quinta-feira, dezembro 15, 2022

António José Forte morreu há trinta e quatro anos...

(imagem daqui)
   
António José Forte (Póvoa de Santa Iria, 6 de fevereiro de 1931Lisboa, 15 de dezembro de 1988), poeta ligado ao movimento surrealista, integrou o chamado Grupo do Café Gelo. Trabalhou também como funcionário da Fundação Calouste Gulbenkian, onde, durante mais de vinte anos, desempenhou as funções de Encarregado das Bibliotecas Itinerantes. Era casado com a pintora Aldina.
Deixou uma obra breve, mas que claramente o afirma como um consumado poeta. Com colaboração na revista Pirâmide e em vários jornais (A Rabeca, Notícias de Chaves, O Templário, Diário de Lisboa, A Batalha, Jornal de Letras, Artes e Ideias) publicou o seu primeiro livro, 40 Noites de Insónia de Fogo de Dentes Numa Girândola Implacável e Outros Poemas, em 1958. Representado em inúmeras antologias poéticas, António José Forte é também autor do livro de poesia infanto-juvenil Uma rosa na tromba de um elefante.
A poesia de António José Forte carreia uma certa perversão do "discurso" poético e a utopia ideológica, anarquizante e ainda claramente surrealista; é, com uma intenção nitidamente bretoniana, uma maneira de afirmar que o aco de escrever é "ainda aquilo que sabe fazer melhor", mas dizer também em consciência haver "gente que nunca escreveu uma linha e fez mais pela palavra que toda uma geração de escritores". A sua poesia está reunida no livro Uma Faca nos Dentes, com um prefácio de Herberto Helder, seu amigo de muitos anos, onde este afirma que "a voz de António José Forte não é plural, nem direta ou sinuosamente derivada, nem devedora. Como toda a poesia verdadeira, possui apenas a sua tradição. A tradição romântica, no menos estrito e mais expansivo e qualificado registo".
  

 



O Poeta em Lisboa



Quatro horas da tarde.
O poeta sai de casa com uma aranha nos cabelos.
Tem febre. Arde.
E a falta de cigarros faz-lhe os olhos mais belos.

Segue por esta, por aquela rua
sem pressa de chegar seja onde for.
Pára. Continua.
E olha a multidão, suavemente, com horror.

Entra no café.
Abre um livro fantástico, impossível.
Mas não lê.
Trabalha - numa música secreta, inaudível.

Pede um cigarro. Fuma.
Labaredas loucas saem-lhe da garganta.
Da bruma
espreita-o uma mulher nua, branca, branca.

Fuma mais. Outra vez.
E atira um braço decepado para a mesa.
Não pensa no fim do mês.
A noite é a sua única certeza.

Sai de novo para o mundo.
Fechada à chave a humanidade janta.
Livre, vagabundo
dói-lhe um sorriso nos lábios. Canta.

Sonâmbulo, magnífico
segue de esquina em esquina com um fantasma ao lado.
Um luar terrífico
vela o seu passo transtornado.

Seis da madrugada.
A luz do dia tenta apunhalá-lo de surpresa.
Defende-se à dentada
da vida proletária, aristocrática, burguesa.

Febre alta, violenta
e dois olhos terríveis, extraordinários, belos.
Fiel, atenta
a aranha leva-o para a cama arrastado pelos cabelos.

 

in Uma faca nos dentes (1983) - António José Forte

O imperador Nero nasceu há 1985 anos

  
Nero Cláudio César Augusto Germânico (em latim Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus; Anzio, 15 de dezembro de 37 d.C. - Roma, 9 de junho de 68), foi um imperador romano que governou de 13 de outubro de 54 até à sua morte, a 9 de junho de 68.
Nascido com o nome de Lúcio Domício Enobarbo, era descendente de uma das principais famílias romanas, pelo pai Cneu Domício Enobarbo, e da família imperial júlio-claudiana através da mãe Agripina, a Jovem, filha de Germânico e neta de César Augusto. Ascendeu ao trono após a morte do seu tio Cláudio, que o nomeara seu sucessor.
Durante o seu governo, focou-se principalmente na diplomacia e no comércio, e tentou aumentar o capital cultural do império. Ordenou a construção de diversos teatros e promoveu os jogos e provas atléticas. Diplomática e militarmente, o seu reinado caracterizou-se pelo sucesso contra o Império Parta, a repressão da revolta dos britânicos (6061) e uma melhora das relações com Grécia. Em 68 ocorreu um golpe de estado de vários governadores, após o qual, aparentemente, foi forçado a suicidar-se.
O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância. É recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria mãe e do seu meio-irmão Britânico, e sobretudo pela crença generalizada de que, enquanto Roma ardia, estaria a tocar a sua lira, além de ser um implacável perseguidor dos cristãos. Estas opiniões são baseadas primariamente nos escritos dos historiadores Tácito, Suetónio e Dião Cássio. Poucas das fontes antigas que sobreviveram o descrevem dum modo favorável, embora haja algumas que relatam a sua enorme popularidade entre o povo romano, sobretudo no Oriente.
A fiabilidade das fontes que relatam os tirânicos atos de Nero é atualmente controversa. Separar a realidade da ficção, em relação às fontes antigas, pode resultar impossível.
   
   

Gustave Eiffel nasceu há 190 anos...

      
Alexandre Gustave Eiffel (Dijon, 15 de dezembro de 1832 - Paris, 27 de dezembro de 1923), também conhecido por Gustavo Eiffel, foi um engenheiro francês que participou da construção da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e da Torre Eiffel de Paris. Foi sepultado no cemitério de Levallois-Perret.
  
Início de carreira
O pai de Eiffel construiu através dos anos uma sólida fortuna pessoal. Gustave Eiffel primeiro estudou no Colégio Sainte-Barbe, um dos mais antigos de Paris. Em 1852 entrou na Escola Central de Paris, uma escola prestigiada de engenharia, também conhecida como Escola Central de Artes e Manufacturas. Terminou os estudos em 1855, formando-se em engenharia química.
Iniciou a sua carreira trabalhando numa empresa belga de construção de caminhos-de-ferro. Em 1856, Eiffel conheceu Charles Nepveu, empresário especialista em construções metálicas. Aos 26 anos, Gustave chefiou o seu primeiro grande trabalho construindo a ponte ferroviária em Bordeaux. Na construção, Gustave utilizou pela primeira vez, a técnica de fundação de ar comprimido na execução de pilhas tubulares.
Gustave Eiffel chegou a viver em Portugal, em Barcelinhos, de onde projetou as construções em Portugal que lhe estão associadas.
  
Projetos
Já experiente, resolveu fundar a sua própria empresa. Em 1866 adquiriu um atelier de construção metálica, próximo de Paris.
Destacam-se os projetos:
Das suas construções mais conhecidas, salienta-se a estrutura metálica da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (1886) e a Torre Eiffel.
  
Estátua da Liberdade
A Estátua da Liberdade foi um presente da França aos Estados Unidos para comemorar o centenário de sua independência. Inaugurada em 1886, foi projetada pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi e contou com a assistência de Gustave Eiffel. Tem 307 pés (46 metros) de altura e tem na sua composição 63.000 toneladas de ferro forjado.
  

   
Torre Eiffel
A Torre Eiffel foi construída entre 1887 e 1889, em Paris, para a Exposição Universal de 1889. Converteu-se no símbolo da capital francesa. Atualmente possui 325 metros (adicionada a altura das antenas). Na época de sua construção tinha aproximadamente 7.300 toneladas de ferro e atualmente tem aproximadamente 10.000 toneladas.
Foi oficialmente inaugurada a 31 de março de 1889. Só perdeu o status da mais alta construção do mundo em 1930, depois da construção do prédio da Chrysler em Nova Iorque.
A torre possui três andares. Na base foram usados cimento e aço. Os quatro pilares possuem quatro metros de cimento. Possui arcos ligando os quatro pilares instalados a 39 metros acima do solo. O primeiro andar fica a 57 metros acima do solo e pode suportar a presença de 3.000 pessoas ao mesmo tempo. O segundo andar fica a 115 metros acima do solo e suporta a presença de 1.600 pessoas. O terceiro andar fica a 276 metros acima do solo e suporta 400 pessoas.
     

Antoine Henri Becquerel nasceu há cento e setenta anos

 
Antoine Henri Becquerel (Paris, 15 de dezembro de 1852 - Le Croisic, 25 de agosto de 1908) foi um físico francês. Becquerel foi o responsável pelos estudos que levaram à descoberta do fenómeno da radioatividade.

Biografia
Estudou na École Polytechnique e era "engenheiro de pontes e calçadas". Ensinou física na École Polytechnique e no Museu Nacional de História Natural. Continuou os trabalhos dos seus pai e avô, descobrindo, em 1896, a radioactividade dos sais de urânio. Esta descoberta fundamental valeu-lhe a atribuição do Nobel de Física em 1903, juntamente com o casal Pierre Curie e Marie Curie. Foi membro da Academia das Ciências Francesa.
O seu pai, Alexandre Becquerel estudou a luz e a fosforescência, inventando a fosforoscopia.
O seu avô, Antoine César Becquerel, foi um dos fundadores da eletroquímica.
Em 1895 descobriu acidentalmente uma nova propriedade da matéria que, posteriormente, denominou de radioatividade. Ao colocar sais de urânio sobre uma placa fotográfica em local escuro, verificou que a placa enegrecia. Os sais de urânio emitiam uma radiação capaz de atravessar papéis negros e outras substâncias opacas a luz. Estes raios foram denominados, a princípio, de Raios B, em sua homenagem.
Além disso realizou pesquisas sobre fosforescência, espectroscopia e absorção da luz.

Contribuições científicas
Os primeiros trabalhos de Becquerel foram realizados com base nos estudos de polarização de plano de luzes, com o fenómeno da fosforescência e com a absorção de luz por cristais e também o magnetismo terrestre. Após o descobrimento dos raios X por Wilhelm Conrad Röntgen, Antoine foi levado a estudar o fenómeno com sais de urânio e a forma como eles são afetados pela luz. Por acidente, Henri descobriu que os raios por si emitidos emitidos eram capazes de penetrar e imprimir imagens em chapas fotográficas. Mais estudos mostraram que isso não vinha do recém descoberto raio X e sim de uma outra radiação, tinha ele descoberto um novo fenómeno: a radioatividade natural ou espontânea.
Henri fez diversos estudos para investigar se uma substância fluorescente poderia emitir raios X quando era submetida à luz do sol. Ele expôs ao sol uma chapa fotográfica coberta com papel opaco e pedras de sais de urânio, após um determinado tempo foi constatado que a chapa foi manchada pelos sais. Concluiu-se que a radiação não propagava pelo efeito da luz e sim pela propriedade radioativa de certo elementos, como o urânio, por exemplo.
Graças a essa realização, Becquerel ganhou o Prémio Nobel de Física em 1903, juntamente com Pierre Curie e Marie Curie, pelo seu estudo da radiação. Mas a sua descoberta resultou muito além daquele momento, com ela foi-se capaz de desenvolver diversos estudos, que futuramente possibilitaram grandes avanços área médica, pois assim tornou-se possível tratar e identificar com maior precisão lesões no corpo e certas doenças através de imagens médicas e também variados tratamentos de radioterapia.
      

Paul Simonon, baixista dos The Clash e dos Gorillaz, faz hoje 67 anos

  
Paul Gustave Simonon (Croydon, Londres, 15 de dezembro de 1955) é um baixista britânico e co-fundador da banda britânica de punk rock The Clash.
Depois do terminus dos The Clash, Paul Simonon entrou para um grupo chamado Havana 3AM, que gravou somente um álbum no Japão e que, posteriormente, se separou. Posteriormente Simonon voltaria às suas raízes de artista visual, organizando várias galerias de arte. A sua relutância em voltar a tocar foi citado como a principal razão de os Clash ter sido uma das poucas bandas punk britânicas dos anos 70 que não aproveitou a febre de nostalgia punk que assolou o final dos anos 90 para tentar relançar a carreira. Atualmente Paul Simonon toca com Damon Albarn e o seu antigo companheiro Mick Jones, na banda virtual de rock Gorillaz, fazendo as aparições ao vivo.
   
Biografia
Simonon nasceu em Croydon, Surrey. O seu pai, Gustave, foi um funcionário público e a sua mãe, Elaine, era uma bibliotecária. Ele cresceu na área sul de Londres, em Brixton, vivendo cerca de um ano em Siena, Itália, com a mãe e o padrasto. Antes de ingressar nos The Clash, ele tinha planeado tornar-se um artista e estudou na Byam Shaw School of Art, em seguida, com base em Campden St, Kensington.
Ele foi convidado a juntar-se aos The Clash em 1976, pelo guitarrista Mick Jones, que planeava ensinar guitarra a Simonon. No entanto, o instrumento revelou-se difícil para Simonon, então Jones decidiu ensinar-lhe a tocar baixo. Simonon aprendeu as suas partes de baixo por hábito de Jones nos primeiros dias da banda e ainda não sabia como tocar o baixo quando o grupo gravou pela primeira vez. Ele foi creditado como o criador do nome da banda e foi a principal responsável pelos aspetos visuais, como roupas e cenários de palco. Ele também foi imortalizado na capa do álbum duplo da banda, London Calling; a imagem de Pennie Smith partindo o seu baixo tornou-se uma das imagens icónicas da era punk.
Paul Simonon escreveu três das canções dos The Clash: "The Guns of Brixton" do London Calling, "The Beat Crooked" em Sandinista!, e o B-side "Jerk Long Time". Ele cantou "Red Dragnet Angel" de Combat Rock, mas esta canção foi escrita por Joe Strummer.
Simonon tocou baixo em quase todas as músicas dos The Clash. Gravações em que ele não toca incluem: "The Magnificent Seven" e "Lightning Strikes (Not Once but Twice)" em Sandinista! (interpretado por Norman Watt-Roy), "Rock the Casbah" em Combat Rock (interpretado por Topper Headon), e 10 das 12 faixas de Cut the Crap (interpretado por Norman Watt-Roy). Muitas das faixas de Combat Rock são pensadas para ter faixas de baixo estabelecidas por Mick Jones ou o engenheiro Eddie Garcia e as primeiras gravações em Sandinista! destacam o baixo, sendo tocado por Jones e Strummer, algumas, mas, possivelmente, nem todas, visto que Simonon mais tarde regravou, uma vez que voltou às sessões após as filmagens de Ladies and Gentlemen, The Fabulous Stains.
   

 


quarta-feira, dezembro 14, 2022

Hoje é dia de recordar um santo poeta com música...

Alberto, o marido da Rainha Vitória do Reino Unido, morreu há 161 anos...

  
Francisco Alberto Augusto Carlos Emanuel (Coburgo, 26 de agosto de 1819Windsor, 14 de dezembro de 1861) foi o marido da rainha Vitória e príncipe consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda de 1840 até à sua morte.
Nasceu no ducado saxão de Saxe-Coburgo-Saalfeld numa família com relações familiares com vários monarcas europeus e aos vinte anos de idade casou-se com a sua prima direita Vitória, de quem teve nove filhos. Ao início sentia-se restringido pela sua posição de consorte, que não lhe dava nenhum poder ou função oficial. Com o passar do tempo adotou várias causas, como uma reforma educacional e a abolição mundial da escravatura, também assumindo responsabilidades administrativas da funcionários, propriedades e escritório da rainha. Alberto envolveu-se ativamente na organização da Grande Exposição de 1851 e ajudou no desenvolvimento da monarquia constitucional britânica, ao persuadir a sua esposa a mostrar menos partidarismo nos assuntos do parlamento - mesmo discordando ativamente da política internacional intervencionista promovida por Henry Temple, 3.º Visconde Palmerston, o secretário de assuntos estrangeiros.
Morreu jovem, aos 42 anos de idade, deixando Vitória em estado de profundo luto, que durou pelo resto de sua vida. Quando a rainha morreu, em janeiro de 1901, o seu filho mais velho, Eduardo VII, sucedeu-lhe como o primeiro monarca britânico da Casa de Saxe-Coburgo-Gota, nomeada por causa da casa ducal à qual Alberto pertencia.
  
  

Poema para recordar uma infâmia...


 

À MEMÓRIA DO PRESIDENTE-REI SIDÓNIO PAIS

 

Longe da fama e das espadas,
Alheio às turbas ele dorme.
Em torno há claustros ou arcadas?
Só a noite enorme.

Porque para ele, já virado
Para o lado onde está só Deus,
São mais que Sombra e que Passado
A terra e os céus.

Ali o gesto, a astúcia, a lida,
São já para ele, sem as ver,
Vácuo de acção, sombra perdida,
Sopro sem ser.

Só com sua alma e com a treva,
A alma gentil que nos amou
Inda esse amor e ardor conserva?
Tudo acabou?

No mistério onde a Morte some
Aquilo a que a alma chama a vida,
Que resta dele a nós — só o nome
E a fé perdida?

Se Deus o havia de levar,
Para que foi que no-lo trouxe
Cavaleiro leal, do olhar
Altivo e doce?

Soldado-rei que oculta sorte
Como em braços da Pátria ergueu,
E passou como o vento norte
Sob o ermo céu.

Mas a alma acesa não aceita
Essa morte absoluta, o nada
De quem foi Pátria, e fé eleita,
E ungida espada.

Se o amor crê que a Morte mente
Quando a quem quer leva de novo
Quão mais crê o Rei ainda existente
O amor de um povo!

Quem ele foi sabe-o a Sorte,
Sabe-o o Mistério e a sua lei
A Vida fê-lo herói, e a Morte
O sagrou Rei!

Não é com fé que nós não cremos
Que ele não morra inteiramente.
Ah, sobrevive! Inda o teremos
Em nossa frente.

No oculto para o nosso olhar,
No visível à nossa alma,
Inda sorri com o antigo ar
De força calma.

Ainda de longe nos anima,
Inda na alma nos conduz
Gládio de fé erguido acima
Da nossa cruz!

Nada sabemos do que oculta
O véu igual de noite e dia,
Mesmo ante a Morte a Fé exulta:
Chora e confia.

Apraz ao que em nós quer que seja
Qual Deus quis nosso querer tosco,
Crer que ele vela, benfaeja
Sombra connosco.

Não sai da nossa alma a fé
De que, alhures que o mundo e o fado,
Ele inda pensa em nós e é
O bem-amado.

Tenhamos fé porque ele foi.
Deus não quer mal a quem o deu.
Não passa como o vento o herói
Sob o ermo céu.

E amanhã, quando queira a Sorte,
Quando findar a expiação,
Ressurrecto da falsa morte!
Ele já não.

Mas a ânsia nossa que encarnara,
A alma de nós de que foi braço,
Tornara, nova forma clara,
Ao tempo e ao espaço.

Tornará feito qualquer outro,
Qualquer cousa de nós com ele;
Porque o nome do herói morto
Inda compele,

Inda comanda, e a armada ida
Para os campos da Redenção,
Às vezes leva à frente, erguida
Espada, a Ilusão.

E um raio só de ardente amor,
Que emana só do nome seu,
Dê sangue a um braço vingador,
Se esmoreceu.

Com mais armas que com Verdade
Combate a alma por quem ama.
É lenha só a Realidade.
A fé é a chama.

Mas ai, que a fé já não tem forma
Na matéria e na cor da Vida,
E, pensada, em dor se transforma
E a fé perdida!

Pra que deu Deus a confiança
A quem não ia dar o bem?
Morgado da nossa esperança,
A Morte o tem!

Mas basta o nome e basta a glória
Para ele estar connosco, e ser
Carnal presença de memória
A amanhecer;

Espectro real feito de nós,
Da nossa saudade e ânsia,
Que fala com oculta voz
Na alma, a distância;

E a nossa própria dor se torna
Uma vaga ânsia, um esperar vago,
Como a erma brisa que transtorna
Um ermo lago.

Não mente a alma ao coração.
Se Deus o deu, Deus nos amou.
Porque ele pôde ser, Deus não
Nos desprezou.

Rei-nato, a sua realeza,
Por não podê-la herdar dos seus
Avós, com mística inteireza
A herdou de Deus;

E, por directa consonância
Com a divina intervenção,
Uma hora ergueu-nos alta a ânsia
De salvação.

Toldou-o a Sorte que o trouxera
Outra vez com nocturno véu.
Deus p'ra que no-lo deu, se era
P'ra o tornar seu?

Ah, tenhamos mais fé que a esp'rança!
Mais vivo que nós somos, fita
Do Abismo onde não há mudança
A terra aflita.

E se assim é; se, desde o Assombro
Aonde a Morte as vidas leva,
Vê esta pátria, escombro a escombro,
Cair na treva;

Se algum poder do que tivera
Sua alma, que não vemos, tem,
De longe ou perto — por que espera?
Por que não vem?

Em nova forma ou novo alento,
Que alheio pulso ou alma tome,
Regresse como um pensamento,
Alma de um nome!

Regresse sem que a gente o veja,
Regresse só que a gente o sinta —
Impulso, luz, visão que reja
E a alma pressinta!

E qualquer gládio adormecido,
Servo do oculto impulso, acorde,
E um novo herói se sinta erguido
Porque o recorde!

Governa o servo e o jogral.
O que íamos a ser morreu.
Não teve aurora a matinal
Estrela do céu.

Vivemos só de recordar.
Na nossa alma entristecida
Há um som de reza a invocar
A morta vida;

E um místico vislumbre chama
O que, no plaino trespassado,
Vive ainda em nós, longínqua chama —
O DESEJADO.

Sim, só há a esp'rança, como aquela
- E quem sabe se a mesma? — quando
Se foi de Aviz a última estrela
No campo infando.

Novo Alcácer-Kibir na noite!
Novo castigo e mal do Fado!
Por que pecado novo o açoite
Assim é dado?

Só resta a fé, que a sua memória
Nos nossos corações gravou,
Que Deus não dá paga ilusória
A quem amou.

Flor alta do paul da grei,
Antemanhã da Redenção,
Nele uma hora encarnou el-rei
Dom Sebastião.

O sopro de ânsia que nos leva
A querer ser o que já fomos,
E em nós vem como em uma treva,
Em vãos assomos,

Bater à porta ao nosso gesto,
Fazer apelo ao nosso braço,
Lembrar ao sangue nosso o doesto
E o vil cansaço,

Nele um momento clareou,
A noite antiga se seguiu,
Mas que segredo é que ficou
No escuro frio?

Que memória, que luz passada
Projecta, sombra, no futuro,
Dá na alma? Que longínqua espada
Brilha no escuro?

Que nova luz virá ralar
Da noite em que jazemos vis?
Ó sombra amada, vem tornar
A ânsia feliz.

Quem quer que sejas, lá no abismo
Onde a morte a vida conduz,
Sê para nós um misticismo
A vaga luz.

Com que a noite erma inda vazia
No frio alvor da antemanhã
Sente, da esp'rança que há no dia,
Que não é vã.

E amanhã, quando houver a Hora,
Sendo Deus pago, Deus dirá
Nova palavra redentora.
Ao mal que há,

E um novo verbo ocidental
Encarnado em heroísmo e glória,
Traga por seu broquel real
Tua memória!

Precursor do que não sabemos,
Passado de um futuro a abrir
No assombro de portais extremos
Por descobrir,

Sê estrada, gládio, fé, fanal,
Pendão de glória em glória erguido!
Tornas possível Portugal
Por teres sido!

Não era extinta a antiga chama
Se tu e o amor puderam ser.
Entre clarins te a glória aclama,
Morto a vencer!

E, porque foste, confiando
Em QUEM SERÁ porque tu foste,
Ergamos a alma, e com o infando
Sorrindo arroste,

Até que Deus o laço solte
Que prende à terra a asa que somos,
E a curva novamente volte
Ao que já fomos,

E no ar de bruma que estremece
(Clarim longínquo matinal!)
O DESEJADO enfim regresse
A Portugal!



Fernando Pessoa

Cliff Williams, baixo dos AC/DC, faz hoje 73 anos

      
Clifford Williams (Romford, Essex, 14 de dezembro de 1949) é um baixista britânico que foi membro da banda australiana de hard rock AC/DC como baixista e cantor de apoio a partir de 1977, exceto por uma breve retirada, de 2016 a 2018. Começou a sua carreira musical em 1967 e pertenceu anteriormente às bandas britânicas Home e Bandit. O seu primeiro álbum de estúdio com os AC/DC foi Powerage de 1978. Foi introduzido junto ao grupo no Rock and Roll Hall of Fame dos Estados Unidos em 2003. O seu estilo musical é conhecido por linhas básicas de baixo que seguem o ritmo da guitarra; a sua técnica é centrada em downpicking com uso ocasional de pizzicato. Para os concertos ao vivo, tem como marca registada os instrumentos da Music Man, encordoados pela D'Addario. Os seus projetos paralelos, enquanto membro do AC/DC, incluem concertos beneficentes, além de tocar com Emir & Frozen Camels no álbum San (2002) e numa turnê europeia. A sua última participação como baixista dos AC/DC foi em setembro de 2016, ainda no decorrer da turnê Rock or Bust.
  

 


Jane Birkin - 76 anos

   
Jane Mallory Birkin (Londres, 14 de dezembro de 1946), é uma atriz e cantora inglesa que viveu na França. É mais conhecida pela sua relação amorosa com Serge Gainsbourg nos anos 70.

Infância e família
Jane Mallory Birkin nasceu no dia 14 de dezembro de 1946 em Marylebone, Londres, Inglaterra. A sua mãe era uma atriz e o seu pai membro da marinha britânica. Ela também tem um irmão, o roteirista e diretor Andrew Birkin.
  
Carreira
Jane emergiu na Swinging London após aparecer no filme Blowup, de 1966, e no filme Wonderwall, de 1968, que teve a banda sonora produzida por George Harrison. Quando ela foi para França, para uma audição em 1969, conheceu Serge Gainsbourg e a partir dai começaram a fazer trabalhos conjuntos. Nesse mesmo ano os dois fizeram o famoso dueto "Je t'aime... moi non plus" (que, originalmente, Serge Gainsbourg havia escrito para Brigitte Bardot). A música na época provocou um escândalo e foi banida em diversas rádios de diversos países.

Vida pessoal
Foi casada de 1965 a 1968 com John Barry, um compositor inglês que escreveu o tema original dos filmes de James Bond. A filha de ambos, a fotógrafa Kate Barry, nasceu em 1967 e morreu em 2013, após queda de um quarto andar em Paris.
Teve uma relação muito apaixonada e criativa com o seu mentor Serge Gainsbourg - eles conheceram-se no set de Slogan e casaram-se em 1968. Tiveram uma filha, a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg, e separaram-se em 1980.
Em 1982 teve a terceira filha, Lou Doillon, de uma relação com o diretor Jacques Doillon.

 


Hoje é dia de recordar um Poeta...

(imagem daqui)

 

Nas Trevas
Como estou só no mundo! Como tudo 
É lágrima e silêncio!

Ó tristeza das Coisas, quando é noite
Na terra e em nosso espírito!… Tristeza
Que se anuncia em vultos de arvoredos,
Em rochas diluídas na penumbra
E soluços de vento perpassando
Na tenebrosa lividez do céu…
Ó tristeza das Coisas! Noite morta!
Pavor! Desolação! Escura noite!
Fantástica Paisagem,
Desde o soturno espaço à fria terra
Toda vestida em sombra de amargura!
Erma noite fechada! Nem um leve
Riso vago de estrela se adivinha…
Somente as grossas lágrimas da chuva
Escorrem pela face do Silêncio…
Piedade, noite negra! Não me beijes
Com esses lábios mortos de Fantasma!
Ó Sol, vem alumiar a minha dor
Que, perdida na sombra, se dilata
E mais profundamente se enraíza
Nesta carne a sangrar que é a minha alma!
Ilumina-te, ó Noite! Oh Vento, cala-te!
Negras nuvens do sul, limpai os olhos,
Desanuviai a brônzea face morta!
Oh, mas que noite amarga, toda cheia
Do teu Fantasma angélico e divino;
Espírito que, um dia, em minha irmã,
Tomou corpo infantil, figura de Anjo…
E para quê, meu Deus? Para partir,
Com seis anos apenas, no primeiro
Riso da vida, em lágrimas, levando
Toda a luz de esperança que floria
Este ermo, este remoto em que divago…
Como estou só no mundo! Como é triste
A solidão que faz a tua Ausência,
E o terrível e trágico silêncio
Da tua alegre Voz emudecida!
Oh noite, oh noite triste! Ó minha alma!
Tu, que o viste e beijaste tantas vezes,
Tu, que sentiste bem o que ele tinha
De angélica Criança sobre-humana,
Não vês as próprias coisas como sofrem,
E como as grandes árvores agitam
As ramagens de lágrimas e sombras?
Repara bem na lúgubre tristeza
Da nossa velha casa abandonada
Da divina Presença da Criança!
Ah, como as portas gemem e o beirais
Têm soluços de vento…
Lá fora, no terreiro onde brincavas,
A noite escura chora…
                        Ó minha alma,
Embebe-te na dor das Coisas ermas;
Chora também, consome-te, soluça,
Junto à Mãe dolorosa, de joelhos…
   
   
in Elegias (1912) - Teixeira de Pascoaes

Hoje é dia de recordar um Poeta que era Santo...

 (imagem daqui)

  

  
S. João da Cruz


Um santo e um poeta de mãos dadas!
Um a negar o outro, e sempre unidos…
Um no céu das vivências sublimadas,
Outro a penar no inferno dos sentidos…

Ah, Castela, Castela, mãe de terra e luz!
Que singular jornada,
À sombra de uma cruz
Tão leve e tão pesada!

A alma já liberta por ascese;
O corpo preso ainda a cada verso;
E o gosto de ser homem, preservado
Na totalidade
Contraditória.
O Carmelo subido e recordado…
A paz da eternidade
Sem possível sossego na memória.

  
   
in
Poemas Ibéricos - Miguel Torga

A lenda dos 47 samurais começou há 320 anos...

    
A lenda dos 47 rōnin, "Incidente de Akō", "Acidente de Genroku Akō" ou "Lenda dos 47 samurais", é uma história japonesa, considerada como lenda nacional neste país, por vários estudiosos. Este evento aconteceu aproximadamente entre 1701 e 1703. É a lenda mais famosa do código de honra Samurai: o Bushidō.

A história conta que um grupo de samurais (exatamente 47) foram forçados a se tornarem rōnin (samurais sem um senhor), de acordo com o código de honra samurai, depois que o seu daimyō (senhor feudal) foi obrigado a cometer seppuku (ritual suicida) por ter agredido o alto funcionário judicial chamado Kira Yoshinaka, cujo título era Kōzuke no suke, num edifício do governo. Os rōnin elaboraram um plano para vingar o seu daimyō, que consistia em matar Kira Yoshinaka e toda a sua família. Os 47 rōnin esperaram cerca de um ano e meio para não despertarem qualquer suspeita entre a justiça japonesa. Após o assassinato de Kira, entregaram-se à justiça e foram condenados a cometer seppuku. Esta lendária história tornou-se muito popular na cultura do Japão, porque mostra lealdade, sacrifício, persistência e honra que as boas pessoas devem preservar em sua vida quotidiana. A popularidade da mística história aumentou rapidamente na modernização da era Meiji no Japão, onde muitas pessoas neste país anseiam em voltar às suas raízes culturais. 

   

(...)   

    

No 15 Genroku, 26º dia do 10º mês (Quinta feira, 14 de dezembro de 1702) pelo início da manhã, durante um vento forte e queda de neve, Ōishi e os ronin iniciaram o ataque a mansão de Kira Yoshinaka em Edo. De acordo com um plano cuidadosamente definido, o grupo se dividiria em dois para o ataque; armadas com espadas e com arcos. Um grupo liderado por Ōishi, atacou o portão; o outro, liderado por seu filho, Ōishi Chikara, atacava por trás. Um tambor soaria para o ataque simultâneo, e um apito seria o sinal de que Kira foi morto.

   

(...)  

    

Depois de uma busca pela mansão, Kira foi encontrado escondido na casa de fora. O Ronin trouxe Kira para o átrio principal e em frente aos outros 46 deu-lhe a mesma oportunidade que foi dada a Lorde Asano: morrer honradamente cometendo seppuku. Como não respondeu, Ōishi decapitou-o com a mesma adaga que Asano cometeu seppuku. A cabeça foi colocada num balde e foi levada para Sengakuji, onde estava sepultado Lord Asano. 

 

 

Louis Agassiz morreu há 149 anos

   
Jean Louis Rodolphe Agassiz (Môtier, 18 de maio de 1807 - Cambridge, 14 de dezembro de 1873) foi um zoólogo e geólogo suíço, famoso pela sua Expedição Thayer.

Louis Agassiz nasceu em Môtier (Vully), no Cantão de Friburgo, Suíça. O início da sua educação começou em casa, seguido de quatro anos numa escola secundária em Bienne (alemão Biel), completou os seus estudos elementares na academia de Lausanne. Selecionando a medicina como a sua profissão, estudou nas universidades de Zurique, Heidelberg e Munique. Em seguida aumentou o seu conhecimento nos processos biológicos, especialmente na Botânica. Em 1829, doutorou-se em Erlangen e em 1830 doutorou-se em Medicina em Munique.
Mudou-se para Paris e ficou sobre a tutela de Alexander von Humboldt e de Georges Cuvier, que o lançaram nas suas carreiras da Geologia e do Zoologia respetivamente. Até esta altura não prestou nenhuma atenção especial ao estudo da Ictiologia, a qual se transformou na grande ocupação de sua vida, ou pelo menos na área em que atualmente é mais recordado.

     
   
 
In 1832 he was appointed professor of natural history in the University of Neuchâtel. The fossil fish there soon attracted his attention. The fossil-rich stones furnished by the slates of Glarus and the limestones of Monte Bolca were known at the time, but very little had been accomplished in the way of scientific study of them. Agassiz, as early as 1829, planned the publication of the work which, more than any other, laid the foundation of his worldwide fame. Five volumes of his Recherches sur les poissons fossiles ("Research on Fossil Fish") appeared at intervals from 1833 to 1843. They were magnificently illustrated, chiefly by Joseph Dinkel. In gathering materials for this work Agassiz visited the principal museums in Europe, and meeting Cuvier in Paris, he received much encouragement and assistance from him. They had known him for seven years at the time.
Agassiz found that his palaeontological labours made necessary a new basis of ichthyological classification. The fossils rarely exhibited any traces of the soft tissues of fish. They consisted chiefly of the teeth, scales and fins, even the bones being perfectly preserved in comparatively few instances. He therefore adopted a classification which divided fish into four groups: Ganoids, Placoids, Cycloids and Ctenoids, based on the nature of the scales and other dermal appendages. While Agassiz did much to place the subject on a scientific basis, this classification has been superseded by later work.
As Agassiz's descriptive work proceeded, it became obvious that it would over-tax his resources unless financial assistance could be found. The British Association came to his aid, and the Earl of Ellesmere — then Lord Francis Egerton — gave him yet more efficient help. The 1,290 original drawings made for the work were purchased by the Earl, and presented by him to the Geological Society of London. In 1836 the Wollaston Medal was awarded to Agassiz by the council of that society for his work on fossil ichthyology; and in 1838 he was elected a foreign member of the Royal Society. Meanwhile invertebrate animals engaged his attention. In 1837 he issued the "Prodrome" of a monograph on the recent and fossil Echinodermata, the first part of which appeared in 1838; in 1839–40 he published two quarto volumes on the fossil Echinoderms of Switzerland; and in 1840–45 he issued his Etudes critiques sur les mollusques fossiles ("Critical Studies on Fossil Mollusks").
Before his first visit to England in 1834, the labours of Hugh Miller and other geologists brought to light the remarkable fish of the Old Red Sandstone of the northeast of Scotland. The strange forms of the Pterichthys, the Coccosteus and other genera were then made known to geologists for the first time. They were of intense interest to Agassiz, and formed the subject of a special monograph by him published in 1844–45: Monographie des poissons fossiles du Vieux Gres Rouge, ou Systeme Devonien (Old Red Sandstone) des Iles Britanniques et de Russie ("Monograph on Fossil Fish of the Old Red Sandstone, or Devonian System of the British Isles and of Russia"). In the early stages of his career in Neuchatel, Agassiz also made a name for himself as a man who could run a scientific department well. Under his care, the University of Neuchâtel soon became a leading institution for scientific inquiry.
In 1837 Agassiz was the first to scientifically propose that the Earth had been subject to a past ice age. In the same year, he was elected a foreign member of the Royal Swedish Academy of Sciences. Prior to this proposal, Goethe, de Saussure, Venetz, Jean de Charpentier, Karl Friedrich Schimper and others had made the glaciers of the Alps the subjects of special study, and Goethe, Charpentier as well as Schimper had even arrived at the conclusion that the erratic blocks of alpine rocks scattered over the slopes and summits of the Jura Mountains had been moved there by glaciers. The question having attracted the attention of Agassiz, he not only discussed it with Charpentier and Schimper and made successive journeys to the alpine regions in company with them, but he had a hut constructed upon one of the Aar Glaciers, which for a time he made his home, in order to investigate the structure and movements of the ice.
These labours resulted, in 1840, in the publication of his work in two volumes entitled Etudes sur les glaciers ("Study on Glaciers"). In it he discussed the movements of the glaciers, their moraines, their influence in grooving and rounding the rocks over which they travelled, and in producing the striations and roches moutonnees seen in Alpine-style landscapes. He not only accepted Charpentier's and Schimper's idea that some of the alpine glaciers had extended across the wide plains and valleys drained by the Aar and the Rhône, but he went still farther. He concluded that, in the relatively recent past, Switzerland had been another Greenland; that instead of a few glaciers stretching across the areas referred to, one vast sheet of ice, originating in the higher Alps, had extended over the entire valley of northwestern Switzerland until it reached the southern slopes of the Jura, which, though they checked and deflected its further extension, did not prevent the ice from reaching in many places the summit of the range. The publication of this work gave a fresh impetus to the study of glacial phenomena in all parts of the world.
Thus familiarized with the phenomena associated with the movements of recent glaciers, Agassiz was prepared for a discovery which he made in 1840, in conjunction with William Buckland. The two visited the mountains of Scotland together, and found in different locations clear evidence of ancient glacial action. The discovery was announced to the Geological Society of London in successive communications. The mountainous districts of England, Wales, and Ireland were also considered to constitute centres for the dispersion of glacial debris; and Agassiz remarked "that great sheets of ice, resembling those now existing in Greenland, once covered all the countries in which unstratified gravel (boulder drift) is found; that this gravel was in general produced by the trituration of the sheets of ice upon the subjacent surface, etc."
In 1842–1846 he issued his Nomenclator Zoologicus, a classified list, with references, of all names employed in zoology for genera and groups — a work of great labour and research. With the aid of a grant of money from the King of Prussia, Agassiz crossed the Atlantic in the autumn of 1846 with the twin purposes of investigating the natural history and geology of North America and delivering a course of 12 lectures on “The Plan of Creation as shown in the Animal Kingdom,” by invitation from J. A. Lowell, at the Lowell Institute in Boston, Massachusetts. The financial and scientific advantages presented to him in the United States induced him to settle there, where he remained to the end of his life. He was elected a Foreign Honorary Member of the American Academy of Arts and Sciences in 1846.
His engagement for the Lowell Institute lectures precipitated the establishment of the Lawrence Scientific School at Harvard University in 1847 with him as its head. Harvard appointed him professor of zoology and geology, and he founded the Museum of Comparative Zoology there in 1859 serving as the museum's first director until his death in 1873. During his tenure at Harvard, he was, among many other things, an early student of the effect of the last Ice Age on North America.
He continued his lectures for the Lowell Institute. In succeeding years, he gave series of lectures on “Ichthyology” (1847–48 season), “Comparative Embryology” (1848–49), “Functions of Life in Lower Animals” (1850–51), “Natural History” (1853–54), “Methods of Study in Natural History” (1861–62), “Glaciers and the Ice Period” (1864–65), “Brazil” (1866–67) and “Deep Sea Dredging” (1869–70). In 1850 he married an American college teacher, Elizabeth Cabot Cary Agassiz, who later wrote introductory books about natural history and, after his death, a lengthy biography of her husband.
Agassiz served as a non-resident lecturer at Cornell while also being on faculty at Harvard. In 1852 he accepted a medical professorship of comparative anatomy at Charlestown, Massachusetts, but he resigned in two years. From this time his scientific studies dropped off, but he was a profound influence on the American branches of his two fields, teaching decades worth of future prominent scientists, including Alpheus Hyatt, David Starr Jordan, Joel Asaph Allen, Joseph Le Conte, Ernest Ingersoll, William James, Nathaniel Shaler, Samuel Hubbard Scudder, Alpheus Packard, and his son Alexander Agassiz, among others. He had a profound impact on the paleontologist Charles Doolittle Walcott. In return his name appears attached to several species, as well as here and there throughout the American landscape, notably Lake Agassiz, the Pleistocene precursor to Lake Winnipeg and the Red River.
During this time he grew in fame even in the public consciousness, becoming one of the best-known scientists in the world. By 1857 he was so well-loved that his friend Henry Wadsworth Longfellow wrote "The fiftieth birthday of Agassiz" in his honor. His own writing continued with four (of a planned ten) volumes of Natural History of the United States which were published from 1857 to 1862. During this time he also published a catalog of papers in his field, Bibliographia Zoologiae et Geologiae, in four volumes between 1848 and 1854.
Stricken by ill health in the 1860s, he resolved to return to the field for relaxation and to resume his studies of Brazilian fish. In April 1865 he led a party to Brazil. Returning home in August 1866, an account of this expedition, entitled A Journey in Brazil, was published in 1868. In December 1871 he made a second eight month excursion, known as the Hassler expedition under the command of Commander Philip Carrigan Johnson (brother of Eastman Johnson), visiting South America on its southern Atlantic and Pacific seaboards. The ship explored the Magellan Strait, which drew the praise of Charles Darwin.
Elizabeth Aggasiz wrote, at the Strait: '…the Hassler pursued her course, past a seemingly endless panorama of mountains and forests rising into the pale regions of snow and ice, where lay glaciers in which every rift and crevasse, as well as the many cascades flowing down to join the waters beneath, could be counted as she steamed by them.... These were weeks of exquisite delight to Agassiz. The vessel often skirted the shore so closely that its geology could be studied from the deck.'
   

Beatriz Costa nasceu há 115 anos

    
Beatriz Costa, pseudónimo de Beatriz da Conceição (Charneca do Milharado, Mafra, 14 de dezembro de 1907 - Lisboa, 15 de abril de 1996) foi uma atriz de teatro e cinema portuguesa, sendo um ícone da cultura popular portuguesa.
    

 


Amundsen chegou ao Polo Sul há cento e onze anos

Da direita para a esquerda: Roald Amundsen, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting em "Polheim", a tenda instalada no Polo Sul em 16 de dezembro de 1911 (a bandeira é a da Noruega - fotografia de Olav Bjaaland
  
A primeira expedição a atingir o Polo Sul foi liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen. Ele, e mais quatro membros da expedição, chegaram ao Polo a 14 de dezembro de 1911, cinco semanas antes do grupo liderado pelo inglês Robert Falcon Scott, da Expedição Terra Nova. Amundsen e a sua equipa regressaram sãos e salvos à sua base, sendo informados, mais tarde, que Scott, e mais quatro companheiros, tinham morrido na viagem de regresso.
O plano inicial de Amundsen era ser o primeiro a chegar ao Árctico, e a conquistar o Polo Norte, utilizando um navio preparado para navegar no gelo. Obteve a licença para utilizar o Fram, o navio de exploração polar de Fridtjof Nansen, e conseguiu angariar uma grande quantia para financiar o seu projecto. No entanto, em 1909, os seus rivais norte-americanos, Frederick Cook e Robert Peary, anunciaram, cada um deles, terem chegado ao Polo Norte, deitando, assim, por terra, o empreendimento de Amundsen. Este decidiu, então, alterar os seus planos e iniciou a preparação da expedição ao Polo Sul; sem ter a certeza se o público e os seus apoiantes se mantinham a seu lado, manteve em segredo o seu novo objetivo. Quando partiu, em junho de 1910, a maior parte da sua tripulação acreditava que era o início da viagem para o Árctico.
Amundsen estabeleceu a sua base, "Framheim", na Baía das Baleias na Grande Barreira de Gelo. Após meses de preparação, o estabelecimento dos depósitos e uma falsa partida, quase terminaram em desastre. Ele, e o seu grupo, partiram para o Polo, em outubro de 1911. No percurso, descobriram o Glaciar Axel Heiberg, que os ajudou na sua rota até ao Planalto Antártico e, consequentemente, para o Polo Sul. A experiência na utilização de esquis, de cães e trenós, fez com que a sua viagem fosse relativamente rápida e sem problemas de maior. Outras realizações desta expedição incluíram a primeira exploração da Terra do Rei Eduardo VII e uma vasta exploração oceanográfica.
Embora a expedição tenha tido sucesso e fosse largamente aplaudida, o trágico destino de Scott ofuscou a sua conquista. Por outro lado, o facto de Amundsen ter decidido manter em segredo a sua alteração de planos, foi bastante criticado. Os historiadores mais recentes reconhecem a Amundsen, e ao seu grupo, elevada capacidade e coragem; a Estação Polo Sul Amundsen-Scott recebeu o seu nome juntamente com o de Scott.
     
Percursos efectuados ao Polo Sul por Scott (verde) e Amundsen (vermelho) em 1911–1912
          
in Wikipédia