Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (
Sevilha,
6 de Junho de
1599 —
Madrid,
6 de Agosto de
1660) foi um pintor
espanhol e principal artista da corte do Rei
Filipe IV de Espanha. Era um artista individualista do período
barroco contemporâneo, importante como um
retratista. Além de inúmeras interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras europeias e plebeus, culminando na produção de sua obra-prima,
Las Meninas (1656).
(...)
Filho de um
advogado de
nobre ascendência
portuguesa, Velázquez levou o prenome do avô paterno que, em 1581, deixou Portugal (era originário do Porto) para instalar-se com sua esposa em Sevilha. Sua mãe era de origem sevilhana. Foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de
arte, insuperável pintor de
retratos.
Em 1610, sua família percebeu sua vocação e, ainda jovem, Velázquez foi levado para estudar com Francisco Herrera, o Velho, pintor naturalista apaixonado pela arte de
Caravaggio. Em Dezembro do mesmo ano, entrou como aprendiz no estúdio de Francisco Pacheco e, em 1611, o pai assinou, em seu nome, um contrato de aprendizado por seis anos com Pacheco, após o que seria submetido a exame, constituído por uma prova teórica e uma prova prática de pintura a óleo. Em Sevilha, a comunidade artística era regida por uma espécie de confraria. A corporação de São Lucas era controlada por Pacheco e Juan de Uceda. Depois de passar pelos exames, Velázquez precisava jurar fidelidade aos estatutos da organização. Só então teria o direito de praticar a arte.
Casado com a filha de seu professor, Juana, com quem teve uma filha, Francisca, logo Velázquez iria se unir a Diego de Melgar, com quem foi para
Madrid. A personalidade do seu mestre, Pacheco, tido como pintor medíocre, mas teórico interessante, forneceu uma sólida formação técnica a Velázquez e acesso a um meio que revelou-se valioso para a sua profissão. Pacheco encarregou Velázquez, em sua primeira viagem a
Madrid, de encontrar
Luís de Góngora, o poeta, e de fazer seu retrato. Durante a viagem, na companhia do poeta Francisco de Rioja - membro da academia sevilhana de Pacheco, foi apresentado a Gaspar de Guzmán conde-duque de
Olivares, também sevilhano. A partir daí, Velázquez tem acesso às colecções reais. Em 1623, um ano depois da morte de Rodrigo de Villandrano, um dos cinco pintores do rei,
Felipe IV encomenda a Velázquez seu retrato e o nomeia pintor real.
Em seus primeiros trabalhos é possível notar contraste entre zonas escuras e zonas iluminadas por um único foco de luz, uma tentativa de ressaltar volumes e relevos. Esta técnica era característica do
tenebrismo e tinha como principal artista
Caravaggio, muito conhecido pelo seu sarcasmo. Um exemplo destacado deste período seria a
Adoração dos Reis Magos (
1619).
Como um pintor de retratos inspirado no tenebrismo buscava mostrar os detalhes de cada modelo. Sendo que seu diferencial era não prender-se apenas ao cómico ou ao grotesco dos personagens, retratando todos respeitosamente e destacando a individualidade de cada um.
Velázquez queria ser reconhecido, não só como pintor, tinha também objectivos de ascensão social, queria estar envolvido com a corte real. Foi então que seu sogro, conseguiu através de um amigo, o então conde-duque de Olivares, com que pudesse executar um retrato do rei Filipe IV.
O resultado foi um retrato equestre do rei, o qual ficou maravilhado e concedeu na mesma hora a Velázquez o posto de pintor de câmara da corte real. Pena que o paradeiro desta obra seja desconhecido.
Seu ingresso na corte foi o primeiro passo para cumprir seus objectivos dentro da pintura e de sua vida social. Tinha um recurso único que era a permissão de poder visitar sempre que quisesse o acervo real de obras-primas. No período de (
1628-
1629) conheceu o grande mestre do
barroco Peter Paul Rubens, que também era membro da corte. Conhecer Rubens foi um divisor de águas para sua obra pictórica.
Aperfeiçoou-se executando inúmeros retratos da corte e quadros históricos. As visitas de
Rubens despertaram nele o desejo de conhecer a
Itália e conseguiu ser enviado em missão oficial a todas as províncias italianas, comprando obras de arte para a coroa espanhola e tomando conhecimento do trabalho dos melhores artistas. Encontrou-se com
Ribera em
Nápoles e estudou particularmente os frescos de
Michelangelo Buonarroti e de
Rafael e a cor e a luz em
Tintoretto e
Paolo Veronese. Ao voltar de viagem, executou trabalhos religiosos e profanos, assim como retratos equestres do rei e do infante.