, frequentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de ativistasdemocráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).
   

O Sting faz hoje setenta anos!

  

Gordon Matthew Thomas Sumner (Wallsend, 2 de outubro de 1951), mais conhecido pelo seu nome artístico, Sting, é um músico, cantor e ator inglês. Antes de sua carreira solo foi o principal compositor, cantor e baixista da banda de rock The Police. Vendeu ao longo de sua carreira mais de duzentos milhões de discos, e recebeu dezasseis Prémios Grammy pelo seu trabalho, incluindo o seu primeiro, por "melhor performance instrumental de rock", em 1981, e recebeu uma nomeação para o Óscar de melhor canção original.
Sting, que já era conhecido como vocalista do grupo The Police, tornou-se ainda mais famoso após a turnê do disco Nothing Like the Sun, realizada no país em 1987. Após um memorável concerto realizado em Novembro daquele ano no Estádio do Maracanã, iniciou viagens pela Amazónia, onde conheceu o cacique Raoni; após essa amizade, Sting passou a defender a causa ecológica. Casado com a atriz e produtora Trudie Styler, Sting tem seis filhos e vive dividido entre sete luxuosas residências na Europa e nos EUA. 
  
Sumner é filho de Ernest Sumner, um revendedor de leite, e da sua esposa Audrey Cowell, uma cabeleireira. O jovem Sumner muitas vezes ajudou o seu pai com o seu trabalho. Ele foi educado na religião católica, devido à influência da sua avó paterna irlandesa. Sting abandonou uma promissora carreira como atleta quando obteve o terceiro lugar numa competição chamada 100 Yard Sprint National Junior Championship.
Sting, que é canhoto, mostrou um talento natural para a música, tocando e organizando suas próprias canções quase imediatamente depois de tocar numa velha guitarra dada por seu tio quando tinha oito anos de idade. Tocou com bandas locais como os Phoenix Jazzman, Last Exit e os Newcastle Big Band, no início de sua carreira.
As suas feições foram utilizadas inicialmente como rosto e demais características físicas do personagem de BD John Constantine, criação do escritor inglês Alan Moore que vivia na mesma cidade natal de Sting, Newcastle, na Inglaterra.
 

  

 


Don McLean faz hoje 76 anos

    
Don McLean (Nova Iorque, 2 de outubro de 1945) é um cantor e compositor dos Estados Unidos que ficou famoso pela canção American Pie, elegia folk-pop, de oito minutos e meio, que atingiu o topo dos hits americanos. Iniciou a sua carreira em meados dos anos 60, tocando em clubes nova-iorquinos, escolas primárias e em prol de causas ambientais.
Outros dos seus sucessos são: Vincent (um tributo a Vincent van Gogh), Castles in the Air, Since I Don’t Have You e Crying.
   

 


sexta-feira, outubro 01, 2021

Porque hoje foi o Dia Mundial da Música...


(imagem daqui)

 

O Dia Mundial da Música comemora-se anualmente a 1 de outubro.
A data foi instituída em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada em 1949 pela UNESCO, que agrega vários organismos e individualidades do mundo da música.
 
  • A parte boa da música é que quando ela te atinge, não sentes dor alguma. Bob Marley
  • A música não mente. Se há algo que tem de ser mudado neste mundo, apenas poderá acontecer através da música. Jimi Hendrix
  • A vida, sem música, seria um erro. Friedrich Nietzsche
  • A música pode mudar o mundo porque pode mudar as pessoas. Bono Vox
  • Onde as palavras falham, a música fala. Hans Christian Andersen
  • A música é uma forma de arte que transcende a linguagem. Herbie Hancock
  

O presidente Jimmy Carter faz hoje 97 anos

  
James Earl "Jimmy" Carter, Jr. (Plains, 1 de outubro de 1924), é um político e ex-militar norte-americano – tendo sido o 39° presidente dos Estados Unidos, e vencedor do prémio Nobel da Paz de 2002, o único presidente de seu país a ter vencido o prémio após deixar o cargo. Carter serviu como oficial da Marinha dos Estados Unidos, era um agricultor no setor de amendoins, serviu dois mandatos como senador do estado da Geórgia e um como governador da Geórgia (1971-1975).
    

  

Pelas suas ações no intuito de promover a paz mundial, direitos humanos, democracia e tendo sido mediador em diversas questões de conflitos ao redor do globo, foi agraciado, no ano de 2002, com o Nobel da Paz.
  

Julie Andrews - 86 anos

  
Julie Elizabeth Andrews (nome alternativo: Julie Andrews-Edwards - nascida Julia Elizabeth Wells; Walton-on-Thames, Surrey, 1 de outubro de 1935) é uma atriz, cantora, dançarina, diretora teatral e escritora britânica nascida na Inglaterra, célebre especialmente pelas suas performances nos mais variados musicais do teatro e do cinema. Foi homenageada pela Rainha Isabel II, do Reino Unido, com a Ordem do Império Britânico, a 31 de dezembro de 1999, além de também ter sido eleita, em 2002, uma das 100 maiores personalidades britânicas de todos os tempos, ocupando a 59ª posição.
Além de ter recebido um Óscar de melhor atriz, ela é detentora de cinco Globos de Ouro, três Grammys e dois Emmys, dentre outros prémios. Em 1996 ela recusou a que seria a sua terceira nomeação para a mais alta honraria concedida aos artistas do teatro, o Prémio Tony, na categoria Melhor atriz em musical, um prémio em que era a favorita, pela sua performance na peça "Victor/Victoria", tendo-o feito devido ao facto do restante do elenco e equipa da peça terem sido ignorados pelo júri.
  

 

 

   

 

A República Popular da China foi proclamada há 72 anos

   
A República Popular da China (RPC), também conhecida simplesmente como China, é o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, quase um quinto da população da Terra. É uma república socialista, governada pelo Partido Comunista da China (PCC) sob um sistema unipartidário e que tem jurisdição sobre vinte e duas províncias, cinco regiões autónomas (Xinjiang, Mongólia Interior, Tibete, Ningxia e Guangxi), quatro municípios (Pequim, Tianjin, Xangai e Chongqing) e duas Regiões Administrativas Especiais com grande autonomia (Hong Kong e Macau). A capital da RPC é Pequim.
 
 
      
Finalmente, o Exército de Libertação Popular saiu vitorioso. Em 1 de outubro de 1949, Mao Tse-Tung proclamou a República Popular da China. Chiang Kai-shek, 600.000 tropas nacionalistas, e cerca de dois milhões de refugiados simpatizantes dos Nacionalistas, predominantemente do governo anterior e as comunidades de negócios do continente, recuaram para a ilha de Taiwan e proclamaram a República da China
  

Donny Hathaway nasceu há 76 anos

  

Donny Hathaway (Chicago, 1 de outubro de 1945 - Nova Iorque, 13 de janeiro de 1979) foi um cantor e compositor norte-americano de soul, gospel e jazz. Tem como maiores sucessos as músicas "A Song for You", "Jealous Guy", "For All We Know" e "The Closer I Get to You".

Hathaway teve seu primeiro contrato profissional com a gravadora Atlantic Records em 1969, gravando seu primeiro single "The Ghetto, Part I". No início dos anos 70, era considerado uma nova sensação na soul music. Na sua curta carreira lançou quatro álbuns de estúdio, sendo o primeiro "Everything is everything" em 1970.

No ano de 1973 foi diagnosticado com esquizofrenia paranóica, sofrendo de fases de depressão desde os anos 60. Donny suicidou-se em 1979, perto do seu quarto de hotel, no Essex House Hotel, em Nova York.

Gravou com Roberta Flack a música "The Closer I Get to You e as ótimas "You Are My Heaven" e "Back Together Again".

Considerado um dos grandes nomes da soul music americana, foi homenageado com álbuns especiais após o seu falecimento, sendo influência artística e musical para as novas gerações. 

  

in Wikipédia

 


O músico John Blow morreu há 313 anos

   
John Blow (batizado a 23 de fevereiro de 1649 e falecido a 1 de outubro de 1708) foi um compositor inglês e organista da Idade do Barroco. Orgulhoso e com perfil de estadista, o humilde Blow tornou-se o mais famoso músico da Inglaterra no final do século XVIII. Importante na música da Restauração, teve postos reais criados especialmente para ele, como na catedral de St. Paul e em Westminster. Suas obras seculares incluem música cerimonial e Venus and Adonis, a primeira ópera inglesa. Escreveu muita música religiosa em especial mais de cem hinos intensamente melódicos. Dos seus doze trabalhos anglicanos, o em sol maior é magistral.

Blow provavelmente nasceu em Collingham ou Newark-on-Trent, em Nottinghamshire. A sua data de nascimento é desconhecida, mas ele foi batizado no dia 23 de fevereiro de 1649 e é provável que ele tenha nascido um pouco antes desta data, mas não muito antes. Ele tornou-se um membro do coro na Chapel Royal, onde se distinguiu pela sua proficiência em música.
Ele compôs vários hinos ainda quando muito jovem, inclusive Lord, Thou host been our refuge, Lord, rebuke me not e o I will always give thanks, o último em colaboração com Pelham Humfrey e William Turner, que serviram para comemorar a vitória sobre os holandeses em 1665, ou, simplesmente, para comemorar a parceria amigável dos três compositores.
Em setembro de 1673, Blow casou com Elizabeth Braddock. Eles tiveram vários filhos e ela morreu durante um parto, dez anos depois.
Em 1678 John Blow já possuía um doutoramento em Música e, em 1685, era um dos músicos particulares do rei Jaime II. Entre 1680 e 1687, ele escreveu a sua única composição para o teatro que sobreviveu, uma mascarada para o entretenimento do rei, a ópera Venus and Adonis.
Blow morreu a 1 de outubro de 1708, na sua casa, em Broad Sanctuary, na Abadia de Westminster.
 

   


Giovanni Battista Bassani morreu há 305 anos

(imagem daqui)
 
Giovanni Battista Bassani (Padua, circa 1647 ou 1657 – Bergamo, 1 de outubro de 1716) foi um professor, compositor, violinista e organista da Itália.
Acredita-se que tenha estudado em Veneza com Daniele Castrovillari e em Ferrara com Giovanni Legrenzi. Atuou como organista na Accademia della Morte em Ferrara, entre 1667 e circa 1675. Em 1677 publicou as suas primeiras obras. Em 1680 era mestre de capela do duque Alessandro II della Mirandola e foi indicado principe da Accademica Filarmonica em Bolonha. Tornou-se mestre de capela da Accademia della Morte em 1683, e em 1686, mestre de capela da Catedral de Ferrara, para a qual escreveu 76 serviços litúrgicos, entre 1710 e 1712, ano em que foi indicado diretor musical da Igreja de Santa Maria Maior de Bergamo. Também atuou como professor na Congregazione di Carità, na mesma cidade, até à sua morte. Foi um celebrado violinista em vida, e algumas das suas obras instrumentais hoje ainda estão presentes em concertos. Dos seus treze oratórios somente quatro sobrevivem, e as suas treze óperas hoje têm um interesse apenas histórico.

 


O primeiro Ford Modelo T foi feito há 113 anos

 
O Ford Modelo T foi o produto da fábrica norte-americana que popularizou o automóvel e revolucionou a indústria automobilística. Vigésimo projeto da marca, a partir de 1903, foi produzido durante 19 anos, entre 1908 e 1927, tendo sido vendidos 15.007.003 carros.
A 1 outubro de 1908 a Ford lança, no mercado dos Estados Unidos, o seu Modelo T, um veículo confiável, robusto, seguro, simples de dirigir e, principalmente, barato.
Qualquer um era capaz de dirigi-lo ou consertá-lo, sem precisar de motorista ou mecânico. Como diríamos hoje em dia, numa expressão atualmente em voga, era um produto user-friendly (amigo do utilizador).
A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. O T era o primeiro carro projetado para a manufatura em linha de montagem.
Pode-se afirmar com segurança que a indústria automobilística começou a partir deste momento, pois, até então, fabricado artesanalmente, o automóvel ainda era visto com desconfiança pelos americanos. Não passava de um brinquedo barulhento, perigoso e caro.
Com estas inovações, em vez de um operário ficar responsável pela produção de todas as etapas de um carro, várias pessoas ficavam responsáveis pela produção de etapas distintas de vários carros. Henry Ford criou um engenhoso sistema de esteira, que movimentava o carro em produção em frente aos operários, para que cada um executasse a sua etapa. Isto aumentou em muito a produtividade, pois um carro ficava pronto a cada minuto.
Em consequência, o custo de cada unidade caiu em relação aos concorrentes existentes no mercado. E a queda de preço foi constante: em 1908, ano de seu lançamento, a unidade custava 850 dólares; em 1927, último ano de sua fabricação, o preço havia baixado para apenas 290 dólares.
Por estas razões, o modelo T conquistou o público americano e de outros países. Em 1914 é iniciada sua fabricação na Argentina. Em 1917, é lançado o camião Modelo TT. Em 1919, a Ford torna-se o primeiro fabricante de automóveis no Brasil, com a produção do carro e do camião dessa linha. Em 1920, mais da metade dos veículos que circulavam ao redor do mundo eram modelos T e podiam ser vistos até em países distantes como Turquia e Etiópia.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Modelo T foi empregado amplamente, até mesmo como ambulância, e correspondeu nas condições mais adversas.
A produção do modelo T foi mantida até 1927. Alguns meses depois de realizar uma cerimónia para apresentação do carro nº 15 milhões, Henry Ford concluiu que chegara a hora de o Modelo T ceder o lugar a uma nova geração de produtos. O recorde de quase vinte anos de produção e mais de quinze milhões de unidades produzidas, só foi superado, em 1972, pelo Volkswagen Carocha.
    

O pintor Jan Gossaert Mabuse morreu há 489 anos

Autor-retrato  (1515–1520) - Currier Museum of Art, Manchester, New Hampshire

Mabuse, de seu verdadeiro nome Jan Gossaert (Maubeuge, 1478 - Antuérpia?, 1 de outubro de 1532), foi um importante pintor flamengo, vulgarmente identificado como o maior precursor do barroco na Flandres. É igualmente considerado um dos maiores seguidores de Rogier van der Weyden.
Nasceu em Maubeuge, na actual França, e iniciou a sua formação artística na cidade de Bruges, completando-a com diversas visitas a outros importantes centros artísticos flamengos.
Posteriormente, trabalhou em variadas cortes europeias e, desta forma, ia conhecendo, em primeira mão, os estudos e as descobertas mais recentes, sobretudo relativos às áreas pelas quais mantinha mais interesse, como anatomia, perspectiva e Antiguidade Clássica.
Vulgarmente combinava estes elementos, próprios do Renascimento italiano, com a vivacidade, alegorismo e precisão técnica da pintura flamenga, como se pode observar em obras como Dánae, Antiga Pinacoteca, Munique, São Lucas pintando a Virgem, Galeria Nacional de Praga, Praga, A Virgem com Menino, Museu do Prado, Madrid, ou Cristo coroado de espinhos, Fundação Medeiros e Almeida, Lisboa.
Concebeu também numerosas versões de cenas bíblicas, como Adão e Eva, e muitos retratos de proeminentes personalidades da época.
   
Madonna (1515–16, Prado, Madrid)
   

O pintor Jan Asselijn morreu há 369 anos

 Retrato de Jan Asselijn por Rembrandt, 1647
  
Jan Asselijn (Dieppe, circa 1610 - Amesterdão, 1 de outubro de 1652) foi um pintor e desenhista neerlandês pertencente à Idade de Ouro neerlandesa. Era o irmão mais velho do poeta e dramaturgo Thomas Asselijn.
  
Vida e obra
Asselijn nasceu em Dieppe numa família de huguenotes franceses, com o nome de Jean Asselin. Estudou pintura com Esaias van de Velde (1587-1630), e distinguiu-se particularmente em pintura de paisagem e animalista, embora os seus trabalhos sobre temas históricos e peças de batalhas também sejam admirados. Viajou pela França e Itália, e modelou o seu estilo segundo Bamboccio (Pieter van Laer), também membro dos Bentvueghels. Nicolaes de Helt Stockade e Asselijn casaram com duas irmãs em Lyon, em 1645, filhas de Houwaart Koorman de Antuérpia. De acordo com Houbraken, ele ouviu essa história de Abraham Genoels, que por sua vez a ouviu de Laurens Frank, um artista que estava hospedado na casa de Koorman, juntamente com Artus Quellinus, nessa ocasião. Após o casamento, tanto Asselijn quanto Helt Stockade retornaram para os Países Baixos. Asselijn tinha uma mão atrofiada e era de pequena estatura, o que lhe deu o apelido na França de petit Jean Hollandois, e era conhecido entre os Bentvueghels como Krabbetje (garra curta).
Parece ter sido amigo de Rembrandt. Na gravura a água-forte, que Rembrandt fez dele, Asselijn aparenta estar de pé diante de um cavalete. Suas mãos não são mostradas. Frederik de Moucheron, outro pintor de paisagens italianas, foi seu aluno.
Foi um dos primeiros pintores neerlandeses a introduzir uma maneira fresca e clara de pintar paisagens ao estilo de Claude Lorrain e o seu exemplo foi rapidamente seguido por outros artistas. Os quadros de Asselijn eram muito apreciados em Amesterdão, e vários deles podem ser vistos nos museus da cidade. Vinte e quatro deles, pintados na Itália, foram reproduzidos em gravuras.
Uma das suas pinturas, O Cisne Ameaçado, que retrata um cisne defendendo agressivamente o seu ninho, tornou-se um símbolo da resistência nacional neerlandesa, embora não se saiba se esta era mesmo a pretensão de Asselijn. Em especial, foi interpretado como uma representação de Johan de Witt. Várias inscrições foram adicionados pelos proprietários posteriores da pintura, incluindo "Holanda" em um dos ovos, e "Inimigo do Estado" ao lado do cão que está ameaçando o ninho. Algumas partes da pintura são menos realista do que o cisne, tal como as nuvens baixas, o cão e os ovos. A pintura foi datada como produzida na década de 1640. Esta é considera a obra mais famosa de Asselijn e foi a primeira aquisição do Rijksmuseum.
  
O Cisne Ameaçado
, 1640-1650, Rijksmuseum
   

A cantora lírica Luísa Todi morreu há 188 anos

   
Luísa Rosa de Aguiar (Setúbal, Nossa Senhora da Anunciada, 9 de janeiro de 1753 - Lisboa, Encarnação, 1 de outubro de 1833), Luísa Rosa de Aguiar Todi pelo casamento, foi uma cantora lírica portuguesa.
  
Família
Filha de Manuel José de Aguiar (Lisboa, bap. 12 de janeiro de 1710 - ?), professor de música e instrumentista, e de sua mulher (Setúbal, 4 de setembro de 1745) Ana Joaquina de Almeida (Setúbal, Santa Maria da Graça, 19 de Fevereiro de 1726 - ?) e irmã mais nova de Cecília Rosa de Aguiar (23 de Agosto de 1746 - ?) e de Isabel Ifigénia de Aguiar (5 de Novembro de 1750 - ?), casada com Joaquim de Oliveira, em 1765 já se encontrava a viver em Lisboa. A sua mãe era filha de João de Almeida e de sua mulher Isabel da Esperança (filha de João da Frota e de sua mulher Luísa de Brito) e neta paterna por bastardia de Miguel Pessanha de Vasconcelos (filho do 8.º Senhor de Mossâmedes) e de Serafina de Almeida, "a Relojoeira", de Viseu.
  
Início de carreira
Luísa começou a sua carreira pelo teatro musical, aos catorze anos, no Teatro do Conde de Soure, no Tartufo, de Molière. Com a sua irmã mais velha, Cecília Rosa de Aguiar (23 de Agosto de 1746 - ?), cantou em óperas cómicas.
Casou em Lisboa, Mercês, 28 de julho de 1769, com o violinista napolitano e seu grande admirador, Francesco Saverio Todi, filho de Niccolò Todi e de sua mulher Mariana e viúvo de Teresa (? - Lisboa, Mercês, 1769), que lhe deu o apelido e a fez aprender canto com o compositor David Perez, muito conceituado mestre de capela da corte portuguesa. Ao marido deveu o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levariam a todas as cortes da Europa, como cantora lírica.
Estreou-se em 1771 na corte portuguesa da futura D. Maria I e cantou no Porto entre 1772 e 1777. Durante esse período aí nasceram o seu primeiro filho João Todi em 1772, e, em 1773, a sua primeira filha Ana José Todi. Em 1775 nasceria em Guimarães a sua filha Maria Clara Todi e, em 1777, em Aranjuez, o seu filho Francisco Xavier Todi, mais tarde casado com Maria Amália das Neves, filha de João das Neves Pereira e de sua mulher Maria Rosa das Neves, neta paterna de Caetano das Neves e de sua mulher Teresa Maria Clara e neta materna de Bernardo José e de sua mulher Joana Maria.
  
Carreira internacional
Em 1777 parte para Londres para actuar no King's Theatre, sem particular aplauso por parte dos ingleses.
Em 1778 está em Paris, onde a 22 de novembro nasceria a sua filha Adelaide Todi, em Versalhes. Em 1780 é aclamada em Turim, no Teatro Régio, tendo assinado um contrato como prima-dona, e em 1780 era já considerada pela crítica como uma das melhores vozes de sempre. Nessa cidade veio a nascer o seu filho Leopoldo Rodrigo Ângelo Todi, a 24 de novembro de 1782, mais tarde casado em 1821 com Maria Germana Vasques, com geração.
Brilhou na Áustria, na Alemanha e na Rússia. Veio a Portugal em 1783 para cantar na corte portuguesa. Regressou a Paris, tendo ficado célebre o «duelo» com outra cantora famosa, Gertrud Elisabeth Mara, que dividiu a crítica e o público entre todistas e maratistas.
Convidada, parte com o marido e filhos para a corte de Catarina II da Rússia, em São Petersburgo (1784 a 1788), que a presenteou com jóias fabulosas. Em agradecimento o casal Todi escreveu para a imperatriz a ópera Pollinia. Berlim aplaudiu-a quando ia a caminho da Rússia e, no regresso, Luísa Todi foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe deu aposentos no palácio real, carruagem e os seus próprios cozinheiros, sem falar do principesco contrato, tendo ali permanecido de 1787 a 1789.
Diversas cidades alemãs a aplaudiram como Mogúncia, Hanôver e Bona, onde Beethoven a terá ouvido. Cantou ainda em Veneza, Génova, Pádua, Bérgamo e Turim.
De 1792 a 1796 encantou os madrilenos novamente.
Em 1793 vem à corte de Lisboa por ocasião do baptizado de mais uma filha do herdeiro do trono, o futuro D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. A cantora precisou de uma autorização especial para cantar em público, o que era então proibido às mulheres.
Em 1799 terminou a sua carreira internacional em Nápoles.
  
Regresso a Portugal
Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801, onde enviuvou, em Santo Ildefonso, a 28 de abril de 1803. Viveu naquela cidade, onde viria a perder as suas famosas jóias no trágico acidente da Ponte das Barcas, por ocasião da fuga das invasões francesas de Portugal pelos exércitos de Napoleão, em 1809.
  
A cantora
Luísa Todi, que tinha a capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em francês, inglês, italiano e alemão, é considerada a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos.
No seu Tratado da Melodia, Anton Reicha, considera Luísa Todi como «a cantora de todas as centúrias» melhor dizendo «uma cantora para a eternidade».
Setúbal não a esqueceu tendo-lhe erigido um monumento com a sua efígie e dado o seu nome a uma das principais artérias da cidade, a Avenida Luísa Todi.
   

Youssou N'Dour - 62 anos

   
Youssou N'Dour (Dakar, 1 de outubro de 1959) é um compositor, intérprete e músico senegalês. Nascido e criado no bairro da Medina em Dakar, a capital do Senegal, é muçulmano e seguidor do sufismo, sendo pai de vários filhos, de duas esposas (Mamy Camara e Aïda Coulibaly). Em junho de 2007, divorciou-se da primeira esposa, Mamy, de quem teve quatro filhos, depois de 17 anos de casamento. Já trabalhou com artistas de renome como Peter Gabriel, Paul Simon e o camaronês Manu Dibango.

Uma das suas canções mais famosas é Seven Seconds, que gravou com a cantora Neneh Cherry. Em 1998, compôs o hino para as fases finais do Campeonato do Mundo, La Cour Des Grands, que canta com a cantora belga Axelle Red. Compôs também a banda sonora do filme de animação Kirikou e a feiticeira (1998).

Politicamente empenhado, organizou em 1985 um concerto pela libertação de Nelson Mandela, no Estádio da Amizade, em Dakar. Também organizou vários concertos em benefício da Amnistia Internacional. Embaixador de boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF, foi também eleito embaixador da Organização Internacional do Trabalho.

Em 2004 participou do CD Agir Réagir em favor das vítimas do terremoto que atingiu a região de Al-Hoceima, no Marrocos. Em 2005 fez a sua apresentação no live 8 junto a cantora Dido e juntos cantaram duas músicas: "Thank You" e "7 Seconds".

      

 


Para celebrar o Dia Mundial da Música...!

quinta-feira, setembro 30, 2021

A EXPO'98 terminou há vinte e três anos

  
A EXPO'98, Exposição Mundial de 1998, ou, oficialmente, Exposição Internacional de Lisboa de 1998, cujo tema foi "Os oceanos: um património para o futuro", realizou-se em Lisboa, Portugal de 22 de maio a 30 de setembro de 1998.
A zona escolhida para albergar o recinto foi o limite oriental da cidade junto ao rio Tejo. Foram construídos diversos pavilhões, alguns dos quais ainda permanecem ao serviço dos habitantes e visitantes, integrados no agora designado Parque das Nações, destacando-se o Oceanário (o maior aquário do Mundo com a reprodução de 5 oceanos distintos e numerosas espécies de mamíferos e peixes, do arquitecto Peter Chermayeff) um pavilhão de múltiplas utilizações (Pavilhão Atlântico, do arquitecto Regino Cruz) e um complexo de transportes com metropolitano e ligações ferroviárias (Estação do Oriente, do arquitecto Santiago Calatrava).
A EXPO'98 atraiu cerca de 11 milhões de visitantes, apesar de previsões iniciais apontarem para cerca de 15 milhões, o que veio a justificar algumas opções de gestão de carácter duvidoso, e, acima de tudo, ruinosas para a empresa e seus accionistas. Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade. Arquitectonicamente, a Expo revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano.
Foi considerado pelo BIE (o organismo internacional que elege as cidades a receberem as exposições) como a melhor Exposição Mundial de sempre.
A utilização pioneira de ferramentas de design para grandes projectos de arquitectura, engenharia e construção transformou a EXPO'98 num caso de estudo internacional na área do desenho assistido por computador (CAD). O exemplo pegou e outras obras seguiram também a mesma metodologia, desta experiência transformada já em «case study».
O pioneirismo da EXPO foi, aliás, ressaltado por um trabalho de reportagem intitulado 'A Tale of Two Cities' publicado na edição de junho de 1999, da Computer Graphics World (volume 22, nº6), a revista de referência internacional do sector.
«Os clássicos estiradores foram substituídos por estações de trabalho. Estávamos em 1993, o que provocou uma verdadeira revolução no modo de trabalhar típico deste sector e representou uma situação ímpar na história de grandes projectos no nosso país». O homem no centro desta operação foi José da Conceição Silva, um especialista de Informática da área de CAD/AEC, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de Lisboa, requisitado para a Parque Expo para responsável pelo Departamento de CAD, GIS, Web e Multimédia.
   
Vista geral do zona central da EXPO'98
  
Antes da Expo
A ideia de organizar uma Exposição Internacional em Portugal surgiu em 1989, da parte de António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura. Ambos estavam à frente da comissão para as comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses, liderada por Francisco Faria Paulino, director do Pavilhão de Portugal na Exposição de Sevilha, tendo também desempenhado as funções de Secretário-Executivo e Comissário-Geral Adjunto da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1996 e com as funções de director do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Sevilha e de Comissário-Geral Adjunto do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Génova em 1992. Em 2008, foi também Comissário Executivo das Comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal.
Uma vez obtido o apoio do Governo, Mega Ferreira apresentou o projecto ao Bureau International d'Expositions. A candidatura de Lisboa ganhou à de Toronto. Criou-se uma empresa, Parque Expo, com vista a criar um evento auto-sustentável que obtivesse receitas de bilhetes vendidos e pela venda de terrenos adjacentes à exposição.
O primeiro comissário da EXPO'98 foi António Cardoso e Cunha. Foi substituído em 1997 por José de Melo Torres Campos, já sob o governo do Partido Socialista.
Decidiu-se construir a exposição na zona oriental de Lisboa, que vira através dos anos uma degradação crescente. A antiga Doca dos Olivais, contacto privilegiado com o rio onde outrora atracavam hidroaviões, estava transformada num terreno industrial bastante degradado. A zona de 50 hectares onde hoje está o recinto era, no fim dos anos oitenta, um campo de contentores, matadouros e indústrias poluentes. Toda a exposição foi construída do zero. A torre da refinaria da Petrogal, única estrutura conservada, ficou como lembrança do espaço antes da intervenção. Houve um grande cuidado para que quase todos os equipamentos do recinto tivessem utilização posterior, evitando assim o seu abandono e a degradação, como aconteceu em Sevilha em 1992.
Em paralelo, lançaram-se grandes obras públicas. Entre as maiores estão a Ponte Vasco da Gama (a maior da Europa à data), uma nova linha de metro com sete estações e um interface rodo-ferroviário, a Gare do Oriente.
     
Bilhetes
Foram emitidos bilhetes de um dia (5.000$00 - 25 euros), três dias (12.500$00 - 62,35 euros), e bilhetes diários apenas para a parte da noite (2.500$00 - 12,50 euros). Existia também um passe livre com acesso ilimitado à exposição durante três meses (50.000$00 - 250 euros).
A Swatch lançou alguns meses antes da exposição o modelo Adamastor, que continha um chip carregado com um bilhete de um dia. Para entrar, bastava encostar o relógio ao sensor presente em todos os molinetes de entrada.
  
   
Símbolos
O tema musical da exposição foi composto em 1996 por Nuno Rebelo. A peça, de seu nome "Pangea" (o nome do super-continente mesozóico de onde derivaram os atuais), misturava sobre guitarras portuguesas e uma base sinfónica de cariz épico muitas e díspares sonoridades, reminiscentes dos quatro cantos do mundo.
O logótipo da EXPO'98, representando o mar e o sol, foi concebido por Augusto Tavares Dias, director criativo de publicidade.
A mascote, concebida pelo pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi seleccionada de entre 309 propostas e baptizada de Gil (em homenagem a Gil Eanes), por José Luís Coelho, um estudante do 2º ciclo, num concurso que envolveu escolas de todo o país.
   
  

A propósito do Duque de Gândia...

A
conversão do duque de Gândía, por José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
  
  
   
   
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen