A história conta que um grupo de samurais (exatamente 47) foram forçados a se tornarem rōnin (samurais sem um senhor), de acordo com o código de honra samurai, depois que o seu daimyō (senhor feudal) foi obrigado a cometer seppuku (ritual suicida) por ter agredido o alto funcionário judicial chamado Kira Yoshinaka, cujo título era Kōzuke no suke, num edifício do governo. Os rōnin elaboraram um plano para vingar o seu daimyō, que consistia em matar Kira Yoshinaka e toda a sua família. Os 47 rōnin esperaram cerca de um ano e meio para não despertarem qualquer suspeita entre a justiça japonesa. Após o assassinato de Kira, entregaram-se à justiça e foram condenados a cometer seppuku. Esta lendária história tornou-se muito popular na cultura do Japão, porque mostra lealdade, sacrifício, persistência e honra que as boas pessoas devem preservar em sua vida quotidiana. A popularidade da mística história aumentou rapidamente na modernização da era Meiji no Japão, onde muitas pessoas neste país anseiam em voltar às suas raízes culturais.
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No 15 Genroku, 26º dia do 10º mês (Quinta feira, 14 de dezembro de 1702) pelo início da manhã, durante um vento forte e queda de neve, Ōishi e os ronin iniciaram o ataque a mansão de Kira Yoshinaka em Edo. De acordo com um plano cuidadosamente definido, o grupo se dividiria em dois para o ataque; armadas com espadas e com arcos. Um grupo liderado por Ōishi, atacou o portão; o outro, liderado por seu filho, Ōishi Chikara, atacava por trás. Um tambor soaria para o ataque simultâneo, e um apito seria o sinal de que Kira foi morto.
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Depois de uma busca pela mansão, Kira foi encontrado escondido na casa
de fora. O Ronin trouxe Kira para o átrio principal e em frente aos outros
46 deu-lhe a mesma oportunidade que foi dada a Lorde Asano: morrer
honradamente cometendo seppuku. Como não respondeu, Ōishi decapitou-o com a mesma adaga que Asano cometeu seppuku. A cabeça foi colocada num balde e foi levada para Sengakuji, onde estava sepultado Lord Asano.