Nicolás Maduro Moros (Caracas, 23 de novembro de 1962) é um político venezuelano e atual presidente da República Bolivariana da Venezuela. Como vice-presidente, assumiu interinamente a presidência da República em 2012, logo após a vitória eleitoral de Hugo Chávez, em razão da grave enfermidade do presidente eleito. Chávez faleceu em 5 de março de 2013, e novas eleições foram convocadas. Em 14 de abril de 2013, Maduro foi eleito 57.º presidente da Venezuela, para cumprir um mandato integral. Acabou reeleito em 2018, num pleito controverso e não reconhecido pela oposição e pela comunidade internacional, com muitos países e órgãos supranacionais não admitindo mais sua legitimidade como presidente. Maduro havia servido anteriormente como Ministro dos Negócios Estrangeiros de 2006 a 2013.
Maduro governa a Venezuela por decreto, com poderes especiais, desde novembro de 2013. Sua presidência foi marcada pelo declínio socioeconómico venezuelano, com acentuado crescimento da pobreza, inflação, criminalidade e fome; seus críticos dizem que a crise que o país enfrentou na década de 2010 é resultado direto das políticas de Chávez e Maduro, e a oposição constantemente taxa o presidente de ditador. Maduro, por outro lado, culpa a especulação e uma "guerra económica" imposta à nação pelos seus oponentes, internos e externos. A escassez de produtos de subsistência na Venezuela e uma queda considerável no índice de qualidade de vida no país, resultou numa série de protestos populares a partir de 2014 que foram aumentando de intensidade com o tempo, instigando uma resposta violenta das forças de segurança do governo, causando dezenas de mortes, ajudando a puxar ainda mais para baixo a popularidade de Maduro. Essa impopularidade levou a oposição a vencer as eleições parlamentares de 2015 e dominar a Assembleia Nacional, porém Maduro conseguiu contornar a autoridade do legislativo e manter seu poder total através da Suprema Corte e os Tribunais Eleitorais, junto com outros corpos políticos, todos dominados por seus apoiantes, contando também com apoio dos militares. Em 2017, o presidente conclamou uma constituinte, não sancionada ou apoiada pelo parlamento, enchendo-a com seus partidários, efetivamente removendo os poderes da Assembleia Nacional (dominada pela oposição). Esses movimentos antidemocráticos levaram a condenações dentro e fora da Venezuela, com várias nações (como os Estados Unidos) impondo sanções contra o país.
Em maio de 2018, foi reeleito para um mandato de seis anos em uma polémica eleição, não reconhecida pela oposição, pela Organização dos Estados Americanos e União Europeia, além de países como Estados Unidos e Brasil. Em janeiro de 2019, Maduro foi empossado para um segundo mandato. Isso acabou gerando uma grave crise política interna, com a Assembleia Nacional não reconhecendo a posse do presidente e várias nações do mundo removendo seus embaixadores de Caracas, como protesto. Para a oposição, Nicolás Maduro estava, efetivamente, transformando a Venezuela numa ditadura sob seu comando.
Um relatório da Organização dos Estados Americanos determinou que, durante a sua gestão, foram cometidos crimes contra a humanidade, e as Nações Unidas reportaram mais de 9000 execuções extrajudiciais e mais de quatro milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país. Em 10 de janeiro de 2019, minutos após Nicolás Maduro tomar posse perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela para o mandato presidencial 2019-2025, a Organização dos Estados Americanos, numa reunião extraordinária do seu Conselho Permanente, aprovou uma resolução que declarava Maduro como ilegítimo presidente da Venezuela, pedindo novas eleições. Em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, emitiu um mandado de prisão contra Maduro com uma recompensa de 15 milhões de dólares por acusações relacionadas ao tráfico de drogas.
Durante o seu mandato, especialmente desde meados de 2020, foram relatadas intervenções diretas e indiretas de potências estrangeiras na política interna da Venezuela, especialmente dos Estados Unidos, Rússia e China. Essas intervenções variaram desde sanções económicas, apoio diplomático e logístico, até supostas incursões militares. Essas intervenções tiveram implicações significativas na situação interna da Venezuela, exacerbando tanto a crise económica quanto as tensões políticas.