Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso
in Destino (1998) - Maria Teresa Horta
O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas. Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
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OS COLOMBOS
Outros haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz dele história.
E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa
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A Batalha de Alfarrobeira foi o recontro travado entre o jovem rei D. Afonso V e o Infante D. Pedro, seu tio, em 20 de maio de 1449, junto da ribeira do lugar de Alfarrobeira, em Vialonga, perto de Alverca. No princípio do ano de 1448, aconselhado por seu tio bastardo, D. Afonso, Duque de Bragança, pelo filho do anterior, o Conde de Ourém e pelo arcebispo de Lisboa, decidiu D. Afonso V afastar do governo do reino, o seu tio, tutor e sogro, que abandonou a corte, a pretexto da administração das suas terras e se instalou na casa ducal de Coimbra.
Poema da Alfarrobeira
Era Maio, e havia flores vermelhas e amarelas
nos campos de Alfarrobeira.
O homem,
de burel grosso e barba de seis dias,
arrastava os tamancos e o cansaço.
Ao lado iam seguindo os bois puxando o carro,
naquele morosíssimo compasso
que engole o tempo ruminando o espaço.
Era um velho mas tinha a voz sonora
e com ela incitava os bois em andamento,
voz cantada que os ecos prolongavam
indefinidamente.
Era um deus soberano e maltrapilho
a cuja imperiosa voz aquelas massas
de carne musculada
maciça, rude, bruta, inamovível,
obedeciam mansas e seguiam
no sulco aberto
como se um pulso alado as dirigisse,
mornas e sonolentas.
A voz era a de um deus que os mundos cria,
que do nada faz tudo,
que vence a inércia e anula a gravidade,
que levita o que pesa e o trata como leve.
Potência aliciadora alonga-se e prolonga-se
nos plainos da paisagem,
enquanto os animais prosseguem no caminho
do seu quotidiano,
pensativos e absortos.
Lá em baixo, na margem do ribeiro,
estendido sobre a erva,
jaz o infante.
Do seu coração ergue-se a haste de um virote
erecta como um junco,
e já nenhuma voz o acordará.
in Novos Poemas Póstumos (1990) – António Gedeão
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Já não sei onde tenho a pasta académica e as fitas, abandonei há muito tempo, em recanto que desconheço, a capa e batina - mas esta noite fui, sou e serei estudante de Coimbra...!
Tenho saudades dos velhos Mestres, alguns que já nos deixaram e outros que ainda nos acompanham, dos colegas de curso de Geologia (os Geopedrados e os de outros anos...), dos colegas de universidade de outros cursos e dos amigos que ali fiz, dos tempos das tainadas e das aulas, das saídas de campo e das festividades académicas, da cidade que ama os seu doutores, do fado e canção de Coimbra, das serenatas (monumentais e de rua), dos jogos da OAF e das outras modalidades...
Hoje sou outra vez caloiro e doutor, futrica e estudante, paraquedista e veterano - hoje sou Coimbra!
Desde menino frequentou as rodas de samba, apesar da resistência do pai, que era pastor protestante e via a samba sociedade uma ‘manifestação do diabo’. O pai, dono do Colégio Assumpção, arrumou uma vaga de professor para o filho, tão logo ele concluiu o Científico. Ele pretendia que, com a profissão, o filho abandonasse o gosto pela música.
Silas dava aulas de Português, quando começou a namorar uma das alunas, a jovem Elaine dos Santos. Nessa época também fez amizade com o jornaleiro Mano Décio da Viola, que se tornaria o seu maior parceiro. Pelas mãos de Elaine e de Mano Décio, Silas sobe os morros cariocas atrás de rodas de samba. Com os dois, frequenta também os tradicionais pagodes nas casas das tias baianas, regados a muita bebida, comida e batucada. O seu talento como compositor começa a se revelar, ainda que timidamente. As visitas a estes locais passam a ser cada vez mais constantes e não tarda para que Silas passe a ser considerado como ‘gente da casa’ nos redutos de samba.
Em 1942, durante a juventude, serviu no 7º Grupo de Artilharia de Dorso (Campinho), e estava no navio mercante Itagiba, afundado em 17 de agosto, pouco antes da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Muitos jovens da região de Madureira morreram neste incidente, porém Silas sobreviveu para construir mais tarde sua carreira como sambista.
Em 1946, Silas de Oliveira e Mano Décio compõem o samba-enredo ‘Conferência de São Francisco’ ou ‘A Paz Universal’, para a escola de samba Prazer da Serrinha, agremiação carnavalesca da qual faziam parte. Seguindo o decreto oficial do então Presidente da República Getúlio Vargas que exigia que as escolas desfilassem com temáticas nacionalistas em seus enredos.
Porém, o presidente da Prazer da Serrinha, Alfredo Costa, não aceita a inovação - o samba-enredo obrigatório - e cancela sua apresentação no momento do desfile, o que gerou revolta nos compositores e culminou na fundação do Império Serrano, dias depois. Silas de Oliveira integra a nova escola desde seu primeiro desfile, tornando-se reconhecido como um dos grandes compositores de samba enredo para a escola de samba de Madureira.
Sagrou-se campeão no carnaval de 1948. No ano seguinte, Mano Décio também aderiu à nova agremiação. Entre 1949 e 1951 o samba-enredo vitorioso no Império Serrano trouxe a assinatura de Silas, de Mano Décio ou dos dois. Em 1955 e 1956, mais duas vitórias da dupla na escolha do samba-enredo da escola: ‘Exaltação a Caxias’ e ‘O Caçador de Esmeraldas’.
Silas dedicou 28 anos de sua vida ao Império Serrano e nesse período fez 16 sambas-enredo para a escola, dos quais 14 foram apresentados no desfile oficial. Quando o amigo Mano Décio foi para a Portela, a dupla se desfez. Mas Silas continuou compondo para a Verde-e-Branco de Madureira, muitos sambas que tornaram-se clássicos do género, como ‘Aquarela Brasileira’ (1964), ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’ – em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau (1965), ‘Glórias e Graças da Bahia’ – com Joacir Santana (1966) e ‘Pernambuco, Leão do Norte’, com o qual enfrentou – e venceu – o antigo parceiro Mano Décio da Viola, que retornava à escola, em 1968. A última parceria dos dois grandes sambistas foi em 1969 com ‘Heróis da Liberdade’, num ano em que o jeito de fazer samba-enredo passava por grandes modificações, sobretudo no andamento acelerado, lembrando marcha carnavalesca.
Mano Décio e Silas de Oliveira não se adaptaram a essa nova postura, pois acreditavam que essa mudança era responsável pelo empobrecimento do samba-enredo. Silas ainda tentou adaptar-se aos novos tempos, mas sua influência no Império Serrano já não era a mesma. Nos últimos anos de vida Silas deixou de se envolver com os desfiles da escola, limitando-se a frequentar rodas-de-samba, onde, na sua conceção, o ambiente era mais tranquilo.
Morte
No dia 20 de maio de 1972, Silas de Oliveira foi a uma roda de samba, pensando arranjar dinheiro para matricular uma de suas filhas no vestibular. No momento em que cantava ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’, sofreu um infarto fulminante. Morreu no terreiro, onde passou a maior parte de sua vida.
Em 1974 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense apresentou o enredo "Réquiem por um sambista, Silas de Oliveira", em honra ao compositor. Silas acompanhou de perto a fundação desta escola, cuja madrinha é o Império Serrano.
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Danos na Igreja de São Paulo, em Mirabello
Em maio de 2012, dois sismos de significativa magnitude ocorreram no norte da Itália, causando 24 mortes e danos generalizados. O primeiro terramoto, de magnitude 6,1, atingiu a região da Emília-Romanha, cerca de 36 km ao norte da cidade de Bolonha, em 20 de maio, às 04.03, hora local (02:03 UTC). O epicentro foi entre Finale Emilia e San Felice sul Panaro. Dois novos tremores de magnitude 5,2 ocorreram, um cerca de uma hora após o evento principal e outro de aproximadamente 11 horas após o evento principal. Sete pessoas morreram.
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