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segunda-feira, setembro 30, 2024

Hoje é dia de recordar um Duque de Gândia...

A conversão do Duque de Gândía - José Moreno Carbonero (1884 - Museu do Prado)
  
  
   
   
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

São Francisco de Bórgia, quarto Duque de Gândia, morreu há 452 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha
   
Francisco de Borja e Aragão, São Francisco de Borja (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

  
   
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem
     

Em 1565, a Congregação Geral II de Jesuítas se curvou evidentemente na eleição pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandia. O eleito revisou as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Preocupou-se que cada Província tivesse o seu noviciado: pessoalmente fundou o Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale, no qual se formaram S. Estanislau Kostka, o pregador polaco Piotr Skarga e o futuro Padre Geral Cláudio Aquaviva.

Uma das tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com São Pio V, o qual desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia. De facto, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas Constituições escritas por Santo Inácio.

Os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da Contrarreforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.

Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de junho de 1570).

Borja recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez. De viagem a Portugal e Espanha - apesar de acusações - foi muito recetivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos diplomáticos nas cortes. A volta à Roma foi difícil; chegou à Cidade Eterna em situação má, mas feliz por ter obedecido até ao fim. Morreu em 1572.

Durante a sua chefia o número de jesuítas se expandiu de 1.000 para 4.000.

Em 1671, foi canonizado.
    

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

A infanta Isabel de Portugal nasceu há 627 anos

       
Isabel de Portugal (Évora, 21 de fevereiro de 1397 - Dijon, 17 de dezembro de 1471) foi uma princesa portuguesa da dinastia de Avis, única filha do rei D. João I de Portugal e de sua mulher, Filipa de Lencastre.
  
Isabel nasceu em Évora e passou a sua juventude na corte em Lisboa.
Em 1430, casou-se com Filipe III, Duque da Borgonha, com quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário. Isabel foi a sua terceira e última esposa, pois antes fora casado com Micaela de Valois, princesa da França, e Bona de Artois.
Isabel era uma mulher muito refinada e inteligente, que gostava de se rodear de artistas e poetas, e foi uma mecenas das artes. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho e, em especial, sobre o marido, que representou em várias missões diplomáticas.
Por sua influência os Açores tornaram-se residência de inúmeras pessoas de origem flamenga.
Faleceu em Dijon, na Borgonha, em 1471.
  
 Isabel e Filipe
   

sábado, setembro 30, 2023

Hoje é dia de recordar o quarto Duque de Gândia...

A conversão do Duque de Gândía - José Moreno Carbonero (1884 - Museu do Prado)
  
  
   
   
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

São Francisco de Bórgia, Duque de Gândia, morreu há 451 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha
   
Francisco de Borja e Aragão, São Francisco de Borja (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

  
   
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem
     

Em 1565, a Congregação Geral II de Jesuítas se curvou evidentemente na eleição pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandia. O eleito revisou as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Preocupou-se que cada Província tivesse o seu noviciado: pessoalmente fundou o Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale, no qual se formaram S. Estanislau Kostka, o pregador polaco Piotr Skarga e o futuro Padre Geral Cláudio Aquaviva.

Uma das tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com São Pio V, o qual desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia. De fato, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas Constituições escritas por Santo Inácio.

Os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da Contrarreforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.

Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de junho de 1570).

Borja recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez. De viagem a Portugal e Espanha - apesar de acusações - foi muito recetivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos diplomáticos nas cortes. A volta à Roma foi difícil; chegou à Cidade Eterna em situação má, mas feliz por ter obedecido até o fim. Morreu em 1572.

Durante a sua chefia o número de jesuítas se expandiu de 1.000 para 4.000.

Em 1671, foi canonizado.
    

terça-feira, fevereiro 21, 2023

A infanta Isabel de Portugal nasceu há 626 anos

       
Isabel de Portugal (Évora, 21 de fevereiro de 1397 - Dijon, 17 de dezembro de 1471) foi uma princesa portuguesa da dinastia de Avis, única filha do rei D. João I de Portugal e de sua mulher, Filipa de Lencastre.
  
Isabel nasceu em Évora e passou a sua juventude na corte em Lisboa.
Em 1430, casou-se com Filipe III, Duque da Borgonha, com quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário. Isabel foi a sua terceira e última esposa, pois antes fora casado com Micaela de Valois, princesa da França, e Bona de Artois.
Isabel era uma mulher muito refinada e inteligente, que gostava de se rodear de artistas e poetas, e foi uma mecenas das artes. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho e, em especial, sobre o marido, que representou em várias missões diplomáticas.
Por sua influência os Açores tornaram-se residência de inúmeras pessoas de origem flamenga.
Faleceu em Dijon, na Borgonha, em 1471.
  
 Isabel e Filipe
   

sexta-feira, setembro 30, 2022

Poesia para recordar o quarto Duque de Gândia...

A
conversão do Duque de Gândía - José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
  
  
   
   
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

São Francisco de Bórgia, Duque de Gândia, morreu há 450 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha
   
Francisco de Borja e Aragão, São Francisco de Borja (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

  
   
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem
     

Em 1565, a Congregação Geral II de Jesuítas se curvou evidentemente na eleição pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandia. O eleito revisou as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Preocupou-se que cada Província tivesse o seu noviciado: pessoalmente fundou o Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale, no qual se formaram S. Estanislau Kostka, o pregador polaco Piotr Skarga e o futuro Padre Geral Cláudio Aquaviva.

Uma das tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com São Pio V, o qual desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia. De fato, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas Constituições escritas por Santo Inácio.

Os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da Contrarreforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.

Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de junho de 1570).

Borja recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez. De viagem a Portugal e Espanha - apesar de acusações - foi muito recetivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos diplomáticos nas cortes. A volta à Roma foi difícil; chegou à Cidade Eterna em situação má, mas feliz por ter obedecido até o fim. Morreu em 1572.

Durante a sua chefia o número de jesuítas se expandiu de 1.000 para 4.000.

Em 1671, foi canonizado.
    

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

A única filha de El-Rei D. João I nasceu há 625 anos

    
Isabel de Portugal (Évora, 21 de fevereiro de 1397 - Dijon, 17 de dezembro de 1471) foi uma princesa portuguesa da dinastia de Avis, única filha do rei D. João I de Portugal e de sua mulher, Filipa de Lencastre.
  
Isabel nasceu em Évora e passou a sua juventude na corte em Lisboa.
Em 1430, casou-se com Filipe III, Duque da Borgonha, com quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário. Isabel foi a sua terceira e última esposa, pois antes fora casado com Micaela de Valois, princesa da França, e Bona de Artois.
Isabel era uma mulher muito refinada e inteligente, que gostava de se rodear de artistas e poetas, e foi uma mecenas das artes. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho e, em especial, sobre o marido, que representou em várias missões diplomáticas.
Por sua influência os Açores tornaram-se residência de inúmeras pessoas de origem flamenga.
Faleceu em Dijon, na Borgonha, em 1471.
  
 Isabel e Filipe
   

quinta-feira, setembro 30, 2021

A propósito do Duque de Gândia...

A
conversão do duque de Gândía, por José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
  
  
   
   
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

São Francisco de Bórgia, Duque de Gândia, morreu há 449 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha
   
Francisco de Borja e Aragão, São Francisco de Borja (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

  
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem
   

    
in Wikipédia

domingo, fevereiro 21, 2021

A única filha de El-Rei D. João I nasceu há 624 anos

  
Isabel de Portugal (Évora, 21 de fevereiro de 1397 - Dijon, 17 de dezembro de 1471) foi uma princesa portuguesa da dinastia de Avis, única filha do rei D. João I de Portugal e de sua mulher, Filipa de Lencastre.
  
Isabel nasceu em Évora e passou a sua juventude na corte em Lisboa.
Em 1430, casou-se com Filipe III, Duque da Borgonha, com quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário. Isabel foi a sua terceira e última esposa, pois antes fora casado com Micaela de Valois, princesa da França, e Bona de Artois.
Isabel era uma mulher muito refinada e inteligente, que gostava de se rodear de artistas e poetas, e foi uma mecenas das artes. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho e, em especial, sobre o marido, que representou em várias missões diplomáticas.
Por sua influência os Açores tornaram-se residência de inúmeras pessoas de origem flamenga.
Faleceu em Dijon, na Borgonha, em 1471.
  
 Isabel e Filipe
   

quarta-feira, setembro 30, 2020

São Francisco de Bórgia e Aragão, quarto Duque de Gândia, morreu há 448 anos

 

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha

Francisco de Borja e Aragão, São Francisco de Borja (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

  
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem
 

  
in Wikipédia

   
 

A
conversão do duque de Gândía, por José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
 
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, setembro 30, 2019

Francisco de Bórgia e Aragão, o quarto Duque de Gândia, morreu há 447 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha

Francisco de Borja e Aragão (São Francisco de Borja) (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o para a corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador nas suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregada puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral da Ordem.

  
in Wikipédia

Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
  
 
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, maio 20, 2019

Hoje é dia de recordar o 1º Duque de Coimbra e a sua Filha

(imagem daqui)
  
D. Isabel, Rainha de Portugal, também chamada D. Isabel de Portugal, D. Isabel de Lancastre, D. Isabel de Avis ou, mais modernamente, no estrangeiro, D. Isabel de Coimbra; (1 de março de 1432 - 2 de dezembro de 1455), rainha de Portugal, filha do Infante-Regente D. Pedro, Duque de Coimbra e da sua mulher, a princesa D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel, filha do rei Jaime II de Aragão. Casou em 6 de maio de 1447 com o seu primo direito, El-Rei D. Afonso V.
A rainha D. Isabel viveu desde a infância um belo caso de amor com o seu Rei e primo, junto de quem foi criada na corte de seu pai, o regente, e que lhe retribuía com fervor essa afeição. Sofreu cruel desgosto com a intriga urdida pelo 1º Duque de Bragança contra seu pai, que veio a culminar na Batalha de Alfarrobeira, não tendo este incidente no entanto diminuído a afeição e confiança absoluta existentes entre o Rei e a sua Rainha.
  
(...)
  
Bandeira pessoal do Infante D. Pedro, com a divisa da Ordem do Dragão: «Désir»
  
Antes de morrer, a rainha D. Isabel de Aviz vai obter do rei e marido o arrependimento pelo tratamento dado ao Infante das Sete Partidas, cuja desgraça causara espanto, escândalo e consternação na Europa de 1449; a reabilitação da memória de D. Pedro ficou manifesta nas grandes cerimónias, ordenadas por D. Afonso V, de trasladação processional do corpo do Infante assassinado - pois se deslocava para a corte, obedecendo ao chamado do rei, acompanhado apenas de uma pequena comitiva e não armados para a guerra - da humilde igrejinha de Alverca, onde por caridade o haviam sepultado em segredo, sob os degraus de pedra da entradinha, alguns pescadores do rio Tejo, para Sta. Maria da Vitória da Batalha, junto de seus pais e irmãos. Ali, na Capela do Fundador, jaz também D. Isabel e seu marido, pais, filhos e netos, por ser esta o panteão da Dinastia a que todos pertenciam.

Poema da Alfarrobeira

Era Maio, e havia flores vermelhas e amarelas
nos campos de Alfarrobeira.

O homem,
de burel grosso e barba de seis dias,
arrastava os tamancos e o cansaço.
Ao lado iam seguindo os bois puxando o carro,
naquele morosíssimo compasso
que engole o tempo ruminando o espaço.

Era um velho mas tinha a voz sonora
e com ela incitava os bois em andamento,
voz cantada que os ecos prolongavam
indefinidamente.
Era um deus soberano e maltrapilho
a cuja imperiosa voz aquelas massas
de carne musculada
maciça, rude, bruta, inamovível,
obedeciam mansas e seguiam
no sulco aberto
como se um pulso alado as dirigisse,
mornas e sonolentas.

A voz era a de um deus que os mundos cria,
que do nada faz tudo,
que vence a inércia e anula a gravidade,
que levita o que pesa e o trata como leve.
Potência aliciadora alonga-se e prolonga-se
nos plainos da paisagem,
enquanto os animais prosseguem no caminho
do seu quotidiano,
pensativos e absortos.

Lá em baixo, na margem do ribeiro,
estendido sobre a erva,
jaz o infante.
Do seu coração ergue-se a haste de um virote
erecta como um junco,
e já nenhuma voz o acordará.



in Novos Poemas Póstumos (1990) – António Gedeão

sábado, setembro 30, 2017

O Duque de Gândia morreu há 445 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha

Francisco de Borja e Aragão (São Francisco de Borja) (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 30 de setembro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, que se fez jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, sua família porém o enviou à corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador em suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com sua família, uma vida entregada puramente à religião.
Em 1546 a sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor do seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Os seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral de toda a Ordem.


Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, fevereiro 21, 2017

A única filha de El-Rei D. João I nasceu há 620 anos

Isabel de Portugal (Évora, 21 de fevereiro de 1397 - Dijon, 17 de dezembro de 1471) foi uma princesa portuguesa da dinastia de Avis, única filha do rei João I de Portugal e de sua mulher, Filipa de Lencastre.

Isabel nasceu em Évora e passou a sua juventude na corte em Lisboa.
Em 1430, casou-se com Filipe III, Duque da Borgonha, com quem teve 3 filhos: António e José (que faleceram durante a infância) e Carlos, o Temerário. Isabel foi sua terceira e última esposa, pois antes fora casado com Micaela de Valois, princesa de frança, e Bona de Artois.
Isabel era uma mulher muito refinada e inteligente, que gostava de se rodear de artistas e poetas, e foi uma mecenas das artes. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho e, em especial, sobre o marido, que representou em várias missões diplomáticas.
Por sua influência que os Açores se tornaram residência de inúmeras pessoas de origem flamenga.
Faleceu em Dijon, na Borgonha, em 1471.

 Isabel e Filipe

sexta-feira, outubro 28, 2011

O Duque de Gândia morreu há 439 anos

São Francisco de Borja por Alonso Cano, Museu de Belas Artes de Sevilha

Francisco de Borja e Aragão (São Francisco de Borja) (Gandia, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510Roma, 1 de outubro de 1572) foi Duque de Gândia, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão, e fez-se jesuíta logo após enviuvar. Francisco de Borja foi canonizado em 1671. Seu onomástico é celebrado em 3 de outubro. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha.

Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, sua família porém o enviou à corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador em suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Diz-se que, quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz decidiu "nunca mais servir a um senhor que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, então se retirou para a sua terra natal e aí levaria, com sua família, uma vida entregada puramente à religião.
Em 1546 sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor de seu primogénito, Carlos e, imediatamente, foi-lhe oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral de toda a Ordem.


Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen