Biografia
Parker é comummente considerado um dos melhores músicos de jazz. Em termos de influência e impacto, sua contribuição foi tão significativa que
Charles Mingus comentou que se Bird fosse vivo hoje, ele poderia pensar que estava vivendo em uma parede de espelhos. O talento de Bird é comparado, quase sem argumentos, com músicos lendários tais como
Louis Armstrong e
Duke Ellington. A sua reputação como um dos melhores saxofonistas é tal que alguns críticos dizem que ele é insuperável; o crítico de jazz Scott Yanow fala por muitos fãs do jazz e músicos, quando sugere que "Parker foi indubitavelmente o melhor
saxofonista de todos os tempos."
Figura fundadora do
bebop, a forma inovadora de Parker para
melodia,
ritmo e
harmonia tem exercido uma incalculável influência no jazz. Varias canções de Parker tornaram-se standards do repertório do jazz, e inúmeros músicos têm estudado a música de Parker e absorvido elementos do seu estilo.
Parker tornou-se um ícone para a geração do
Beat, e foi uma figura-chave no desenvolvimento conceptivo do jazz como um artista descomprometido e
intelectual, ao invés de apenas um músico de entretenimento popular. Por várias vezes, Parker fundiu o jazz com outros estilos musicais, do clássico (buscando estudar com
Edgard Varese e
Stefan Wolpe) à música latina (gravando com
Machito), abrindo um caminho seguido mais tarde por outros.
Consumidor de álcool e drogas, Parker teve uma existência breve e trágica, que inspirou criadores como o escritor argentino
Julio Cortázar (que se inspirou nele para delinear o personagem central do conto "O Perseguidor") e o cineasta
Clint Eastwood (que recebeu seu primeiro Globo de Ouro com o filme "Bird", de
1988, estrelado por
Forest Whitaker, o qual, por sua vez, levou o prémio de melhor ator no
Festival de Cannes graças a este trabalho).
A biografia de Parker contabilizou duas tentativas de suicídio e um longo internamento em um sanatório, antes de chegar ao fim, aos 34 anos - o estrago causado no seu corpo, pela vida desregrada, era tão grande que o legista atribuiu ao morto a idade de 65 anos. Faleceu em
12 de março de
1955. Encontra-se sepultado no
Cemitério Lincoln,
Kansas City,
Missouri nos
Estados Unidos.
Estilo
Com absoluto domínio técnico de seu instrumento, Parker era um virtuoso consumado, que conseguia combinar a mais complexa organização harmónica, rítmica e melódica com uma clareza muito rara de encontrar em instrumentistas anteriores ou posteriores à sua atuação.
Para Parker, improvisar não era simplesmente tomar uma melodia original e construir variações sobre ela. Quando o saxofonista pegava um tema qualquer como base para criar, o que o interessava não era a melodia, e sim a harmonia. Era o esqueleto harmónico do tema original que ele utilizava como ponto de partida e estímulo para suas digressões, nas quais uma mescla cativante de garra e fantasia constituía a regra.
Foi assim que, no pós-guerra, ao lado do trompetista
Dizzy Gillespie, Parker tornou-se um dos fundadores do
bebop, o novo estilo sofisticado com o qual o jazz se tornaria definitivamente música "para ouvir", substituindo a música "para dançar" que havia sido a marca das
big bands dos anos 1940.