domingo, março 03, 2024

Giovanni Battista Viotti morreu há dois séculos...

   

Giovanni Battista Viotti (Fontanetto Po, 12 de maio de 1755Londres, 3 de março de 1824) foi um compositor, maestro e violinista da Itália.
Revelando talento musical desde cedo, foi recebido pelo príncipe Alfonso dal Pozzo della Cisterna em Turim para estudar, aperfeiçoando-se mais tarde com Gaetano Pugnani. Serviu na corte de Saboia e deu concertos itinerantes como virtuoso do violino pela Itália, até se mudar para Paris. Ali sua primeira aparição pública foi nos Concerts Spirituels de 1782, conhecendo sucesso imediato, sendo contratado pela corte de Versalhes. Depois entrou no serviço do conde de Artois, irmão do rei, para quem trabalhou como diretor do teatro de ópera, onde montou várias obras de Luigi Cherubini.
Com a Revolução Francesa as suas ligações com a casa real tornaram perigosa a sua permanência na França, e ele foi para a Inglaterra em 1792, onde o seu sucesso foi ainda maior, dando concertos e recitais como solista e atuando como empresário de óperas. Quando as relações entre a Inglaterra e a França se deterioraram, foi acusado de jacobinismo e expulso do país. Mais tarde foi-lhe permitido voltar, mas então abandonou a carreira de solista para se dedicar aos negócios. Foi um dos fundadores da Royal Philharmonic Society, mas os seus negócios faliram, e ele voltou para Paris, trabalhando ente 1819 e 1821 como diretor musical da Académie Royale de Musique. Voltando a Londres para visitar amigos, ali faleceu.
Viotti foi um grande violinista, mas deixou poucos alunos, entre eles Pierre Rode, August Duranowski e Pierre Baillot, e foi uma influência para Rodolphe Kreutzer. Tocava num violino Stradivarius, hoje conhecido como Stradivarius Viotti. Entre as suas composições mais notáveis estão os concertos para o seu instrumento, que influenciaram Beethoven. Também deixou quartetos de cordas, canções, sonatas e música de câmara em várias formações.

 


sábado, março 02, 2024

Um dia triste, para recordar com uma pintura de Miró...

(imagem daqui)
    
A esperança de um homem condenado é uma série de três pinturas de Joan Miró, de 1974, que agora fazem parte da coleção permanente da Fundação Joan Miró, em Barcelona. Durante os últimos anos da Espanha franquista houve algumas decisões judiciais controversas que chocaram o pintor. Miró pintou este tríptico, em referência à esperança do pedido de indulto, pedido pela vida do jovem anarquista Salvador Puig Antich. Esta série lembra diretamente outra de 1968 intitulada Pintura sobre fondo blanco para la celda de un solitario. As obras são o resultado de um processo de dois anos durante o qual Miró fez vários desenhos preparatórios com várias ideias para abordar o desafio. Estes desenhos são preservados na Fundação Miró.
Em fevereiro de 1974, Miró concretizou estas ideias, mas só terminou a obra um mês depois, coincidindo com a execução de outro anarquista.
  

Continua a procura de mais um planeta principal no sistema solar...

Astrónomos descobrem onde pode estar escondido o “Planeta Nove”

 

O Planeta X (ou Planeta 9) será um gigante gasoso semelhante a Úrano e Neptuno

 

Os astrónomos estão a rever possíveis locais onde o misterioso Planeta Nove poderá estar escondido, se realmente existir, limitando as suas pesquisas.

Encontrar planetas a orbitar outras estrelas é relativamente simples, comparativamente com a procura pelo Planeta Nove, também conhecido como Planeta X.

Quando um planeta passa em frente a uma estrela que estamos a observar, ocorre uma pequena queda na luz detetada. Através desse método de trânsito, milhares de exoplanetas foram descobertos nos últimos anos.

No entanto, esse método não é útil para encontrar planetas no nosso próprio Sistema Solar, já que apenas Vénus e Mercúrio transitam diante do nosso Sol e ambos são visíveis a olho nu. Saturno, Júpiter e Marte foram identificados simplesmente a olhar para o céu e a localizar objetos brilhantes.

Úrano foi descoberto em 1781 por William Herschel, que notou que um objeto brilhante havia se movido em relação a outras estrelas.

Neptuno foi descoberto em 1846 por Urbain Le Verrier, que percebeu uma discrepância entre a órbita prevista de Úrano e a sua órbita real. Le Verrier sugeriu a existência de outro planeta além de Úrano, o que levou à descoberta de Neptuno.

A procura pelo Planeta Nove foi impulsionada em 2015, quando dois astrónomos do Caltech encontraram provas de que seis objetos, além da órbita de Neptuno, estavam agrupados de uma maneira que sugeria a influência de um grande objeto com forte gravidade.

Agora, segundo o IFL Science, essa mesma equipa reduziu ainda mais os possíveis locais onde o Planeta Nove poderia estar, embora ainda não tenha sido encontrado.

Num novo estudo publicado no The Astronomical Journal, os investigadores usaram dados do Pan-STARRS1 para descartar 78% dos locais anteriormente considerados como possíveis esconderijos do Planeta X. O facto de terem reduzido a área de procura é um progresso significativo.

Algumas áreas de interesse incluem regiões próximas ao plano galáctico, que serão investigadas pelo futuro Observatório Vera Rubin. A equipa também considerou possíveis razões para não terem encontrado o Planeta Nove ainda.

“Uma possibilidade é que o Planeta Nove simplesmente não exista“, disseram os investigadores. “Até que tenhamos explicações alternativas para os fenómenos observados no Sistema Solar exterior, continuamos a considerar o Planeta Nove como a explicação mais provável”.

Outra possibilidade é que o Planeta X esteja mais distante e seja mais massivo do que se pensava anteriormente, o que dificultaria a sua deteção.

No entanto, os astrónomos acreditam que o Planeta Nove é a melhor explicação para as órbitas peculiares observadas nos confins do Sistema Solar.

 

in ZAP

 

Jeff Healey morreu há dezasseis anos...


 

Norman Jeffrey "Jeff" Healey (Toronto, 25 de março de 1966 - Toronto, 2 de março de 2008) foi um guitarrista canadiano. Cego desde o primeiro ano de vida, devido à um retinoblastoma, Healey destacou-se pelo seu trabalho na área dos blues rock, em conjunto com a The Jeff Healey Band e, posteriormente, no jazz. Conhecido pelo sua forma pouco habitual de tocar guitarra - com ela sobre as suas pernas, como um piano - e pela sua participação no filme Road House. Jeff colecionou, ao longo da sua curta carreira, colaborações com grandes nomes dos blues, como Albert Collins, Stevie Ray Vaughan, B.B. King e George Harrison.
Jeff morreu, a 2 de março de 2008, vítima de cancro no pulmão.
      

 


Nino Vieira foi assassinado há quinze anos (quem com ferros mata...)


João Bernardo Vieira
, mais conhecido por Nino Vieira ou Kabi Nafantchamna (Bissau, Guiné-Bissau, 27 de abril de 1939 - Bissau, Guiné-Bissau, 2 de março de 2009) foi um político da Guiné-Bissau, por três vezes presidente da República da Guiné-Bissau, tendo sido o primeiro presidente guineense eleito democraticamente.
Vieira voltou à cena política em meados de 2005, quando venceu a eleição presidencial apenas seis anos depois de ser expulso, durante uma guerra civil que pôs fim a 19 anos de poder.
Eletricista de formação, Vieira filiou-se no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral em 1960 e rapidamente se tornou uma peça-chave da guerra de guerrilha do país contra a soberania da Guiné-Bissau por Portugal.
À medida que a guerra se intensificou, ele demonstrou habilidade como líder militar e rapidamente subiu na cadeia de comando. Vieira era conhecido por seus camaradas como "Nino" e esse permaneceu o seu nome de guerra enquanto durou a luta.
Logo após eleições do conselho regional no fim de 1972, em áreas sob o controle do PAIGC, que levaram à constituição de uma assembleia constituinte, Vieira foi nomeado presidente da Assembleia Nacional Popular. Em 28 de setembro de 1978, ele foi nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau.
Em 1980, as condições económicas haviam-se deteriorado significativamente, o que levou a uma generalizada insatisfação com o governo. Em 14 de novembro de 1980, Vieira derrubou o governo de Luís Cabral num golpe militar, o que o levou à desvinculação do PAIGC de Cabo Verde, que preferiu tornar-se um partido separado. A constituição foi suspensa e um Conselho Militar da Revolução, com nove membros, comandado por Vieira, foi formado. Em 1984, uma nova constituição foi aprovada, fazendo o país retornar a um regime civil.
A Guiné-Bissau, como o resto da África subsaariana, foi em direção a uma democracia multipartidária no começo dos anos 90. A proibição de partidos políticos terminou em 1991 e houve eleições em 1994. Na primeira volta das eleições presidenciais, em 3 de julho, Vieira receber 46,20% dos votos, concorrendo com outros sete candidatos. Ele acabou em primeiro lugar, mas não conseguiu ganhar a necessária maioria, o que levou a uma segunda volta em 7 de agosto. Recebeu 52,02% dos votos, contra 47,98% de Kumba Yalá, um ex-palestrante de filosofia e candidato do Partido Renovador Social (PRS). Observadores internacionais da eleição consideraram ambas as votações livres e justas em geral. Vieira tomou posse com o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné-Bissau a 29 de setembro de 1994.
Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 1 de julho de 1996.
Logo depois de uma tentativa fracassada de golpe de estado contra o governo em junho de 1998, o país se viu no meio de uma breve mas violenta guerra civil entre forças leais a Vieira e outras leais ao líder rebelde Ansumane Mané. Rebeldes finalmente depuseram o governo de João Vieira num novo cessar-fogo em 7 de maio de 1999. Ele refugiou-se na embaixada portuguesa e veio para Portugal em junho.
Em 7 de abril de 2005, pouco mais de dois anos, depois de outro golpe militar derrubar o governo do presidente Kumba Yalá, Vieira retornou a Bissau de Portugal. Mais tarde, naquele mês, ele anunciou que se candidataria à presidência nas eleições presidenciais de 2005, em junho. Apesar de que muitos consideraram Vieira inelegível, por causa de processos contra ele e porque ele estava no exílio, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele estava apto a concorrer. O seu antigo partido, o PAIGC, apoiou o ex-presidente interino, Malam Bacai Sanhá, como seu candidato.
De acordo com resultados oficiais, Vieira ficou em segundo lugar na eleição de 19 de junho com 28,87% dos votos, atrás de Malam Bacai Sanhá, e portanto participou da segunda volta. Ele oficialmente derrotou Sanhá na segunda volta, em 24 de julho, com 52,35% dos votos, e tomou posse como presidente em 1 de outubro.
Em 28 de outubro de 2005, Vieira anunciou a dissolução do governo chefiado pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, seu rival, citando a necessidade de manter a estabilidade; em 2 de novembro, nomeou o seu aliado político, Aristides Gomes, para o cargo.
Em 1de março de 2009, após o assassinato do chefe de Estado Maior das Forças Armadas, morto com uma bomba, no dia 2 de março o presidente é morto a tiro, por militares que mantiveram a sua casa debaixo de fogo. Nino Vieira morre ao tentar escapar de casa. Militares retiram os seus bens pessoais do palácio presidencial, no saque que se seguiu. Depois de ferido a tiro, foi retalhado, em pedaços, à catanada.

Gorbatchov nasceu há 93 anos...


Mikhail Sergeevitch Gorbatchov ou Gorbachev (Stavropol, 2 de março de 1931Moscovo, 30 de agosto de 2022) foi um estadista e político russo. Oitavo e último líder da União Soviética, foi Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) de 1985 a 1991. Foi chefe de Estado do país de 1988 a 1991, na posição de Presidente do Presidium do Soviete Supremo de 1988 a 1989, Presidente do Soviete Supremo de 1989 a 1990 e Presidente da União Soviética de 1990 a 1991. Ideologicamente, a sua identificação inicial era com os ideais marxistas-leninistas, tendo, entretanto, no início da década de 90, se inclinado para a social democracia

De origens russas e ucranianas, Gorbatchov nasceu em Privolnoye, Krai de Stavropol numa família pobre, de camponeses. Nascido e criado durante o governo de Estaline, operava ceifeiras debulhadoras numa fazenda coletiva durante a sua juventude, antes de filiar-se no Partido Comunista, que, à época, governava a União Soviética sob um regime unipartidário de orientação marxista-leninista. Durante seus estudos na Universidade Estatal de Moscovo, casou-se com sua colega de faculdade Raíssa Titarenko em 1953, dois anos antes de graduar-se em direito. Ao mudar-se para Stavropol, trabalhou para a Komsomol, organização juvenil do PCUS e, após a morte de Estaline, tornou-se um forte apoiante das reformas desestalinizadoras do líder soviético Nikita Khrushchov. Foi nomeado Primeiro Secretário do Comité Regional de Stavropol do PCUS em 1970, posição na qual supervisionou a construção do Grande Canal de Stavropol. Em 1978, retornou a Moscovo para tornar-se Secretário do Comité Central do PCUS e, em 1979, entrou para o Politburo. Após os três anos que se seguiram desde a morte do líder soviético Leonid Brezhnev, após os breves governos de Yuri Andropov e Konstantin Chernenko, o Politburo elegeu Gorbatchov Secretário-Geral, tornando-o chefe de governo de facto, em 1985.

Apesar de seu compromisso de preservar o estado soviético e seus ideais socialistas, Gorbatchov acreditava que reformas políticas significativas eram necessárias, especialmente após o acidente nuclear de Chernobyl de 1986. Ordenou a retirada soviética da Guerra do Afeganistão e participou de diversos encontros com o presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan para limitar a proliferação de armas nucleares e acabar com a Guerra Fria. No que diz respeito à política interna, implementou a glasnost ("transparência"), política que aumentava as liberdades de expressão e imprensa, e a perestroika ("reestruturação"), política que objetivava descentralizar a tomada de decisões no âmbito econômico, com o propósito de aumentar a eficiência económica. As suas medidas democratizantes e a formação do Congresso dos Deputados do Povo enfraqueceram o sistema estatal unipartidário. Gorbatchov recusou-se a intervir militarmente nos vários países do Bloco do Leste que abandonaram as suas orientações marxistas-leninistas nos anos de 1989 e 1990. Um sentimento nacionalista crescente ameaçava o colapso da União Soviética, levando partidários marxistas-leninistas a tentarem um golpe de Estado contra o governo de Gorbatchov em agosto de 1991. Subsequentemente, houve a dissolução da União Soviética contra os desejos de Gorbatchov, levando-o a renunciar em dezembro. Após deixar o cargo, criou a Fundação Gorbatchov, tornou-se crítico dos governos dos presidentes russos Boris Yeltsin e Vladimir Putin, e fez campanha pelo movimento social-democrata russo.

Considerado uma das figuras mais importantes da segunda metade do século XX, Gorbatchov continua uma figura controversa. Galardoado com um grande número de prémios, incluindo o Prémio Nobel da Paz, foi amplamente elogiado por seu papel pelo fim da Guerra Fria, pela redução dos abusos de direitos humanos na União Soviética e por sua tolerância tanto à queda dos governos socialistas do leste europeu quanto à reunificação da Alemanha. Por outro lado, na Rússia, é constantemente escarnecido por não ter impedido o colapso soviético, evento que resultou em um declínio da influência russa no mundo e precedeu uma crise económica.

 

O Papa Pio XII foi eleito há 85 anos (e nasceu há 148 anos)...

  
Papa Pio XII
(em italiano: Pio XII, em latim: Pius PP. XII; O.P., nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma, 2 de março de 1876 - Castelgandolfo, 9 de outubro de 1958) foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939, sendo até até à data da sua morte. Foi o primeiro Papa Romano desde 1724.
Foi o único Papa do século XX a exercer o magistério extraordinário da infalibilidade papal – invocado por Pio IX – quando definiu o dogma da Assunção de Maria, em 1950, na sua encíclica Munificentissimus Deus. A sua ação durante a Segunda Guerra Mundial tem sido alvo de debate e polémica, devido a sua posição papal de imparcialidade, com relação ao conflito. Ao todo criou 57 cardeais em dois consistórios.
   
OPVS IVSTITIÆ PAX
    

O arqueólogo Howard Carter morreu há 85 anos...

 
Howard Carter (Kensington, 9 de maio de 1874 - Londres, 2 de março de 1939) foi um arqueólogo e egiptólogo britânico que ficou conhecido por ter descoberto o túmulo do faraó Tutankhamon no Vale dos Reis (datado do século XIV a.C.)

   

  

Biografia

Howard Carter nasceu em Londres, Inglaterra, e era filho de Samuel John Carter, um artista que treinou e desenvolveu os talentos artísticos do filho, e de sua mulher Martha Joyce Sands.

Em 1891, aos 17 anos, foi convidado pelo Fundo de Exploração Egípcia para se tornar assistente de Percy Newberry na escavação e nos registos arqueológicos dos túmulos do Império Médio, encontrados em Beni Haçane. Embora ainda jovem, foi inovador nos métodos de transcrição das decorações dos túmulos. Em 1892, Howard Carter trabalhou sob a tutela de Flinders Petrie, um dos mais importantes arqueólogos britânicos, por uma época em Amarna, a capital fundada pelo faraó Aquenáton. Entre 1894 e 1899 juntou-se à equipa de Édouard Naville em Deir Elbari, onde era responsável por registar os relevos de parede do templo de Hatexepsute.

Em 1899, Carter tornou-se no primeiro inspetor-chefe do Serviço das Antiguidades Egípcias, fundado por Auguste Mariette em 1858. Durante este período, supervisionou várias escavações em Tebas Antiga (também conhecida por Luxor), quando foi transferido em 1904 para a Fiscalização do Baixo Egito. Em 1905 demitiu-se do seu cargo no Serviço das Antiguidades Egípcias, após um inquérito sobre um incidente (conhecido como o Saqqara Affair) que envolveu guardas locais egípcios e um grupo de turistas franceses, no qual ele apoiou os egípcios.

 

Túmulo de Tutancâmon

Em 1907 Carter foi contratado por Lorde Carnarvon para supervisionar as escavações que ele financiava no Egito. Estes trabalhos prosseguiram no Vale dos Reis até 1914, quando precisaram ser interrompidos por causa da Primeira Guerra Mundial. Em 1917, as escavações foram retomadas. Porém, depois de vários anos de buscas infrutíferas, em 1922 Carnarvon avisou Carter de que financiaria apenas mais um ano de pesquisas pela tumba que procurava. 
Em 4 de novembro de 1922, o grupo de escavação de Carter encontrou os degraus que levavam à tumba. Ele então avisou Carnarvon da descoberta e esperou que ele viesse até o local das escavações. Então, em 26 de novembro de 1922, na presença de Lorde Carnarvon, da filha de Carnarvon e de algumas outras pessoas, Howard Carter abriu uma pequena brecha no canto superior esquerdo da porta de entrada, espaço suficiente para que a luz de uma vela pudesse revelar que muitos tesouros de ouro e marfim estavam intactos. Era uma antecâmara, de onde podia se ver uma promissora porta selada, guardada por duas estátuas sentinelas. Quando Carnarvon lhe perguntou se estava vendo alguma coisa, Carter proferiu sua célebre frase: "Yes, wonderful things" ou "Sim, coisas maravilhosas".  

Os meses seguintes foram gastos no inventário de todo o imenso conteúdo desta antecâmara da tumba, sob cuidadosa supervisão das autoridades egípcias, pois apenas em presença delas é que se podia abrir oficialmente uma tumba. O Diretor Geral do Departamento de Antiguidades do Egito, Pierre Lacau supervisionou pessoalmente a atuação da equipe britânica.

Finalmente, em 16 de fevereiro de 1923, Carter pôde abrir a porta selada, descobrindo que ela levava a uma câmara onde o faraó havia sido sepultado. Foi então que descobriram o sarcófago de Tutancâmon. Este túmulo é, de longe, o mais intacto e preservado descoberto em todo o Vale dos Reis, de elevado valor histórico e arqueológico. A imprensa mundial cobriu estes feitos e as reportagens fizeram de Howard Carter uma celebridade.

A exploração do túmulo e a catalogação de seus milhares de objetos prosseguiu até 1932. 

 

Morte

Carter morreu da doença de Hodgkin aos 64 anos em seu apartamento em Londres em 49 Albert Court, ao lado do Royal Albert Hall, em 2 de março de 1939. Ele foi enterrado no Putney Vale Cemetery em Londres, em 6 de março, com nove pessoas comparecendo ao seu funeral.

O seu amor pelo Egito permaneceu forte; o epitáfio em sua lápide diz: "Que seu espírito viva, que você passe milhões de anos, você que ama Tebas, sentado com seu rosto ao vento norte, seus olhos contemplando a felicidade", uma citação tirada do Cálice dos Desejos de Tutancâmon, e "Ó noite, abre tuas asas sobre mim como as estrelas imperecíveis".

O inventário foi concedido em 5 de julho de 1939 ao egiptólogo Henry Burton e ao editor Bruce Sterling Ingram. Carter é descrito como Howard Carter de Luxor, Alto Egito, África, e de 49 Albert Court, Kensington Grove, Kensington, Londres. Seu patrimônio foi avaliado em £ 2 002 (equivalente a £ 132.051 em 2021). A segunda concessão de inventário foi emitida no Cairo em 1 de setembro de 1939. Em seu papel como executor, Burton identificou pelo menos 18 itens na coleção de antiguidades de Carter que haviam sido retirados do túmulo de Tutancâmon sem autorização. Como este era um assunto sensível que poderia afetar as relações anglo-egípcias, Burton procurou conselhos mais amplos, finalmente recomendando que os itens fossem discretamente apresentados ou vendidos para o Metropolitan Museum of Art, com a maioria eventualmente indo para lá ou para o Museu Egípcio no Cairo. Os itens do Metropolitan Museum foram posteriormente devolvidos ao Egito.

     

Lou Reed nasceu há oitenta e dois anos...


Lou Reed (Brooklyn, Nova Iorque, 2 de março de 1942 - Long Island, Nova Iorque, 27 de outubro de 2013) foi um cantor, guitarrista e compositor norte-americano. Foi considerado o 81º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Foi um dos vocalistas dos The Velvet Underground, influenciando Iggy Pop, New York Dolls e David Bowie e, mais tarde, de toda o cenário pós-punk inglês, era admirador de Edgar Allan Poe e Raymond Chandler, além de James Joyce, a quem faz referências em Blue Mask. A banda The Velvet Underground foi um fracasso comercial no final dos anos 60, mas o grupo influenciou diversos outras bandas nas décadas seguintes, passando a se tornar uma das bandas mais citados e influentes da época. Uma celebre frase de Brian Eno mostra a influencia musical da banda "... toda a gente que comprou uma dessas 30.000 cópias iniciou uma banda".
Após a sua saída do grupo, Reed começou uma carreira a solo em 1972. Ele teve um sucesso no ano seguinte, com "Walk on the Wild Side", mas depois não obteve o sucesso comercial que parecia ter potencial. Reed era conhecido por sua voz inexpressiva diferenciada, letras poéticas e de cunho social crítico a sociedade como pobreza, drogas (como cocaína e heroína) e desigualdade social.
Quanto à vida pessoal, era abertamente bissexual, tendo na década de 70 um relacionamento com um travesti, e nas décadas seguintes somente com mulheres.
Em maio de 2013 teve de fazer um transplante de fígado. Voltou a ser internado em julho, com um quadro de desidratação severa, vindo a morrer em 27 de outubro do mesmo ano.
   

 


Jackson C. Frank nasceu há 81 anos...

  
Jackson Carey Frank (Buffalo, New York, March 2, 1943 – Great Barrington, Massachusetts, March 3, 1999) was an American folk musician. Although he released only one official album in his lifetime and never achieved much commercial success, he is reported to have influenced several better-known singer-songwriters such as Paul Simon and Nick Drake.
    
 (...)   
    
Frank died in Great Barrington, Massachusetts, from a combination of pneumonia and cardiac arrest, on March 3, 1999, at the age of 56.
     
in Wikipedia

 


Karen Carpenter nasceu há 74 anos...

    
Karen Anne Carpenter
(New Haven, 2 de março de 1950 - Downey, 4 de fevereiro de 1983) foi uma cantora e baterista norte-americana cujo sucesso obteve alcance internacional no período entre o fim dos anos 60 e o início dos anos 80, época em que juntamente com o seu irmão, Richard Carpenter, formaram o duo The Carpenters.
Karen sofria de anorexia nervosa e faleceu, aos 32 anos, por complicações decorrentes dessa doença. É lembrada por muitos artistas como uma das melhores cantoras de todos os tempos. Madonna e k.d. lang, entre outros, citam-na como influência musical.
     

 


Luis de Montalvor morreu há 77 anos...

 
Luís de Montalvor (S. Vicente, Cabo Verde, 31 de janeiro de 1891 - Lisboa, 2 de março de 1947), pseudónimo de Luís Filipe de Saldanha da Gama da Silva Ramos, poeta e editor português.

 

Vida

Filho de um magistrado, aos dois meses de idade foi viver para Lisboa. Aí fez os seus estudos e iniciou a sua actividade cultural. Fundou as revistas Orpheu, em 1915, e Centauro, em 1916, e foi colaborador das revistas Atlântida (1915-1920), Contemporânea (1915-1926) e Sudoeste (1935).

Em 1933, fundou a "Editorial Ática, Lda.", com sede numa pequena loja na rua das Chagas, em Lisboa, e que a partir dos anos 40 adotou a firma de "Ática, S.A.R.L., Casa Editora".

Pouco depois da morte de Fernando Pessoa, foi Luís de Montalvor quem convenceu a família do então quase desconhecido poeta (até aí só haviam sido publicados poemas avulsos em revistas de pequena circulação e a Mensagem em livro) do valor imenso da sua obra, praticamente inédita. Os herdeiros de Pessoa confiaram então a Montalvor e a João Gaspar Simões a tarefa de inventariar o espólio literário que o escritor deixara guardado numa arca, fechada no seu quarto do apartamento da Rua Coelho da Rocha.

Durante os anos seguintes, os dois escritores, paciente e graciosamente, organizaram os manuscritos pessoanos, tendo em 1942 sido publicado pela editora Ática as Poesias de Fernando Pessoa, primeiro dos cinco volumes constituintes das Obras Completas de Fernando Pessoa – sendo os restantes: Poesias de Álvaro de Campos (1944), Odes de Ricardo Reis (1945), Mensagem (1945) e Poemas de Alberto Caeiro (1946).

Segundo Gaspar Simões, instigado por sócios mais ambiciosos, Montalvor em dezembro de 1946, inaugurou, na rua Garrett nº 2, em pleno Chiado, as instalações luxuosas e ampliadas da editora-livraria, com espaços para conferências e exposições de arte moderna, livros de arte importados, etc. Infelizmente, no pós-guerra, o frágil mundo editorial português foi sacudido por uma crise que afetou profundamente a Ática. 

 

Morte misteriosa

Decorridos escassos quatro meses do início do novo projeto comercial, a 2 de março de 1947, pelas 12 horas, junto à Estação Fluvial de Belém, foi visto o automóvel Opel, usado pela família nos seus passeios dominicais, a cair ao Tejo, perante a impotência das testemunhas que viram os seus ocupantes a debater-se aflitivamente no seu interior. Quando finalmente foi retirado do rio, já estavam mortos os sinistrados: o casal Montalvor e o seu filho único, condutor do veículo (uma "estranha criatura", no dizer de Gaspar Simões).


  


TARDE

Ardente, morna, a tarde que calcina,
como em quadrante a sombra que descora,
morre − baixo relevo que domina −
como um sol que sobre saibros se demora.

Inunda a terra a vaga de ouro: fina
chuva de sonho. Paira, ao longe, e chora
o olhar errado ao sol que já declina
sobre as palmeiras que o deserto implora.

A um zodíaco de fogo a tarde abrasa,
em terra de varão que o olhar esmalta.
− Estagnante plaino de ouro e rosas − vaza

nele a sombra, sem dor, que em nós começa
e galga, sobe, monta e vive e exalta.
E a noite, a grande noite, recomeça!
 
  
  
Luís de Montalvor

Nelson Ned nasceu há 77 anos...

 

  
Nelson Ned d'Ávila Pinto (Ubá, 2 de março de 1947 - Cotia, 5 de janeiro de 2014) foi um cantor e compositor brasileiro.
Ned foi o primeiro latino-americano a vender um milhão de discos nos Estados Unidos, e chegou a apresentar-se ao lado de grandes nomes da música romântica internacional, como Julio Iglesias e Tony Bennett.
  

 


Rory Gallagher nasceu há 76 anos...


Rory Gallagher (Ballyshannon, 2 de março de 1948Londres, 14 de junho de 1995) foi um multi-instrumentista e compositor irlandês. Foi considerado o 57º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Nascido em Ballyshannon, County Donegal e criado em Cork, Gallagher gravou álbuns a solo nos anos 70 e 80, depois de formar a banda Taste no final dos anos 60. Os seus álbuns venderam mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Gallagher recebeu um transplante de fígado, em 1995, mas morreu, de complicações decorrentes do mesmo, no final daquele ano, em Londres, aos 47 anos de idade.   
    

 


Stuart Carvalhais morreu há 63 anos...

(imagem daqui)

 

José Herculano Stuart Torrie de Almeida Carvalhais (Vila Real, 7 de março de 1887 - Lisboa, 2 de março de 1961), mais conhecido por Stuart Carvalhais, foi um artista português multifacetado: fez carreira sobretudo como pintor, desenhador, ilustrador, caricaturista, autor de banda desenhada e artista gráfico, mas dedicou-se também à fotografia, decoração, cenografia e mesmo ao cinema.

 

Vida e obra

Filho de pai português, oriundo de abastadas famílias rurais do Douro, e de mãe escocesa e inglesa, passa parte da infância em Espanha e regressa a Portugal em 1891. Frequenta o Real Instituto de Lisboa (1901-1903); trabalha como pintor de azulejos no ateliê de Jorge Colaço (1905). Com uma formação convencional incipiente, Stuart Carvalhais será sobretudo autodidata.

A sua primeira experiência nos jornais é como repórter fotográfico; publica os primeiros desenhos no jornal O Século em 1906; no ano seguinte, dá início ao trabalho em banda desenhada. Em 1911 é um dos responsáveis pela revista humorística A Sátira; colabora na fundação da Sociedade de Humoristas Portugueses, que terá como presidente Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (filho de Rafael Bordalo Pinheiro). Participa nas duas exposições organizadas por esse grupo em 1912 e 1913 (I e II Exposições dos Humoristas Portugueses) juntamente com Cristiano Cruz, Jorge Barradas, Emmerico Nunes e Almada Negreiros, entre outros.

Em 1912-13 faz uma permanência de alguns meses em Paris, sobrevivendo precariamente; colabora como ilustrador, no jornal Gil Blas; vê trabalhos de Corot, Seurat e Daumier. Casa-se com Fausta Moreira (varina – vendedora de peixe) pouco após o regresso a Lisboa; um ano mais tarde nasce o seu único filho, Raul Carvalhais.

Embora republicano (e mais tarde, antifascista), a sua crítica incidirá sobre quem a merece e, em 1914, colabora no jornal satírico monárquico Papagaio Real  (1914), então sob a direção artística de Almada Negreiros. Dá início à sua banda desenhada pioneira, inicialmente intitulada Quim e Manecas (1915-1953), a série mais longa da BD portuguesa, com mais de 500 episódios; essas duas personagens dão origem ao primeiro filme cómico português (1916), hoje desaparecido, onde o próprio Stuart desempenha o papel de pai de Manecas.

Os anos 20 correspondem à época de maior sucesso de Stuart. Dirige ABC a Rir, publica trabalhos na revista Ilustração (a cuja fundação está ligado), no Diário de Lisboa, Diário de Notícias, A Corja, O Espectro, A Choldra (1926), O Sempre Fixe, ABC-zinho. As encomendas são muitas e a sua atividade gráfica diversifica-se, incluindo os postais ilustrados, diversos trabalhos para o Bristol Clube e a casa de edição musical Sasseti; vence dois prémios em concursos internacionais (Itália e Espanha). Participa com uma pintura na decoração do café A Brasileira, Chiado (1925).

Ainda na área da imprensa, encontra-se colaboração artística da sua autoria em diversos jornais e revistas, nomeadamente na Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha (1888-1898) e na sua continuação, a Gazeta dos Caminhos de Ferro (1899-1971), nas revistas Illustração portugueza iniciada em 1903, O Zé (1910-1919), O século cómico (1913-1921), Contemporânea (1915-1926), Renovação (1925-1926), O Riso da vitória, iniciado em 1919, O domingo ilustrado (1925-1927), no semanário Repórter X  (1930-1935) e na edição mensal do Diário de Lisboa (1933).

Em 1932 realiza, na Casa da Imprensa, a sua única exposição individual; em 1948 é-lhe atribuído o prémio Domingos Sequeira na exposição do SNI.

Trabalha para o teatro como cenógrafo e figurinista; experimenta a realização em cinema (O Condenado, com Mário Huguin), desdobrando-se ainda como ator, decorador, cenógrafo e gráfico.

Será nas áreas do desenho e ilustração que a sua obra mais se individualizará. Ao longo da vida Stuart produziu milhares, numa atividade constante onde dificilmente se poderão isolar expressões ou estilos balizados no tempo; "a mestria de traço de Stuart, que lhe permite variar os registos, evidencia sobretudo o manifesto desejo de liberdade criativa, nutrido por enorme apetência experimental". Até a sua vida pessoal, ensombrada pelo alcoolismo e a instabilidade financeira, o forçaram à experimentação de materiais inesperados, não ortodoxos, dos suportes aproveitados (papel de embrulho, tampas de caixotes), às tintas e materiais riscadores improvisados (café, vinho, paus de fósforo queimados). "Profundo conhecedor do basfond lisboeta, fixa da capital um registo que cruza com o seu, servindo-o com resultados surpreendentes no uso da mancha […] e de texturas, na definição ou languidez da linha, nos ritmos do traço". Assim, desenvolto e elegante na ilustração, essencial na caracterização fisionómica, em cada personagem, em cada situação representada, Stuart revela com eficácia os conceitos que lhe estão associados. Utilizará esses instrumentos para falar, antes de mais, de uma Lisboa contraditória, "viva, inteira, elegante por vezes, amarga outras mais".

 

Guardado está o café para quem o há de pagar, tinta-da-china e grafite sobre papel - Sempre Fixe, 23.06.27

   

Jon Bon Jovi comemora hoje sessenta e dois anos

      
Jon Bon Jovi (nome artístico de John Francis Bongiovi, Perth Amboy, 2 de março de 1962) é um cantor e músico dos Estados Unidos. Nasceu em Perth Amboy, mas, aos 4 anos de idade, juntamente com a família, descendentes de italianos (o pai John Bongiovi, a mãe Carol Bongiovi e os irmãos mais novos, Matt e Anthony), mudaram para a cidade que hoje é conhecida por lá ter passado a infância e adolescência, a cidade de Sayreville, Nova Jérsei.
É o líder da banda Bon Jovi, que mantém algumas características do estilo hard rock dos anos 80 até hoje, mas assimilou influências dos variados estilos surgidos no rock e heavy metal desde o seu álbum de estreia, em 1984. A sua banda já vendeu mais de 130 milhões de álbuns em todo o mundo. A banda Bon Jovi, com o passar dos anos, veio a tornar-se uma das bandas mais bem sucedidas da história do rock quando se trata de turnês pelo mundo, músicas em séries e aparições em programas de TV. A banda em 2011 foi eleita pela revista Rolling Stone como a segunda banda de rock mais cara do planeta, perdendo o topo apenas para a banda irlandesa U2.
    

 


A sonda Pioneer 10 foi lançada há cinquenta e dois anos


Placa da Pioneer10

 
A Pioneer 10, sonda interplanetária norte-americana, foi uma missão interplanetária desenvolvida a partir do Programa Pioneer, que consistiu no desenvolvimento e gestão de oito missões interplanetárias (Pioneer 6, 7, 8, 9, 10, 11, Venus Orbiter e Venus Multiprobe). Também conhecida como Pioneer F, foi desenhada juntamente com a Pioneer 11 (ou G) para o cumprimento dos objetivos definidos no Pioneer Jupiter Mission.

As Pioneer 10 e 11 receberam no seu corpo principal placas de ouro com uma mensagem com a imagem humana, caso a Pioneer 10 ou 11 fossem intercetadas por seres extraterrestres inteligentes.

Devido às características das órbitas da Terra e de Júpiter, a cada treze meses surge uma janela de lançamento que permite uma viagem interplanetária mais económica em termos energéticos (menos combustível e como tal, menos peso), foi definido que se iriam construir duas sondas idênticas a serem lançadas com um intervalo de treze meses. A primeira (a Pioneer 10) a ser lançada em 1972 e a segunda (a Pioneer 11) em 1973. O programa foi aprovado em fevereiro de 1969, definindo, a partida, três grandes objetivos para a missão:
  1. Explorar o meio interplanetário para além da órbita de Marte;
  2. Investigar a cintura de asteróides e verificar os perigos que esta representa para as sondas nas missões para além da órbita de Marte, e
  3. Explorar o sistema de Júpiter.
(...)


A 2 de março de 1972 um lançador Atlas-Centaur colocou a sonda numa trajetória em direção a Júpiter (adquirindo nesse momento a sua designação definitiva de Pioneer 10) a uma velocidade de 51.680 km/h (na altura, representava a mais elevada velocidade de qualquer artefacto feito pelo homem). Após a sua separação do andar Centaur, a sonda articula as vigas de suporte dos RTG para a sua posição final.
Apenas 11 horas após o seu lançamento, a Pioneer 10 passa pela órbita da Lua e inicia a ligação sequencial dos vários instrumentos a bordo. Devido a uma orientação desfavorável que coloca o Sol a incidir sobre o compartimento dos instrumentos, a sonda não pode orientar a antena parabólica diretamente para a Terra.
A 15 de julho de 1972 a sonda atinge a cintura de asteroides, passando a mais de 8 milhões de km do asteroide Nike, de 24 km de diâmetro. Os cálculos de probabilidade para uma passagem sem incidentes era de 9:1. Durante a viagem, a Pioneer 10 teve a oportunidade de estudar uma tempestade solar em correlação com as outras sondas Pioneer que se encontravam em órbita do Sol (Pioneer 6, 7, 8 e 9).
Em fevereiro de 1973, a Pioneer 10 dcompleta a passagem pela cintura de asteroides. Após o sucesso da passagem, é determinado que a Pioneer 11 irá seguir uma trajetória semelhante, sendo lançada a 5 de abril de 1973. A 6 de novembro de 1973, a Pioneer 10 inicia a captação de imagens de teste e a 3 de dezembro passa a 130.000 km da superfície de Júpiter. A aceleração gravítica de Júpiter acelerou a velocidade da sonda para 132.000 km/h.
A precisão do voo interplanetário permitiu que a sonda atingisse o ponto máximo de aproximação a Júpiter com uma antecipação de apenas 1 minuto em relação ao projectado. Quando atingiu a distância de 500.000 km da superfície de Júpiter as imagens obtidas começam a ter melhor definição do que as melhores até então conseguidas através dos instrumentos na Terra. As imagens eram captadas através de filtros azuis e vermelhos. Através de técnicas de extrapolação, cria-se uma terceira imagem verde. A combinação das três imagens permitia a criação de uma imagem a cores reais. A Pioneer 10 confirmou a existência da magnetosfera jupiteriana.
Com a passagem pelo periapsis (ponto mais próximo de um orbita ou trajetória) os instrumentos começam a ressentir-se das elevadas doses de radiação a que estão sujeitos pelo campo magnético de Júpiter. Pouco após, a sonda entrou em ocultação por trás de Júpiter, cortando todas as comunicações com a Terra.
Após a passagem por Júpiter, a sonda seguiu numa trajetória que a levará para fora do sistema solar. Passa em 1976 pela órbita de Saturno, em 1980 pela órbita de Úrano e em 1983 pela de Plutão.
O último sinal recebido pela Pioneer 10 foi em 23 de janeiro de 2003. Até ao seu último sinal ela continuou enviando informações do sistema solar exterior. Em 1980 uma aceleração anómala foi notada a partir da análise de dados da Pioneer 10 e Pioneer 11. O problema é conhecido como Anomalia das Pioneers e foi observado noutras sondas como a Galileu e a Ulisses.
A validação das tecnologias e protocolos envolvidos permitiram e abriram caminho ao desenvolvimento do projecto Mariner Jupiter-Saturn Mission que em 1977 lançou duas sondas para Júpiter e Saturno com as designações de Voyager 1 e Voyager 2.
Em outubro de 2005 a Pioneer 10 encontrava-se a uma distância do Sol de 89,1 UA (Unidades Astronómicas) afastando-se do Sol a uma velocidade de 12,2 km/s.
Em outubro de 2009, a sonda atingiu a marca de 100 UA (15 mil milhões de km) de distância do Sol, tornando-se o segundo mais distante objeto existente produzido pela humanidade, perdendo apenas para a sonda Voyager 1.
Daqui a cerca de 14.000 anos ou pouco mais, a sonda ultrapassará os limites da Nuvem de Oort, saindo assim do sistema solar (influência do campo magnético do Sol). A sua posição atual situa-se na constelação de Touro, para onde se encaminha a uma velocidade relativa de 2,6 UA por ano, na direção da estrela Aldebarã (Alfa de Touro) onde chegará daqui a cerca de 2.000.000 de anos, caso resista.

E se canto triste, é para ti, Salvador...