Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos.
Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então
Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual
Faculdade Nacional de Direito da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua
militância política no
Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo
Partido Comunista Brasileiro, PCB. Durante a
década de 30,
a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um
celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus
contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.
Depois de formado exerceu a profissão de advogado apenas alguns meses.
Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. A
sua estreia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de
uma coisa", parceria com
Custódio Mesquita, gravada em
1935 por
Mário Reis. Três anos depois,
Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.
As suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com
Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com
Chocolate, "Número um", com
Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha
carnavalesca "Aurora", em parceria com
Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de
Carmen Miranda.
Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular
que "Amélia" tornou-se sinónimo de mulher submissa, resignada e
dedicada aos trabalhos domésticos.
Na
Rádio Nacional, Mário Lago foi ator de Rádio, ele atuou na radionovela, especial da Semana Santa em 27 de março de 1959:
A Vida de Nosso Senhor jesus Cristo, interpretando Herodes, e também
roteirista, escrevendo a
radionovela "Presídio de Mulheres". Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela
televisão, quando passou a atuar em novelas da
Rede Globo, como "Selva de Pedra", "O Casarão", "Nina", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de
teatro e
filmes, como "
Terra em Transe", de
Glauber Rocha.
Mário esteve na
União Soviética, em
1957, a convite da
Radio Moscovo, para participar da reestruturação do programa
Conversando com o Brasil,
do qual participavam artistas e intelectuais brasileiros. Mas os
programas radiofónicos produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos
soviéticos, foram por eles qualificados de "
burgueses"
e "decadentes". A avaliação que Mário Lago fez da União Soviética
também não foi das melhores. Ali, segundo ele, a produção cultural
sofria pelo excesso de gravidade e
autoritarismo. Apesar da deceção com a experiência
soviética, Mário Lago jamais abandonou a militância política.
Em
1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus direitos políticos
cassados pelo
regime militar, e perdeu suas funções na Rádio Nacional.
Durante a segunda metade da década de 1960, Mário Lago passou a
aparecer com frequência no cinema, participando com atuações marcantes
em filmes importantes como
O Padre e a Moça,
Os Herdeiros e
Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite. Na década de 70, iniciou uma carreira de sucesso como ator de telenovelas, com destaque para
Cavalo de Aço e
O Casarão.
Em
1989, ligou-se ao
Partido dos Trabalhadores e atuou como
âncora dos
programas eleitorais do então candidato do partido,
Luís Inácio Lula da Silva, à presidência da República, em
1998.
Autor dos livros
Chico Nunes das Alagoas (1975),
Na Rolança do Tempo (1976),
Bagaço de Beira-Estrada (1977) e
Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra:
Mário Lago: boêmia e política.
No
carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da escola de samba
Acadêmicos de Santa Cruz.
Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do
Melhores do Ano do Domingão do Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de
Troféu Mário Lago, sendo anualmente concedido aos grandes nomes da
teledramaturgia.
Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua
residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito
Parlamentar. Na sua última entrevista ao
Jornal do Brasil,
Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Estava
certo de que chegaria aos 100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o
tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".