quarta-feira, agosto 11, 2010

Sismo nas ilhas Vanuatu

Via mailing-list do IM:

No dia 10 de Agosto de 2010, pelas 05.23 horas UTC ocorreu, nas proximidades das ilhas Vanuatu (Pacífico Sul), a cerca de 35 km a oeste de Port Vila, um sismo de magnitude 7.3.
De acordo com as informações do Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC), foi gerado um pequeno tsunami à escala local tendo sido confirmados registos (de pequena amplitude) na estação maregráfica mais próxima, situada em Port Vila, não havendo ameaça de que o mesmo tenha dimensão suficiente para afectar zonas mais afastadas, tendo o alerta sido cancelado.
A zona atingida pelo sismo situa-se nas proximidades do chamado Anel de Fogo do Pacífico, caracterizado por uma actividade sísmica intensa.
O sismo foi detectado em todas as estações da rede sísmica nacional, tendo as primeiras ondas sido registadas às 05.43 horas UTC
Aqui fica, como curiosidade, vários exemplos de registos (sismogramas) nas estações de Casmilo, Barrancos, Vila do Bispo, Lamas de Olo, Porto Moniz (Madeira) e Rosais (Açores):
(clicar para aumentar)

Nota: como suplemento, aqui fica também o sismograma registado no Geofone de Manteigas:

(clicar para aumentar)

terça-feira, agosto 10, 2010

A importância científica de São Lourenço, recordada no seu dia

 

(imagem daqui)

Segundo a Igreja Católica, hoje é a data do martírio de São Lourenço de Huesca:

Lourenço de Huesca ou São Lourenço (Huesca ou Valência, Espanha, 225? — Roma, 10 de Agosto de 258) foi um mártir católico e um dos sete primeiros diáconos (guardiões do tesouro da Igreja) da Igreja Cristã, sediada em Roma.
O cargo de diácono era de grande responsabilidade, pois consistia no cuidado dos bens da Igreja e a distribuição de esmolas aos pobres. No ano 257 Valeriano decretou a perseguição dos cristãos e, ao ano seguinte, foi detido e decapitado o Papa Sisto II.
Segundo as tradições, quando o Papa São Sixto se dirigia ao local da execução, São Lourenço ia junto a ele e chorava. "Aonde vai sem o seu diácono, meu pai?", perguntava-lhe. O Pontífice respondeu: "Não penses que te abandono, meu filho, pois dentro de três dias me seguirás".
Após a execução do Papa, o imperador ameaçou a Igreja para entregar as suas riquezas no prazo de 3 dias. Passados três dias, São Lourenço levou as pessoas que foram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos diante do imperador. Depois, exclamou a seguinte frase que lhe valeu a morte: "Estes são o património (riquezas) da Igreja". O imperador, furioso e indignado, mandou prendê-lo, e ser queimado vivo sobre um braseiro ardente, por cima de uma grelha. 


Segundo a sabedoria popular, este é um dia para ver como está a vinha (assunto que muito interessa, por motivos óbvios, a geólogos...) - Pelo São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço, diz o ditado. Mas o povo, comovido com as lágrimas de Lourenço, despedindo-se do seu chefe espiritual, diz que essas lágrimas são visíveis no céu esta noite e nas seguintes - são as famosas Lágrimas de São Lourenço...

Embora hoje lhes chamemos de Perseidas, há esta bonita estória que devemos recordar - e amanhã falaremos mais deste assunto...!

 (imagem daqui)

Velázquez morreu há 350 anos

Embora com 4 dias de atraso, recordemos a data:



Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (Sevilha, 6 de Junho de 1599Madrid, 6 de Agosto de 1660) foi um pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha. Era um artista individualista do período barroco contemporâneo, importante como um retratista. Além de inúmeras interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras europeias e plebeus, culminando na produção de sua obra-prima, Las Meninas (1656).

Desde o primeiro quarto do século XIX, a obra de Velázquez foi um modelo para os pintores realistas e impressionistas, em especial Édouard Manet. Desde essa época, os artistas mais modernos, incluindo os espanhóis Pablo Picasso e Salvador Dalí, bem como o pintor anglo-irlandês Francis Bacon, que homenageou Velázquez recriando várias de suas obras mais famosas.

(...)
Filho de um advogado de nobre ascendência portuguesa, Velázquez levou o prenome do avô paterno que, em 1581, deixou Portugal (era originário do Porto) para instalar-se com sua esposa em Sevilha. Sua mãe era de origem sevilhana. Foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de arte, insuperável pintor de retratos.

Em 1610, sua família percebeu sua vocação e, ainda jovem, Velázquez foi levado para estudar com Francisco Herrera, o Velho, pintor naturalista apaixonado pela arte de Caravaggio. Em Dezembro do mesmo ano, entrou como aprendiz no estúdio de Francisco Pacheco e, em 1611, o pai assinou, em seu nome, um contrato de aprendizado por seis anos com Pacheco, após o que seria submetido a exame, constituído por uma prova teórica e uma prova prática de pintura a óleo. Em Sevilha, a comunidade artística era regida por uma espécie de confraria. A corporação de São Lucas era controlada por Pacheco e Juan de Uceda. Depois de passar pelos exames, Velázquez precisava jurar fidelidade aos estatutos da organização. Só então teria o direito de praticar a arte.

Casado com a filha de seu professor, Juana, com quem teve uma filha, Francisca, logo Velázquez iria se unir a Diego de Melgar, com quem foi para Madrid. A personalidade do seu mestre, Pacheco, tido como pintor medíocre, mas teórico interessante, forneceu uma sólida formação técnica a Velázquez e acesso a um meio que revelou-se valioso para a sua profissão. Pacheco encarregou Velázquez, em sua primeira viagem a Madrid, de encontrar Luís de Góngora, o poeta, e de fazer seu retrato. Durante a viagem, na companhia do poeta Francisco de Rioja - membro da academia sevilhana de Pacheco, foi apresentado a Gaspar de Guzmán conde-duque de Olivares, também sevilhano. A partir daí, Velázquez tem acesso às colecções reais. Em 1623, um ano depois da morte de Rodrigo de Villandrano, um dos cinco pintores do rei, Felipe IV encomenda a Velázquez seu retrato e o nomeia pintor real.

Em seus primeiros trabalhos é possível notar contraste entre zonas escuras e zonas iluminadas por um único foco de luz, uma tentativa de ressaltar volumes e relevos. Esta técnica era característica do tenebrismo e tinha como principal artista Caravaggio, muito conhecido pelo seu sarcasmo. Um exemplo destacado deste período seria a Adoração dos Reis Magos (1619).

Como um pintor de retratos inspirado no tenebrismo buscava mostrar os detalhes de cada modelo. Sendo que seu diferencial era não prender-se apenas ao cómico ou ao grotesco dos personagens, retratando todos respeitosamente e destacando a individualidade de cada um.

Velázquez queria ser reconhecido, não só como pintor, tinha também objectivos de ascensão social, queria estar envolvido com a corte real. Foi então que seu sogro, conseguiu através de um amigo, o então conde-duque de Olivares, com que pudesse executar um retrato do rei Filipe IV.

O resultado foi um retrato equestre do rei, o qual ficou maravilhado e concedeu na mesma hora a Velázquez o posto de pintor de câmara da corte real. Pena que o paradeiro desta obra seja desconhecido.

Seu ingresso na corte foi o primeiro passo para cumprir seus objectivos dentro da pintura e de sua vida social. Tinha um recurso único que era a permissão de poder visitar sempre que quisesse o acervo real de obras-primas. No período de (1628-1629) conheceu o grande mestre do barroco Peter Paul Rubens, que também era membro da corte. Conhecer Rubens foi um divisor de águas para sua obra pictórica.

Aperfeiçoou-se executando inúmeros retratos da corte e quadros históricos. As visitas de Rubens despertaram nele o desejo de conhecer a Itália e conseguiu ser enviado em missão oficial a todas as províncias italianas, comprando obras de arte para a coroa espanhola e tomando conhecimento do trabalho dos melhores artistas. Encontrou-se com Ribera em Nápoles e estudou particularmente os frescos de Michelangelo Buonarroti e de Rafael e a cor e a luz em Tintoretto e Paolo Veronese. Ao voltar de viagem, executou trabalhos religiosos e profanos, assim como retratos equestres do rei e do infante.

Sucederam-se as obras-primas A Rendição de Breda (1634), Vénus ao Espelho, Cavalo Branco, os retratos de bobos da corte e as efígies de Esopo e de Menippe. Executou em Roma o retrato do Papa Inocêncio X que irá, séculos mais tarde, tornar-se uma obsessão na obra de Francis Bacon.

A sua fama veio logo após sua morte, começando no início do século XIX, quando se provou um modelo para os artistas realistas e impressionistas, em especial para Edouard Manet. Sua influência estendeu-se para artistas como Pablo Picasso e Salvador Dali.

Rui Knopfli


Conheci o Rui Knopfli em Londres, em 1990. Conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal desde 1975, era uma figura prematuramente frágil, nos seus 58 anos de então. Vergado e cansado, pendurado num eterno cigarro, tinha o mais caótico gabinete de que tenho memória. Homem de vícios que o foram debilitando, mantinha uma ironia cáustica e, sendo de trato fácil, era de condução diária difícil, pelos corredores da rotina diplomática a que nunca se acomodara verdadeiramente.

Eternizado em posto em Londres, aposto que olhava para nós, companheiros episódicos, saídos da "carreira", com o olho arguto do artista, estudando-nos para nos sobreviver, até que fôssemos substituídos. Várias vezes "me passei" com os seus descuidos, das tropelias do eterno cão às suas frequentes ausências, para além de algumas teimosas presenças ainda mais complicadas. Mas nunca me zanguei com ele. Ficámos amigos, creio.

O Rui era um fotógrafo magnífico - vale a pena ver o seu livro sobre a ilha de Moçambique - e tinha um ouvido apurado e atento ao jazz, área onde me deu a conhecer algumas excelentes novidades. Da sua terra moçambicana, contava histórias interessantes e divertidas, tributárias desse mundo que sempre lhe ficou nos genes e na escrita. Como ele próprio dizia: "Ter-se nascido ou vivido em Moçambique é uma doença incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuinamente portugueses mascara-se a doença, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo".

Rui Knopfli foi um grande poeta, português e moçambicano. A sua "Obra Poética" está publicada pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda, com um prefácio magistral do Luis de Sousa Rebelo, há meses desaparecido. Para abrir o apetite à sua leitura, nestes tempos de férias, deixo aqui o seu delicioso (e trágico) "Justerini & Brooks":


Este punhal de veludo,
esta fria estalactite,
esta cicuta tão lenta
e que tão profundamente
fere. Esta lâmina

líquida, doirada,
este filtro parecido ao sol,
este rarefeito odor simultâneo
ao fumo, à água, à pedra.
Este adormecer antes do sono,

só preâmbulo da vigília,
que é o gélido acordar
da imaginação para
as fronteiras dormentes
do horizonte protelado.

Este trajecto subterrâneo e húmido
pelos túneis do infortúnio,
que é o adiar moroso
da morte, no prolongar
silencioso da vida,

lágrimas da noite tornadas
pranto da madrugada,
rumor débil e distante
brandindo já no sangue
o endurecer das artérias.


Rui Kopfli morreu em Lisboa, em 1997.

in Blog duas ou três coisas - post do Embaixador Francisco Seixas da Costa

Rui Knopfli nasceu há 78 anos

(imagem daqui)


Fez os seus estudos na África do Sul e iniciou uma carreira muito activa na então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Deixou Moçambique em 1975. A nacionalidade portuguesa não impediu que a sua alma fosse assumidamente africana. Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou alguns livros. Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres



Velho Colono

Sentado no banco cinzento
entre as alamedas sombreadas do parque.
Ali sentado só, àquela hora da tardinha,
ele e o tempo. O passado certamente,
que o futuro causa arrepios de inquietação.
Pois se tem o ar de ser já tão curto,
o futuro. Sós, ele e o passado,
os dois ali sentados no banco de cimento.

Há pássaros chilreando no arvoredo,
certamente. E, nas sombras mais densas
e frescas, namorados que se beijam
e se acariciam febrilmente. E crianças
rolando na relva e rindo tontamente.

Em redor há todo o mundo e a vida.
Ali está ele, ele e o passado,
sentados os dois no banco de frio cimento.
Ele a sombra e a névoa do olhar.
Ele, a bronquite e o latejar cansado
das artérias. Em volta os beijos húmidos,
as frescas gargalhadas, tintas de Outono
próximo na folhagem e o tempo.

O tempo que cada qual, a seu modo,
vai aproveitando.

segunda-feira, agosto 09, 2010

O bombardeamento de Nagasaki foi há 65 anos


Nagasaki é uma cidade japonesa localizada na província de Nagasaki.

Em 2004 a cidade tinha uma população estimada em 447 419 habitantes e uma densidade populacional de 1 320,91 h/km². Tem uma área total de 338.72 km².

Recebeu o estatuto de cidade antes de 1500.

É um importante porto do sudoeste do Japão, sendo capital da província do mesmo nome e constituindo um grande centro industrial.

(...)

Em 1570 os navegadores portugueses — que aportaram pela primeira vez no Japão em 1543 — fundaram a cidade de Nagasaki, na baía do mesmo nome, onde passaram a habitar. Criaram um centro comercial que durante muitos anos foi a porta do Japão para o mundo, um porto comercial para os ingleses, holandeses, coreanos e chineses. Mas em 1637 devido a uma grande reacção interna, os portugueses foram expulsos, e também outros povos ao longo do século XVII . Dotada pela natureza de um belo porto natural, esta cidade foi o cenário da ópera "Madame Butterfly" de Giacomo Puccini. Apesar disso, a cidade de Nagasaki só ficou mundialmente conhecida em 1945, por ter sido quase totalmente destruída no dia 9 de Agosto, após sofrer um ataque com a segunda bomba atómica, lançada pelos Estados Unidos.

sábado, agosto 07, 2010

Caetano Veloso nasceu há 68 anos!

Caetano Veloso


Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purificação, 7 de Agosto de 1942) é um músico e escritor brasileiro.


sexta-feira, agosto 06, 2010

A Lei da Rolha e a triste Rainha da Inglaterra

O Cronista Indelicado
A rainha de Inglaterra do Palácio de Palmela

Quem desce as escadas da estação do metro do Parque, em Lisboa, depara-se com uma citação de Gilles Deleuze: "A ética é estar à altura do que nos acontece."

É uma pena que uma frase tão certa esteja na estação errada. Ela fazia imensa falta a decorar as paredes do metro do Rato, para que o senhor Procurador-Geral da República, nalgum dia em que por azar o seu carro tivesse empanado ou o motorista adoecido, pudesse olhá-la de frente e meditar sobre aquilo que Deleuze quer dizer. Neste momento, na pobre Justiça do Portugal de 2010, nada nos faz mais falta do que ter gente à altura do que lhe acontece. Já se percebeu que falta muito tamanho a Pinto Monteiro para chegar lá.

A sua pequena entrevista ao ‘DN’ de terça-feira, imagina-se que bem ponderada e dada por escrito, é uma espantosa manifestação de impotência, conformismo e cinismo. Impotência, porque a tirada da Rainha de Inglaterra – o PGR "tem os poderes da Rainha de Inglaterra e os procuradores-gerais distritais são atacados sempre que pretendem impor a hierarquia" – é uma forma de dizer: "eu gostava imenso de mandar no Ministério Público, mas a lei não me deixa."

Conformismo, porque se chegou à conclusão de que não manda nada não se percebe porque continua a frequentar o Palácio Palmela – demitia-se, que a pátria agradecia. Cinismo, porque como vários juristas de renome não demoraram a explicar, os poderes do PGR não são tão pequenos como ele nos quer fazer crer. Foram, aliás, suficientemente latos para matar a investigação em torno das escutas Vara/Sócrates, através de um expediente cerzido com tal dedicação que não admite recurso nem verificação. Que o MP é um saco de gatos, já toda a gente percebeu.

Mas Pinto Monteiro podia ao menos poupar-nos ao seu triste ronronar – para o papel de virgem ofendida já nos chega o primeiro-ministro

in CM - texto de opinião de João Miguel Tavares

O primeiro bombardeamento nuclear foi há 65 anos



Enola gay, you should have stayed at home yesterday
Aha words can't describe the feeling and the way you lied

These games you play, they're gonna end it more than tears someday
Aha enola gay, it shouldn't ever have to end this way

It's 8:15, and that's the time that it's always been
We got your message on the radio, conditions normal and you're coming home

Enola gay, is mother proud of little boy today
Aha this kiss you give, it's never ever gonna fade away

Enola gay, it shouldn't ever have to end this way
Aha enola gay, it shouldn't fade in our dreams away

It's 8:15, and that's the time that it's always been
We got your message on the radio, conditions normal and you're coming home

Enola gay, is mother proud of little boy today
Aha this kiss you give, it's never ever gonna fade away

quinta-feira, agosto 05, 2010

Dia em Coimbra

Um dia em cheio - visita ao Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra e a partes da Universidade, para a descendência aprender espírito académico por osmose. Vimos ainda alguns funcionários e professores da Universidade, uns in situ e outros às compras, como nós, no Dolce Vita...

Umas fotos, para memória futura:

Museu - cartaz

Secção dos minerais

Ictiossáurio

Biblioteca Geral - baixo relevo (Darwin)

Torre da Universidade - em obras

D. Dinis, de costas, e as bolas...

Sobre a destruição do património paleontológico açoriano

Recebido via e-mail de amigos açorianos:

Recolha de fósseis em Santa Maria

A cada ano que passa há uma grande quantidade de fósseis que é extraída das jazidas fossilíferas da ilha de Santa Maria, algumas destas situadas em áreas da Rede Natura 2000 e do Parque Natural de Ilha de Santa Maria.

Se existem os coleccionadores que delapidam estes elementos paleontológicos sem qualquer vigilância ou fiscalização, existem também as expedições científicas que recolhem fósseis com acompanhamento, mas sem qualquer critério legal sobrejacente às tipologias e técnicas utilizadas. Após a última expedição científica foi assim que ficou uma das melhores jazidas fossilíferas da ilha, a Pedra que Pica, que integra a Rede Natura 2000 e do Parque Natural de Ilha de Santa Maria: http://picasaweb.google.com/amigosdosacores/FosseisSantaMaria



Apesar da compreensão de toda a mais valia científica dos estudos paleontológicos, o representante local dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica, José de Melo, tem apresentado ao Governo Regional, ano após ano, preocupações relativas ao modo de como os fósseis estão a desaparecer da ilha para efeitos de estudo e coleccionismo. Embora assumindo que algum tipo de análise e estudo de fósseis utiliza métodos destrutivos, e que estes se perdem irremediavelmente, existe um grande conjunto de fósseis, com valor para tal, que não retorna ao local onde eles têm realmente valor: a ilha onde ocorrem.
Para quando uma rota de fósseis para a ilha de Santa Maria que valorize socialmente e economicamente estes elementos naturais sem os extrair? Para quando a criação de produtos turísticos que tragam visitantes à ilha de Santa Maria para apreciar a singularidade destes elementos paleontológicos no contexto do Atlântico Norte? Serão valorizados os fósseis da ilha de Santa Maria apenas quando estes estiverem em vias de desaparecimento ou já sem os seus exemplares mais notáveis?
Parece muitas das vezes que os fósseis da ilha de Santa Maria não são um património geológico e biológico de interesse público, mas sim pertença apenas de algumas pessoas.
Sem regras conhecidas por todos cidadãos, a ilha de Santa Maria vê assim o seu património desaparecer em prol da importância mediática e da promoção que actividades alicerçadas na extracção desregrada de fósseis possibilitam, tal como foi referido aos Amigos dos Açores – Associação Ecológica, recentemente, por responsáveis políticos a propósito da mais recente expedição realizada na ilha.

Os Amigos dos Açores – Associação Ecológica manifestam a premência da criação de um instrumento legal que regulamente a visitação das jazidas fossilíferas, as actividades de extracção de fósseis para fins científicos e o respectivo transporte e musealização, e respectiva fiscalização. Só com estes mecanismos bem definidos e postos em prática se garantirá que as gerações futuras terão o direito de compreender in loco a singularidade geológica e paleontológica da ilha de Santa Maria.

Com os nossos cumprimentos,
Diogo Caetano

--
Amigos dos Açores - Associação Ecológica
Av. Da Paz, 14, 9600-053 Pico da Pedra
São Miguel, Açores (Portugal)

Tel/Fax (+351) 296 498 004



quarta-feira, agosto 04, 2010

O mito de El-Rei D. Sebastião começou há 432 anos


D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 - Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora. Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

(...)

Desaparecimento e lenda

Na batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a Sebastião, provavelmente morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.

Em 1582, Filipe I de Portugal, mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. A dúvida que persiste há mais de 425 anos poderia provavelmente hoje ser resolvida com um simples teste de ADN.

Tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.

Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, três pretendentes afirmaram ser o rei D. Sebastião, tendo o último deles - o italiano Marco Tullio Catizone - sido enforcado em 1619.

Já em fins do século XIX, no Brasil, lavradores sebastianistas no sertão da Baía acreditavam que o rei iria regressar para ajudá-los na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos.

Idiotias ideológicas versus critérios científicos

(imagem daqui)

Jus sanguinis



Fico preocupado quando percebo que a agenda ideológica do Governo se quer sobrepor aos critérios técnicos em temas sensíveis como a recolha de sangue.


in O Cachimbo de Magritte - post de Paulo Marcelo

terça-feira, agosto 03, 2010

Uma candidatura em banho-de-maria

Património Mundial
UNESCO: candidatura dos icnofósseis de dinossauros da Península Ibérica estava incompleta


Os sítios dos icnofósseis dos dinossauros da Península Ibérica não foram incluídos na Lista do Património Mundial em análise na 34ª Sessão do Comité do Património Mundial, que decorre até amanhã em Brasília, mas sua candidatura voltará a ser analisada numa próxima reunião do Comité da UNESCO.

A decisão, tomada há pouco no âmbito da 34ª sessão do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi revelada à Lusa por fonte ligada ao património da Península Ibérica.

Segundo a mesma fonte, a decisão foi bem recebida pelos representantes de Portugal e Espanha na reunião, porque ainda há possibilidade da sua inclusão na Lista do Património Mundial.

De acordo com a assessoria da Unesco, o dossier da candidatura foi considerado incompleto e será devolvido aos Estados que fizeram o pedido de registo, para adicionarem outras informações.

Três dos locais dos icnofósseis de dinossauros encontram-se em território português e cerca de uma dezena em Espanha.

Os representantes de Portugal e Espanha já tinham dito à Lusa que não consideravam fácil a inserção daqueles vestígios na Lista do Património Mundial e, portanto, a decisão do Comité da UNESCO foi aplaudida pelas delegações da Península Ibérica.

O balanço dos novos sítios registados como Património da Humanidade será feito na tarde desta segunda-feira pelo presidente do Comité, o ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira.

A 34ª Sessão do Comité do Património Mundial encerra no próximo dia 3.

Passeio pedestre em Rio Seco - fotos

No passado dia 11 de Julho fiz um percurso pedestre, aqui indicado, em Rio Seco (Reguengo do Fetal - Batalha), começando no início por falar da geologia da zona.

Foi excelente (só foi pena não termos subido ao topo da Maunça...). Para o comprovar, aqui ficam as fotos:
A partida...

O grupo compacto, no início

Fonte de mergulho

Água - primeiro abastecimento

Outra fonte

Escarpa da falha das Torrinhas

Meio percurso

Fósseis de ostreídeos

Segundo abastecimento - pão com chouriço

Descanso e alimentação no segundo abastecimento

Nascente do Rio Lis - o famoso poço

Junto à nascente do Rio Lis - o vale despido

Exsurgência permanente nas Fontes

O grupo na ponte das Fontes, junto ao clube da terra

Quase à chegada

Muro extremamente fossilífero - Rio Seco

segunda-feira, agosto 02, 2010

Da Gasolina à Escola Sem Chumbo

O governo da Educação Nacional diz que, de forma gradual, quer acabar com os chumbos no Ensino Básico e Secundário.

Eis mais um ensaio reformista de Sócrates que só pode ser catalogado com o nome, feio e irreprimível, de “disparate”.

Já agora, mais um pequeno empurrão, e acabe-se com os chumbos também na Universidade. Os alunos, aqueles que estudam duas semanas num ano, e emborcam cerveja e dormem o resto do ano, iriam aplaudir e engrossar as estatísticas de apoio ao governo.

Afinal para quê chumbar num dos lados se não se chumba no outro? Algum automobilista, com o juízo todo, mete gasolina sem chumbo nos primeiros quilómetros e gasolina com chumbo nos últimos? Ou pneus recauchutados atrás e nas lonas à frente?

Muito honestamente não consigo ver lógica nisto.

Porque não se propõe então a abolição de tudo o que desigualiza a sociedade?

Os salários de todos a mil e quinhentos euros por mês? Toda a gente a andar de chevrolet? À mesa, apenas vinho rosé?

Mais, acabe-se com a distinção entre profissões. Passemos todos a ser médicos, advogados, ou carpinteiros. A colocar uma prótese num serralheiro, a reparar o motor do carro no psiquiatra, e a cabeça, numa garagem.

E seja o governo ainda mais coerente: Decrete que os homens se mulherizem, ou as mulheres se “machifiquem”. Mesmo que, para tal, eles ou elas precisem de um cirurgião.

Mas, de preferência, daqueles que tenham estudado em escolas onde quem não estudava chumbava.

in Blog Paradela de Aguiar - post de cunha ribeiro

ADENDA: comemoram-se hoje os 81 anos do nascimento de Zeca Afonso...

A Rosinha dos Limões - Francisco José

A invasão do Kuwait pelo Iraque de Saddam começou há 20 anos

Geologia no Verão - mais uma actividade

No passado dia 31 de Julho à tarde (de manhã tivemos uma actividade familiar...) fui até Condeixa, para participar na actividade Maciço Calcário de Sicó e Serra da Lousã, organizada pela Liga de Amigos de Conímbriga. Fomos agradavelmente surpreendidos pela qualidade da actividade (que nos levou a conhecer o Museu, até à exsurgência de Alcabideque, a Maria Pares e às Buracas do Casmilo). O nosso cicerone, o Doutor António dos Santos Queirós, mostrou que tem excelentes conhecimentos em áreas como a Arqueologia, História, Geologia, Antropologia e Biologia...! Só foi pena não pudermos ver a Senhora do Círculo ou a Serra da Lousã, pois o programa era demasiado ambicioso.

E agora umas fotos da actividade:
Museu Etnográfico de Conímbriga - canalizações romanas de chumbo

Museu Etnográfico de Conímbriga - tesouro e admiração


Exsurgência e torre romana - Alcabideque

Autocarro da LAC

Maria Pares - caçando fósseis

Dolina exumada no Casmilo

Lapiás no Casmilo - os mais bonitos em Portugal?

Observando o campo de lapiás do Casmilo

Vale das Buracas do Casmilo

Imponente buraca no vale das mesmas, no Casmilo

Escalada no Vale das Buracas do Casmilo

Corte geológico importante no Vale das Buracas do Casmilo

Escavação arqueológica no Vale das Buracas do Casmilo

O Grupo no Vale das Buracas do Casmilo e os seus cajados de Sant'Iago

Exterior do Museu Etnográfico de Conímbriga

domingo, agosto 01, 2010

Música dedicada a uma senhora e um senhor que querem facilitar a vida aos estudantes


É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil

Deixarmo-nos arrastar
É tão fácil
Deixar que as coisas apareçam
E é tão fácil
Haver alguém que nos puxe
E nós sempre de olhos fechados
Pela ganza
Deixarmo-nos ir

É tão fácil
Ir pela carneirada fora
É tão fácil
Deixar os outros ir primeiro
É tão fácil
Haver alguém que nos puxe
E nós sempre da mesma maneira
Acabamos por…
Ficar parados

É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão

É tão triste
É tão triste
É tão triste

Ser tudo tão fácil
É tão triste
As pessoas fáceis
É tão triste
Ser tudo tão fácil
E é tão difícil
Conquistarmos
Coisas por nossa própria vontade

É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil

Férias!




É amanha dia um de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola às costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo p'ra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer