segunda-feira, maio 10, 2010

Queima das Fitas 2010 - carro da Geologia do Cortejo (II)

E agora as fotos:




Queima das Fitas 2010 - carro da Geologia do Cortejo

Uns sortudos, estes Rolling Stones - eram o 3º Carro do Cortejo Académico...!

Como os moços e moças eram muito simpáticos, aqui ficam duas imagens da sua plaquete:



NOTA: excelente plaquete, com textos da Doutores Ana Neiva e Manuela Vinha e do Doutor Gama Pereira, uma brincadeira (com fotos dos participantes ainda bebés), belas caricaturas e imagens (capa, contracapa e central) a cores, um autêntico luxo...!

Porque os Professores têm memória

Relembrando (post de Paulo Guinote n'A Educação do meu Umbigo):

Paulo
Reencaminho um texto que enviei a uma jornalista, com a esperança de que ela não se esqueça do que aconteceu ao nosso colega Luís. Se o quiser publicar (…).

Um abraço,
Bom dia, (…)!
 
É com alguma mágoa que lhe recordo que o meu colega Luís faz hoje três meses que não aguentou o desespero e se atirou ao Tejo. Deixou de ter notícias nos jornais, nas televisões e nos blogues de professores… só as suas cinzas pairam, algures, no nosso mundo.
 
Lamento que um idealista, um inconformado, um artista, não tenha encontrado uma mão amiga que o tenha ajudado a perceber a escola onde foi parar e tivesse ganho resiliência para enfrentar um ambiente adverso.
Pela minha parte só percebi que algo de estranho estava a acontecer, quando ele deixou de aparecer na sala de professores. Foi-me dito, em surdina, que se pensava que se tinha suicidado, pois parecia que a directora “lhe queria fazer a folha” e ele não aguentara a pressão, o mau comportamento dos alunos, a não aplicação das medidas disciplinares sancionatórias previstas na lei. Afinal, era preciso demonstrar à comunidade que tudo corria sobre rodas e que a senhora que dirigia a escola tudo resolvia!
 
Após contacto com a família, veio a confirmação das suspeitas: ele não aguentara a humilhação a que diariamente era sujeito…
 
A família pediu que não se divulgasse pois iria colocar o problema ao Conselho Pedagógico e ao Conselho Geral, para que aquela morte obrigasse a uma profunda reflexão na escola.
 
Nada aconteceu. A carta foi guardada como se se tratasse de correspondência pessoal.
 
Então, o caminho a seguir seria a queixa perante as instituições que supervisionam a escola pública: DRELVT e a IGE. Mais uma vez nada aconteceu. Restou o contacto com o seu jornal, através da sua pessoa. Rapidamente os sinos tocaram a rebate: os órgãos de comunicação social mobilizaram-se (afinal o Luís também já fora jornalista) e a DRELVT saíu da Praça de Alvalade, mandou instaurar um inquérito e atribuir apoio psicológico aos alunos que pudessem estar envolvidos.
 
Sobre a nomeação do inquiridor, muito se tem escrito, mas também muito se tem ocultado, pois as pessoas ouvidas no âmbito do inquérito têm que manter silêncio sobre o que tem acontecido, apesar de muitas não estarem a aguentar a pressão, e os métodos pouco ortodoxos utilizados. Quem viveu antes do 25 de Abril, sabe, como de repente, lhe aparecia alguém em casa ou no emprego, para obter informações… Mas não deve ser difícil chegar à verdadeira razão que terá levado a IGE  a nomear um inspector/advogado para este caso. Afinal, a senhora directora precisa de alguém que a defenda!
 
Passaram dois meses sobre a nomeação do referido inquiridor. O tempo de instrução de um processo é de 45 dias.
 
Diz-se que o problema é complicado, que existe luta pelo poder dentro da escola. Mas quem é que, estando de bem com a vida, pretende ocupar aquele lugar? Basta de atirar areia para os olhos das pessoas e juntar as pontas: o colega Luís era humilhado, maltratado, fazia participações disciplinares, colocava alunos fora da sala de aula, a directora repreendia-o e obrigava o professor a receber os alunos de volta. A figura daquela senhora intimidava-o, como ele próprio deixou escrito. A legislação não foi cumprida, o Regulamento Interno também não, o próprio Projecto Educativo contém medidas a tomar para prevenir a indisciplina que não foram seguidas… Onde está a dificuldade em fazer o diagnóstico da situação?
 
É mais conveniente ir por outros caminhos, para camuflar o que aconteceu. Mas afinal,a quem interessa saber o que aconteceu em 2008/2009, em termos disciplinares? A morte não ocorreu este ano? Ainda vão, certamente apurar, que foi a anterior direcção a responsável!
 
E já agora, a quem é atribuída a perseguição à cozinheira de uma das escolas, e o não funcionamento das diferentes Associações de Pais? Repare-se que o Conselho Geral deixou de reunir e o próprio Conselho Pedagógico não está constituído nos termos da lei.
 
Muita matéria haveria para verificar, afinal a Educação interessa a todos e os caminhos tortuosos que se têm seguido só têm gasto dinheiro aos bolsos dos contribuintes.
 
Espero que este tema não seja encerrado, e continue a ser objecto de reflexão. O tempo para apurar os factos já terminou. No caso do Leandro bastaram dez dias.
 
A vida já não a podemos devolver ao colega, mas podemos preservar, com dignidade, a sua memória. É isso que procurarei fazer, hoje, que completam três meses após a sua morte e sempre que me recorde do que aconteceu  no local de trabalho onde me sentava à sua frente e via os seus olhos tristes e angustiados.
 
M.L.

Joaquim Agostinho morreu há 26 anos

Joaquim Agostinho foi um notável ciclista português, nascido no dia 7 de Abril de 1943 em Brejenjas, freguesia da Silveira, concelho de Torres Vedras. Morreu no dia 10 de Maio de 1984, depois de 10 dias em coma, em consequência de uma queda sofrida numa etapa da Volta ao Algarve.

Joaquim Agostinho começou a praticar ciclismo no Sporting Clube de Portugal, equipa que o descobriu ao treinar perto de Casalinhos de Alfaiata em Torres Vedras, começando a praticar já com 25 anos de idade, mas ainda conseguiu evoluir de tal forma que é usualmente referido como o melhor ciclista português de todos os tempos.

A sua carreira internacional começou em 1968, depois de ter sido observado pelo director desportivo francês Jean de Gribaldy, obtendo resultados de destaque na Volta a Espanha, vários dias de amarelo e um segundo lugar final, distando apenas 11 segundos da vitória, e na Volta a França onde terminou duas vezes no pódio e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez.

Em 1984, quando liderava a Volta ao Algarve, atropelou um cão, caindo de cabeça sem que esta se encontrasse protegida por um capacete. Apesar de ter terminado a etapa, acabou por falecer devido aos danos provocados pela queda.






NOTA: recordemos só que morreu após um acidente em que tinha as duas camisolas que amava, a amarela de líder e a verde do seu e meu Clube...

João Villaret nasceu há 97 anos

João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de Maio de 1913Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.

in wikipédia



domingo, maio 09, 2010

Saída de Campo em Leiria - 08.05.2010

Embora não podendo participar, por doença de um familiar, aqui ficam as fotos do início, antes da chegada de todos - e estou à espera de novas tiradas por participantes:









Dia da Europa

europa.gif

Dia 9 de Maio de 1950, pelas 16.00 horas, Robert Schuman, o então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou, no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, em Paris, uma proposta com as bases fundadoras do que é hoje a União Europeia.

Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", baseada numa ideia originalmente lançada por Jean Monnet, trazia consigo valores de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e social e equilíbrio ambiental e regional e incluía a criação de uma instituição europeia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura constituíam a base do poderio militar: o carvão e o aço.

Por se considerar que esse dia foi o marco inicial da União Europeia, os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, decidiram consagrar o dia 9 de Maio como "Dia da Europa".

Informação roubada daqui


Comemoremos, com uma belíssima canção de Fausto, o dia do nosso amado continente:


sábado, maio 08, 2010

HUMOR: Exames nacionais não são fáceis, críticos é que optam por resoluções simplistas

Recupero um texto antigo do Inimigo Público, que continua actual.



Facilitismo, tem sido a palavra usada sempre que o tema são os exames nacionais deste ano. Mas o problema não são os enunciados demasiados fáceis, mas sim uma mentalidade retrógrada e simplista que falha em chegar ao âmago das questões e desenvolvimentos implícitos. Alguns exemplos.

"O João tem cinco laranjas e comeu duas. Com quantas laranjas ficou o João?"

Resposta simplista: 3

Resposta dentro das expectativas contemporâneas: "Ocorre actualmente uma procura crescente por alimentos, principalmente oriunda dos países asiáticos emergentes, que inflacionam os mercados internacionais. Este factor real, associado a uma componente psicológica colada à galopada do petróleo e à incerteza quanto à evolução da crise hipotecária americana, coloca pressão nos géneros alimentares. Se o João tinha cinco laranjas, uma quantidade irrazoável para consumo pessoal, e anunciou ter ingerido duas, possivelmente não o fez. Apenas criou no mercado a percepção da escassez de laranjas, para inflacionar artificialmente o seu preço. Sendo o João um especulador, no final ficou sem nenhuma laranja, já que terá vendido a totalidade pelo preço de 20 laranjas na semana passada."

"Estás sentado numa..."

Resposta simplista: Cadeira

Resposta dentro das expectativas contemporâneas: A vida na Terra tal como a conhecemos é possível graças ao efeito de estufa, que permite reter na atmosfera parte da radiação solar e sem o qual a temperatura média da superfície seriam 19 graus negativos. As principais moléculas responsáveis pelo efeitos de estufa são a água, ozono e dióxido de carbono. Com o advento industrial, causas antropocêntricas têm causado o aumento da concentração deste último na atmosfera, incrementando a retenção dos raios infravermelhos e temperatura terrestre. Como a massa vegetal, nomeadamente as arvores de onde é extraída a madeira para fazer cadeiras, é responsável pelo sequestro do dióxido de carbono atenuando o efeito de estufa, eu não estou sentado numa cadeira mas sim num puff azul em pele de cabra enchido com a roupa suja da semana passada.

in De Rerum Natura - post (humorístico) de David Marçal

Há 65 anos terminou a Guerra na Europa...!

Victory in Europe Day

Victory in Europe Day (V-E Day or VE Day) was on May 8, 1945, the date when the World War II Allies formally accepted the unconditional surrender of the armed forces of Nazi Germany and the end of Adolf Hitler's Third Reich. On 30 April Hitler committed suicide during the Battle of Berlin, and so the surrender of Germany was authorized by his replacement, President of Germany Karl Dönitz. The administration headed up by Dönitz was known as the Flensburg government. The act of military surrender was signed on 7 May in Reims, France, and ratified on 8 May in Berlin, Germany.

Finalmente dá para perceber alguns comportamentos de certos deputados

Artigo da revista "Science"
Há um bocadinho de Neandertal dentro de nós
 

Svante Pääbo, investigador do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva de Leipzig, na Alemanha

O debate durou anos: o homem moderno (nós) e o Homem de Neandertal, hoje extinto, ter-se-iam cruzado e procriado juntos – ou não? Hoje a questão foi definitivamente arrumada pela genética, com a publicação na "Science" do primeiro rascunho do genoma dos Neandertais. A resposta? Sim! A criança do Lapedo teve de facto Neandertais entre os seus antepassados.


Há meses que nos diziam que a primeira sequenciação do genoma do Homem de Neandertal estava quase pronta. Já está. E proporcionou uma primeira grande surpresa aos próprios autores do trabalho (que, como muitos outros especialistas, não acreditavam nesta possibilidade), ao confirmar que os humanos modernos acasalaram e procriaram com Neandertais. Simplesmente, porque descobriram bocadinhos de sequências genéticas de Neandertal no nosso ADN.

A equipa internacional liderada por Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva de Leipzig, na Alemanha, demorou quatro anos a ler os genes desse ser humano, extinto há cerca de 30 mil anos – uma proeza técnica que, segundo os autores, vai ao mesmo tempo permitir perceber o que é que nos distingue deles do ponto de vista evolutivo.

“Há seis ou sete anos, eu pensava que a sequenciação da totalidade de um genoma antigo era algo que não iria acontecer durante a minha vida”, disse ontem Pääbo no início de uma conferência de imprensa telefónica convocada pela revista Science. O grande problema, explicou, é que “mais de 90 por cento do ADN encontrado nos fósseis provinha de bactérias ou de fungos” – ou seja, pertencia aos microrganismos que tinham contaminado os ossos após a morte dos indivíduos em questão. Para mais, os fragmentos de ADN obtidos eram extremamente curtos e tinham sofrido alterações químicas. Isto sem esquecer que a sua mera manipulação corria o risco de introduzir uma contaminação adicional, com o próprio ADN dos cientistas – o que é absolutamente indesejável quando se trata justamente de determinar se há genes de Neandertal em nós ou genes nossos neles... Uma grande parte do trabalho e das técnicas desenvolvidas tinha portanto como objectivo garantir a autenticidade da proveniência do ADN em estudo.

Os cientistas extraíram o ADN principalmente de três fragmentos de osso fossilizado de três mulheres Neandertais, que tinham sido encontrados numa gruta na Croácia entre o fim da década de 1970 e o início da de 1980. Dois desses ossos foram datados com precisão e têm respectivamente 38 mil e 44 mil anos. A partir daí, conseguiu-se reconstituir, nesta primeira fase, cerca de 60 por cento da totalidade dos três mil milhões de pares de bases (ou “letras”) do ADN dos Neandertais.

Aconteceu no Médio Oriente
Os cientistas também sequenciaram cinco genomas de humanos actuais, de origem europeia, asiática e africana, para fins de comparação com o genoma fóssil – e compararam ainda esse genoma com o do chimpanzé. E descobriram que os Neandertais são, do ponto de vista genético, ligeiramente mais próximos dos humanos modernos fora de África do que dos africanos actuais. A explicação que dão para isto é que, pouco depois de terem saído de África à conquista do mundo, há uns 80 mil anos, provavelmente algures no Médio Oriente (antes de chegarem à Europa), os primeiros homens modernos cruzaram-se com os Neandertais e produziram descendência.

Isso não significa que não tenha havido, mais tarde, novos encontros e novos cruzamentos, nomeadamente na Europa. Mas o “fluxo genético” agora detectado – sempre dos Neandertais para os humanos actuais e não em sentido oposto – aponta para um contacto mais precoce, logo à saída de África. A ausência de provas não significa que não tenha havido contactos ulteriores, mas simplesmente que não foi possível detectar sinais genéticos desses contactos, argumentam os cientistas.

Seja como for, os seres humanos actuais, da Austrália à Europa, passando pela Ásia (mas não por África), herdaram, naquela altura, bocadinhos de sequências genéticas de Neandertal que continuam, ainda hoje, espalhadas pelo nosso ADN. Os cientistas estimam que entre um e quatro por cento do genoma dos humanos actuais provenha dos Neandertais. Num comunicado, referem mesmo que o genoma do célebre “caça-genes” norte-americano Craig Venter, recentemente publicado, contém segmentos que são mais próximos do genoma de Neandertal do que do genoma “de referência” humano, que inclui uma mistura de ADN de origem europeia e africana! “Um a quatro por cento do meu genoma é Neandertal”, salientou Pääbo na conferência de ontem. “Eles não se extinguiram totalmente, continuam a viver em nós.” Contudo, as sequências genéticas identificadas como provenientes dos Neandertais estão distribuídas ao acaso pela molécula de ADN e não correspondem a nenhum traço identificável que alguns de nós poderíamos ter em comum com eles.

Para Pääbo, “o mais fascinante” disto tudo é, porém, a possibilidade de utilizar este genoma fóssil para procurar provas da selecção “positiva” de traços genéticos, ou seja, de características genéticas que se fixaram ulteriormente nos humanos modernos porque apresentavam vantagens do ponto de vista evolutivo em termos de sobrevivência da espécie – e que nos tornam únicos e diferentes dos Neandertais. A equipa já identificou várias regiões do genoma onde isto poderá ter acontecido, que têm a ver com o desenvolvimento mental e cognitivo (há três genes que, quando mutados, estão implicados na trissomia 21, na esquizofrenia e no autismo), bem como regiões relacionadas com o metabolismo energético, com o desenvolvimento do crânio, da clavícula e da caixa torácica.

Pertencemos à mesma espécie?
Para Pääbo, esta pergunta não faz sentido. “É um debate estéril”, frisou. “Nunca me pronunciei sobre isto e prefiro deixar essas lutas a outros. O que interessa é que mostrámos que o cruzamento reprodutivo era biologicamente possível entre os Neandertais e nós. Eu diria que eram diferente dos humanos – mas não assim tão diferentes como isso.”

“Há mais de dez anos que as provas arqueológicas e paleontológicas de hibridação cultural e biológica entre Neandertais e homens modernos se vêm acumulando”, disse João Zilhão, arqueólogo português da Universidade de Bristol, em conversa telefónica com o PÚBLICO. Juntamente com o seu colega Erik Trinkaus, da Universidade de Washington, Zilhão descobriu em 1998, no Vale do Lapedo, perto de Leiria, o esqueleto mais completo até à data de uma criança da nossa espécie que viveu no Paleolítico Superior (há cerca de 25 mil anos). O fóssil, afirmam desde então estes cientistas, apresenta uma mistura de traços modernos e de Neandertal.

Só que muitos especialistas discordavam desta interpretação – o que, para Zilhão, deixa de ser possível a partir de hoje. “Andámos a dizer isso há dez anos e têm-nos atirado à cara com os dados genéticos”, disse-nos hoje o investigador. E mostrou-se satisfeito com os novos resultados: “Era a última objecção contra o nosso modelo e isso é óptimo. Há que virar a página, o problema está resolvido.”

Mas então somos ou não da mesma espécie? “A dicotomia homem moderno/Neandertal é falsa”, responde-nos Zilhão. “É uma classificação vitoriana, do século XIX.” O Neandertal foi o primeiro homem fóssil a ser descoberto, um ser a meio caminho entre os macacos e o homem, “e isso encaixava no paradigma da evolução [das espécies]”. Para Zilhão, esta concepção tem criado uma resistência cultural subconsciente. “Como é que um fulano tão feio pode ser igual a nós?”, ironiza. “Do ponto de vista biológico, o que é importante é que, em termos reprodutivos, o homem moderno e o homem de Neandertal funcionam como uma única comunidade. Podiam acasalar. Isso é que conta.”

É provável, entretanto, que o crescente número de pessoas que recorrem a empresas que analisam o seu genoma venham a saber em breve se são portadoras de sequências genéticas vindas dos Neandertais. Até porque o genoma fóssil já foi colocado pelos autores na Internet, numa base de dados genética de acesso livre. Interrogado pelo PÚBLICO a este propósito durante a conferência de imprensa de ontem, Pääbo riu-se: “Tenho a certeza de que algumas dessas empresas vão oferecer isso aos seus clientes.”

Colóquio sobre Alterações Climáticas na Marinha Grande



A OikosAssociação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria, vai realizar, no dia 27 de Maio de 2010 (quinta-feira), às 21.00 horas, na Biblioteca Municipal da Marinha Grande, um colóquio subordinado ao tema "Alterações Climáticas".

Divulga o evento e comparece...

O Affair Ricardo Rodrigues explicado pelo Antero





Limpar Leiria - celebrar o Dia Mundial do Ambiente com trabalho


Porque a participação e empenho de todos se revelam como cruciais ao sucesso da iniciativa, o Município de Leiria convida todos os cidadãos interessados a participarem na Campanha “Limpar Leiria”, a desenvolver no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Ambiente, no próximo dia 5 de Junho.

A Câmara Municipal de Leiria, apela à participação de todos os cidadãos para a possibilidade de dar continuidade ao trabalho já desenvolvido, através de uma nova campanha - “Limpar Leiria”, a desenvolver em estreita colaboração com as freguesias do Concelho.

Poderá inscrever-se:
  • Site da Câmara Municipal de Leiria;
  • Sedes das Juntas de Freguesia aderentes;
  • Feira de Maio;
  • Centro de Interpretação Ambiental de Leiria

Visite-nos no Facebook.

Informações adicionais em www.cm-leiria.pt

Algo vai bem no Reino da Dinamarca - já na República Portuguesa...

Entrevista
"Sinto mesmo muitas saudades”

Mikkel Solnado, filho de Raul Solnado, vive na Dinamarca e está a conhecer o êxito com a canção ‘We Can do Anything’, tema que começou por ser um anúncio para a TV.


Correio da Manhã – Como é que o filho de Raul Solnado acaba a fazer música na Dinamarca?

Mikkel Solnado – Nasci na Dinamarca e fui para Portugal aos seis meses. Vivi aí com o meu pai e a minha mãe (Anne Louise, dinamarquesa), mas quando tinha 19 anos ela quis regressar às raízes e eu tinha vontade de viver uma vida mais solta. Em Portugal era muito difícil trabalhar com música, não havia uma ‘cena’ cultural como na Dinamarca.

– Já fazia música em Portugal?

– Tocava bateria, compunha e tinha uma banda, os Husk, que em dinamarquês quer dizer ‘lembra-te’.

– Com ‘We Can do Anything’ saltou para as bocas do Mundo. Como reagiu?

– Não estava nada à espera, foi mesmo muito surreal. Estava de férias em Portugal, o meu pai doente, depois morreu, o funeral, tudo isso... Andava triste e, de repente, a canção passou na rádio. A partir daí...

– O tema começou por ser um anúncio para uma marca de automóveis, certo?

– Eram só 20 segundos para a Volkswagen, mas depois pediram--nos que acabássemos a canção. Tinha havido pedidos para isso, mas nunca tive planos para formar uma banda. Na altura apaixonei-me por uma rapariga, tive um encontro espectacular, fui para o estúdio e acabei o tema em menos de meia hora. A letra tem a ver com o viver agora.

– Não tinha intenções de formar uma banda, mas agora é uma estrela. Como está a lidar com isso?

– Aqui não sinto muito, as pessoas gostam do tema mas não tem o mesmo êxito que em Portugal. Não temos experiência de palco, portanto vai ser a estreia absoluta em Lisboa. Estamos muito ansiosos.

– Há planos para um disco?

– A ideia é essa, tenho tido reuniões com editoras portuguesas e o disco deverá sair em Março de 2010.

– Serão canções em português, inglês... ou dinamarquês?

– Na maioria serão em inglês, tenho uma em português, feita com o Nanu Figueiredo, dos Mola Dudle, mas em principio serão mais em inglês porque a ideia é divulgar o disco no resto do Mundo.

– Sente saudades de Portugal?

– Sinto muitas saudades. Sempre que posso vou a Portugal, vou todos os Verões e fico para aí umas três semanas, mas quando tenho de voltar fico triste. Gosto dos dois países e o meu plano é, um dia, viver um pouco aqui, um pouco em Portugal.

PERFIL

Mikkel Solnado nasceu em Copenhaga em 1979, filho de Raul Solnado e da dinamarquesa Anne Louise. Viveu em Portugal até aos 19 anos, quando partiu para a Dinamarca. Hoje trabalha numa agência que produz música para anúncios, TV e outros. Com a canção ‘We Can Do Anything’ saltou do anonimato e fará a sua estreia em palco a 4 de Dezembro, no Festival Super Bock em Stock, em Lisboa.

in CM - ler entrevista

 

Eyjafallajoekull strikes again

Vulcão islandês está a obrigar desde a última quinta-feira a alterações de rotas
Nuvem de cinzas vulcânicas cancela 104 voos em Portugal

A densidade da nuvem de cinzas levou à definição de uma "zona de interdição de voo" no espaço aéreo português

A nuvem de cinzas vulcânicas levou ao cancelamento de 104 voos previstos para hoje nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, avançou a ANA - Aeroportos de Portugal. As cinzas do vulcão islandês Eyjafjallajokull levaram ainda ao encerramento de 16 aeroportos em Espanha, pelo menos até às 14.0 horas locais (13.00 horas em Lisboa).


"Foram cancelados 104 voos em Portugal continental", dos quais 50 no aeroporto de Faro, 36 no Porto e 18 em Lisboa, adiantou à Lusa o porta-voz da ANA, Rui Oliveira, sublinhando que os cancelamentos dividem-se igualmente entre partidas e chegadas.

A nuvem de cinzas do vulcão islandês está a obrigar desde a última quinta-feira a alterações de rotas que, por sua vez, levam a "ligeiros atrasos" nos horários, referiu ainda o porta-voz.

Um comunicado da Navegação Aérea de Portugal (Nav Portugal) refere que a nuvem de cinzas está na zona norte da Região de Informação de Voo de Lisboa e a sua densidade levou à definição de uma "zona de interdição de voo" até aos 35 mil pés (cerca de 10 quilómetros). Assim, a zona dentro do território nacional acima dos 20 mil pés (cerca de seis quilómetros) mantém-se aberta ao tráfego.

Estas condições permitem que o Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, mantenha a operação, embora "com algumas limitações" que deverão ser levantadas a partir das 13.00 horas.

Nas próximas horas, "haverá um movimento desta nuvem para leste e para o final do dia ligeiramente para norte", segundo o mesmo comunicado.

A Nav Portugal prevê que a partir das 19.00 horas o continente fique livre desta situação mantendo-se ainda a "zona de interdição de voo" no limite noroeste da Região de Informação de Voo de Lisboa, mas já totalmente fora do território nacional.

O avanço da nuvem de cinzas vulcânicas da Islândia já levou à decisão de encerrar 16 aeroportos em Espanha. As unidades afetadas são as de Bilbao, São Sebastião, Vitória, Saragoça, Pamplona, La Rioja e Lérida, de acordo com um comunicado da AENA, organismo que gere os aeroportos espanhóis.

Durante a madrugada tinham sido já fechados os aeroportos de Santiago de Compostela, Corunha, Vigo, Astúrias, Santander, Burgos, León, Valladolid e Salamanca. O encerramento das 16 unidades vai manter-se “pelo menos” até às 18.00 horas locais (17.00 horas em Lisboa).

Depois dessa hora, os condicionamentos da navegação aérea dependerá da evolução da nuvem de cinzas, que chegou ao espaço aéreo espanhol cerca das 02.00 horas em Madrid (01.00 horas em Lisboa).

Uma pena, estes azares

roubar gravadores

Ricardo Rodrigues, confrontado por repórteres da revista Sábado com acontecimentos de um passado pouco glorioso do deputado, então nos Açores, não arranjou melhor explicação do que mencionar os seus azares. "Eu já tive os meus azares."

E que azares são esses, afinal?

Boatos de pedofilia. Boatos de burlas agravadas, sem investigação. E sem condenação dos boateiros...


De facto, são azares a mais. Quantos deputados terão, nas suas vidas, públicas ou particulares, tamanhos azares, sem reparação devida?

in Blog portadaloja - post de José

sexta-feira, maio 07, 2010

Provas de Aferição ou Exames a Fingir de Português e Matemática para Totós?

Concluíram-se hoje as Provas de Aferição, que os nossos alunos de 4º e 6º todos os anos fazem em Maio, aquele que na minha zona chamam do mês dos burros. Tive a honra de vigiar a prova de Português do 6º Ano e, quando o li, apeteceu-me vomitar - era tão fácil que o meu filho, que está no 2º Ano num Jardim Escola João de Deus, tenho a certeza que tirava pelo menos 80% e ainda lhe sobrava tempo...

Hoje foi a vez da Matemática e - surpresa...! - ainda era mais fácil...

Quem é que os burocratas do Ministério da Educação querem enganar ou insultar? Os professores, que querem que os seus alunos aprendam o máximo possível, os alunos, pois provam-lhes que não vale a pena estudar, ou a opinião pública, que tentam que coma as valorosas classificações dos nossos alunos?

Lá porque o nosso PM tirou um pseudo-curso na Universidade da Farinha Amparo, a um domingo e por fax, lá porque alguns não precisaram de trabalhar nada para chegar onde chegaram para ganharem milhões, lá porque alguns acham natural roubar ou mentir, não há motivo para se propor generalizar estas situações aos nossos miúdos de 4º ou 6º Ano.

Para que não pensem que vos estou a aldrabar, aqui vos deixo um pequeno extracto da Prova de 6º Ano, roubada ao Blog A Educação do meu Umbigo:



Como diz o Paulo Guinote, "isto é de uma violência psicológica intolerável…"

NOTA: aplauda-se a posição da Sociedade Portuguesa de Matemática - ler AQUI.

O Efeito Milu é como as célebres pilhas - e dura.. e dura... e dura...


NOTA: na minha Escola houve, nos últimos dezoito meses, duas agressões a docentes. Muitos calam, por vergonha e impotência - até quando?

Tchaikovsky nasceu há 160 anos

Google Doodle do dia - 07.052010

Piotr Ilitch Tchaikovsky (em russo: Пётр Ильи́ч Чайко́вский, por vezes, transliterado Pyotr Ilyich Tchaikowsky); (Kamsko-Wotkinski Sawod, actual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo.
Embora faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas daquele país, sua música se tornou conhecida e admirada por seu carácter distintamente russo, bem como por suas ricas harmonias e vivas melodias. Suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas do que aquelas de seus compatriotas, uma vez que ele utilizava elementos internacionais ao lado de melodias populares nacionalistas russas.








Queima das Fitas 2010: Monumental Serenata

Para os que amam o Fado de Coimbra, a sua cidade e a sua Universidade, para quem ama o espírito académico e outros saudosistas, entre os quais em me conto, aqui fica a hipótese de ver e ouvir a Serenata da Queima de 2010:

Watch live streaming video from tvaac at livestream.com


NOTA: os nossos parabéns a TV da AAC - http://tv.aac.uc.pt/?g=home - pela transmissão e colocação na Internet da Serenata... Sugere-se ainda que comecem a ver a partir dos 11'50''...

Ditosa pátria amada que tem um deputado que os jornais já tratam como... "ladrão profissional"...


24horas, 07.05.2010

Digo-vos: se mantiver o jeito de mãos, Ricardo Rodrigues ainda poderá aspirar a protagonizar, no cinema, o mais romântico e simpático de todos os ladrões da literatura: Arsène Lupin...


quinta-feira, maio 06, 2010

Música para uma amiga

Aqui fica uma musiquinha para a colega geopedrada Flor, com um beijinho de parabéns...



NOTA: a música colocada no filme é retirada do filme Life of Brian, dos Monty Python...

Corvus sapiens sapiens



Este fantástico vídeo acompanha o recente artigo "Complex cognition and behavioural innovation in New Caledonian crows" publicado na Proc. R. Soc. B, por uma equipa da Universidade de Auckland e também disponível aqui.

in Blog GeoLeiria - post de Octávio Mateus

Almoço de Queima para geopedrados resistentes

A Téu, essa Grande Líder dos Geopedrados, enviou um convite por e-mail aos colegas Geopedrados para se fazer um almoço de Queima este domingo, em Coimbra. Como sabem agora o Cortejo Académico é ao domingo e assim dava para arejar a capa e as fitas...

Eu e a Lai lá estaremos - e muitos que não podem estarão em espírito, tenho a certeza...

Paródia musical



quarta-feira, maio 05, 2010

Saída de Campo em Leiria

GEOLOGIA DE LEIRIA: Um percurso pela cidade

8 de Maio de 2010 (Sábado: 09.30 – 16.00 horas)

Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo

Os professores do Grupo 520 (Biologia e Geologia) da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo (ESFRL) convidam os colegas interessados a participar na visita Geologia de Leiria: um percurso pela cidade, orientada pelo Doutor Jorge Dinis (Universidade de Coimbra).


PROGRAMA

09.30 – encontro junto à Ponte dos Caniços
pausa para almoçopicnic no Castelo de Leiria (à responsabilidade de cada um)
16.00 – hora prevista de terminus


Inscrições – através do e-mail gr520esfrl@gmail.com

LINKS:

NOTA: para os desconhecedores do local de partida, ele aqui fica:


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São azares a mais, senhor deputado - e parem com os eufemismos...

Durante uma entrevista
Ricardo Rodrigues apropriou-se de dois gravadores de jornalistas da Sábado

Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS, explica que “tomou posse”, de forma “irreflectida”, de dois gravadores da revista Sábado, durante uma entrevista, porque foi exercida sobre ele uma “violência psicológica insuportável”.

Numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, o deputado do PS Ricardo Rodrigues anunciou que, na passada segunda-feira, apresentou no Tribunal Cível de Lisboa uma providência cautelar contra a revista Sábado e dois jornalistas da mesma publicação.

A entrevista, realizada a 30 de Abril, acabou por ser interrompida por Rodrigues, que, antes de abandonar a sala, furtou os dois gravadores digitais dos jornalistas, como se pode verificar no vídeo já disponível no site da revista (ver link).

Assis ao lado de Rodrigues

Na Assembleia da República, o deputado socialista, acompanhado pelo líder parlamentar, Francisco Assis, e por um outro membro da direcção do grupo, Sérgio Sousa Pinto, justificou a sua acção pelo “tom inaceitavelmente persecutório” das perguntas e pelos “temas e factos suscitados, falsos e mesmo injuriosos”.

Em causa, apontou, estavam perguntas relacionadas com a sua “alegada cumplicidade” com clientes que “patrocinou” enquanto advogado e que “foram condenados relativamente a factos de 1997”. E ainda “injúrias e difamações que estão a ser julgadas no Tribunal de Oeiras”, em que são réus a SIC, a SIC/Notícias e o jornalista Estevão Gago da Câmara.

“Porque a pressão exercida sobre mim constituiu uma violência psicológica insuportável, porque não vislumbrei outra alternativa para preservar o meu bom nome, exerci acção directa e, irreflectidamente, tomei posse de dois equipamentos de gravação digital, os quais hoje são documentos apensos à providência cautelar”, justificou.


NOTA: O filme do apropriamento é este:


ADENDA: para quê títulos de jornal politicamente correctos e factualmente (e criminalmente...) incorrectos? O que o senhor deputado fez foi ROUBAR e a uma pessoa que faz o que ele efectivamente fez chama-se LADRÃO.

Carta aberta ao PM Sócrates


PS - pretendo ser o segundo subscritor da carta aberta:

Fernando Martins

terça-feira, maio 04, 2010

As obras socraónicas e a bancarrota do Estado


No 28 de Abril de 2010, quarta-feira cinzenta, dia da iminência do estouro, o primeiro-ministro José Sócrates veio dizer que o País faria tudo o que fosse necessário para satisfazer os mercados financeiros internacionais, de modo a que estes confiassem no pagamento da dívida portuguesa e dos juros. Para tanto, até fez uma declaração conjunta com o líder do PSD, dr. Pedro Passos Coelho, que garantiu apoio ao Governo. Faltou a afirmação da suspensão das obras públicas socraónicas, mas ninguém pensou que se tratasse de outra coisa, para além do aperto no subsídio de desemprego e no rendimento social de inserção.

No dia seguinte, quinta-feira, acalmou o pânico nos mercados financeiros por informação, em círculo fechado, de que o Governo grego, liderado por Papandreou Junior, actual presidente da Internacional Socialista, asfixiado pelos juros brutais da dívida pública grega, que chegou no dia anterior a ter comprador apenas a 23,9%, tinha aceite finalmente o pacote de austeridade na despesa pública que o FMI e a União Europeia lhe impunham como contrapartida de um empréstimo de três anos. Desceu o juro da dívida pública grega e também da portuguesa, que vai agora, segunda-feira, 3-5-2010, à tarde, nos 5,33% (obrigações a 10 anos).

Sucedeu aquilo que ninguém julgava que Sócrates ousasse: que depois da pausa de quarta-feira, desafiasse os mercados financeiros, mantendo o mesmo PEC e o mesmo Orçamento, e, temerário, afirmasse a continuação da sua política de grandes obras públicas, dignas do faraó que se julga. Da pressa da assinatura à socapa da concessão da auto-estrada do Pinhal Interior ao consórcio Ascendi da Mota-Engil e do grupo Espírito Santo, no valor de 1,2 mil milhões de euros, nesse mesmo dia crítico do 28 de Abril, - num movimento típico de fim de regime (distribuição do tesouro, antes que venham os alemães...) -, passou à confirmação da ostentação do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, das auto-estradas. E nos apertos das prestações sociais, ninguém mais  ninguém ouviu falar o Governo. E se Teixeira dos Santos sugere a contenção, logo manda falar António Mendonça, ou ele próprio se pronuncia, em sentido contrário, desautorizando o seu ministro das Finanças, o que equivale a deitar gasolina no fogo dos mercados...

É natural que o Presidente da República, que foi professor de finanças públicas, ficasse muito preocupado com o drama da crise da dívida e a incapacidade do Governo fazer face ao descrédito dos mercados financeiros no pasmo e passividade do Governo. Num acto que passou relativamente despercebido, Cavaco Silva antecipou a audiência semanal com o primeiro-ministro para quarta-feira, 28-5-2010, com o primeiro-ministro, e convocou para a mesma o ministro Teixeira dos Santos, dando um sinal de que não confia na capacidade de Sócrates aplacar a crise e, ao mesmo tempo, de apoio à reserva do ministro das Finanças. O problema é que Teixeira dos Santos é fraco e não é capaz de dar um murro na mesa do despesismo...

Preocupado com esta irresponsabilidade do desafio socratino aos mercados financeiros de, mesmo em face do pânico no crédito, da descida do rating da República e do crescimento dos juros, o prof. Cavaco Silva, que já tinha prevenido em 23-5-2003, numa intervenção premonitória do drama que o País hoje sofre, que foi publicada no Jornal de Negócios sob o título «Dores de cabeça», da insustentatibilidade do crescimento da despesa, sem aumento de competitividade, e do perigo da indisciplina orçamental, veio alertar, em 30-4-2010, sexta-feira, para a necessidade de serem repensados os grandes investimentos, particularmente aqueles com menor incorporação nacional. Disse o Presidente da República:
«faz sentido reponderar todos os investimentos públicos e privados na área dos bens não transaccionáveis que tenham uma grande componente importada, que tenham capital intensivo, ou seja, que utilizem pouca mão-de-obra portuguesa»

Isto é, janela quebrada por janela quebrada é melhor aquela que é reparada com vidraça e marceneiro portugueses. E logo se levantou o protesto, pelo poeta Manuel Alegre, de interpretar as palavras do Presidente como «uma interferência nas escolhas do Executivo» (sic).

Portanto, aqui fica o meu comentário: o Presidente não se opôs, recomendou a reponderação dos grandes investimentos, devido à situação actual. Mas, eu creio que, enquanto o Governo não atingir o objectivo dos 3% de défice, a que se comprometeu no PEC,  o Presidente da República deveria vetar qualquer contrato de construção e concessão de grandes obras públicas que aumentem significativamente a despesa do Estado, e explicar ao País o motivo. Certamente que todos os patriotas querem evitar que Portugal se transforme num protectorado do FMI/União Europeia (Alemanha...) e que o povo seja sujeito a um pacote de austeridade, semelhante ao grego, muito mais grave do que aquele que seria agora posto em prática, simplesmente por se não querer abdicar das comissões.

in Blog Do Portugal Profundo - post de António Balbino Caldeira

O País do Faz de Conta

A FRASE DO DIA

Nuno Crato, Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, citado pelo jornal "Público", sobre as provas de aferição de Matemática dos 4.º e 6º anos, da responsabilidade do Ministério da Educação:

"Seria óptimo se nas provas houvesse perguntas de Matemática".


NOTA: aplicavam-se aqui as sábias palavras de Salgueiro Maia aos soldados formados na parada, antes de sair, com todos eles, para Lisboa, acabar com um regime moribundo, na madrugada de 25 de Abril de 1974:

"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

Koniec, Vasco Granja



Vasco Granja (Campo de Ourique, 10 de Julho de 1925 - Cascais, 4 de Maio de 2009) foi um apresentador de televisão português, reconhecido pelo seu grande contributo para a divulgação da animação e da banda desenhada em Portugal.



Morreu há um ano este grande divulgador de desenhos animados - um exemplo de uns que eu gostava em garoto, ainda por cima científicos, mas desta vez em sua homenagem:


segunda-feira, maio 03, 2010

Um pequeno passo...


Como vêem, às vezes barafustarresultados e até os políticos podem perceber a expressão ter vergonha na cara:



ADENDA - achei um texto delicioso na Internet sobre vergonha na cara, escrito por um jornalista que Sócrates processou e tentou intimidar (com os resultados do costume...) - ler AQUI.

Plano Inclinado - a Educação a bater no fundo (parte II)

Colocamos aqui novamente um programa da SIC Notícias, do jornalista Mário Crespo, com Nuno Crato, Medina Carreira e Guilherme Valente (o editor da Gradiva...), que, tal como o programa anterior, vale a pena ver do princípio ao fim...