quarta-feira, fevereiro 06, 2019

Klimt morreu há 101 anos

Gustav Klimt (Baumgarten, Viena, 14 de julho de 1862 - Viena, 6 de fevereiro de 1918) foi um pintor simbolista austríaco.
Em 1876 estudou desenho ornamental na Escola de Artes Decorativas. Associado ao simbolismo, destacou-se dentro do movimento Art nouveau austríaco e foi um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição académica nas artes, e do seu jornal, Ver Sacrum. Klimt foi também membro honorário das universidades de Munique e Viena. Os seus maiores trabalhos incluem pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte, muitos dos quais estão em exposição na Galeria da Secessão de Viena.
  
Avenida no Parque de Schloss Kammer
  
Retrato de Adele Bloch-Bauer I, vendido em 2006 por 135 milhões de dólares - Neue Galerie, Nova Iorque

terça-feira, fevereiro 05, 2019

Duff McKagan - 55 anos!

Michael Andrew McKagan (Seattle, 5 de fevereiro de 1964), mais conhecido pelo seu nome artístico Duff McKagan é um músico dos Estados Unidos. Ele é mais conhecido por ser um membro fundador e baixista, durante doze anos, da banda de hard rock Guns N' Roses, com quem alcançou sucesso mundial no final dos anos 80 e início de 90 e também que deixou no auge da sua fama, em 1997. Durante os seus últimos anos com a banda, ele lançou um álbum a solo, Believe in Me (1993), e formou, com uma curta duração, o supergrupo Neurotic Outsiders.
Após sua saída dos Guns N' Roses em 1997, McKagan brevemente reuniu-se com sua banda de punk pré-sucesso de Seattle, 10 Minute Warning. Eles, então, formaram a ainda ativa banda de hard rockLoaded, em que ele canta e executa riffs de guitarra. Entre 2002 e 2008, ele tocou baixo no supergrupo Velvet Revolver, com os seus ex-companheiros da banda Guns N' Roses, Slash e Matt Sorum. Ele juntou-se aos Jane's Addiction num breve período em 2010. McKagan foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 2012, como membro dos Guns N' Roses.
Biografia
McKagan nasceu numa família de classe trabalhadora, na região de Seattle, a 5 de fevereiro de 1964, o mais novo de oito filhos de Alice Marie e Elmer "Mac" McKagan. Após o divórcio dos seus pais, a sua mãe apoiou a família, tendo um emprego como datilógrafa. Ele foi ensinado a tocar baixo pelo seu irmão Bruce, desenvolvendo as suas habilidades tocando músicas dos álbuns de 1999 de Prince e Damaged dos Black Flag. Duff descreve Seattle como "uma grande cidade de Rock N' Roll com um hip no cenário underground".
Duff tocou, ao todo, em 31 bandas no underground de Seattle, incluindo bandas como Ten Minute Warning e uma banda de hard-core punk chamada The Fartz (As Flatulências). Aos 19 anos mudou para o sul da Califórnia, onde conheceu Slash e Steven Adler, formando a banda Road Crew. A banda separou-se mas eles manteriam o contato, o que originaria posteriormente o convite de Duff para os dois ingressarem nos Guns N' Roses.
Cquote1.svg Quando conheci Slash e Steven pela primeira vez foi estranho, pois nunca tinha conhecido tipos como aqueles. Saímos e ficamos bêbados aquela noite. Criamos uma banda naquela noite. Era a banda do Slash. A Road Crew! Cquote2.svg
Após recrutar os membros do LA Guns, Axl Rose e Izzy Stradlin', os Guns N' Roses estavam formados. Após um momento, Axl largou sua banda, Hollywood Rose, pelo LA Guns. Isso gerou alguns problemas, pois Izzy agendou shows com as duas bandas em datas iguais - e não apareceu em nenhum deles. Os problemas das duas bandas geraram o nascimento de uma: Guns N' Roses. A nova formação foi finalizada a 6 de junho de 1985. Após dois dias de preparação, Duff e a banda tocaram numa terça à noite, pela primeira vez, num bar conhecido como Troubadour.
Duff é um grande fã de bandas como Sex Pistols, Ramones e The Misfits - a música que Duff canta no álbum The Spaghetti Incident? e nas apresentações ao vivo da era Use Your Illusion eram dos The Misfits. Em 1990 ele e Slash ajudaram Iggy Pop a escrever seu álbum Brick by Brick.
Duff casou-se pela primeira vez a 28 de maio de 1988 com Mandy Brix, de quem se separou em 1990. Casou novamente em setembro de 1992 com Linda Johnson e separou-se dela em setembro de 1995.
Viciado em drogas e álcool, enquanto Stradlin' (não há informações reais que a sua saída tenha relação com drogas), e Steven Adler deixaram a banda em 91 e 90 respectivamente. Stradlin retornaria na era Use Your Illusion, devido a um acidente de motocicleta que impossibilitou Gilby Clarke, novo guitarrista base de tocar alguns shows, devido a uma fratura no pulso. Duff sobreviveu de forma volátil durante 11 anos no GN’R. Em 1993 começou o seu projeto a solo, com o álbum Believe In Me. Em 1997 foi anunciada a sua saída oficial da banda. Nesse mesmo ano, escondido da imprensa e do grande público, Duff foi submetido a uma cirurgia de emergência ao pâncreas, o que o obrigou a parar de vez com o consumo de álcool.
Em 27 de agosto de 1997 teve a sua primeira filha, Grace, com Susan Holmes, tendo se casado em 28 de agosto de 1999 e em 16 de Julho de 2000 tiveram outra filha, Mae Marie.
Com o passar dos anos Duff ganhou algum juízo e largou o seu vício, tornando-se um bom pai.
Colaborou com o projeto a solo de Slash, que foi o de maior renome dentre os membros que fizeram carreira a solo. Chegou a lançar um CD com o supergrupo chamado Neurotic Outsiders, onde era guitarrista e vocalista, Matt Sorum companheiro da era Use Your Illusion nos Guns, era baterista e tinha ainda Steven Jones, ex-Sex Pistols, guitarrista e John Taylor, Duran Duran, no baixo.
Tentou a sorte como ator em 1997, onde interpretava um "vampiro rocker morto".
Duff viveu entre Los Angeles e Seattle durante o período de 1994 a 1999 devido a doença de Parkinson a qual sua mãe lutou nesse período, e Duff sentiu que tinha de estar perto. A sua mãe faleceu no início de abril de 1994 e desde então Duff vive em Seattle. Participou em bandas pequenas que ele criou e desfez rapidamente, entre 2000 e 2001. Participou, em 2001, de uma turnê pelo Japão com Izzy Stradlin', que divulgava o álbum a solo "River", de Izzy.
Desde abril de 2002 toca no projeto dos ex-Guns N' Roses Slash e Matt Sorum, o Velvet Revolver.
No dia 14 de outubro de 2010, Duff subiu ao palco novamente com os Guns N' Roses, em um show em Londres, na Arena O2, tocando 4 músicas: Nice Boys, You Could Be Mine, Knockin' On Heaven's Door e Patience.
O Loaded passou pelo Brasil, em novembro de 2011, fazendo quatro shows, no SWU, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.
A banda Loaded, liderada pelo baixista Duff McKagan, abriu dois shows do Guns N' Roses no dia 16 de dezembro de 2011 em Seatle, nos Estados Unidos, e no dia 17 de dezembro de 2011, em Vancouver, no Canadá. Como, em 2010, Duff subiu ao palco do Guns N' Roses como convidado especial. Ele tocou You Could Be Mine nos dois shows, além de Civil War, em Vancouver.

segunda-feira, fevereiro 04, 2019

O pastor Dietrich Bonhoeffer nasceu há 113 anos

Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 - Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
   
Biografia
Nascido em Breslau em 4 de Fevereiro 1906, filho de um psiquiatra de classe média alta. Quando jovem decidiu-se seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, doutorou-se em teologia na Universidade de Berlim e fez um ano de estudos no Union Theological Seminary em Nova York. Retornou a Alemanha em 1931.
Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a Bekennende Kirche, Igreja Confessante, rejeitando desafiadoramente os nazis:
  
Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador.
  
Obviamente o movimento foi posto em ilegalidade e em abril de 1943 foi preso por ajudar judeus a fugirem para a Suíça. Levado de uma prisão para outra, em 9 de abril de 1945, três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado, juntamente com o seu irmão Klaus e os cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.
A sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo foi "Discipulado" (Nachfolge) na qual desenvolve a polémica acerca da teologia da graça, fundamento da obra de Lutero. O livro opõe-se à ênfase dada à "justificação pela graça sem obras da lei", afirmando que:
A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (...) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga suas redes e segue (...) o dom pelo qual se tem que orar, a porta a qual se tem que bater.
Destas linhas já se denota o profundo "fazer teológico poético" que tanto caracteriza a obra de Bonhoeffer.
Quando já estava sendo perseguido pelos nazis, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, o seu empenho na resistência alemã anti-nazi e seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que:
É melhor fazer um mal do que ser mau.
As suas cartas da prisão são um exemplo de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.
Bonhoeffer entre os mártires do século XX, na Abadia de Westminster
   
in Wikipédia

José Cid faz hoje 77 anos

José Cid, nome artístico de José Albano Salter Cid de Ferreira Tavares (Chamusca, 4 de fevereiro de 1942) é um cantor, compositor, músico e produtor musical português.
É pretendente aos títulos de Barão do Cruzeiro e de Visconde dos Lagos, títulos concedidos aos seus antepassados por El-Rei D. Luís I.
   
   

Almeida Garrett nasceu há 220 anos

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu com o nome de João Leitão da Silva no Porto, a 4 de fevereiro de 1799, filho segundo de António Bernardo da Silva Garrett, selador-mor da Alfândega do Porto, e Ana Augusta de Almeida Leitão. Mais tarde viria a escrever a este propósito: "Nasci no Porto, mas criei-me em Gaia". No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, Bispo de Angra.
De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que lhe pusessem um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. É também neste ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
  
(...)
  
Por decreto de El-Rei D. Pedro V de Portugal, datado de 25 de junho de 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 2 vezes). Em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta do Negócios Estrangeiros, em governo presidido pelo Duque de Saldanha.
Em 1852 é eleito novamente deputado, e de 4 a 17 de agosto será ministro dos Negócios Estrangeiros. A sua última intervenção no Parlamento será em março de 1854, em que ataca o governo, na pessoa de Rodrigo de Fonseca Magalhães.
Falece a 9 de dezembro de 1854, vítima de um cancro de origem hepática, na sua casa situada na atual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, Lisboa. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, tendo sido trasladado, a 8 de março de 1926, para o Panteão Nacional, à data no Mosteiro dos Jerónimos. Encontra-se actualmente no Panteão Nacional, na Igreja de Santa Engrácia.
Brasão de Visconde de Almeida Garrett (daqui)

Não És Tu

Era assim, tinha esse olhar,
A mesma graça, o mesmo ar,
Corava da mesma cor,
Aquela visão que eu vi
Quando eu sonhava de amor,
Quando em sonhos me perdi.

Toda assim; o porte altivo,
O semblante pensativo,
E uma suave tristeza
Que por toda ela descia
Como um véu que lhe envolvia,
Que lhe adoçava a beleza.

Era assim; o seu falar,
Ingénuo e quase vulgar,
Tinha o poder da razão
Que penetra, não seduz;
Não era fogo, era luz
Que mandava ao coração.

Nos olhos tinha esse lume,
No seio o mesmo perfume ,
Um cheiro a rosas celestes,
Rosas brancas, puras, finas,
Viçosas como boninas,
Singelas sem ser agrestes.

Mas não és tu... ai!, não és:
Toda a ilusão se desfez.
Não és aquela que eu vi,
Não és a mesma visão,
Que essa tinha coração,
Tinha, que eu bem lho senti.

 

in Folhas Caídas (1953) - Almeida Garrett

O paleontropólogo Raymond Dart nasceu há 126 anos

Raymond Dart (Brisbane, Queensland, 4 de fevereiro de 1893 - Joanesburgo, 22 de novembro de 1988) foi um anatomista e antropologista australiano que descreveu, em 1924 uma nova espécie de hominídeo, o Australopithecus africanus, a partir dum crânio fóssil encontrado em Taung na Bechuanalândia (antigo nome do actual Botswana).
Nascido em Toowong, Brisbane, na Austrália, ele estudou nas universidades de Queensland, Sydney e no University College de Londres. Em 1922 Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, na África do Sul.
Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome Australopithecus africanus, que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "Rapaz de Taung".
Embora o cranêo tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o Australopithecus africanus uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical.
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África.
As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 30, corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.
Raymond Dart continuou como director da Escola de Anatomia da Universide de Witwatersrand, até 1958 e, em 1959 escreveu a suas memórias, a que chamou “Aventuras com o Elo Perdido”. O Instituto para o Estudo do Homem em África foi fundado na Wits em sua honra.
Bebé de Taung
   

Adolphe Sax, o pai do saxofone, morreu há 125 anos

Antoine Joseph Sax (Dinant, 6 de novembro de 1814 - Paris, 4 de fevereiro de 1894), mais conhecido como Adolphe foi um construtor de instrumentos belga, conhecido por ter inventado o saxofone.
Biografia
Adolphe Sax nasceu em Dinant, Bélgica. O pai, Charles-Joseph Sax, também era construtor de instrumentos. Adolphe cedo começou a construir os seus instrumentos.
Quando deixou a escola, Sax começou as experiências para descobrir novos instrumentos, a sua primeira invenção importante foi um melhoramento no clarinete baixo, que patenteou, apenas com 20 anos de idade
Em 1840 inventou o saxofone e, em 1841, Sax mudou-se para Paris, onde continuou a trabalhar na construção e invenção de instrumentos.
A sua invenção mais famosa foi o saxofone, destinada a ser usado nas bandas militares. O instrumento tem o corpo metálico, com uma palheta de madeira, semelhante ao clarinete.
O compositor Hector Berlioz escreveu aprovando o novo instrumento em 1842, mas Sax apenas patenteou o instrumento em 1846, depois de desenhar e construir toda a família de saxofones (do soprano ao contrabaixo).
A partir de 1867, Sax foi professor do conservatório de Paris. Morreu em 1894 em Paris e está enterrado no cemitério de Montmartre.
  
  

domingo, fevereiro 03, 2019

João César Monteiro morreu há dezasseis anos

(imagem daqui)
   
João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).
   

Este foi o dia em que a música morreu, faz hoje sessenta anos...

Monumento erguido no local do acidente
   
A 3 de fevereiro de 1959, um avião de pequeno porte caiu próximo de Clear Lake, Iowa, matando três músicos dos Estados Unidos de rock and roll: Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. "The Big Bopper" Richardson, assim como o piloto Roger Peterson. Este dia seria definido, posteriormente, por Don McLean, na sua canção "American Pie", como "o dia em que a música morreu" – The Day the Music Died.
   
Antecedentes
Os músicos estavam juntos na turnê "The Winter Dance Party", projetada para cobrir vinte e quatro cidades do centro-oeste dos Estados Unidos em apenas três semanas, de 23 de janeiro a 15 de fevereiro de 1959. Um dos problemas logísticos era o tempo gasto durante as viagens, pois a distância entre os locais dos concertos não foi considerado quando cada um deles foi agendado. Outro era o autocarro usado para transportar os músicos, não preparado para enfrentar o inverno. O seu sistema de aquecimento avariou pouco depois do início da turnê, e como consequência, o baterista de Holly, Carl Bunch, desenvolveu um caso grave de congelamento nos pés, tendo de ser internado num hospital. Enquanto ele se recuperava, Buddy Holly e Ritchie Valens revezavam-se na bateria.
O The Surf Ballroom em Clear Lake, Iowa, não estava agendado para ser a próxima parada da turnê, mas seus organizadores, esperando incluir mais datas, entraram em contato com Carroll Anderson, gerente do local, que aceitou a proposta. O show foi marcado para uma segunda-feira, 2 de fevereiro.
Ao chegar no local, Buddy Holly, frustrado com o autocarro de viagem, disse a seus colegas de banda que, terminado o show, ele tentaria fretar um avião para alcançar a próxima paragem da turnê, a cidade de Moorhead, em Minnesota. Holly também estaria incomodado por não ter mais camisolas, meias e cuecas limpas. Ele precisaria lavar as suas roupas antes do próximo concerto, mas a lavandaria local estava fechada naquele dia.
Ele conseguiu então combinar um vôo com Roger Peterson, um piloto de 21 anos que trabalhava para a Dwyer Flying Service na cidade vizinha de Mason City. Uma taxa de 36 dólares por passageiro foi acertada para que Peterson levasse Holly e mais dois acompanhantes até Fargo no seu Beechcraft Bonanza, modelo B35, fabricado em 1947.
Uma das vagas foi oferecida a Dion DiMucci, vocalista do grupo Dion and the Belmonts, mas ele decidiu que não gastaria os 36 dólares da passagem pois aquele era o mesmo valor que seus pais pagavam pelo aluguer de um apartamento, e sendo assim ele sentiu que não poderia justificar a extravagância de gastar aquele valor. Os dois assentos ficariam então com Waylon Jennings e Tommy Allsup, músicos que acompanhavam Holly na sua recém-iniciada carreira a solo.
J.P. Richardson, que contraíra gripe durante a turnê, pediu a Jennings que lhe cedesse o seu lugar no avião. Jennings concordou, e quando Holly ficou sabendo do acordo, brincou: "Bom, espero que esse seu autocarro velho congele". Jennings, também em tom de brincadeira, respondeu: "E eu espero que o seu avião velho caia". Este diálogo perseguiria Jennings pelo resto de sua vida.
Ritchie Valens, que nunca viajara de avião antes, pediu pelo lugar de Tommy Allsup, que respondeu que isso seria decidido em um jogo de cara ou coroa. Bob Hale, radialista da KRIB-AM, estava trabalhando no concerto como DJ naquela noite, e jogou a moeda pouco antes dos músicos partirem para o aeroporto. Valens venceu, ganhando o lugar no avião.
 
Acidente
O avião descolou por volta de 00.55 (hora local). Pouco depois de 01.00 da manhã, Hubert Dwyer, piloto comercial e dono da aeronave, observando de uma plataforma do lado de fora da torre de controle, viu a luz de cauda do avião descer gradualmente até desaparecer de vista.
Peterson havia dito a Dwyer que passaria o seu plano de vôo à torre de controle por rádio depois da descolagem. Como ele não se comunicou com os controladores, Dwyer pediu que eles tentassem entrar em contato com a aeronave, mas não obtiveram resposta.
Às 03.30 da manhã, quando o Aeroporto Hector em Fargo, Dakota do Norte, informou não ter recebido qualquer sinal do Bonanza, Dwyer contactou as autoridades e declarou a aeronave como desaparecida.
Por volta das 09.15 da manhã, Dwyer descolou de outro avião de pequeno porte para seguir a rota planeada por Peterson. Pouco tempo depois, ele visualizou os destroços do Bonanza numa plantação de milho pertencente a Albert Juhl, situada oito quilómetros a noroeste do aeroporto.
A aeronave estava num ângulo levemente descendente e inclinada para a direita quando atingiu o solo a 270 quilómetros por hora. Ela capotou e derrapou por mais 170 metros na terra congelada, antes de que a massa retorcida do avião batesse contra uma cerca de arame farpado, nas cercanias da propriedade de Juhl. Os corpos de Holly e Valens caíram próximos do avião, Richardson foi arremessado através da cerca e ficou dentro da plantação de milho do vizinho de Juhl, Oscar Moffett, enquanto Peterson ficou preso na cabine. Carroll Anderson, o gerente do Surf Ballroom que levara os músicos ao aeroporto da cidade vizinha e presenciara a descolagem do avião, foi o primeiro a identificar as vítimas.
Autópsias posteriores indicaram que todos os quatro morreram instantaneamente com o impacto. O relatório do médico legista detalhou os ferimentos múltiplos sofridos por Holly, demonstrando como morreu na queda:
Cquote1.svg O corpo de Charles H. Holley estava vestido em uma jaqueta amarela de material semelhante a couro, com as costuras na parte das costas rasgadas em quase toda sua extensão. O crânio foi partido no meio da testa, com o dano estendendo-se ao cérebro. Aproximadamente metade do tecido cerebral estava ausente. Havia sangue em ambos os ouvidos, e a face mostrava diversos cortes. A consistência do tórax estava mole devido a extensivo esmagamento da estrutura óssea. Ambas as pernas apresentavam fraturas múltiplas. Cquote2.svg
Investigações concluíram que o acidente foi provocado por uma combinação de mau tempo e erro humano. Peterson, operando em voo por instrumentos, ainda estava sendo testado nesta especialidade, não sendo habilitado para pilotar em condições climáticas não visuais, que requeriam que operação da aeronave fosse feita apenas por orientação dos instrumentos. O inquérito final da Civil Aeronautics Board observou que Peterson havia sido treinado em aeronaves equipadas com horizonte artificial, não tendo portanto experiência com o pouco comum giroscópio indicador de altitude Sperry F3 utilizado no Bonanza. Para piorar a situação, os dois instrumentos indicavam o eixo de uma aeronave de maneira exatamente oposta ao habitual; isso levou os investigadores a concluírem que Peterson pode ter pensado que estava subindo quando estava, de facto, descendo. Eles também descobriram que o piloto não recebeu os alertas adequados sobre as condições climáticas, o que, dado seus conhecimentos limitados, poderia tê-lo feito adiar o voo.
   
 

Há 52 anos a sonda soviética Luna 9 chegou à Lua

Réplica da Luna 9 em exibição no Museu do Ar e do Espaço de Paris, Le Bourget
   
A Luna 9, também conhecida como Luna E-6M No.1, foi a designação de uma sonda soviética do Programa Luna usando a plataforma E-6M, com o objetivo de efetuar uma alunagem suave na Lua.
Depois de um lançamento bem sucedido em 31 de janeiro de 1966, ela efetuou as correções de curso necessárias, acionou os retrofoguetes conforme o planeado e tornou-se a primeira nave espacial a efetuar uma alunagem suave na superfície da Lua, a 3 de fevereiro de 1966.
A sonda
A nave espacial era baseada na plataforma E-6M, uma versão melhorada e reforçada (desenvolvida pelo escritório Lavochkin), em relação à anterior. Pesando 1.583 kg no total, o módulo de aterragem possuía uma esfera de aço no topo, pesando 99 kg. Essa esfera era recoberta por bolsas infláveis pouco antes do pouso e libertada a cerca de cinco metros de altura, momentos antes de o módulo de aterragem/alunagem tocar o solo. Essa esfera, hermeticamente fechada, possuía no seu interior equipamento de rádio comunicação, dispositivos temporizadores, sistema de controle de temperatura, instrumentos científicos e um sistema de transmissão de imagens de televisão.
Lançamento e percurso
A Luna 9 foi lançada por um foguete Molniya-M (8K78M) as 11:45:00 UTC de 31 de janeiro de 1966, a partir da plataforma 31/6 do Cosmódromo de Baikonur. Depois de um lançamento bem sucedido e de ter atingido uma órbita de espera de 168 por 219 km e 51,8° de inclinação, a parte superior do foguete, um Bloco-L, reiniciou e ela foi colocada em trajetória de injeção translunar (uma órbita elíptica alta com 500.000 km de apogeu).
Depois disso, a sonda iniciou um processo de rotação sobre o próprio eixo a 0.67 rpm, usando jatos de azoto. Em 1 de fevereiro, às 19.29 horas UTC, uma correção de curso foi efetuada, envolvendo o acionamento de um dos motores durante 48 segundos.
 
A esfera de recolha de dados e imagens da Luna 9
 
Descida e alunagem
A uma distância de 8.300 km da Lua, a sonda foi orientada para acionar os seus retrofoguetes e a sua rotação parou, para preparação para o pouso. A 25 km da superfície lunar, o radioaltímetro comandou o abandono dos módulos laterais, o enchimento das bolsas de ar, e um novo acionamento dos retrofoguetes. A 250 m da superfície, o retrofoguete principal foi desligado e os quatro retrofoguetes auxiliares foram usados para diminuir a velocidade. A aproximadamente 5 m acima da superfície lunar, um sensor de contacto tocou o solo e comandou o desligar dos motores e a ejeção da cápsula de pouso. A nave "pousou" a 22 km/h de velocidade.
A esfera de pouso, bateu e rolou algumas vezes antes de parar a oeste das crateras Reiner e Marius, num lugar com as coordenadas aproximadas de 7.08 N, 64.37 W, da região conhecida como Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas, em português), às 18.45.30 UTC do dia 3 de fevereiro de 1966, 3 dias, 8 horas, 3 minutos e 15 segundos após o seu lançamento.
A Luna 9, foi o primeiro objeto feito pelo homem a pousar num outro corpo celeste. Foi a décima segunda tentativa da União Soviética em efetuar um pouso suave na Lua; também foi a primeira sonda espacial bem sucedida produzida pelo escritório de projetos Lavochkin, que passou a ser o responsável por praticamente todas as sondas lunares e interplanetárias soviéticas (depois russas). Todas as operações antes da alunagem, correram sem falhas. Aproximadamente cinco minutos depois do alunagem, a Luna 9 começou a transmitir dados para a Terra, mas somente depois de 7 horas, quando o Sol atingiu 7° de elevação, a sonda começou a enviar a primeira de nove imagens (incluindo cinco panorâmicas) da superfície da Lua. Essas foram as primeiras imagens transmitidas da superfície de um outro corpo celeste.
 
Operação na superfície 
Aproximadamente 250 segundos depois do pouso, as quatro "pétalas" que cobriam a parte superior da sonda esférica abriram e estabilizaram-na na superfície lunar. As antenas assumiram sua posições operacionais e o sistema de espelhos rotativos da câmara de televisão iniciaram o varrimento do ambiente lunar. Sete sessões de rádio, totalizando 8 horas e 5 minutos, foram transmitidas, assim como três séries de imagens de TV. Depois de editadas, as fotografias forneceram uma visão panorâmica da superfície lunar nas vizinhanças do local de pouso, incluindo rochas e o horizonte, a cerca de 1,4 km.
As imagens da Luna 9, não foram mostradas imediatamente pelas autoridades soviéticas. No meio tempo, os cientistas do observatório Jodrell Bank,  na Inglaterra, que estava monitorizando a nave espacial, notaram que o formato dos sinais utilizados por ela era o mesmo usado internacionalmente pelos jornais da época para transmitir fotografias. O Daily Express apressou-se a obter um receptor para o observatório, e as fotografias da Luna 9 foram descodificadas e publicadas em todo o Mundo. A BBC News especulou que os projetistas da nave deliberadamente equiparam a sonda com equipamentos de acordo com o padrão comercial da época, para permitir a recepção das imagens pelo observatório Jodrell Bank.
O detector de radiação, o único instrumento a bordo, mediu uma dosagem de 30 milirads (0,3 miligrays), por dia. A missão também constatou que um foguetão não iria afundar no solo lunar; que o solo podia suportar um módulo de aterragem pesado. A última transmissão da sonda foi recebida no dia 6 de fevereiro de 1966, às 22.55 horas UTC, quando se perdeu contacto com a superfície lunar.
    

Mendelssohn nasceu há 210 anos

Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn (Hamburgo, 3 de fevereiro de 1809 - Leipzig, 4 de novembro de 1847) foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 lieder, e os oratórios São Paulo e Elijah entre outros.
  
Biografia
Mendelssohn era filho do banqueiro Abraham Mendelssohn e de Lea Salomon, e neto do filósofo judaico-alemão Moses Mendelssohn, membro de uma família judia notável, mais tarde convertida ao cristianismo. Começou a compor aos nove anos (mais tarde mudou o seu sobrenome para Mendelssohn Bartholdy).
Felix cresceu num ambiente de intensa efervescência intelectual. As maiores mentes da Alemanha foram visitas frequentes da sua família, na casa em Berlim, incluindo a Wilhelm von Humboldt e Alexander von Humboldt. A sua irmã Rebecca casou com um grande matemático belga, Lejeune Dirichlet.
O seu pai, Abraham, renunciou à religião judaica e a família mudou-se para Berlim em 1811. Abraham e Lea tentaram dar a Felix Mendelssohn, ao seu irmão Paul e às suas irmãs Fanny e Rebeca, a melhor educação possível. A sua irmã, Fanny Mendelssohn (mais tarde, Fanny Hensel), tornou-se uma reconhecida pianista e compositora.
Mendelssohn era considerado uma criança prodígio. Começou a ter lições de piano com a sua mãe aos seis anos, acompanhados por Marie Bigot. A partir de 1817, estudou composição com Carl Friedrich Zelter em Berlim. Escreveu e publicou o seu primeiro trabalho, um quarteto com piano, aos treze anos. Mais tarde teve aulas de piano do compositor e virtuoso Ignaz Moscheles, que confessou em seu diário que ele tinha muito a ensinar-lhe. Moscheles foi grande colega e amigo ao longo da vida.
Charles Rosen, no seu livro A Geração Romântica, deprecia Mendelssohn como "kitsch religioso", opinião essa que  reflete um contínuo desprezo pela sua estética musical por parte de Richard Wagner e os seu seguidores.
Na Inglaterra, a reputação de Mendelssohn manteve-se elevada durante muito tempo. A Rainha Victoria demonstrou o seu entusiasmo, quando no Crystal Palace foi construída em 1854, uma estátua de Mendelssohn.
  
Morte
Uma paixão, não correspondida, pela soprano sueca Jenny Lind, pode ter contribuído para a morte de Mendelssohn. Essa é a tese levantada por uma jornalista do The Independent, Jessica Duchen. A tese tem por base um documento depositado nos arquivos da Royal Academy of Music, em Londres: uma declaração do marido de Jenny Lind, Otto Goldschmidt, confessando ter destruído uma carta de Mendelssohn para Jenny, que poderia macular profundamente as reputações da sua mulher e de Mendelssohn. Na carta o compositor teria declarado um amor ardente por ela, implorando que ela fugisse com ele para os Estados Unidos e ameaçando suicídio caso ela recusasse. Supõe-se que Jenny, de facto, recusou. Meses depois, Mendelssohn estava morto.

A música do Hino dos Açores faz hoje 125 anos!

Brasão de Armas dos Açores
  
A música do Hino dos Açores foi composta por Joaquim Lima, um músico filarmónico de renome e regente de banda, que então residia em Rabo de Peixe, durante as campanhas autonomistas da década de 1890, o Primeiro Movimento Autonomista Açoriano. Terá sido tocado em público, pela primeira vez, pela Filarmónica Progresso do Norte em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, a 3 de fevereiro de 1894. Intitulava-se então Hino Popular da Autonomia dos Açores.
Atual bandeira autonómica dos Açores
   
Letra atual
O texto do Hino dos Açores, da autoria de Natália Correia, oficialmente adoptado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 49/80/A, de 21 de outubro, é o seguinte:
Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.
Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.
Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
   
História
O Hino dos Açores terá sido tocado em público pela primeira vez pela Filarmónica Progresso do Norte em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, a 3 de fevereiro de 1894. Nesse mesmo dia, António Tavares Torres, então presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal da Ribeira Grande, acompanhado de um grupo de amigos e da Filarmónica Progresso do Norte, foi a Ponta Delgada apresentar o hino. Depois da Filarmónica o ter executado em frente das residências dos membros da Comissão Eleitoral Autonómica, ao anoitecer, reuniu-se no Campo de São Francisco um largo grupo de apoiantes da autonomia, que depois percorreu as ruas da cidade em direcção ao Centro Autonomista frente ao qual se realizou um comício autonomista da campanha para as eleições gerais daquele ano. No comício discursaram, entre outros, Caetano de Andrade, Pereira Ataíde, Gil Mont'Alverne de Sequeira e Duarte de Almeida.
A 14 de abril de 1894, dia das eleições gerais em que foram eleitos deputados autonomistas Gil Mont'Alverne de Sequeira, Pereira Ataíde e Duarte de Andrade Albuquerque, realizou-se um cortejo pelas ruas de Ponta Delgada, integrando filarmónicas que tocavam o Hino da Autonomia, que os acompanhantes cantavam.
A 9 de março de 1895, as filarmónicas também tocaram o Hino da Autonomia na Praça do Município de Ponta Delgada, numa festa organizada para assinalar a promulgação do Decreto de 2 de março de 1895, que concedia, embora mitigada, a tão desejada autonomia.
Ao longo dos anos, e em função da evolução política, o hino terá tido várias letras. A primeira que se conhece é a do Hino Autonomista, na realidade o hino do Partido Progressista Autonomista, liderado por José Maria Raposo de Amaral, então maioritário em São Miguel. Essa composição era da autoria do poeta António Tavares Torres, natural de Rabo de Peixe e militante daquele partido.
Com o advento do Estado Novo e do nacionalismo, o Hino dos Açores foi votado ao ostracismo. Com a autonomia constitucional, o Hino dos Açores foi oficialmente adotado pelo parlamento açoriano e a sua música, com arranjo de Teófilo Frazão sobre o original, oficialmente aprovada pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 13/79/A, de 18 de maio. Face à inexistência de uma letra com aceitação generalizada, foi encomendada uma nova à poetisa açoriana Natália Correia. A versão oficial do Hino dos Açores foi cantada pela primeira vez em público a 27 de junho de 1984, por alunos do Colégio de São Francisco Xavier.
    
 

Santa Joana Princesa nasceu há 567 anos

Joana de Portugal, O.P., também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata (Lisboa, 6 de fevereiro de 1452 - Aveiro, 12 de maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.
Chegou a ser jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.
Foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Arzila.
Após recusar veementemente várias propostas de casamento, Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas.
Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei João II de Portugal.
A princesa Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de maio. O Papa Paulo VI, a 5 de janeiro de 1965, declarou-a especial protectora da cidade de Aveiro.