quarta-feira, janeiro 25, 2012

O ditador Idi Amin nasceu, provavelmente, há 87 anos

Idi Amin Dada Oumee (Koboko, 25 de janeiro de 1925 - Jidá, 16 de Agosto de 2003) foi um militar e ditador de Uganda, que governou o país de 1971 a 1979.
Da etnia kakwa, sua ditadura foi caracterizada por genocídios e requintes de crueldade utilizados nas execuções, daí as alcunhas de "o carniceiro de Kampala" e "senhor do horror", atribuídas a ele pelo povo ugandês. Idi Amin assumiu o governo de Uganda quando era comandante-chefe das Forças Armadas, destituindo o antigo governo civil. Era defensor de Adolf Hitler e favorável à extinção do Estado de Israel. O seu governo terminou em 1979, quando as tropas da Tanzânia, que nunca reconheceram o seu governo, Idi Amim foi auto intitulado marechal-do-campo de seu país, o destituíram sob o apoio dos ugandeses.

Biografia
Idi Amin Dada nasceu numa pequena tribo de camponeses muçulmanos de Kakwa nas margens do rio Nilo, num dos distritos mais remotos de Uganda.
Alistado no Exército britânico, foi inicialmente ajudante de cozinha do regimento britânico King's African Rifles. Impressionou com seu 1,90 metro de altura e os seus 110 quilos, bem como a sua habilidade pugilística, que o converteram num campeão de boxe na categoria de pesos-pesados do seu país, de 1951 a 1960. Após a independência do país, em 1962, tornou-se chefe do Exército do presidente Milton Obote. Após o golpe de estado, depois de alguns meses de moderação, iniciou rapidamente a arbitrariedade como estilo de seu governo, que durou oito anos, sendo um regime brutal que deixou um país arruinado e 400 mil ugandeses mortos. Demonstrando um temperamento megalómano, vingativo e violento, expulsou, em 1972, cerca de 40 mil asiáticos, descendentes de imigrantes do império britânico na Índia, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda num país de homens negros. Uma figura grande e imponente, o seu comportamento excêntrico criou a imagem de um homem dado a explosões irregulares e foi chamado de "Big Daddy". Uma vez declarou-se "rei da Escócia", proibiu os hippies e as minissaias, e chegou a um funeral da realeza saudita usando um kilt. Certa vez (1999) disse a um jornal ugandês que gostava de tocar acordeão e de recitar o Alcorão. Ficou conhecido também por debochar de vários líderes internacionais: afirmava dar conselhos ao presidente americano Richard Nixon, criou o "Fundo Ugandês para a Salvação da Inglaterra" e cogitou a transferência da sede da ONU de Nova York para a capital de Uganda. Depois de assumir o poder (1971), tornou-se um ditador que violava os direitos humanos fundamentais durante um "reinado de horror", segundo a Comissão Internacional de Juristas. Foi um dos déspotas mais sanguinários da África tendo tomado o poder num golpe militar, derrubando o presidente Milton Obote.
Foi denunciado dentro e fora do continente africano por matar dezenas de milhares de pessoas durante seu governo. Algumas estimativas dizem que o número ultrapassa as cem mil pessoas. Muitos ugandenses acusavam o ex-campeão de boxe de manter cabeças decepadas no frigorífico, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma de suas esposas. Alguns diziam que praticava canibalismo.
Rompeu relações diplomáticas com Israel, ordenou a expulsão de 90 mil asiáticos, a maioria comerciantes indianos e paquistaneses, e de vários judeus. Foi recebido, em 1975, pelo Papa Paulo VI como chefe em exercício da Organização da Unidade Africana. Foi notícia internacional em 1976 quando, depois do sequestro de um avião da Air France por terroristas palestinianos e da intervenção das Forças de Defesa de Israel (FDI) na operação militar conhecida como Operação Entebbe (ocorrida no aeroporto de Entebbe - nome do aeroporto onde se sucederam os fatos, que fica nos arredores de Kampala, a 37 km do centro da cidade), foram libertados todos os reféns. O ataque deixou 31 mortos, entre eles 20 ugandeses, uma intervenção que foi encarada como uma humilhação pessoal, pois Idi Amin na ocasião declarava-se neutro para a imprensa internacional, quando na verdade apoiava os sequestradores palestinianos.
Rompeu em 1976 relações diplomáticas com o Reino Unido e, dois anos depois, fracassa um atentado contra ele nos subúrbios de Kampala. Exilado na Tanzânia, o líder por ele derrubado Milton Obote convocou um ataque e, no dia 11 de abril de 1979, o ditador foi derrubado pela Frente Nacional de Libertação do Uganda (FNLU), pelas forças do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, e de exilados ugandeses, e um novo regime, dirigido por Yusuf Lule, chefe do FNLU, também seria destituído no dia 20 de junho por Godfrey Binaisa.
Abandonou então o país e fugiu para a Líbia, mas teve de procurar um novo refúgio quando o presidente líbio Muammar al-Kaddafi o expulsou do país. Recebeu asilo da Arábia Saudita em nome da caridade islâmica, onde passou a viver até o fim de sua vida, acompanhado pelas suas quatro esposas e seus mais de 50 filhos. Quando o seu estado de saúde se agravou, em julho, uma de suas quatro mulheres pediu para voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, sob o argumento que se retornasse ao país seria julgado pelas suas atrocidades.

Morte
Gravemente doente foi internado na Unidade de Tratamentos Intensivos e morreu no Hospital Especialista Rei Faisal, em Jeddah, Arábia Saudita, de complicações devido à falência múltipla de órgãos. Foi enterrado na cidade saudita de Jeddah, onde viveu a maior parte do tempo desde que foi deposto (1979), num pequeno funeral horas depois de sua morte no sábado, 16 de agosto de 2003. Os ugandeses reagiram com uma mistura de alívio com a morte de um tirano e a nostalgia por um líder que muitos aplaudiram por expulsar asiáticos que dominavam a vida económica.

Idi Amin retatado em filme
Em 2007, foi lançado o filme "The Last King of Scotland" ("O Último Rei da Escócia"), que retrata as atrocidades de Idi Amin. O ator Forest Whitaker estrela o filme encarnando o ditador ugandense, papel pelo qual conquistou o Óscar da Academia como melhor ator.

Al Capone morreu há 65 anos

Alphonsus Gabriel Capone, ou simplesmente Al Capone, (Brooklyn, Nova Iorque, 17 de janeiro de 1899 - Palm Beach, 25 de janeiro de 1947) foi um gângster ítalo-americano que liderou um grupo criminoso dedicado ao contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30. Considerado por muitos como o maior gângster dos Estados Unidos. Al - como era chamado pelo seu círculo íntimo, tinha a alcunha de Scarface ("Cara de Cicatriz"), devido a uma cicatriz que tinha em seu rosto.
Filho de Gabriele Capone (1865-1920) e Teresina Raiola (1867-1952), o pai era barbeiro na cidade de Castellammare di Stabia, uma vila a alguns quilómetros ao sul de Nápoles, Itália e a mãe, Teresina, costureira e filha de Angelo Raiola, oriunda de Angri, comarca da província de Salerno.
A família Capone emigrou para os Estados Unidos em 1894, somando-se aos 42.977 italianos que assim também procederam.

Al Capone cresceu numa vizinhança muito pobre e pertenceu a pelo menos duas quadrilhas de delinquentes juvenis. Aos catorze anos foi expulso da escola em que cursava o ensino médio por agredir um professor. Integrou o grupo dos Cinco Pontos Five Points Gang em Manhattan, e trabalhou para o gângster Frank Yale.
Em 1918, Capone conheceu Mary "Mãe" Coughlin, de ascendência irlandesa. Em 4 de dezembro de 1918, Mãe deu à luz seu filho, Albert "Sonny" Francis. Capone casou-se com Mãe no dia 30 de dezembro do mesmo ano.
No ano seguinte, 1919, foi enviado por Frank Yale para Chicago transferindo-se para lá com sua família para uma casa localizada em South Prairie Avenue, 7244. Tornou-se braço direito do mentor de Yale, John Torrio.
Quando Torrio foi alvejado por rivais de outras gangues, Capone passou a liderar os negócios e rapidamente demonstrou que era melhor para comandar a organização do que Torrio, expandindo o sindicato criminoso para outras cidades entre 1925 e 1930.
Aos 26 anos mostrava-se um homem sem escrúpulos, frio e violento. Em 1929 foi nomeado o homem mais importante do ano, junto com personalidades da importância do físico Albert Einstein e do líder pacifista Mahatma Gandhi.
Capone controlava informantes, pontos de apostas, casas de jogo, bordéis, bancas de apostas em corridas de cavalos, clubes noturnos, destilarias e cervejarias. Chegou a lucrar mais de 100 milhões de dólares norte-americanos por ano, durante a Lei Seca; foi um dos que mais a desrespeitaram. Por ser promíscuo, acabou contraindo sífilis, o que o obrigava tomar remédios fortes.
Em 1931, foi condenado pela justiça americana por fuga aos impostos, com 11 anos de prisão. Sua pena foi revista em 1939, por causa de seu estado de saúde; ele tinha sífilis e apresentava traços de distúrbios mentais e morreu dessa doença em 1947.

Terry Chimes, o primeiro baterista dos The Clash, faz hoje 57 anos

(imagem daqui)

Terry Chimes (nascido em 25 de janeiro de 1955, em Stepney, Londres) foi o baterista original do grupo de punk rock: The Clash. Ele tocou originalmente com o The Clash de julho de 1976 a novembro de 1976; de janeiro de 1977 a abril de 1977; e, novamente, de maio de 1982 a fevereiro de 1983.
Ele fez também uma breve turnê com o Black Sabbath de novembro a dezembro de 1987, e novamente em maio de 1988.

Terry Chimes era um membro da banda de proto-punk: London SS, que tinha também como membro Mick Jones e Paul Simonon que, junto com Chimes, juntaram-se a Joe Strummer e Keith Levene para formar o The Clash.
Posteriormente, Chimes e Levene deixaram a banda. Mas, no entanto, Chimes foi trazido de volta à banda para gravar o álbum de estreia, intitulado simplesmente de The Clash. No livro do álbum, ele foi creditado como Tory Crimes. Após o lançamento do álbum, Chimes deixou a banda novamente, sendo, assim, substituído pelo baterista Topper Headon.
Em 1982, Headon foi demitido da banda devido aos problemas com drogas e Chimes foi convidado a se juntar novamente à banda para uma tournée pelos Estados Unidos. Ele está no videoclipe da música "Rock the Casbah".

Após deixar o The Clash, Chimes tocou bateria em diversos outros grupos de rock and roll. Tocou na banda Johnny Thunders and the Heartbreakers por um breve período de tempo, de 1977 a 1984. Tocou na Cowboys International em 1979. Assumiu as baquetas da banda Generation X de 1979 a 1980. Juntou-se ao Hanoi Rocks em 1985. Participou também da "The Cherry Bombz" em 1986, e, por fim, de 1987 a 1988, acabou por fazer uma tournée com o Black Sabbath para promover o álbum "The Eternal Idol".

Em 2003, ele entrou no Rock and Roll Hall of Fame como membro dos The Clash, onde ele mencionou como apreciava o trabalho do baterista Topper Headon. No entanto, não foi incluído como membro do Black Sabbath quando o grupo foi aí consagrado em 2006.

Alicia Keys - 31 anos

Alicia Keys (nome artístico de Alicia Augello-Cook; Nova Iorque, 25 de janeiro de 1981) é uma cantora de R&B/soul, pianista, compositora, produtora musical e actriz norte-americana. Keys é uma artista de renome, tendo vendido mais de 30 milhões de álbuns e 25 milhões de singles, o que faz dela uma das artista mais bem sucedidas da sua era. Arrecadou já mais de dez Grammys, dez Billboard Music Awards e cinco American Music Awards. Alicia é conhecida mundialmente por canções como "Fallin'", "You Don't Know My Name", "If I Ain't Got You", "No One" e "Empire State of Mind".
Iniciou uma incursão no mundo do cinema, em 2007, com a comédia de acção Smokin' Aces e The Nanny Diaries, ao lado de Scarlett Johansson. Em 2008, protagoniza o filme The Secret Life of Bees, com as também estrelas da música, Jennifer Hudson e Queen Latifah.
Em 2010, o canal de música VH1 incluiu Alicia Keys na lista dos "100 Maiores Artistas de Todos o Tempos".
Estilo musical
As suas canções, normalmente acompanhadas pelo piano, visto Keys ser uma pianista com formação clássica, falam muitas vezes sobre amor, desgostos e o poder feminino
Como inspiração, cita vários músicos, incluindo Prince, Nina Simone, Barbra Streisand, Marvin Gaye , Quincy Jones, Donny Hathaway e Stevie Wonder.
O seu estilo está enraizado no gospel e soul vintage, complementado pelo baixo e sintetizadores. Incorporando fortemente o piano clássico com o R&B, soul e jazz, começou a experimentar outros géneros musicais, como o pop e rock, no seu terceiro álbum, As I Am, e um som neo soul e R&B dos anos 80 e 90 no seu quarto álbum, The Element of Freedom.
A sua classificação vocal é de contralto e a sua extensão vocal varia em 3 oitavas. Muitas vezes referida como "Princess of Soul" ou "Princesa do Soul", é caracterizada por ter um timbre de voz forte, cru e apaixonado.
Carreira como atriz
Alicia Keys tem também já uma considerável carreira como actriz, que iniciou com pequenos papéis em séries de televisão. A sua primeira participação foi em 2001, na série Charmed. Participa, depois, em séries como American Dreams, em 2003 e The Backyardigans, em 2006. No cinema, fez a sua estreia em 2007, com os filmes Smokin' Aces, uma comédia de acção, realizado por Joe Carnahan, com Ben Affleck, Jason Bateman, Andy Garcia e Ray Liotta e The Nanny Diaries, ao lado de Scarlett Johansson. No ano seguinte, surge como uma das irmãs Boatwright, que ganham a vida como apicultoras, em A Vida Secreta das Abelhas, realizado por Gina Prince-Bythewood e produzido por Will Smith.
Filantropia - Keep a Child Alive
Keep a Child Alive é uma organização sem fins lucrativos co-fundada por Alicia Keys, em 2003. A principal actividade da organização é fazer chegar medicamentos a famílias portadoras do vírus HIV em África. Para a angariação de fundos para esta causa, em 2005 grava com Bono Vox versão da canção de Peter Gabriel e Kate Bush reintitulada "Don't Give Up (Africa)", sendo colocada para download no iTunes. Em 2009, foi agraciada com o Prémio Humanitário, nos BET Awards, atribuídos pela Black Entertainment Television, a afro-americanos, em categorias como música, cinema e desporto.

No One

I just want you close
Where you can stay forever
You can be sure
That it will only get better

You and me together
Through the days and nights
I don't worry 'cause
Everything's gonna be allright

People keep talking
They can say what they like
But all I know is
Everything's gonna be allright

No one, no one, no one
Can get in the way of what I'm feeling
No one, no one, no one
Can get in the way of what I feel
For you, you, you
Can get in the way of what I feel for you

When the rain is pouring down
And my heart is hurting
You will always be around
This I know for certain

You and me together
Through the days and nights
I don't worry 'cause
Everything's gonna be alright

People keep talking
They can say what they like
But all I know is
Everything's gonna be alright

No one, no one, no one
Can get in the way of what I'm feeling
No one, no one, no one
Can get in the way of what I feel
For you, you, you
Can get in the way of what I feel

I know, some people search the world
To find something like what we have
I know, people will try
Try to divide something so real
So 'till the end of time
I'm telling you
That no one

No one, no one
Can get in the way of what I'm feeling
No one, no one, no one
Can get in the way of what I feel for you

Lagrange nasceu há 276 anos

Joseph Louis Lagrange (Turim, 25 de janeiro de 1736 - Paris, 10 de abril de 1813) foi um matemático italiano. O pai de Lagrange havia sido tesoureiro de guerra da Sardenha, tendo se casado com Marie-Thérèse Gros, filha de um rico físico. Foi o único de dez irmãos que sobreviveu à infância. Napoleão Bonaparte fez dele senador, conde do império e grande oficial da Legião de Honra.
Aos dezasseis anos tornou-se professor de matemática na Escola Real de Artilharia de Turim. Desde o começo foi um analista, nunca um geómetra, o que pode ser observado em Méchanique Analytique (Mecânica Analítica), sua obra prima, projectada aos 19 anos, mas só publicada em Paris em 1788, quando Lagrange tinha cinquenta e dois anos. “Nenhum diagrama (desenho) será visto neste trabalho”, diz ele na abertura de seu livro, e acrescenta que “a ciência da mecânica pode ser considerada como a geometria de um espaço com quatro dimensões – três coordenadas cartesianas e um tempo-coordenada, suficientes para localizar uma partícula móvel tanto no espaço quanto no tempo”.
Organizou as pesquisas desenvolvidas pelos associados da Academia de Ciências de Turim. O primeiro volume das memórias da academia foi publicado em 1759, quando Lagrange tinha vinte e três anos.
Aos vinte e três anos aplicou o cálculo diferencial à teoria da probabilidade, indo além de Isaac Newton com um novo começo na teoria matemática do som, trazendo aquela teoria para o domínio da mecânica do sistema de partículas elásticas (ao invés da mecânica dos fluidos), sendo também eleito como membro estrangeiro da Academia de Ciências de Berlim (2 de outubro de 1759).
Entre os grandes problemas que Lagrange resolveu encontra-se aquele da oscilação da Lua. Por que a Lua apresenta sempre a mesma face para a Terra? O problema é um exemplo do famoso “Problema dos Três Corpos” – a Terra o Sol e a Lua – atraindo-se uns aos outros, de acordo com a lei do inverso do quadrado da distância entre os seus centros de gravidade. Pela solução deste problema recebeu o Grande Prémio da Academia Francesa de Ciências, aos vinte e oito anos.
Tais sucessos levaram o Rei da Sardenha a oferecer a Lagrange todas as despesas pagas de uma viagem a Paris e Londres.
Ficou em Berlim vinte anos, onde se casou e enviuvou, tendo exercido a função de diretor da divisão físico-matemática da Academia de Berlim, onde fazia e refazia seus trabalhos, nunca se satisfazendo com o resultado, o que significou um desespero para os seus sucessores.
Em carta escrita para D’Alembert, em 1777, diz: “eu tenho sempre olhado a matemática como um objecto de diversão, mais do que de ambição, e posso afirmar para você que tenho mais prazer nos trabalhos de outros do que nos meus próprios, com os quais estou sempre insatisfeito”. E, em outra carta histórica de 15 de setembro de 1782, diz ter quase terminado seu tratado de Mécanique Analytique, acrescentando que, como ainda não sabia quando nem como seria o livro impresso, não estava se apressando com os retoques finais.
Com a morte de Frederico o Grande, em 17 de agosto de 1786, solicitou sua dispensa. Foi permitida sob a condição de que continuasse a remeter trabalhos para a academia pelo período de alguns anos.
Voltou a seus trabalhos matemáticos como membro da Academia Francesa a convite de Luís. Foi recebido em Paris, em 1787, com grande respeito pela família real e pela academia. Viveu no Louvre até a Revolução, tendo-se tornado o favorito de Maria Antonieta.
Aos cinquenta e um anos, Lagrange sentia-se acabado. Era um caso claro de exaustão nervosa, pelo longo período de trabalho excessivo. Falava pouco, parecia estar sempre distraído e melancólico. Era a triste figura da indiferença, tendo perdido, inclusive, o gosto pela matemática.
A Tomada da Bastilha quebrou sua apatia. Recusou-se a deixar Paris. Quando o terror chegou, arrependeu-se de ter ficado. Era tarde para escapar. As crueldades destruíram a pouca fé que ele ainda tinha na natureza humana.
Terminada a revolução, foi tratado com muita tolerância. Um decreto especial garantiu-lhe uma pensão, e quando a inflação reduziu sua pensão a nada, foi indicado para professor da Escola Normal, que teve vida efémera. Foi então indicado para professor da Escola Politécnica, fundada em 1797, tendo planeado o curso de matemática, sendo seu primeiro professor.
Em 1796, quando a França anexou o Piemonte a seu território, Taillerand foi enviado como emissário para dizer a seu pai, ainda vivendo em Turim: “seu filho, orgulho de Piemonte que o produziu, e da França que o possui, honra toda a humanidade por seu génio”.
Referindo-se a Isaac Newton, ele disse: “foi certamente o génio por excelência mas temos que concordar que ele foi também o que mais sorte teve: só se pode encontrar uma única vez o sistema solar para ser estabelecido. Ele teve sorte de ter chegado quando o sistema do mundo permanecia ignorado”.
Notando-lhe a enlevação alheada, durante uma sessão musical, alguém perguntou o que ele achava da música. E ele respondeu: “a música me isola; eu ouço os três primeiros compassos; no quarto eu já não distingo mais nada; entrego-me aos meus pensamentos; nada me interrompe; e é assim que eu tenho resolvido mais de um problema difícil.”
Seu último trabalho científico foi a revisão e complementação da Mécanique Analytique para a segunda edição, quando descobriu que seu corpo já não obedecia à sua mente. Morreu na manhã do dia 10 de abril de 1813, com setenta e seis anos.


NOTA: este matemático e físico postulou, nas órbitas dos planetas, pontos de estabilidade (pontos de Lagrange, a 60º a partir do Sol e do planeta, por exemplo, Júpiter...) onde pode haver asteróides - que hoje chamamos de asteróides troianos e que já foram localizados na órbita de diversos planetas gasosos.

Witold Lutoslawski nasceu há 99 anos

Witold Lutosławski (Varsóvia, 25 de janeiro de 1913 -Varsóvia, 9 de fevereiro de 1994) foi um compositor polaco, o mais famoso desde Chopin.
Desenvolveu as suas técnicas sob a censura e repressão do regime nazi e estalinista. Fez uso do dodecafonismo e técnicas aleatórias.
Estudou piano, violino e técnicas de composição com Witold Maliszewski, que tinha sido aluno de Rimsky-Korsakov. Durante a Segunda Guerra Mundial conseguia sobreviver a tocar piano em bares de Varsóvia. Foi perseguido pelo regime comunista por as suas composições serem consideradas "elitistas". Na década de 1980 apoiou o movimento político Solidariedade.
O seu primeiro e importante trabalho orquestral foram as "Variações Sinfónicas" (1939).
A sua música inicial tem influência do folclore polaco, a qual transformava modificando as melodias e harmonias. Escreveu quatro sinfonias, numerosas obras de música de câmara, pequenas composições como tangos, valsas e foxtrots. A sua obra mais conhecida é o Concerto para orquestra (1954).

Tom Jobim nasceu há 85 anos

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 - Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido como Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e guitarrista brasileiro.
É considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling Stone, e um dos criadores do movimento da bossa nova. É praticamente uma unanimidade entre críticos e público em termos de qualidade e sofisticação musical.
É também o único artista lusófono na lista dos 500 melhores álbuns de sempre, de acordo com a revista Rolling Stone.
Biografia
Nascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Tom mudou-se com a família no ano seguinte para Ipanema, onde foi criado. A ausência do pai, Jorge de Oliveira Jobim, durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente para as construções harmónicas e melódicas. Aprendeu a tocar viola e piano em aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafónica no Brasil.

Vida pessoal
No dia 15 de outubro de 1949, Antônio Carlos Jobim casou-se com Thereza de Otero Hermanny (1985), com quem teve dois filhos, Paulo (n. 1950) e Elizabeth (1957).
Em 30 de abril de 1986, ele casou-se com a fotógrafa e vocalista da Banda Nova, Ana Beatriz Lontra, que tinha a mesma idade de sua filha Elizabeth. Tom e sua segunda esposa tiveram dois filhos juntos, João Francisco (1979-1998) e Maria Luiza (1987).
Declarou em entrevista à TV Globo, em 1987, que o Rio de Janeiro onde viveu sua infância era muito diferente do Rio que se encontrava na época da entrevista.

Trajetória pessoal
Pensou em trabalhar como arquiteto, chegando a cursar o primeiro ano da faculdade e até a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e decidiu ser pianista. Tocava em bares e discotecas em Copacabana, como no Beco das Garrafas no início dos anos 1950, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental, onde trabalhou com Sávio Silveira. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Datam dessa época as primeiras composições, sendo a primeira gravada "Incerteza", uma parceria com Newton Mendonça, na voz de Mauricy Moura.
Depois da Continental, foi para a Odeon. Entretanto, não tinha tanto tempo para se dedicar à composição, que lhe interessava mais. É nesse época que compõe alguns sambas, em parceria de Billy Blanco: Tereza da Praia, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental (1954), Solidão e a Sinfonia do Rio de Janeiro. Tereza da Praia o primeiro sucesso. Depois disso, ocorreram outras parcerias, como com a cantora e compositora Dolores Duran, na canção Se é por Falta de Adeus.
Em 1956 musicou a peça Orfeu da Conceição com Vinícius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça fez bastante sucesso a canção antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. O LP Canção do Amor Demais (1958), em parceria com Vinícius, e interpretações de Elizeth Cardoso, foi acompanhado pelo violão de um baiano até então desconhecido, João Gilberto. A orquestração é considerada um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das melodias e harmonias. Inclui, entre outras, Canção do Amor Demais, Chega de Saudade e Eu Não Existo sem Você. A consolidação da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações Chega de Saudade, interpretado por João Gilberto, lançado em 1959, com arranjos e direção musical de Tom, selou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali para frente. No mesmo ano foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com 12 canções de Tom, entre elas "Só em Teus Braços", "Dindi" (com Aloysio de Oliveira) e "A Felicidade" (com Vinícius).
Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: "Garota de Ipanema". Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de "clássicos" produzidos por Tom é impressionante: "Samba do Avião", "Só Danço Samba" (com Vinícius), "Ela é Carioca" (com Vinícius), "O Morro Não Tem Vez", "Inútil Paisagem" (com Aloysio), "Vivo Sonhando". Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi The Composer of Desafinado, Plays, de 1965), participou de espetáculos e fundou sua própria editora, a Corcovado Music.
O sucesso fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom ("The Girl From Ipanema", "How Insensitive", "Dindi", "Quiet Night of Quiet Stars") e composições americanas, como "I Concentrate On You", de Cole Porter. No fim dos anos 1960, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento entre outras instrumentais), participou de festivais no Brasil, conquistando o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com Sabiá, parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. Sabiá conquistou o júri, mas não o público, que vaiou ostensivamente a interpretação diante dos constrangidos compositores.
Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura brasileira. É o caso de "Matita Perê" e "Urubu", lançados na década de 1970, que marcam a aliança entre sua sofisticação harmônica e sua qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Ana Luiza, Lígia, Correnteza, O Boto, Ângela. Também nessa época grava discos com outros artistas, como Elis e Tom, com Elis Regina, Miúcha e Tom Jobim e Edu e Tom, com Edu Lobo.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Em 1987, lançou Passarim, obra de um compositor já consagrado, que pode desenvolver seu trabalho sem qualquer receio, acompanhado por uma banda grande, a Banda Nova. Além da faixa-título, Gabriela, Luiza, Chansong, Borzeguim e Anos Dourados (com Chico Buarque) são os destaques. Em 1992 foi enredo da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Seu último álbum, Antônio Brasileiro, foi lançado em 1994, pouco antes da sua morte, em dezembro, de paragem cardíaca, quando estava se recuperando de um câncer de bexiga no Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque.
Algumas biografias foram publicadas, entre elas Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado, de sua irmã Helena Jobim, Antônio Carlos Jobim - Uma Biografia, de Sérgio Cabral, e Tons sobre Tom, de Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado.
Antônio Carlos Jobim foi homenageado com um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em 1991.
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi renomeado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim ' junto ao Congresso Nacional por uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin.
Em 25 de janeiro de 2011, dia em que Tom Jobim completaria 84 anos, o Google alterou o logo da sua página inicial em homenagem a Tom na sua versão brasileira.


Garota de Ipanema - João Gilberto
Letra de Vinícius de Moraes e música de Tom Jobim

Olhe, que coisa mais linda,
mais cheia de graça;
é ela menina
que vem e que passa
num doce balanço,
caminho do mar

Moça do corpo dourado,
do sol de Ipanema,
O seu balançado
é mais que un poema:
é a coisa mais linda
que eu já vi passar

Ah! Porque estou tão sozinho?
Ah! Porque tudo é tão triste?
Ah! A beleza que existe --
A beleza que não é só minha,
que também passa sozinha

Ah! Se ela soubesse
que quando ela passa,
o mundo, sorrindo,
se enche de graça
e fica mais lindo
por causa do amor...

terça-feira, janeiro 24, 2012

Mais música de Paulo Diniz





O Sol anda zangado...

Ciências
Está em curso a maior erupção solar desde 2005

Imagem distribuída pela NASA, captada pelo Solar Dynamics Observatory, mostra a erupção solar

A erupção solar ocorrida ontem, a mais forte desde uma tempestade solar em 2005, está a enviar em direcção à Terra partículas com carga eléctrica. Mas a maior parte está a ser desviada pelo campo magnético do planeta, sem ter impactos na superfície, diz a NASA.

As partículas ionizadas, expelidas pela erupção no hemisfério Norte do Sol, estão a viajar a uma velocidade superior a dois mil quilómetros por segundo, informa o Centro espacial Goddard, da agência espacial norte-americana (NASA). Os protões (partículas com carga eléctrica positiva) começaram a chegar à Terra ontem e deverão continuar a fazer-se sentir nos próximos dias.

Ainda que esta erupção tenha sido “relativamente forte” – não chega a ser severa –, não é um fenómeno raro. Segundo Filipe Pires, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, o Sol tem um ciclo regular de 11 anos. “O Sol esteve no mínimo e agora está a voltar a ter uma maior actividade. O máximo deverá ocorrer em 2013”, disse ao PÚBLICO.

Estas erupções têm origem em manchas solares, “regiões com um campo magnético muito intenso” e que ”podem ser maiores que a Terra, duas a três vezes”.

A NASA garante, em comunicado, não existir perigo para a Terra. O único efeito será a ocorrência de auroras, especialmente nas regiões perto das zonas polares. Filipe Pires diz que o centro de astrofísica e o planetário não detectaram qualquer consequência da erupção solar. “A maior parte das partículas é desviada pelo campo magnético da Terra, uma camada muito grande de atmosfera que nos protege”, acrescenta.

No espaço, o cuidado deve ser maior. “Os astronautas devem evitar saídas espaciais por estes dias. Mas tirando isso, não deverá haver problemas dentro da Estação Espacial Internacional”, disse Filipe Pires.

Ainda assim, o risco maior será para os satélites. “Podem ser induzidas correntes que podem queimar a parte electrónica dos aparelhos e danificar o software. Mas há sempre sistemas de apoio em caso de algo correr mal”.

Alguns poemas imortais na voz de Paulo Diniz


E agora, José?

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


Carlos Drummond de Andrade



Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsenquente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei um burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de seu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada


Manuel Bandeira

Modigliani morreu há 92 anos

Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 - Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris. Um artista principalmente figurativo, ele se tornou conhecido por pinturas e esculturas em estilo moderno caracterizado por faces mascara e alongamento da forma. Morreu de meningite tuberculosa, agravada pela pobreza, excesso de trabalho e consumo de álcool e drogas (haxixe).

Biografia
Modigliani nasceu em uma família judia, em Livorno, Itália. A cidade portuária, Livorno, por muito tempo serviu de refúgio para os perseguidos devido sua religião e era o lar de uma grande comunidade judaica. Seu avô materno, Solomon Garsin, tinha emigrado para Livorno no século 18 como um refugiado.
Modigliani foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e sua esposa francesa, Eugenia Garsin. Seu pai era um cambista, mas quando seu negócio faliu, a família começou a viver na pobreza. O nascimento de Amedeo salvou a família da ruína, pois de acordo com uma lei antiga, os credores não podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente quando Eugenia entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus pertences mais valiosos colocando-os em cima dela.
Modigliani teve uma estreita relação com sua mãe, que lhe deu aulas até completar dez anos.
Na infância, sofreu de diversas doenças graves: pleurisia, tifo e tuberculose, o que comprometeu sua saúde pelo resto da vida - mas cujo tratamento o forçava a constantes viagens e grande intercâmbio cultural até a mudança definitiva para Paris, em 1906.
É conhecido por ter começado a desenhar e pintar precocemente, antes mesmo dos estudos habituais. Aos quatorze anos, durante uma crise de febre tifóide, ele delirava e em seus delírios, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no Palazo Pitti e Uffizi, em Florença.
A sua mãe, então, prometeu-lhe que, assim que recuperasse, o levaria a Florença. Ela não só cumpriu a promessa como o matriculou com o melhor mestre de pintura em Livorno: Guglielmo Micheli.
Como outros pintores e artistas, viveu a experiência da extrema pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue para Modigliani uma exposição individual na galeria Weil. A exposição durou apenas um dia, pois se transformou num escândalo graças aos nus expostos na vitrina da galeria.
A grande musa de Amedeo foi Jeanne Hébuterne, com quem teve uma filha, Jeanne, em 1918.
Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918. Na noite de 24 de janeiro de 1920, aos 36 anos, Modigliani morre de tuberculose, agravada pelo consumo excessivo de álcool e drogas (haxixe). Foi sepultado no célebre Cemitério do Père-Lachaise.
No dia seguinte à morte do pintor, sua esposa Jeanne, grávida de nove meses, suicidou-se ao atirar-se do quinto andar de um edifício.

Estilo
Fruto de diversas culturas, amigo de tantos artistas e encontrando-se numa conturbada fase de questionamentos e transições, sua obra entretanto não pode ser considerada filiada a nenhum dos estilos, dotada toda ela de um estilo próprio e autónomo.
Seus nus, que provocaram escândalo em seu tempo, revelam não sensualidade, mas um desnudamento da alma humana. Seu estilo faz parte de um momento em que a arte pictórica, confrontada à fotografia, lutava para conquistar seu espaço, seus valores e sua estética.

Escultura
Nota-se em suas esculturas uma forte influência da arte africana e cambojana, que provavelmente conhecera no "Musée de l'Homme". Seu interesse pelas máscaras africanas é evidente no tratamento dos olhos de seus modelos. Com o agravamento de sua doença, a partir de 1912 abandona a escultura, concentrando-se apenas na pintura.
Em 1906 mudou-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boémia, executou uma de suas obras mais importantes: "O violoncelista", que expôs no Salão dos Independentes de 1909.
O encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani, que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do Gabão.

Portrait of Jeanne Hébuterne, 1918

O músico brasileiro Paulo Diniz nasceu há 72 anos

(imagem daqui)

Paulo Diniz (Pesqueira, Pernambuco, 24 de janeiro de 1940) é um cantor e músico brasileiro.
Foi para o Recife trabalhar como crooner e baterista em casas noturnas. Foi locutor e ator de rádio e televisão, em Pernambuco e no Ceará. Em 1964 foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou  na Rádio Tupi e passou a compor com mais frequência. Seu primeiro disco saiu em 1966, com a música O Chorão.
Quatro anos depois lançou dois LPs, e em seguida dedicou-se à tarefa de musicar poemas de língua portuguesa de importantes autores como Carlos Drummond de Andrade (E Agora, José?), Gregório de Matos (Definição do Amor), Augusto dos Anjos (Versos Íntimos), Jorge de Lima (Essa Nega Fulô) e Manuel Bandeira (Vou-me Embora pra Pasárgada).
Suas músicas foram gravadas por Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone e outros. Entre seus sucessos destacam-se Pingos de Amor, gravado por vários intérpretes, Canoeiro, Um Chopp pra Distrair, I Want to Go Back to Bahia (uma homenagem a Caetano Veloso, então exilado em Londres) e Quem Tem um Olho É Rei, todas em parceria com Odibar.
Atualmente Paulo Diniz continua realizando apresentações, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que contraiu uma misteriosa doença em 2005 que paralisou seus membros inferiores.