terça-feira, março 05, 2019

Estaline morreu (finalmemente...!) há 66 anos

Josef Vissarionovitch Stalin, em português Estaline (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte em 1953, sendo assim o líder da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou o seu Discurso Secreto, oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual se iniciou um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.
(...)
Na manhã de 1 de março de 1953, depois de um jantar que durou a noite toda e ter visto um filme, Stalin chegou à sua casa em Kuntsevo, a 15 km a oeste do centro de Moscovo com o Ministro do Interior, Lavrentiy Beria, e os futuros líderes Georgy Malenkov, Nikolai Bulganin e Nikita Khrushchev, retirando-se para o quarto para dormir. À tarde, Estaline não saiu do quarto.
Embora os seus guardas estranhassem que ele não se levantasse à hora usual, eles tinhas ordens estritas para não o perturbar e deixaram-no sozinho o dia inteiro. Cerca das 22.00 horas, Peter Lozgachev, o Comandante de Kuntsevo, entrou no quarto e viu Stalin caído de costas no chão, perto da cama, com o pijama e ensopado em urina. Um assustado Lozgachev perguntou a Estaline o que aconteceu, mas só obteve respostas ininteligíveis. Lozgachev usou o telefone do quarto enquanto chamava oficiais, dizendo-lhes que Estaline tinha tido um ataque e pedia que mandassem doutores para a residência de Kuntsevo imediatamente. Lavrentiy Beria foi informado e chegou algumas horas depois, mas os doutores só chegaram no início da manhã de 2 de março, mudando as roupas da cama e deitando-o. O acamado líder morreu quatro dias depois, em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame), em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas, com 74 anos de idade, sendo embalsamado a 9 de março. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais.
Nikita Khrushchov escreveu nas suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar seu ódio (contra Estaline) e a zombar dele", e que quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram a sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os factos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complô dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O facto de que Beria estivesse alheio à preparação deste novo expurgo fez com que ele fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contato pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre a sua imagem pública de ente semi-divino e a sua aparência real, devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
   

Prokofiev morreu há 66 anos

Serguei Sergueievitch Prokofiev, também conhecido pela transliteração anglófona Sergei Sergeievich Prokofiev (Sontsovka - atualmente Krasne, região de Donetsk, Ucrânia, 23 de abril de 1891Moscovo, 5 de março de 1953) foi um compositor russo.
Um dos compositores mais celebrados do século XX, ele é mais conhecido por obras como o balé Romeu e Julieta, as óperas O Amor das Três Laranjas e Guerra e Paz, a composição infantil Pedro e o Lobo e duas bandas sonoras para filmes de Sergei Eisenstein. Precoce, mostrou-se talentoso no piano e na composição. Prokofiev nasceu no Império Russo, viajou pelo mundo em turnês, e voltou à terra local, agora União Soviética. Nos seus últimos anos, enfrentou dificuldades financeiras e de saúde. Em conjunto com Shostakovitch, foi uma das figuras mais importantes da música soviética.
 
   

Hugo Chávez morreu (provavelmente) há seis anos

Hugo Chávez Frías (Sabaneta, 28 de julho de 1954  - Caracas, 5 de março de 2013) foi um político e militar venezuelano, tendo sido o 56.º presidente da Venezuela. Líder da Revolução Bolivariana, Chávez advogava a doutrina bolivarianista, promovendo o que denominava de socialismo do século XXI. Chávez foi também um crítico do neoliberalismo e da política externa dos Estados Unidos.
Oficial militar de carreira, Chávez fundou o Movimento Quinta República, da esquerda política, depois de liderar um golpe de estado mal-sucedido contra o governo de Carlos Andrés Pérez, em 1992.
Chávez foi eleito presidente em 1998, encerrando os quarenta anos de vigência do Pacto de Punto Fijo (assinado em 31 de outubro de 1958, entre os três maiores partidos venezuelanos) com uma campanha centrada no combate à pobreza. Reelegeu-se, vencendo as eleições de 2000 e 2006.
Com as suas políticas de inclusão social e apoio aos mais desfavorecidos obteve enorme popularidade no seu país. Durante a era Chávez, a pobreza entre os venezuelanos caiu de 49,4%, em 1999, para 27,8%, em 2010.
No plano político interno, Chávez fundiu os vários partidos de esquerda no PSUV. Fortaleceu os movimentos e as organizações populares, estabelecendo uma forte aliança com as classes mais pobres.
Nas várias eleições, realizadas ao longo de aproximadamente 15 anos, a oposição foi derrotada. Inconformados, os adversários de Chávez promoveram um golpe de Estado, no início de 2002, com apoio do governo dos Estados Unidos. Apesar de o governo norte-americano ter usado a sua influência para obter o reconhecimento imediato do novo governo, a comunidade internacional – inclusive o Brasil, então governado por Fernando Henrique Cardoso – condenou o golpe. Chávez acabou voltando ao poder três dias depois. No final do mesmo ano, mediante um referendo, a população foi chamada a opinar sobre a sua permanência na presidência. Chávez venceu o referendo sem dificuldade, ampliando assim a sua base política de apoio.
Inconformados, os lideres da oposição boicotaram as eleições parlamentares, no sentido de deslegitimar os eleitos e, assim, os futuros atos do Poder Legislativo. Essa manobra não teve o resultado esperado e acabou por dar a Chávez uma tranquila maioria no parlamento. Apesar de se ter afastado da vida parlamentar por decisão própria, a oposição passou, então, a acusar Chávez de monopolizar o poder - já que tinha de facto a maioria na Assembleia Nacional - e de nomear aliados para o Supremo Tribunal de Justiça. Além disso, a oposição também criticava o controle do Banco Central e da indústria petrolífera do país pela Presidência da República. Alguns também acusavam Chávez de perseguir adversários políticos e de pretender instaurar de uma ditadura do proletariado na Venezuela.
Já no plano externo, Chávez notabilizou-se por adotar uma retórica anti-imperialista, antiamericana e anticapitalista. Apoiou a autossuficiência económica, defendeu a integração latino-americana, a cooperação entre as nações pobres do mundo e protagonizou a criação da UNASUL, da ALBA, do Banco do Sul e da rede de televisão TeleSUR, além de dar apoio financeiro e logístico a países aliados. Segundo o governo Bush, Chávez era uma ameaça à estabilidade da América Latina. Observadores internacionais, como Jimmy Carter e a ONG Human Rights Watch, criticaram o "autoritarismo" do presidente venezuelano. Também foi criticado por adotar, após o malogrado golpe de 2002, "políticas que minaram os direitos humanos" no país.
Apesar de ser muito criticado pela imprensa, dentro e fora do seu país, e de adotar uma postura desafiante em relação aos Estados Unidos, muitos simpatizaram com sua ideologia, com as políticas sociais do seu governo e com sua política externa, voltada à integração latino-americana e às relações sul-sul, mediante incremento de trocas bilaterais e acordos de ajuda mútua.
Em 2005 e 2006, Chávez foi incluído, pela revista Time, entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.

(...)

Em 5 de março de 2013, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a morte de Hugo Chávez, aos 58 anos, em Caracas, às 16.25 horas locais,por causa de um cancro na região pélvica e de uma infecção respiratória aguda. Algumas agências noticiosas, no entanto, especulam que o anúncio teria sido feito horas depois do falecimento de Chávez, que teria ocorrido em Havana, tendo o corpo sido transportado para Caracas em seguida. Por algum tempo, circulou a notícia de que o corpo de Chávez seria embalsamado, mas foi decidido posteriormente que tal procedimento não ocorreria, já que para isso o corpo teria de ser enviado à Rússia e permanecer por lá de 7 a 8 meses.

Anna Akhmatova morreu há 53 anos


Anna Akhmatova (Odessa, 23 de junho de 1889 - Leningrado, 5 de março de 1966) é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko, uma das mais importantes poetas acmeístas russas.
Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai, um engenheiro naval, temia que Anna viesse a desonrar o nome da família, convencido de estar a adivinhar hábitos decadentes associados à vida artística. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar.
Apesar do seu pai ter abandonado a família, quando Anna contava apenas dezasseis anos, conseguiu prosseguir os seus estudos. Portanto, não só estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa Faculdade de Direito, em 1907.
A obra de Akhmatova compõem-se tanto de pequenos poemas líricos como de grandes poemas, como o Requiem, um grande poema acerca do terror estalinista. Os temas recorrentes são o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver em escrever à sombra do estalinismo.
Os seus pais separaram-se em 1905. Ela casou-se com o poeta Nikolaï Goumilev em 1910 e o filho deles, nascido em 1912, foi o historiador Lev Goumilev.
Akhmatova teve uma longa amizade com a poeta Marina Tsvetaeva, sua compatriota. Estas duas amigas trocaram uma correspondência poética.
Nikolaï Goumilev foi executado em 1921, por causa de actividades consideradas anti-soviéticas; Akhmatova foi forçada ao silêncio, não podendo a sua poesia ser publicada de 1925 a 1952 (exceptuando-se o período de 1940 a 1946). Excluída da vida pública, vivendo de uma irrisória pensão e forçada a ir fazendo traduções de obras de escritores como Victor Hugo e Rabindranath Tagore, Akhmatova começou, após a morte de Estaline, em 1953, a ser reabilitada, tendo-lhe sido autorizada uma viagem a Itália, para receber o prémio literário Taormina, e a Oxford, para receber um título honorário, em 1965.
Na generalidade, a sua obra é caracterizada pela aparente simplicidade e naturalidade e pela precisão e clareza da sua escrita.
 

A sentença

A palavra
caiu pétrea
no meu seio ainda vivo.
Não importa, eu já esperava,
de certo modo eu sabia.
Tenho muito
a fazer hoje:
matar memórias de vez,
para a alma ser de pedra
a viver mais aprender.
Ou ... o estralejar
do ardente Estio
como, além da janela, um feriado.
Há muito tempo já que vinham vindo
o luminoso dia e a vazia casa.
E não
me consentirá
que leve nada comigo
(por mais que eu peça e suplique,
por mais que a moa a rezar):
não
os olhos do meu filho,
sofrimento como pedra,
o dia de tempestade,
nem a hora da visita,
o suave frio
das mãos,
o rugir de sombras de árvore,
nem o distante som leve -
consolação das últimas palavras.



Anna Akhmatova

segunda-feira, março 04, 2019

Mugabe ganhou as eleições que o levaram ao poder há 39 anos

Robert Gabriel Mugabe (Harare, 21 February 1924) is a Zimbabwean revolutionary and politician who is the President of Zimbabwe. As one of the leaders of the rebel groups against white minority rule, he was elected as Prime Minister, head of government, in 1980, and served in that office until 1987, when he became the country's first executive head of state. Having been repeatedly re-elected, he retains this post to this day. He has led the Zimbabwe African National Union – Patriotic Front (ZANU–PF) since 1975.
Robert Mugabe rose to prominence in the 1960s as the Secretary General of ZANU during the conflict against the conservative white minority government of Rhodesia. Mugabe was a political prisoner in Rhodesia for more than 10 years between 1964 and 1974. Upon release Mugabe, along with Edgar Tekere, left Rhodesia in 1975 to re-join the fight during the Rhodesian Bush War from bases in Mozambique.
At the end of the war in 1979, Mugabe emerged as a hero in the minds of many Africans. He won the general elections of 1980 after calling for reconciliation between the former belligerents, including white Zimbabweans and rival political parties, and thereby became Prime Minister on Zimbabwe's independence in April 1980.
In August 2008, Robert Mugabe suffered a narrow defeat in the first round of a presidential election but he subsequently won the run-off election in a landslide after opposition rival Morgan Tsvangirai withdrew from the race, and extended a hand to the opposition with the signing of a power-sharing deal with opposition leaders Morgan Tsvangirai and Arthur Mutambara of the MDC-T and MDC-M opposition party.
On 3 August 2013, the Zimbabwe Election Commission said Mugabe won his seventh term as President, defeating Tsvangirai with 61 percent of the vote.
   
After a campaign marked by intimidation from all sides, mistrust from security forces and reports of full ballot boxes found on the road, the Shona majority was decisive in electing Mugabe to head the first government as prime minister on 4 March 1980. ZANU won 57 out of 80 Common Roll seats in the new parliament, with the 20 white seats all going to the Rhodesian Front.
Mugabe, whose political support came from his Shona-speaking homeland in the north, attempted to build Zimbabwe on a basis of an uneasy coalition with his ZAPU rivals, whose support came from the Ndebele-speaking south, and with the white minority. Mugabe sought to incorporate ZAPU into his ZANU led government and ZAPU's military wing into the army. ZAPU's leader, Joshua Nkomo, was given a series of cabinet positions in Mugabe's government. However, Mugabe was torn between this objective and pressures to meet the expectations of his own ZANU followers for a faster pace of social change.
In 1983, Mugabe fired Nkomo from his cabinet, triggering bitter fighting between ZAPU supporters in the Ndebele-speaking region of the country and the ruling ZANU. Mugabe accused the Ndebele tribe of plotting to overthrow him after sacking Nkomo. Between 1982 and 1985, the military crushed armed resistance from Ndebele groups in the provinces of Matabeleland and the Midlands, leaving Mugabe's rule secure. Mugabe has been accused by the BBC's Panorama programme of committing mass murder during this period of his rule, after the show investigated claims made by political activist Gary Jones that Mugabe had been instrumental in removing him and his family from his farmland. A peace accord was negotiated in 1987. ZAPU merged into the Zimbabwe African National Union-Patriotic Front (ZANU-PF) on 22 December 1988. Mugabe brought Nkomo into the government once again as a vice-president.



Vivaldi visto pelo poeta António Osório...

(imagem daqui)

VIVALDI
 
Quest'è 'l Verno, ma tal che gioa apporte.
VIVALDI, «L'Inverno»

A Giovani Pontiero
 
A fúria de dar para além da miséria,
asma, das raparigas em clausura
suas alunas no Ospedale della Pietá
onde em si tanto aninhou, fermentado de vida?

Como lhe foi possível retrair
e transportar o fluxo dos canais de Veneza?
E toda a alegria dos pássaros na Primavera
gôndolas aladas e amantes?
E o fogo nas florestas pelo Verão inundadas,
a ufania arrecadada das espigas?
Foi ele o caçador que no Outono, ponte
dei sospiri, levou consigo a presa ficando
mais adestrado, ele e a matilha, para a morte?
À lareira ouviu no Inverno a explosão
dos ventos e da chuva, mas foi
calmo, dignamente feliz o prette rosso?

Dezanove florins orçou o funeral,
Mais não comportava essa larga indigência,
tudo ao tempo ter entregue e num excesso de pródigo.
Sessenta e três anos: somente seis meninos
de coro em Viena, pagos para o acompanhar,
e ele modulara o trovão e o relâmpago em Setembro,
o tiro infalível do caçador, a ventura
de ter sido e deixado mais que todos os doges:
os doze movimentos de cada mês, a esperança
que prenhe o mundo, o concerto interior da natureza.


in Décima Aurora (1982) - António Osório

Vivaldi nasceu há 341 anos

Provável retrato de Vivaldi
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 - Viena, 28 de julho de 1741) foi um grande compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre ruivo") por ser um sacerdote católico de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações").

Eugénio de Castro nasceu há 150 anos

Eugénio de Castro e Almeida (Coimbra, 4 de março de 1869 - Coimbra, 17 de agosto de 1944) foi um escritor português.
Por volta de 1889 formou-se em Letras, pela Universidade de Coimbra, e, mais tarde, veio a lecionar nessa faculdade. Funda a revista "Os Insubmissos" com João Menezes e Francisco Bastos ainda nos últimos anos da sua licenciatura, mais propriamente em 1889. Colaborou com a revista que fundou e com a revista "Boémia nova", ambas seguidoras do Simbolismo Francês. Teve também colaboração em publicações periódicas, nomeadamente nas revistas Atlântida (1915-1920), Ave azul (1899-1900), Contemporânea (1915-1926), nas 1ª e 2ª séries da Illustração Portugueza (1884-1890) e Illustração portugueza (iniciada em 1903). Conhecem-se igualmente colaborações suas nas revistas Ilustração (iniciada em 1926), A imprensa (1885-1891), A leitura (1894-1896), A semana de Lisboa (1893-1895) e na revista Serões (1901-1911). Em 1890 entrou para a história da literatura portuguesa com o lançamento do livro de poemas "Oaristos", marco inicial do Simbolismo em Portugal.
A obra de Eugénio de Castro pode ser dividida em duas fases: na primeira, a fase simbolista, que corresponde a sua produção poética até o fim do século XIX, Eugénio de Castro apresenta algumas características da Escola Simbolista, como o uso de rimas novas e raras, novas métricas, sinestesias, aliterações e vocabulário mais rico e musical.
Na segunda fase ou neoclássica, que corresponde aos poemas escritos já no século XX, vemos um poeta voltado à Antiguidade Clássica e ao passado português, revelando um certo saudosismo, característico das primeiras décadas do século XX em Portugal.
Foi homenageado em Coimbra através da atribuição do seu nome a uma escola da cidade - o Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro.
Obras
  • Cristalizações da Morte (1884)
  • Canções de Abril (1884)
  • Jesus de Nazareth (1885)
  • Per Umbram (1887)
  • Horas Tristes (1888)
  • Oaristos (1890)
  • Horas (1891)
  • Sylva (1894)
  • Interlúnio (1894)
  • Belkiss (1894)
  • Tirésias (1895)
  • Sagramor (1895)
  • Salomé e Outros Poemas (1896)
  • A Nereide de Harlém (1896)
  • O Rei Galaor (1897)
  • Saudades do Céu (1899)
  • Constança (1900)
  • Depois da Ceifa (1901)
  • A Sombra do Quadrante (1906)
  • O Anel de Polícrates (1907)
  • A Fonte do Sátiro (1908),
  • O Cavaleiro das Mãos Irresistíveis (1916)
  • Camafeus Romanos (1921)
  • Tentação de São Macário (1922)
  • Canções desta Negra Vida (1922)
  • Cravos de Papel (1922)
  • A mantilha de Medronhos (1923)
  • A Caixinha das Cem Conchas (1923)
  • Descendo a Encosta (1924)
  • Chamas duma Candeia Velha (1925)
  • Éclogas (1929)
  • Últimos Versos (1938)
 
Um Sonho

Na messe, que enlourece, estremece a quermesse...
O sol, celestial girasol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos
Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos...

As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas,cítaras,sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em Suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves
Suaves...

Flor! enquanto na messe estremece a quermesse
E o sol,o celestial girasol,esmorece,
Deixemos estes sons tão serenos e amenos,
Fujamos,Flor!à flor destes floridos fenos...

Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...

Como aqui se está bem!Além freme a quermesse...
- Não sentes um gemer dolente que esmorece?
São os amantes delirantes que em amenos
Beijos se beijam,Flor!à flor dos frescos fenos...

As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas,cítaras,sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em Suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...

Esmaiece na messe o rumor da quermesse...
- Não ouves este ai que esmaiece e esmorece?
É um noivo a quem fugiu a Flor de olhos amenos,
E chora a sua morta,absorto,à flor dos fenos...

Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...

Penumbra de veludo . Esmorece a quermesse...
Sob o meu braço lasso o meu Lírio esmorece...
Beijo-lhe os boreais belos lábios amenos,
Beijo que freme e foge à flor dos flóreos fenos...

As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos ,
Cítolas,cítaras,sistros ,
Soam suaves , sonolentos ,
Sonolentos e suaves ,
Em Suaves ,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...

Teus lábios de cinábrio,entreabre-os!Da quermesse
O rumor amolece,esmaiece,esmorece...
Dê-me que eu beije os teus morenos e amenos
Peitos!Rolemos,Flor!à flor dos flóreos fenos...

Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...

Ah! não resista mais a meus ais!Da quermesse
O atroador clangor,o rumor esmorece...
Rolemos,ó morena!em contactos amenos!
- Vibram três tiros à florida flor dos fenos...

As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas,cítaras,sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em Suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...

Três da manhã.Desperto incerto...E essa quermesse?
E a Flor que sonho? e o sonho? Ah!tudo isso esmorece!
No meu quarto uma luz,luz com lumes amenos,
Chora o vento lá fora,à flor dos flóreos fenos...
  
  

in
Oaristos (1890) - Eugénio de Castro

A Ponte Hintze Ribeiro caiu há dezoito anos

A Ponte após o colapso
Ficou conhecido como Tragédia de Entre-os-Rios um acidente, ocorrido a 4 de março de 2001, às 21.15 horas, que consistiu no colapso da Ponte Hintze Ribeiro, inaugurada em 1887, e que fazia a ligação entre Castelo de Paiva e a localidade de Entre-os-Rios.
A Ponte Hintze Ribeiro foi projetada pelo engenheiro António de Araújo Silva e a sua construção iniciou-se em 1884, tendo a empreitada ficado a cargo da empresa belga Société Anonyme Internationale de Construction et Entreprise de Travaux Publics, de Braine-le-Comte. O nome da ponte ficou a dever-se a Hintze Ribeiro, primeiro-ministro de Portugal nos períodos 18931897, 19001904 e durante 2 meses em 1906.
Do acidente resultou a morte de 59 pessoas, incluindo os passageiros de um autocarro e três carros que tentavam alcançar a outra margem do rio Douro.
O desastre levou a acusações de negligência do governo português, levando à demissão do Ministro do Equipamento Social da altura, Jorge Coelho.
Monumento em homenagem da tragédia de Entre-os-Rios

domingo, março 03, 2019

Johann Pachelbel morreu há 313 anos

Túmulo de Pachelbel no Cemitério de São Roque, em Nuremberga

Johann Christoph Pachelbel (Nuremberga, 1 de setembro de 1653 - Nuremberga, 3 de março de 1706) foi um músico, organista, professor e compositor alemão do estilo barroco. Compôs um grande acervo de música sacra e secular e as suas contribuições para o desenvolvimento do prelúdio coral e fuga dão-lhe lugar entre os mais importantes compositores da época barroca. Entre as obras mais célebres do compositor estão o Cânone em Ré Maior e Fugas para Magnificat.

(...)

Pachelbel foi professor do irmão mais velho do famoso compositor Johann Sebastian Bach, o qual, por sua vez, ensinou o irmão, que recebeu, assim, uma influência indireta de Pachelbel.
 
 

Charles Ponzi, o pai dos esquemas em pirâmide, nasceu há 137 anos

Charles Ponzi, nascido Carlo Pietro Giovanni Guglielmo Tebaldo Ponzi (Lugo, Itália, 3 de março de 1882 - Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1949), o inspirador da maior fraude do século, foi um burlão italiano que emigrou para os Estados Unidos em 1903 depois de abandonar os estudos na Universidade La Sapienza, em Roma. Mudou-se para o Canadá onde foi condenado a três anos de prisão por falsificação de cheque bancário. Regressou aos Estados Unidos onde se tornou um dos maiores aldrabões de toda a história.
Usou diversos nomes durante suas vida de burlas: Carlo Ponzi, Charles Ponei, Charles P. Bianchi e Carl.
  
(...)
    
A insustentável progressão geométrica de um esquema em pirâmide clássico
  
A fraude por ele inventada, o "esquema Ponzi", continua a ser aplicada em versões ligeiramente alteradas, como, por exemplo, o esquema Telexfree, o "ganhe dinheiro rápido na Internet", "ganhe dinheiro com imóveis na planta", "ganhe dinheiro lendo e-mails", etc.
Em Portugal, o caso Dona Branca foi o mais famoso exemplo deste esquema, com múltiplas vítimas.
No Brasil, três casos famosos foram: Avestruz Master, de 1998, Fazendas Reunidas Boi Gordo, de 2004 e TelexFree de 2013.
Depois de ser deportado para a Itália, Ponzi emigrou novamente, desta vez para o Brasil, onde terminou os seus dias na miséria.
  

sábado, março 02, 2019

Pintura para recordar um dia triste...

(imagem daqui)

A esperança de um homem condenado é uma série de três pinturas de Joan Miró, de 1974, que agora fazem parte da coleção permanente da Fundação Joan Miró, em Barcelona. Durante os últimos anos da Espanha franquista houve algumas decisões judiciais controversas que chocaram o pintor. Miró pintou este tríptico, em referência à esperança do pedido de indulto pedido pela vida do jovem anarquista Salvador Puig Antich. Esta série lembra diretamente outra de 1968 intitulada Pintura sobre fondo blanco para la celda de un solitario. As obras são o resultado de um processo de dois anos durante o qual Miró fez vários desenhos preparatórios com várias idéias para abordar o desafio. Estes desenhos são preservados na Fundação Miró.
Em fevereiro de 1974, Miró concretizou estas ideias, mas só terminou a obra um mês depois, coincidindo com a execução de outro anarquista.

Smetana nasceu há 195 anos

Bedřich Smetana (Leitomischl - Litomyšl, Boémia Oriental, 2 de março de 1824 - Praga, 12 de maio de 1884), foi um compositor checo. A sua obra mais famosa é O Moldava (Vltava) do poema sinfônico Minha Pátria (Má Vlast).
  
Vida
Estudou piano e violino desde pequeno, e sofreu resistências da família pela opção de carreira na área da música. Estudou música em Praga e foi contratado como músico numa família de nobres. O compositor Franz Liszt, em 1848, apoiou-o para criar a sua própria escola de música.
Em setembro de 1855, Smetana perdeu a sua filha Bedřiska, então com quatro anos de idade, perdendo outro filho nove meses depois. Deprimido, Smetana passou a dedicar-se à composição. Desta época data o seu «Trio para violino, violoncelo e piano em sol menor» (op. 15).
No ano seguinte, Smetana mudou-se para Gotemburgo, na Suécia, onde permaneceu até 1863. Durante esse período realizou muitos recitais e concertos.
Bedřich, devido à tensão nervosa e à sífilis, começou a ficar surdo em março de 1874, aos 50 anos, aquando da estreia da sua ópera «As Duas Viúvas». Alguns meses depois, a 20 de outubro de 1874, ficou afectado por surdez total. Ainda viveu 10 anos na mais completa surdez, compondo ainda muita música, tal como o poema sinfónico «Minha Pátria» («Má Vlast»), com a parte musical mundialmente conhecida «O Moldava» («Vltava»), em sol maior, de 1874, evocando o rio Moldava ou Vltava – afluente do rio Elba – , bem como as óperas «O Beijo» (1876), «O Segredo» (1878) e «A Parede do Diabo» (1882). Smetana é considerado como o pai da escola musical checa. Antonín Dvořák será o seu seguidor.
Smetana é, juntamente com Ludwig van Beethoven e Fauré, um dos compositores que escreveram música em total surdez.
Faleceu em 1884, num manicómio na cidade de Praga, surdo e acometido de problemas neurológicos decorrentes de sífilis.
  
Obra
A maior parte da obra musical de Smetana é composta por peças de temática folclórica e nacionalista. Notabilizou-se também como compositor de óperas, todas com libreto em checo, a saber:
  • Braniboři v Čechách (Brandemburgueses na Boémia)
  • Prodaná Nevěsta (A Noiva Vendida)
  • Dalibor
  • Libuše
  • Dvě Vdovy (As Duas Viúvas)
  • Hubička (O Beijo)
  • Tajemství (O Segredo)
  • Čertova stěna (A Parede do Diabo)
  
in Wikipédia
 

Música(s) para um dia triste...

Neste triste dia, aqui ficam algumas canções, em memória de Salvador Puig Antich:
  




Nino Vieira foi assassinado há dez anos

João Bernardo Vieira, mais conhecido por Nino Vieira ou Kabi Nafantchamna (Bissau, Guiné-Bissau, 27 de abril de 1939 - Bissau, Guiné-Bissau, 2 de março de 2009) foi um político da Guiné-Bissau, por três vezes presidente da República da Guiné-Bissau, tendo sido o primeiro presidente guineense eleito democraticamente.
Vieira voltou à cena política em meados de 2005, quando venceu a eleição presidencial apenas seis anos depois de ser expulso, durante uma guerra civil que pôs fim a 19 anos de poder.
Eletricista de formação, Vieira se filiou-se no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral em 1960 e rapidamente se tornou uma peça-chave da guerra de guerrilha do país contra a soberania da Guiné-Bissau por Portugal.
À medida que a guerra se intensificou, ele demonstrou habilidade como líder militar e rapidamente subiu na cadeia de comando. Vieira era conhecido por seus camaradas como "Nino" e esse permaneceu o seu nome de guerra enquanto durou a luta.
Logo após eleições do conselho regional no fim de 1972, em áreas sob o controle do PAIGC, que levaram à constituição de uma assembleia constituinte, Vieira foi nomeado presidente da Assembleia Nacional Popular. Em 28 de setembro de 1978, ele foi nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau.
Em 1980, as condições económicas haviam se deteriorado significativamente, o que levou a uma generalizada insatisfação com o governo. Em 14 de novembro de 1980, Vieira derrubou o governo de Luís Cabral em um golpe militar, o que o levou à desvinculação do PAIGC de Cabo Verde, que preferiu tornar-se um partido separado. A constituição foi suspensa e um Conselho Militar da Revolução, com nove membros, comandado por Vieira, foi formado. Em 1984, uma nova constituição foi aprovada, fazendo o país retornar a um regime civil.
A Guiné-Bissau, como o resto da África subsaariana, foi em direção à democracia multipartidária no começo dos anos 90. A proibição de partidos políticos terminou em 1991 e houve eleições em 1994. No primeiro turno das eleições presidenciais, em 3 de julho, Vieira receber 46,20% dos votos, concorrendo com outros sete candidatos. Ele acabou em primeiro lugar, mas não conseguiu ganhar a necessária maioria, o que levou a um segundo turno em 7 de agosto. Recebeu 52,02% dos votos, contra 47,98% de Kumba Yalá, um ex-palestrante de filosofia e candidato do Partido Renovador Social (PRS). Observadores internacionais da eleição consideraram ambas as voltas livres e justas em geral. Vieira tomou posse com o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné-Bissau a 29 de setembro de 1994.
Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 1 de julho de 1996.
Logo depois de uma tentativa fracassada de golpe de estado contra o governo em junho de 1998, o país se viu no meio de uma breve mas violenta guerra civil entre forças leais a Vieira e outras leais ao líder rebelde Ansumane Mané. Rebeldes finalmente depuseram o governo de João Vieira em um novo cessar-fogo em 7 de maio de 1999. Ele se refugiou na embaixada portuguesa e se refugiou em Portugal em junho.
Em 7 de abril de 2005, pouco mais de dois anos depois de outro golpe militar derrubar o governo do presidente Kumba Yalá, Vieira retornou a Bissau de Portugal. Mais tarde, naquele mês, ele anunciou que se candidataria à presidência nas eleições presidenciais de 2005, em junho. Apesar de que muitos consideraram Vieira inelegível por causa de processos contra ele e porque ele estava em exílio, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele estava apto a concorrer. O seu antigo partido, o PAIGC, apoiou o ex-presidente interino, Malam Bacai Sanhá, como seu candidato.
De acordo com resultados oficiais, Vieira ficou em segundo lugar na eleição de 19 de junho com 28,87% dos votos, atrás de Malam Bacai Sanhá, e portanto participou do segundo turno. Ele oficialmente derrotou Sanhá no segundo turno, em 24 de julho, com 52,35% dos votos, e tomou posse como presidente em 1 de outubro.
Em 28 de outubro de 2005, Vieira anunciou a dissolução do governo chefiado pelo Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, seu rival, citando a necessidade de manter a estabilidade; em 2 de novembro, nomeou o seu aliado político Aristides Gomes para o cargo.
Em 1 e 2 de março de 2009, após o assassinato no primeiro dia do chefe de Estado Maior das Forças Armadas, morto com uma bomba, no dia 2 o presidente é morto a tiro por militares que mantiveram a sua casa debaixo de fogo. Nino Vieira morre a tentar escapar de casa. Militares retiram os seus bens pessoais do palácio presidencial, no saque que se seguiu. Depois de ferido a tiro, foi retalhado em pedaços à catanada.

Lou Reed nasceu há 77 anos

Lou Reed (Brooklyn, Nova Iorque, 2 de março de 1942 - Long Island, Nova Iorque, 27 de outubro de 2013) foi um cantor, guitarrista e compositor norte-americano. Foi considerado o 81º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Foi um das vozes dos The Velvet Underground, influenciando Iggy Pop, New York Dolls e David Bowie, e mais tarde, toda o cenário pós-punk inglês. Era um admirador de Edgar Allan Poe e Raymond Chandler, além de James Joyce, a quem faz referências em Blue Mask. The Velvet Underground foi um fracasso comercial no final dos anos 60, mas o grupo influenciou diversos outras bandas nas décadas seguintes, passando a se tornar uma das bandas mais citados e influentes da época. Uma celebre frase de Brian Eno mostra a influencia musical da banda "... todo mundo que comprou uma dessas 30.000 cópias começou uma banda".
Após a sua saída do grupo, Reed começou uma carreira a solo em 1972. Teve sucesso no ano seguinte com " Walk on the Wild Side ", mas depois não obteve o sucesso comercial para o qual parecia ter potencial. Reed era conhecido pela sua voz inexpressiva, diferenciada, letras poéticas e de cunho social crítico a sociedade como pobreza, drogas (como cocaína e heroína) e desigualdade social.
Em maio de 2013 fez um transplante de fígado. Voltou a ser internado, em julho, com um quadro de desidratação severa, vindo a morrer a 27 de outubro do mesmo ano.
  
in Wikipédia
  

O Komintern (Terceira Internacional ou Internacional Comunista) começou há um século

Komintern (do alemão Kommunistische Internationale) é o termo com que se designa a Terceira Internacional ou Internacional Comunista (1919-1943), isto é, a organização internacional fundada por Vladimir Lenine e pelo PCUS (bolchevique), em 2 de março de 1919, para reunir os partidos comunistas de diferentes países.
Tinha como propósito, conforme seus primeiros estatutos, lutar pela superação do capitalismo, o estabelecimento da ditadura do proletariado e da República Internacional dos Sovietes, a completa abolição das classes e a realização do socialismo, como uma transição para a sociedade comunista, com a completa abolição do Estado e para isso se utilizando de todos os meios disponíveis, inclusive armados, para derrubar a burguesia internacional.
A sua fundação representou, originalmente, uma cisão da extrema esquerda da Segunda internacional como reação ao apoio que os partidos socialistas europeus deram à votação de créditos de guerra, mobilizações, etc. por parte de seus governos burgueses nacionais, quando da eclosão da Primeira Guerra Mundial, considerada pela ala esquerda do movimento socialista como uma guerra civil entre burguesias nacionais e como uma guerra de pilhagem imperialista.
A Comintern teve sete congressos mundiais, o primeiro deles em 2 de março de 1919. Enquanto Lenine viveu, os congressos eram anuais e foram realizados cinco deles, de 1919 a 1923. Após a morte de Lenine, este princípio da anualidade foi abandonado por Estaline, que desconfiava do Komintern e desejava transformá-lo num mero instrumento da política externa soviética. Assim, sob Stalin, o Komintern teria apenas dois congressos: o sexto, em 1928, e o sétimo e último, em 1935, antes de ser dissolvido, em 1943.