quinta-feira, agosto 08, 2024

Raul Solnado morreu há quinze anos...

 Podiochamá-lo?” (entrevista a Raul Solnado) | PÚBLICO

Raul Augusto de Almeida Solnado (Lisboa, Santa Isabel, 19 de outubro de 1929 - Lisboa, Campo Grande, 8 de agosto de 2009) foi um humorista, apresentador de televisão e ator português.
    
Biografia
Filho de Bernardino da Silva Solnado (Vila de Rei, Fundada, 1902 - ?) e de sua mulher Virgínia Augusta de Almeida (Fornos de Algodres, Maceira, circa 1905 - Lisboa, Santa Isabel, 19 de outubro de 1929).
Unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (1947), profissionalizando-se em 1952.
Em 1953 estreia-se no teatro de revista com "Viva O Luxo", apresentado no Teatro Monumental. Entra também em "Ela não Gostava do Patrão".
1956 é o ano de "Três Rapazes e Uma Rapariga" no Teatro Avenida. Participa ainda nos filmes "O Noivo das Caldas" e "Perdeu-se um Marido".
No ano de 1958 participou nos filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo". Desloca-se pela primeira vez ao Brasil em 1958, onde correu tudo mal.
Em 1960 torna-se primeiro ator na peça "A Tia de Charley" apresentada no Teatro Monumental. Participa no filme "As Pupilas do Senhor Reitor" (Prémio S.N.I.).
"A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, adaptado para português por Solnado, é interpretado na revista "Bate o Pé", estreada no Teatro Maria Vitória em outubro de 1961. Entra também no filme "Sexta-feira, 13".
O disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida", editado em abril de 1962, bateu todos os recordes de vendas de discos.
Em 1962 entra em "Lisboa à Noite", em cena no Teatro Variedades, onde interpreta os sketcks "É do Inimigo" e "Concerto do Inimigo". É protagonista do filme neo-realista "Dom Roberto", de José Ernesto de Sousa. Vence o Prémio de Imprensa para melhor ator de cinema.
Após 1963, faz teleteatro no Brasil, onde apresentou-se em programas das TVs Record e Excelsior, e na RTP. "Vamos Contar Mentiras" é o grande espetáculo do ano de 1963. Torna-se em 1964 fundador e empresário do Teatro Villaret. A estreia foi em 1965 com "O Impostor-Geral" onde foi o protagonista.
Mariema e Raul Solnado recebem os Prémios de Imprensa para melhores atores de teatro de revista.
Em maio de 1966 foi lançado o EP "Chamada Para Washington."
O EP "Cabeleireiro de Senhoras" foi lançado em dezembro de 1968. Em janeiro de 1969 foi editada a compilação "O Irresistível Raul Solnado" que incluía alguns dos principais êxitos editados anteriormente em EP (História do Meu Suicídio, Chamada para Washington, O Bombeiro Voluntário, A Guerra de 1908, O Cabeleireiro de Senhoras, História da Minha Vida).
No dia 24 de maio de 1969 foi gravado o primeiro programa do "Zip-Zip", no Teatro Villaret. A última emissão foi no dia 29 de dezembro do mesmo ano. O programa da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz foi um dos marcos desse ano.
Em dezembro de 1969 é o protagonista de "O Vison Voador".
A peça "O Tartufo de Moliére" é estreada em janeiro de 1972. Ainda em 1972 participa na revista "Prá Frente Lisboa". A canção "Malmequer" tornou-se um grande êxito popular.
Em 1974, fez quadros humorísticos de sucesso no programa Fantástico, da brasileira Rede Globo.
Em 1975 estrela o filme "Aventuras d'um Detetive Português".
O programa "A Visita da Cornélia" é um grande sucesso da televisão portuguesa em 1977.
Com César de Oliveira adapta a Peça "Checkup" do dramaturgo brasileiro Paulo Pontes. "Isto É Que Me Dói" incluía no elenco Raul Solnado, Guida Maria, Helena Matos, Joel Branco, Cândido Mota, Luís de Mascarenhas e David Silva.
O single "Dá O Cavaquinho, Os Ferrinhos e a Pandeireta" de 1978 inclui dois temas de Luiz Miguel d'Oliveira: "É Tão Bom Sabe tão Bem" e "Viste O Lino?".
Raul Solnado pertencia ao Grande Oriente Lusitano (GOL) desde meados da década de 80, embora depois não tivesse sido muito ativo.
Repete o enorme êxito com a peça "Há Petróleo no Beato" de 1981. "Super Silva" foi outro êxito enorme.
Com Fialho Gouveia e Carlos Cruz apresenta na RTP o programa "E O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa.
No concurso televisivo "Faz de Conta" mostra todo o seu talento ao contracenar e improvisar com os concorrentes que lhe davam réplica.
Na televisão é o protagonista da sitcom "Lá Em Casa Tudo Bem" que dura vários meses.
Em 1987 interpreta um papel dramático no filme "Balada da Praia dos Cães", de José Fonseca e Costa, baseado no livro de José Cardoso Pires.
Foi ator convidado do Teatro Nacional D. Maria II, como protagonista da peça "O Fidalgo Aprendiz", de D. Manuel de Melo.
Publicou a sua autobiografia – A Vida Não Se Perdeu (1991).
Em 1992 foi ator convidado do Teatro Nacional de S. Carlos, na personagem Frosch da opereta "O Morcego", de Strauss.
Em 1993 participou, ao lado de Eunice Muñoz, na telenovela "A Banqueira do Povo" de Walter Avancini.
Entrou na peça "As Fúrias", de Agustina Bessa-Luís, no Teatro Nacional D.Maria II, em 1994.
Em 1995 fez "O Avarento", de Molière, no Teatro Cinearte, encenado por Helder Costa. Nesse ano foi editada a compilação "Best Seller dos Discos".
Em março de 2000 realizou-se em Tondela uma homenagem, organizada pelo grupo Trigo Limpo ACERT, que foi acompanhada por uma exposição biográfica sobre o ator, baseada no livro de Leonor Xavier, "Raul Solnado - A Vida Não Se Perdeu".
Em 2001 voltou aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebe o Prémio Carreira Luís Vaz de Camões.
Foi homenageado em 2002 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e recebeu, em 10 de junho de 2004, do Presidente Jorge Sampaio a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
A compilação "Tá Laáa…? O Melhor de Raul Solnado - volume 2" inclui o inédito "O Paizinho do Ladrão", "A História do Meu Suicídio" e ainda gravações "No Zip-Zip", "No Teatro" e "Nas Cantigas". Além de "Fado Maravilhas" e de "Malmequer" inclui duas novas gravações: "Eu Já Lá Vou" e "Haja Descanso (Viva o Chouriço)".
Foi, até à sua morte, Diretor da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.
Casou a 15 de março de 1958 com Joselita Alvarenga (Cambuquira, Minas Gerais, 4 de dezembro de 1934), de quem se divorciou a 30 de maio de 1980. Era pai de José Renato Alvarenga Solnado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 2 de dezembro de 1959), de Alexandra Solnado e do cantor Mikkel Solnado (1975, filho de Anne Louise), além de avô da atriz Joana Solnado.
Raul Solnado faleceu no dia 8 de agosto de 2009, vitima de doença cardiovascular e os seus restos mortais descansam no Cemitério dos Prazeres. Será para sempre um ícone do povo português e de Portugal.
    
    

The Edge celebra hoje sessenta e três anos

     
David Howell Evans (Londres, 8 de agosto de 1961) mais conhecido por seu nome artístico The Edge (ou apenas Edge), é o guitarrista, backing vocal e teclista da banda de rock irlandesa U2. Em 2003, foi considerado o 38.º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
    
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Edge também fornece o vocal de apoio para os U2. Em 1983, o álbum ao vivo do U2 e o lançamento do vídeo, Under a Blood Red Sky, e Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky são bons pontos de referência para o seu canto (como são os DVDs ao vivo da turnê Elevation Tour, U2 Go Home: Live from Slane Castle e Elevation 2001: Live from Boston).
The Edge canta a canção "Van Diemen's Land" e "Numb", a primeira metade de "Seconds". Faz um duplo vocal com Bono em "Discothèque", e uma ponte na canção "Miracle Drug". Os seu vocais de apoio (coros) sem frequentemente um falsete, como na canção "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of", "Sometimes You Can't Make It on Your Own", "A Man and a Woman", "The Wanderer" e versões ao vivo de "The Fly" e "Window in the Skies".
Ele também canta como vocalista ocasional nas reedições ao vivo de outras músicas (como "Sunday Bloody Sunday" durante a Popmart Tour e "Party Girl" durante a Zoo TV Tour em Roterdão, no aniversário de Bono).
Além de seu papel regular nos U2, The Edge também gravou com artistas como Johnny Cash, BB King, Tina Turner, Ronnie Wood, Jay-Z e Rihanna.
  

 


Olivia Newton-John morreu há dois anos...

   
Olivia Newton-John (Cambridge, 26 de setembro de 1948 - Santa Ynez Valley, 8 de agosto de 2022) foi uma cantora, compositora e atriz britânica, de ascendência alemã e naturalizada australiana.
Em 1974, representou o Reino Unido, no Festival Eurovisão da Canção de 1974, interpretando o tema Long live love, que obteve o quarto lugar.
Neta do físico anglo-alemão de origem judaica Max Born, que ganhou o Prémio Nobel da Física em 1954, tornou-se uma estrela internacional com o sucesso do filme Grease (1978). Nesse filme o seu parceiro foi John Travolta, com quem faria outro filme em 1983, Two of a Kind, dessa vez sem nenhum sucesso.
O musical Xanadu foi outro filme famoso que teve Olivia como protagonista. Aqui o seu parceiro foi Gene Kelly, o histórico astro do género.
Fez sucesso também com as canções Physical, A Little More Love, Magic e Xanadu, as duas últimas partes da banda sonora do filme Xanadu.
    
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Newton-John revelou que lutou três vezes contra o cancro da mama, em segredo em 2013, além do diagnóstico inicial em 1992. Com a recorrência em 2017, o cancro espalhou-se para os ossos e progrediu para o estágio IV. Newton-John sentiu muita dor devido às lesões ósseas metastáticas e falou abertamente sobre o uso de óleo de canabis para aliviar a dor. Ela era uma defensora do uso de canabis medicinal e a sua filha Chloe possuía uma quinta de canabis no estado de Oregon.

Sucumbiu das complicações da patologia, a 8 de agosto de 2022, no sul da Califórnia aos 73 anos de idade.
    

 


Sixto Sugar Man Rodríguez morreu há um ano...

 
Sixto Díaz Rodríguez (também conhecido como Rodríguez ou como Jesús Rodríguez; Detroit, 10 de julho de 19428 de agosto de 2023) foi um músico folk americano nascido em Detroit, Michigan. A sua carreira inicialmente foi curta, com dois álbuns, pouco vendidos, no início dos anos 70 e uma breve turnê na Austrália. Sem que ele soubesse, no entanto, a sua obra tornou-se extremamente bem sucedida e influente na África do Sul, embora tenha existido, erroneamente, rumores nesse país de que ele havia cometido suicídio.

Na década de 90, os fãs sul-africanos, determinados, conseguiram contactá-lo, o que levou a um inesperado renascimento da sua carreira musical. A sua história é contada no documentário Searching for Sugar Man, vencedor do Academy Award de 2012, que também ajudou a dar a Rodríguez alguma  fama no seu país natal.

 


quarta-feira, agosto 07, 2024

Hoje é dia de ouvir Fado de Coimbra...

Música adequada à data...!

 

Canção do Alentejo -  Edmundo Bettencourt

 

Lá vai Serpa, lá vai Moura
Ai, as Pias ficam no meio
Lá vai Serpa, lá vai Moura
Ai, as Pias ficam no meio

Quem vier à minha terra
Ai, não tem de que ter receio
Quem vier á minha terra
Ai, não tem de que ter receio

Teus olhos, linda morena,
Ai, Fazem-me a alma sombria
Teus olhos, linda morena,
Ai, Fazem-me a alma sombria

Quero-te mais, ó morena
Ai, Do que à luz de cada dia.
Quero-te mais, ó morena
Ai, Do que à luz de cada dia.

A gastronomia neandertal alvo de estudo...

Arqueólogas portuguesas desvendam os segredos da cozinha à la Neandertal

 

 

Mariana Nabais depena uma ave com técnicas neandertais. Foi mais difícil do que parecia…

 

Três arqueólogas, incluindo as portuguesas Marina Igreja e Mariana Nabais, tentaram reproduzir os antigos métodos usados pelos Neandertais para cozinhar aves e assim compreenderem melhor a dieta destes humanos primitivos.

O que é que os Neandertais gostavam de comer? Os arqueólogos que estudam os nossos primos extintos fazem esta pergunta muitas vezes.

Mas descobrir detalhes sobre a dieta dos Neandertais é muito parecido com vasculhar os caixotes do lixo do vizinho - estudando cuidadosamente os ossos e utensílios de abate que usavam, em sítios onde se sabe que estas populações viviam.

Nos últimos anos, diferentes estudos foram apresentando resultados divergentes sobre os hábitos alimentares do Neandertais: em 2014, consumiam mais vegetais do que se pensava; eram pescadores; mas a carne fresca era a base da sua dieta; eram carnívoros, mas odiavam sangue e ossos.

Agora, uma equipa de arqueólogas, incluindo as investigadores portuguesas Marina Igreja e Mariana Nabais, do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, tentaram cozinhar pratos neandertais - para melhor compreender a sua dieta.

A equipa incluiu também Anna Rufà Bonache, investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano da Universidade do Algarve.

Os resultados do estudo foram publicados esta quarta-feira na revista Frontiers in Environmental Archaeology.

As autoras testaram métodos de preparação de alimentos que os Neandertais poderiam ter usado para verificarem que vestígios deixariam nos ossos das aves, e como se comparavam com danos causados por processos naturais ou por ação de outros animais.

Durante a experiência, a equipa confrontou-se com dificuldades imprevistas, como utilizar lascas de sílex para cortar carne. A borda das lascas era mais afiada do que as investigadoras pensavam, o que exigiu a sua manipulação com cuidado para fazer cortes precisos sem causar ferimentos nas mãos.

As arqueólogas utilizaram cinco aves selvagens que morreram de causas naturais no Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens, em Gouveia: dois corvos, duas rolas-turcas e um pombo-torcaz, espécies semelhantes às consumidas pelos Neandertais.

A equipa selecionou métodos culinários a partir de provas arqueológicas e dados etnográficos. Todas as aves foram depenadas à mão.

O corvo e uma rola-turca foram esquartejados em cru com uma lasca de sílex e as restantes aves foram assadas sobre brasas e depois desmembradas.

Posteriormente, as arqueólogas limparam e secaram os ossos e examinaram-nos ao microscópio à procura de marcas de cortes, fraturas e queimaduras, tendo analisado a lasca de pedra usada para procurar sinais de desgaste.

Os cortes feitos para extrair a carne das aves cruas não deixaram marcas nos ossos, mas os dirigidos aos tendões criaram marcas semelhantes às dos ossos de aves encontrados em sítios arqueológicos.



Ossos recuperados das aves cozinhadas “À la Neandertal”

 

Os ossos das aves assadas eram mais quebradiços e quase todos apresentavam queimaduras compatíveis com a exposição ao calor. As manchas negras no interior de alguns ossos sugerem que o conteúdo da cavidade interna também tinha sido queimado.

Segundo o estudo, estes indícios lançam luz sobre como a preparação dos alimentos dos Neandertais pode ter funcionado e quão visível pode ser essa preparação no registo arqueológico.

Embora o acesso à carne seja facilitado quando é assada, a maior fragilidade dos ossos leva a que não sejam encontrados pelos arqueólogos durante as escavações.

As autoras do trabalho ressalvam que a investigação feita deve ser aprofundada com estudos que incluam mais espécies de presas pequenas, para se compreender melhor o regime alimentar dos Neandertais.

Estes hominídeos, sobreviviam à custa da caça e da recolha de vegetais e frutos, e dominavam o fogo. Surgiram há cerca de 230 mil anos e extinguiram-se há quase 30 mil anos, por razões ainda desconhecidas - há quem diga que pelo frio, ou genocídio, ou mera má sorte.

 

in ZAP

Há um novo/velho culpado para o desaparecimento da recente megafauna...

Novo estudo revela a verdadeira história do desaparecimento dos maiores animais da Terra

 

 

 

Após uma meta-análise de mais de 300 artigos científicos, uma equipa de investigadores da Universidade de Aarhus concluiu que foi a caça humana, e não as alterações climáticas, o principal fator de extinção dos grandes mamíferos nos últimos 50.000 anos.

Nos últimos 50.000 anos, muitas espécies de grande porte, ou megafauna, pesando pelo menos 45 quilos, foram extintas.

Um novo estudo conduzido por investigadores da Universidade de Aarhus sugere agora que estas extinções foram predominantemente causadas pela caça humana e não pelas alterações climáticas, apesar das flutuações climáticas significativas registadas durante este período.

Esta conclusão é apoiada por análises exaustivas que incorporam provas da caça humana, dados arqueológicos e estudos em vários domínios científicos, demonstrando que a atividade humana foi um fator mais decisivo nestas extinções do que as alterações climáticas anteriormente dramáticas.

O debate tem-se prolongado durante décadas: foram os seres humanos ou as alterações climáticas que levaram à extinção de muitas espécies de grandes mamíferos, aves e répteis que desapareceram da Terra nos últimos 50 000 anos?

Por “espécies grandes”, explica o Sci Tech Daily, entendemos os animais que pesavam pelo menos 45 kg, conhecidos como megafauna. Com base nos restos mortais encontrados até agora, pelo menos 161 espécies de mamíferos foram levadas à extinção durante este período.

As espécies mais afetadas por estes eventos de extinção foram as de maior porte: os herbívoros terrestres que pesavam mais de uma tonelada, os megaherbívoros.

Há cerca de 50 mil anos, existiam 57 espécies de megaherbívoros. Atualmente, restam apenas 11, que também registaram declínios drásticos nas suas populações, mas não ao ponto de se extinguirem completamente.

De acordo com os resultados do novo estudo, apresentadas num artigo recentemente publicado na revista Cambridge Prisms: Extinction, muitas destas espécies desaparecidas foram caçadas até à extinção pelo homem.

 

Diferentes domínios de investigação

Os autores do estudo incorporaram vários campos de investigação, incluindo estudos diretamente relacionados com a extinção de grandes animais, tais como

  • O momento das extinções de espécies
  • As preferências alimentares dos animais
  • As exigências climáticas e de habitat
  • Estimativas genéticas do tamanho de populações passadas
  • Evidências de caça humana

Além disso, incluíram uma vasta gama de estudos de outros domínios necessários para compreender o fenómeno, tais como

  • História do clima nos últimos 1-3 milhões de anos
  • História da vegetação ao longo dos últimos 1-3 milhões de anos
  • Evolução e dinâmica da fauna nos últimos 66 milhões de anos
  • Dados arqueológicos sobre a expansão humana e o estilo de vida, incluindo as preferências alimentares

De acordo com os investigadores, as dramáticas alterações climáticas ocorridas durante os últimos períodos interglaciais e glaciais, conhecidos como o Plistocénico tardio, de 130.000 a 11.000 anos atrás, afetaram as populações e a distribuição de animais e plantas de grande e pequeno porte em todo o mundo.

No entanto, apenas foram observadas extinções significativas apenas entre os animais de grande porte, especialmente os maiores.

Uma observação importante é que os períodos glaciares e interglaciares anteriores, igualmente dramáticos, ocorridos nos últimos dois milhões de anos, não causaram uma perda seletiva de megafauna.

Especialmente no início dos períodos glaciares, as condições de frio e seca causaram extinções em massa em algumas regiões, como as árvores na Europa. No entanto, não se verificaram extinções seletivas de animais de grande porte.

“A grande e muito seletiva perda de megafauna ocorrida nos últimos 50.000 anos é única nos últimos 66 milhões de anos” explica Jens-Christian Svenning, investigador da Universidade de Aarhus e primeiro autor do artigo.

“Períodos anteriores de alterações climáticas não conduziram a grandes extinções seletivas, o que contraria o papel importante atribuído ao clima nas extinções da megafauna”, acrescenta Svenning.

“Outro padrão significativo que argumenta contra um papel do clima é o facto de as recentes extinções da megafauna terem sido tão graves em áreas climaticamente estáveis como em áreas instáveis”, realça o investigador.

Os arqueólogos encontraram armadilhas concebidas para animais de grande porte e as análises de isótopos de ossos humanos antigos e de resíduos proteicos de pontas de lança mostram que caçavam e comiam os maiores mamíferos.

“Os primeiros humanos modernos eram caçadores eficazes mesmo das maiores espécies animais e tinham claramente a capacidade de reduzir as populações de animais de grande porte”, diz Svenning.

“Estes animais de grande porte eram e são particularmente vulneráveis à sobre-exploração porque têm longos períodos de gestação, produzem muito poucas crias de cada vez e demoram muitos anos a atingir a maturidade sexual“, detalha o cientista dinamarquês.

A análise mostra que a caça humana de animais de grande porte, como mamutes, mastodontes e preguiças gigantes, foi generalizada e consistente em todo o mundo.

Também mostra que as espécies se extinguiram em alturas muito diferentes e a ritmos diferentes em todo o mundo. Em algumas áreas locais, a extinção ocorreu muito rapidamente, enquanto noutros locais demorou mais de 10.000 anos.

Mas, em todo o lado, ocorreu após a chegada dos humanos modernos ou, no caso de África, após os avanços culturais entre os humanos.

  

in ZAP

Saudades dos fados de Edmundo Bettencourt...

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

 

Génesis

O mundo existe desde que eu fui nado.
Tudo o mais é um… era uma vez
- A história que se contou.

No princípio criou-se o leite que mamei
E eu vi que era bom e chorei
Quando a fonte materna secou.

A terra era sem forma
E vazia;
Havia trevas no abismo.

E formou-se o chão
E amassou-se o pão
Que eu comi.
(Era este aquela esponja que eu mordia,
Que eu babava,
Que eu sujava,
Que uma gente andrajosa pedia).

E então se fez
A geração remota dos papões:
Nascera a esmola, o medo, a prece
E o rosto que empalidece…
E a rosa criou-se,
Desejada,
E logo o espinho,
A lágrima,
O sangue.
Este era vermelho e doce,
A lágrima doce, brilhante, salgada;
No espinho havia o gosto
Da vingança perfumada.

E eu vi que tudo era bom.
E fizeram-se os luminares,
Porque eu tinha olhos,
E o som fez-se de cantares
E de gemidos,
Porque eu tinha ouvidos.
Nasceram as águas
E os peixes das águas
E alguns seres viventes da terra
E as aves dos céus.
O homem que então era vagamente feito,
Dominou o homem, comprimiu-lhe o peito,
E fizeram-se as mágoas
E o adeus,

E eu vi que tudo era bom.

A mulher só mais tarde se fez:
Foi duma vez
Em que eu e ela nos somámos
E ficamos três.

Nisto e no mais se gastaram
Sete longuíssimos dias,
O mundo era feito
E embora por tudo e nada imperfeito,
Eu vi que era bom.

Acaba o mundo
Quando eu morrer.
Sim… será o fim!
Também tu deixas de existir,
No mesmo dia.

E o resto que seguir
É profecia.



in As Três Pessoas (1938) - Políbio Gomes dos Santos

Hoje é dia de celebrar o longo caminho de Caetano Veloso...!

 

It's a Long Way - Caetano Veloso 

 

Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my Lord
You know we ain't that strong

I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers

It's a long, long, long, long way
It's a long way
It's a long, it's a long, long, long
It's a long way

Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei

It's a long way
It's a long, it's a long way
It's a long, long, long
It's a long way

Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou

It's a long road
It's a long, it's a long road
It's a long and winding road

It's a long and winding road
It's a long and winding road
It's a long and winding, long and winding road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

It's a hard, it's a hard
It's a hard, hard long way

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar (ah, o amor)
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

Rabindranath Tagore morreu há oitenta e três anos...

     
Rabindranath Tagore (Calcutá, 7 de maio de 1861 - Calcutá, 7 de agosto de 1941), alcunhado de Gurudev, foi um polímata bengali. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX. Como autor de Gitânjali, que em português se chamou "Oferenda Lírica" e os seus "versos profundamente sensíveis, frescos e belos", sendo o primeiro não-europeu a conquistar, em 1913, o Nobel de Literatura. As canções poéticas de Tagore eram vistas como espirituais e mercuriais; no entanto, a sua "prosa elegante e poesia mágica" permanecem amplamente desconhecidas fora de Bengala. Ele é às vezes referido como "o Bardo de Bengala". Tagore foi talvez a figura literária mais importante da literatura bengali. Foi um destacado representante da cultura hindu, cuja influência e popularidade internacional talvez só poderia ser comparada com a de Gandhi, a quem Tagore chamou 'Mahatma' devido à sua profunda admiração.
Um brâmane pirali de Calcutá, Tagore já escrevia poemas aos oito anos. Com a idade de dezasseis anos, publicou a sua primeira poesia substancial, sob o pseudónimo Bhanushingho ("Leão do Sol") e escreveu os seus primeiros contos e dramas em 1877. Tagore condenava a Índia imperial britânica e apoiou a sua independência. Os seus esforços residiam num vasto conjunto de regras e na instituição que ele fundou, Universidade Visva-Bharati.
Tagore modernizou a arte bengali, desprezando as rígidas formas clássicas. Os seus romances, histórias, canções, danças dramáticas e ensaios falavam sobre temas políticos e pessoais. Gitanjali (Ofertas de Música), Gora (Enfrentamento Justo) e Ghare-Baire (A Casa e o Mundo) são suas mais conhecidas obras. Os seus versos, contos e romances foram aclamados por seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e contemplação. Tagore é talvez o único literato que escreveu a letra dos hinos dos dois países (Bangladesh e Índia): Hino nacional de Bangladesh e Jana Gana Mana.
   
Biografia
O mais novo de treze filhos sobreviventes, Tagore nasceu na mansão Jorasanko em Calcutá, filho de pais Tagore Debendranath (1817-1905) e Sarada Devi (1830-1875). Os patriarcas da família Tagore eram os bramos fundadores da fé Adi Darma. Ele foi educado na maior parte do tempo por criados, uma vez que sua mãe morreu quando ele tinha poucos anos de vida e o seu pai viajava muito. Tagore frequentou pouco o ensino regular, preferindo perambular pela mansão ou por locais próximos: Bolpur, Panihati e outros. Após sua iniciação upanaiana aos onze anos, Tagore deixou Calcutá em 14 de fevereiro de 1873 para uma viagem pela Índia com seu pai, durante vários meses. Eles visitaram o estado de seu pai, e pararam em Amritsar antes de chegar à estação do monte Himalaia de Dalhousie. Lá, o jovem "Rabi" leu biografias e foi educado em casa em história, astronomia, ciência moderna e sânscrito e analisou a poesia de Kālidāsa. Finalizou grandes obras em 1877, inclusive uma série de dez canções (publicadas pela Visva Bharati University, no volume 21 da sua obra musical completa), cujos textos foram escritos no estilo maithili, iniciado séculos antes por Vidyapati. Publicado sob pseudónimo, os estudiosos aceitaram-nas como as obras perdidas de Bhānusiṃha, um poeta Vaiṣṇava do século XVII recém-descoberto. Escreveu "Bhikharini" (1877), "A Mulher Pedinte", o primeiro conto em língua bengali e Sandhya Sangit (1882) - incluindo o famoso poema "Nirjharer Swapnabhanga" ("O Vigor da Cachoeira").
Estudou Direito na Inglaterra de 1878 a 1880. Retornando ao país em 1890 para administrar propriedades agrícolas da família, dedica-se ao desenvolvimento da agricultura e a projetos de saúde e educacionais. Com formação filosófica, chega a criar uma escola em 1901, dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. A sua obra poética compreende uma coleção de três mil poemas em língua bengali sobre temas religiosos, políticos e sociais.
A obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, é extensa. Inclui oito novelas, 50 ensaios e contos.
Como músico, compôs cerca de duas mil canções num estilo próprio conhecido como "rabindra-sangita", no qual fundiu a música clássica indiana (sobretudo a hindustani) com as tradições folclóricas de diferentes partes da Índia, mas sobretudo de sua terra natal, Bengala. No campo da música, pode-se afirmar que foi um inovador, já que procurou expressar musicalmente as cores e subtilezas de seus versos inspirados. Segundo Arnold Bake "nas suas composições, Tagore trouxe de volta o sentido do significado e da importância das palavras, afastando-a dos floreios e ornamentos para o seu próprio bem". Assim, enquanto na música clássica hindustani as palavras possuem um papel subsidiário e o raga se desenvolve através de improvisações que por vezes tornam o texto incompreensível, no estilo de Tagore as regras de prosódia são sempre seguidas e os ornamentos vocais são discretos, para que o sentido do texto não deixe de ser compreendido. Essa foi aliás uma das preocupações do jovem Rabindranath que, já em 1881, recém-chegado da Inglaterra, ansiava por um maior entrelaçamento entre poesia e música, tal como demonstrou na sua palestra "Songit o Bhab" (Música e Emoção), publicada posteriormente numa coletânea de artigos sobre música intitulada "Pensamento Musical"(Songit Cinta).
No campo da sua produção literária, o volume de poesias mais conhecido é Oferenda Poética (1913-1915). Os seus últimos trabalhos, entre eles Cantos Musicais (1910), são classificados dentro do Simbolismo.
Tagore participou do movimento nacionalista indiano e era amigo pessoal de Mahatma Gandhi que o chamou de Sentinela da Índia. Como escritor, tornou-se famoso na Índia já nos primeiros anos de carreira, alcançando notoriedade no Ocidente quando da publicação de seus textos traduzidos para o inglês, muitos deles pelo próprio autor. Tagore ganhou a admiração de escritores como William Butler Yeats, que assinou a introdução do seu livro Gitangali, na sua edição britânica.
Em 1913, torna-se o primeiro escritor asiático a ser agraciado com o Nobel de Literatura. Renuncia, em 1919, como forma de protesto contra a política britânica em relação ao Punjab, ao título de Sir, concedido pela Coroa Britânica, em 1915.
   
(...)   
 
Em 1971, Amar Shonar Bangla tornou-se o hino nacional do Bangladesh. Foi escrito - ironicamente - em protesto contra a Partição de Bengala de 1905, ao longo das linhas comunais: cortar a maioria muçulmana do leste de Bengala da Bengala Ocidental, dominada pelos hindus, era evitar um banho de sangue regional. Tagore via a partição como um plano astuto para deter o movimento de independência, e ele pretendia reacender a unidade bengali e asfaltar o comunalismo. Jana Gana Mana foi escrito em shadhu-bhasha, uma forma sânscrita de bengali, e é a primeira das cinco estrofes do hino Brahmo Bharot Bhagyo Bidhata que Tagore compôs. Foi cantado pela primeira vez em 1911 em uma sessão de Calcutá do Congresso Nacional Indiano e foi adotado em 1950 pela Assembleia Constituinte da República da Índia como seu hino nacional. 
   

 
À Espera do Amado 

Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta? 


 

in O Coração da Primavera - Rabindranath Tagore

Caetano Veloso comemora hoje oitenta e dois anos

 
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, 7 de agosto de 1942) é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro. Com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação e considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético. Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos de bossa nova (notavelmente João Gilberto, seu "mestre supremo" e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou o seu trabalho profissionalmente apenas em 1965, com o compacto "Cavaleiro/Samba em Paz", enquanto acompanhava a irmã mais nova, Maria Bethânia, nas suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro.

Nessa década, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, participou dos festivais de música popular da Rede Record e compôs bandas sonoras de filmes. Em 1967, saiu seu primeiro LP, Domingo, com Gal Costa, e, no ano seguinte, liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco Tropicalia ou Panis et Circencis, ao lado de vários músicos. Em 1968, face ao endurecimento do regime militar no Brasil, compôs o hino "É Proibido Proibir", que foi desclassificado e amplamente vaiado durante o III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres, onde lançou o disco Caetano Veloso (1971), disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil. O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar os Doces Bárbaros, grupo influenciado pela temática hippie dos anos 1970, lançando um disco, Doces Bárbaros, e saindo em turnê. Na década de 80, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock brasileiros, aventurou-se na produções dos discos Outras Palavras, Cores, Nomes, Uns e Velô, e, em 1986, participou de um programa de televisão com Chico Buarque. Na década de 90, escreveu o livro Verdade Tropical (1997) e o disco Livro (1998). Ganhou o Prémio Grammy em 2000, na categoria World Music. Com o disco A Foreign Sound, cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum , fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes géneros ao samba, Zii e Zie, de 2009, manteve a parceria com a Banda Cê, que encerrou-se no disco Abraçaço, de 2012.

Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de "aedo pós-moderno". Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em bandas sonoras de filmes como Hable con Ella, de Pedro Almodovar e Frida, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polémicas no Brasil. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley, John Lennon e Paul McCartney.
Foi eleito pela revista Rolling Stone, o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra, e pela mesma revista, o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.
     

 

Jorge Silva Melo nasceu há 76 anos...


Jorge Freitas e Silva Melo (Lisboa, 7 de agosto de 1948 - Lisboa, 14 de março de 2022) foi um encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português.

 

O poeta-psicólogo Carlos Lopes Pires nasceu há 68 anos


Carlos Lopes Pires
       
Carlos Lopes Pires nasceu a 7 de agosto de 1956, em Quadrazais, aldeia situada perto da Serra de Malcata, junto ao rio Côa. Passou a residir em Leiria a partir dos cinco anos de idade. Licenciou-se em Psicologia pela Universidade de Coimbra onde lecionou na mesma área. Obras publicadas: A Invenção do Tempo e Outros Poemas (Átrio, 1993), Falar às Aves (1993), O Livro de Pó (Poemas de Terra e Adeus) (1994), O Livro dos Salmos (Poemas de Redenção e Nada) (1994), O Caminho do País Lilás (Editorial Notícias, 1995), Viver (1995; 2ª ed. revista em 1997 pela Editorial Diferença), O Livro dos Cânticos (Poemas de Amor e ausência) (Editorial Notícias, 1995), A Poeira dos Dias (Editorial Notícias, 1996), A Última Ceia (Editorial Diferença, 1996; 2ª ed. revista em 1997), O Perfume da Flor (romance, Editorial Diferença, 1996), A Fuga das Cidades (Editorial Diferença, 1997), De Immenso (Editorial Diferença, 1997), Todas as Estrelas do Mundo (em co-autoria com Maria Rosa Colaço; Editorial Diferença, 1997), Alguém que tu Conheces (Editorial Diferença, 1998), Imensitude (poesia, Editorial Diferença, 1999; com fotos de Saul Neves de Jesus).
 
 
 

Teoria sobre as coisas felizes

 

Conheço as coisas pelos olhos.
Seus olhos redondos e leves,
que levam as mãos de orvalho
até ao fundo do coração.

Coração de lágrimas, coração de rosas.

E sinto-as. Sinto-as quando sobem
pela pele como se fossem navios
a unir todo o mar. O mar que move
o mundo e o sustenta
com suas traves de água imensa.

O mar das coisas felizes.

 

Carlos Lopes Pires

Oliver Hardy morreu há 67 anos...

   
Oliver Hardy (Harlem, 18 de janeiro de 1892Los Angeles, 7 de agosto de 1957) foi um ator cómico norte americano que formou, ao lado de Stan Laurel, a famosa dupla Laurel and Hardy (“Bucha e Estica”), que atuou desde a época do cinema mudo até à sua morte, em 1957.

 
in Wikipédia

 


Bruce Dickinson, o vocalista dos Iron Maiden, celebra hoje 66 anos

 
Paul Bruce Dickinson (Nottinghamshire, 7 de agosto de 1958) é um cantor, compositor, historiador, filósofo, esgrimista, radialista, autor, roteirista, piloto de avião e, inicialmente, diretor de marketing, mais conhecido como o vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden.
Bruce começou a sua carreira musical em pequenas bandas na escola e na faculdade, como a banda Styx em 1976, Speed (em 1977 e 1978) e Shots no começo de 1979. Ele entrou, então, na banda Samson no fim de 1979, onde ganhou um pouco de popularidade com o nome artístico "Bruce Bruce." Ele saiu dos Samson em 1981 para entrar nos Iron Maiden, substituindo Paul Di'Anno, e estreando no álbum The Number of the Beast. Durante a sua primeira participação na banda, foram lançados vários álbuns de sucesso, resultando na fama mundial de Bruce, que se tornou um dos vocalistas de heavy metal mais conceituados.
Bruce saiu dos Maiden em 1993, para seguir com sua a carreira a solo, sendo substituído por Blaze Bayley, que o viu como um experiência em vários estilos de rock e metal. Bruce juntou-se aos Iron Maiden novamente em 1999 juntamente com o guitarrista Adrian Smith, com quem lançou mais 4 álbuns de estúdio. Desde então, Bruce lançou apenas mais um álbum em sua carreira solo, Tyranny of Souls. Ele é o primo mais velho de Rob Dickinson, primeiro vocalista da banda britânica de rock alternativo Catherine Wheel. O seu filho, Austin, é o vocalista da banda de metalcore Rise to Remain. No dia 19 de julho de 2011 recebeu um doutoramento honoris causa pelo Queen Mary College de Londres, pela sua contribuição para a indústria musical. Segundo a Hit Parader, Bruce Dickinson é considerado o 7º melhor vocalista de heavy metal do mundo.
 
    
      

 


Mata Hari nasceu há 148 anos...

      
Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem e que foi condenada à morte, por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
    

Edmundo Bettencourt nasceu há 125 anos...

(imagem daqui)

  

Edmundo Alberto Bettencourt (Funchal, 7 de agosto de 1899 - Lisboa, 1 de fevereiro de 1973) foi um cantor e poeta português notavelmente conhecido por interpretar o Fado e a Canção de Coimbra e pelo seu papel determinante na introdução de temas populares neste género musical. Notabilizou-se pela composição musical "Saudades de Coimbra" a qual é ainda hoje uma referência da música portuguesa universitária.  

Edmundo era neto de Júlio César de Bettencourt, Morgado da Calheta. Caso o morgadio não tivesse sido extinto, Edmundo teria sido o Morgado. 

Frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, foi funcionário público, até ser despedido, por o seu nome figurar entre os milhares de signatários das listas do MUD, desenvolvendo, então, a atividade de delegado de propaganda médica. Integrou o grupo fundador de Presença, cujo título sugerira, e em cujas edições publica O Momento e a Legenda. Dissocia-se do grupo presencista em 1930, subscrevendo com Miguel Torga e Branquinho da Fonseca uma carta de dissensão, onde é acusado o risco em que a revista incorria de enquadrar o "artista em fórmulas rígidas", esquecendo o princípio de "ampla liberdade de criação" defendido nos primeiros tempos" (cf. "O Modernismo em Portugal", entrevista de João de Brito Câmara a Edmundo de Bettencourt, reproduzida em A Phala, n.° 70, maio de 1999, p. 114). A redação de Poemas Surdos, entre 1934 e 40, alguns dos quais publicados na revista lisboeta Momento, permite antedatar o surto do surrealismo em Portugal, enquanto adesão a um "sistema de pensamento, no que ele tem de fuga à chamada realidade, repúdio dos valores duma civilização e esperança de ação num domínio onde por tradição ela é quase sempre negada", embora não seja possível esclarecer com especificidade qual foi o conhecimento que Bettencourt teve da lição surrealista francesa.

Frequentou os cafés Royal e Gelo, onde se reuniu a segunda geração surrealista, vindo a publicar seis inéditos no n.° 3 da revista Pirâmide (1959-1960), em cujas páginas, entre 59 e 60, foram dadas à luz algumas das produções do grupo do Gelo. Publicou ainda esparsamente outros poemas em Momento, Vértice, Búzio. Depois de um silêncio, que deve ser compreendido não como desistência "mas sim [como] uma peculiar forma de revolta que o poeta defende carinhosamente", colige toda a sua produção, permitindo a edição, em 1963, dos Poemas de Edmundo de Bettencourt, prefaciados por Herberto Helder, poeta que, pela primeira vez, faz justiça à originalidade do autor de Poemas Surdos, considerando-o "uma das pouquíssimas vozes modernas entre o milagre do Orpheu e o breve momento surrealista português" (HELDER, Herberto - "Relance sobre a Poesia de Edmundo de Bettencourt", prefácio a Poemas de Edmundo de Bettencourt, Lisboa, Portugália, 1963, p. XXXII). Com efeito, o versilibrismo, o imagismo e certa atmosfera onírica e irreal conferem à sua poesia um lugar de destaque no segundo modernismo, estabelecendo, simultaneamente, a ponte com o vanguardismo de Orpheu e com tendências surrealistas e imagistas verificadas em gerações posteriores à Presença.

 

in Wikipédia

 

Nebulosa


Certo passado audaz sempre revive,
apenas, sob um céu menos escuro.
Quem vive para o futuro,
já o vive!
 
Futuro!
Quando te posso ver, por ti, plena aurora,
condena-te a presença:
és este agora
que possuo
como a abelha suga a rosa…
e sem que o resto me importe.
  
Mas ante sou depois, ver-te ou pensar-te
é ver uma nebulosa
– é como pensar na morte.

 
 
 
Edmundo Bettencourt

Políbio Gomes dos Santos nasceu há 113 anos...

(imagem daqui)

    

Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de agosto de 1911 - Ansião, 3 de agosto de 1939, foi um poeta português.
Políbio, frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército em Lisboa e terminou os seus estudos liceais em Coimbra, tendo aí ingressado na Faculdade de Letras.
Devido a ter adoecido, em setembro de 1938, com tuberculose, esteve internado no Sanatório da Guarda.
Foi um dos colaboradores dos Cadernos da Juventude, da Presença, do Sol Nascente e do O Diabo, assim como fez parte do grupo Novo Cancioneiro, de tendência neo-realista.
Atualmente, existe o Prémio Literário Políbio Gomes dos Santos, em homenagem ao poeta.
  

 

Poema da Voz que Escuta
 

Chamam-me lá em baixo.
São as coisas que não puderam decorar-me:
As que ficaram a mirar-me longamente
E não acreditaram;
As que sem coração, no relâmpago do grito,
Não puderam colher-me.
Chamam-me lá em baixo,
Quase ao nível do mar, quase à beira do mar,
Onde a multidão formiga
Sem saber nadar.
Chamam-me lá em baixo
Onde tudo é vigoroso e opaco pelo dia adiante
E transparente e desgraçado e vil
Quando a noite vem, criança distraída,
Que debilmente apaga os traços brancos
Deste quadro negro - a Vida.
Chamam-me lá em baixo:
Voz de coisas, voz de luta.
É uma voz que estala e mansamente cala
E me escuta
.
 

 

in Voz que Escuta (1939) - Políbio Gomes dos Santos