Localização do epicentro e intensidade do sismo e réplicas
O sismo provocou alertas de
tsunami e evacuações na linha costeira japonesa do
Pacífico e em pelo menos 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico da
América do Norte e
América do Sul.
Provocou também ondas de tsunami de mais de 10 m de altura, que
atingiram o Japão e diversos outros países. No Japão, as ondas
percorreram mais de 10 km de terra.
De acordo com as autoridades houve 13.333 mortos confirmados e cerca de
16.000 desaparecidos. O sismo causou danos substanciais no Japão,
incluindo a destruição de rodovias e linhas ferroviárias, assim como
incêndios em várias regiões, e o rompimento de uma
barragem. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste do Japão ficaram sem energia elétrica, e 1,4 milhão sem água. Muitos
geradores deixaram de funcionar e pelo menos dois
reatores nucleares foram danificados, o que levou à evacuação imediata das regiões atingidas enquanto um estado de emergência era estabelecido. A
Central Nuclear de Fukushima I
sofreu uma explosão aproximadamente 24 horas depois do primeiro sismo,
e apesar do colapso da contenção de concreto da construção, a
integridade do núcleo interno não teria sido comprometida.
Estima-se que a magnitude do sismo de Sendai faça deste o maior sismo a
atingir o Japão e um dos cinco maiores do mundo desde que os registos
modernos começaram a ser compilados.
Vista aérea de Sendai em 12 de março de 2011
Sismo
O sismo gerou um
tsunami com ondas de quatro metros, estando alertas ativos para vários países, regiões e arquipélagos, como
Nova Zelândia,
Austrália,
Rússia,
Guam,
Filipinas,
Indonésia,
Papua-Nova Guiné,
Nauru,
Havai e
Marianas Setentrionais (
Estados Unidos),
Taiwan,
Equador e
Chile.
O aviso de tsunami emitido pelo Japão foi o de maior gravidade na
escala de alertas, esperando-se que possam ser atingidos os 10 metros de
altura de algumas ondas. Uma onda de 0,5 m de altura atingiu a costa
norte do Japão A agência Kyodo relatou que uma onda de 4 m de altura
atingiu a
prefeitura de Iwate no Japão, e houve também inundações na
prefeitura de Miyagi, arrasando a parte baixa da costa, levando automóveis e causando destruição.
O número de vítimas é impreciso, com relatos iniciais apontando mais de
mil mortos e milhares de feridos. Estes dados não contam com a
destruição quase completa da cidade de
Sendai.
Impacto geofísico
Relatórios do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Servia
sugerem que o efeito dos terremotos na região foi tão forte que o
eixo da Terra foi alterado em 10 cm. Um relatório separado do
Serviço Geológico dos Estados Unidos disse que
Honshu, a principal ilha do
Japão, foi movimentada em 2,4 m na direção leste.
Tsunami
Tempo estimado de viagem do tsunami gerado pelo sismo
Japão
O
terremoto provocou um alerta de
tsunami e evacuações da costa japonesa do
Pacífico e de pelo menos outros 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico, tanto da
América do Norte como da
América do Sul, desde o
Alasca até ao
Chile.
O alerta de tsunami emitido pelo Japão foi a mais grave em sua escala
de alerta, o que implica que a onda era esperada para ter uma altura
de, ao menos, 10
metros de
altura. Uma
onda desse tamanho ocorreu às 15:55 JST inundações Aeroporto de Sendai, que fica perto da costa da
Prefeitura de Miyagi, com ondas varrendo
carros e inundando vários edifícios conforme ia para o interior da ilha. O impacto do tsunami em torno do
Aeroporto de Sendai foi filmado por um
helicóptero de notícias da rede
NHK,
mostrando vários veículos em estradas locais tentando escapar da onda
que se aproximava rapidamente. Uma onda de tsunami de 4 metros de altura
atingiu a
Prefeitura de Iwate.
Como no
Sismo do Oceano Índico de 2004 e no
Ciclone Nargis,
o dano da afluência de água, embora muito mais localizado, pode ser
muito mais letal e destrutivo do que o terramoto em si. Há relatos de
"cidades inteiras destruídas" nas áreas atingidas pelo tsunami no Japão,
incluindo 9500 desaparecidos em
Minamisanriku;
Kuji e
Ofunato foram "varridas...não deixando nenhum vestígio de que uma cidade estava lá."
Em outras partes do Pacífico
Em
Guam, dois
submarinos de ataque dos
Estados Unidos foram retirados de suas amarras, mas logo foram tomados ao abrigo do reboque. O
estado do
Havaí
estimou os danos à infra-estrutura pública em três milhões de dólares,
com danos privados ainda maiores. Uma casa foi levada para o
mar.
O Centro de Alerta de Tsunami da Costa Oeste dos Estados Unidos e do
Alasca emitiu um alerta de tsunami para as zonas costeiras da
Califórnia e do
Oregon, de Point Conception, na Califórnia, até à fronteira do Oregon e
Washington. Na Califórnia, o porto em Crescent City foi atingido por ondas de
tsunami de oito
pés, com
docas e cerca de 35 barcos severamente danificados, enquanto o porto de
Santa Cruz
estimou prejuízos de 10 milhões de dólares como resultado dos danos,
com outros 4 milhões de dólares em danos em embarcações que atracam ali.
A Ilha Catalina, na Califórnia e
Brookings, no Oregon, também sofreram danos.
Ao longo da costa do
Pacífico no
México e na
América do Sul, foram registados surtos de tsunami, mas na maioria dos lugares causou pouco ou nenhum dano. O
Peru relatou uma onda de 1,5 m e mais de 300 casas foram danificadas na cidade de Pueblo Nuevo de Colan e Pisco.
Consequências
O sistema de alerta de terremotos da
Agência Meteorológica do Japão
alertou a população cerca de um minuto antes do tremor, através de
emissoras de televisão e rádio, além de correio eletrónico e mensagens
via celular para pessoas cadastradas no sistema.
O sismo atingiu severamente
Honshu, incluindo
Tóquio.
Verificaram-se numerosos incêndios em instalações industriais. Cerca
de 13 horas depois do primeiro grande abalo, dois fortes sismos de
magnitude 6,2 e 6,1 atingiram novamente a costa do Japão. Um barco com
cerca de 100 pessoas a bordo foi virado pelo tsunami que atingiu a
costa do Japão. A embarcação estava na costa da prefeitura de Miyagi.
Um grande
incêndio atingiu a cidade de
Kesennuma.
Vista aérea de área atingida pelo tsunami
Centrais nucleares
Outro dos efeitos do sismo foi a
explosão ocorrida no dia 12 de março na
Central Nuclear de Fukushima I.
O tsunami atingiu-a e provocou uma avaria no sistema de refrigeração. O
corte de electricidade impediu a recuperação desse sistema, permitindo
que os bastões do combustível continuassem a aquecer, aumentando a
pressão e originando a explosão.
No dia anterior fora declarado
estado de emergência
na central nuclear e, apesar da informação de que não existiam fugas
radioactivas, evacuaram-se cerca de 3000 residentes num raio de 3 km do
reator. Horas depois o raio de evacuação tinha sido elevado para 10 km,
afectando já 45 000 pessoas. O reactor é refrigerado através da
circulação de água através do seu combustível nuclear, tendo sido
detectada uma alta pressão de vapor no reactor, o dobro do que é
permitido. A empresa Tokyo Electric Power avaliou a possibilidade de
libertar parte deste vapor para reduzir a pressão no mesmo, vapor esse
que contém material radioactivo. Os níveis de radiação na sala de
controlo da central eram cerca de 1000 vezes maiores que os níveis
normais e na entrada da central foram medidos níveis 8 vezes superiores
aos normais, existindo a possibilidade do derretimento do núcleo dos
reatores.
O primeiro-ministro japonês,
Naoto Kan,
falou ao país após o sismo, lamentando o sucedido e oferecendo as suas
condolências às famílias das vítimas. Indicou igualmente que já
estaria em marcha a construção de um quartel-general para as operações
de emergência e assegurou que não foi detectada nenhuma
fuga radioactiva nas
centrais nucleares do país.
Marinheiros dos Estados Unidos carregando um helicóptero humanitário em um porta-aviões