domingo, maio 19, 2024

Júlio Dantas nasceu há 148 anos


Júlio Dantas  (Lagos, 19 de maio de 1876 - Lisboa, 25 de maio de 1962) foi um escritor, médico, político, e diplomata, que se distinguiu como um dos mais conhecidos intelectuais portugueses das primeiras décadas do século XX. Na sua actividade intelectual foi um polígrafo, cultivando os mais variados géneros literários, da poesia ao romance e ao jornalismo, mas foi como dramaturgo que ficou mais conhecido, em particular pela sua peça A Ceia dos Cardeais (1902), uma das mais populares produções teatrais portuguesas de sempre. Na política foi deputado, Ministro da Instrução Pública e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1921-1922 e 1923), terminando a sua carreira pública como embaixador de Portugal no Brasil (1941-1949). Considerado retrógrado por alguns intelectuais coevos, como foi o caso de Almada Negreiros, que escreveu o Manifesto Anti-Dantas, muito polémico, conseguiu granjear durante a vida grande prestígio social e literário, prestígio que decaiu após a sua morte. Foi eleito sócio da Academia de Ciências de Lisboa (1908), instituição a que presidiu a partir de 1922. 

   

Biografia

Filho de Casimiro Augusto Vanez Dantas, militar, escritor e jornalista, e de sua mulher Maria Augusta Pereira de Eça, estudou no Colégio Militar, em Lisboa, sendo admitido com o número 114 em 1887, inscrevendo-se seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que concluiu em 1900 com uma tese intitulada Pintores e poetas de Rilhafoles. Pouco depois ingressou no Exército Português, sendo oficial médico a partir de 1902.

A carreira de medicina militar, onde optou por uma prática no campo de psiquiatria, não o absorveu: dedicou-se simultaneamente à literatura e a uma intensa actividade intelectual e social, que o tornou conhecido nos meios políticos e nos círculos cultos de Lisboa. Em 1905 foi eleito deputado às Cortes.

Na literatura revelou-se um verdadeiro polígrafo, dedicando-se aos mais variados géneros literários, desde a poesia, o teatro, o conto, o romance e a crónica até ao ensaio. Alcançou grandes êxitos com as suas peças teatrais, com obras como A Severa, A Ceia dos Cardeais (obra que foi traduzida para mais de 20 línguas), Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.

Publicou o seu primeiro artigo em 1893 no jornal Novidades, e o seu primeiro livro de versos em 1897. A maior parte das suas obras de teatro e novelas são sobre o passado histórico, mas as suas melhores obras, Paço de Veiros (1903) ou O Reposteiro Verde (1921) estão escritas num estilo naturalista.

Nas suas obras defende o culto do heroísmo, da elegância e do amor, situando a trama das suas obras quase invariavelmente no século XVIII, época que escolhia quase sempre como cenário das suas produções, salientando a decadência da vida aristocrática da época. Nas suas obras é também comum encontrar a exaltação do efémero, da morte e do sentimentalismo mais pungente. A sua obra poética é claramente inspirada na lírica palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.

Do ponto de vista estilístico, a sua obra situa-se entre o romantismo e o parnasianismo, predominando nas obras de teatro e nas novelas os temas históricos. Contudo, as melhores obras de Júlio Dantas, nomeadamente Paço de Veiros (1903) e o O Reposteiro Verde (1921) têm um claro pendor para o naturalismo. Foi durante décadas um dos autores portugueses mais apreciados no estrangeiro.

A primeira produção de uma das suas peças ocorreu em 1899, no Teatro Dona Amélia (actual Teatro São Luiz) de Lisboa, com a apresentação da peça em quatro actos O que morreu de amor, pela Companhia Rosas & Brasão. Ainda no campo teatral dedicou-se à tradução, tendo publicado versões em língua portuguesa de Cyrano de Bregerac, de Edmond Rostand, e do Rei Lear, de William Shakespeare. Exímio tradutor, as suas traduções contam-se entre as melhores feitas para a língua portuguesa.

A Ceia dos Cardeais (1902) foi enormemente popular no seu tempo. Com base na sua obra teatral A Severa, José Leitão de Barros realizou o primeiro filme sonoro português em 1931. A sua peça Os Crucificados aborda, pela primeira vez no teatro português, a temática da homossexualidade.

Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa a partir de 1908 e sócio efectivo desde 1913. Por várias vezes foi escolhido para presidente da instituição. Em 1949 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Brasil, título que em 1954 também lhe foi atribuído pela Universidade de Coimbra.

Aceitou também uma carreira no ensino artístico e foi director do Conservatório Nacional de Lisboa, sendo ali professor de História da Literatura e director da Secção de Arte Dramática.

A 14 de fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Foi Ministro da Instrução Pública no outono de 1920, no governo presidido por António Granjo, e Ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Cunha Leal, no inverno de 1921-1922, e novamente em 1923 no governo de Ginestal Machado.

A 14 de fevereiro de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e a 21 de março do mesmo ano foi elevado a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Em 1938-1940 presidiu à Comissão Executiva dos Centenários, dirigindo a Exposição do Mundo Português que teve lugar em Lisboa e colaborou na Revista dos Centenários, órgão de propaganda da mesma.

Em 1941 foi um dos Embaixadores Especiais enviados ao Brasil para dignificar a cultura de Portugal e em 1949 foi nomeado embaixador de Portugal no Rio de Janeiro. Nessas funções teve papel destacada na elaboração de um acordo ortográfico com o Brasil.

Foi considerado retrógrado por alguns, como foi o caso de Almada Negreiros, que lhe dedicou o Manifesto Anti-Dantas. O facto de ter sido invectivado por aquele manifesto e se ter transformado num dos alvos dos jovens aderentes do modernismo comprova a sua notoriedade de homem público. Apesar disso, passado o teste do tempo e amainadas as paixões, Vitorino Nemésio e David Mourão Ferreira defenderam a sua qualidade literária e a sua invulgar mestria dramatúrgica, considerando-o merecedor de destaque nas letras portuguesas.

No jornalismo e na crítica literária, foi colaborador dos jornais mais importantes de Portugal, nomeadamente do Diário Ilustrado, Novidades, Correio da Manhã e Renascença e escreveu no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e no La Nación, de Buenos Aires.

Na area da imprensa, também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Branco e Negro (1896-1898), Serões (1901-1911), Revista do Conservatório Real de Lisboa (1902), Illustração portugueza (1903-1980), Azulejos (1907-1909), O Palco (1912), Atlântida (1915-1920), Terra portuguesa (1916-1927), Revista de turismo iniciada em 1916, O domingo ilustrado (1925-1927), Ilustração (1926-), Feira da Ladra (1929-1943), Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais (1931-1936), Boletim cultural e estatístico (1937), Revista municipal (1939-1973) e Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (1941-1945).

Na política foi considerado oportunista, mostrando realmente uma grande versatilidade, servido como deputado na Monarquia, como ministro na Primeira República e finalmente como deputado, presidente da Comissão dos Centenários e embaixador em pleno Estado Novo. Sob a sua plasticidade política, Fernando Dacosta afirmou: "para se aproximar do Paço e da Rainha escreve a "Ceia dos Cardeais". Não recebendo os cargos e as honrarias a que julgava ter direito, aproveita-se da crise do regime monárquico e faz "Um Serão nas Laranjeiras", denúncia da decomposição da corte. Mas não se afasta dela." Quando foi proclamada a República, Júlio Dantas aderiu ao regime e publicou, no diário A Capital, o folhetim "Cruz de Sangue", depois em livro com o título Pátria Portuguesa (1914), fazendo a exaltação do povo e a condenação da nobreza. Em 1911, desencadeado o conflito entre a Igreja Católica e o Estado Português por causa da Lei da Separação de Afonso Costa, publica a peça A Santa Inquisição (1910), um libelo contra a Inquisição. Com o advento do salazarismo, publicou Frei António das Chagas, um "elogio de quem se sacrifica, se imola pela Pátria". Terminada a Segunda Guerra Mundial, prevendo a queda do Estado Novo, reformulou introduziu, em 1946, na Antígona, peça de estreia de Mariana Rey Monteiro, uma crítica velada ao velho ditador por meio da personagem de Creonte.

Foi um dos fundadores da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a SECTP, de que foi o primeiro presidente. Aquela sociedade deu origem à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Contrariando o estereótipo de conservadorismo ligado à sua imagem pública, quebrou com a tradição e resistiu à pressão social da época: casou civilmente, a 30 de maio de 1942, com Maria Isabel Penedo Cardoso e Silva, da qual não teve descendência, e recusou um funeral católico, mantendo-se fiel às suas convicções anticlericais dos inícios do século XX.

Júlio Dantas é lembrado na sua cidade natal, Lagos, por um busto, localizado em Santo Amaro, na área envolvente ao Mercado Novo, dando também o nome à biblioteca pública da cidade. É também patrono da Escola Secundária Júlio Dantas, a principal escola pública de ensino secundário daquela cidade.

     

Obra 

Um dos mais prolíficos polígrafos da literatura lusófona, Júlio Dantas cultivou os mais variados géneros literários, como o romance, a poesia, o teatro e conto, tendo-se também dedicado ao ensaio. Contudo, conseguiu os seus maiores êxitos como dramaturgo, com peças como A Severa, A Ceia dos Cardeais, Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.

 

in Wikipédia

 

AS DUAS MÁSCARAS

 

Num doirado e antiquíssimo sossego

Vi num museu solene e venerando

Duas máscaras velhas,figurando

As duas formas do teatro grego.

 

E ao olhá-las (contraste singular

Que não sei compreender nem discutir)

A face da Tragédia fez-me rir

                   E a da Farsa chorar.

 

De tão contrárias impressões colhidas

Arranquei esta lúcida verdade:

Nas dores mais sinceras, mais sentidas,

Só vê trejeitos a humanidade...

 

Fui aprender a esse mundo antigo

Que o sofrimento tem o seu pudor:

Por isso te aconselho, meu amigo,

Quando sofreres, guarda a tua dor

                   E chora a sós contigo.

Mário de Sá-Carneiro nasceu há 134 anos

   
Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de maio de 1890 - Paris, 26 de abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.
    
(...)
    
Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre, em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina. Embora tivesse adiado por alguns dias o dramático desfecho da sua vida, numa «carta de despedida» para Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro revela as suas razões para se suicidar:
  
Meu querido Amigo:

A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual – mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas «cartas de despedida»... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis – e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias – ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas, mas não tenho dinheiro. [...]

Mário de Sá-Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916
     
Contava tão-só vinte e cinco anos. Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. E apesar de o grupo modernista português ter perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu – no segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» (tradução literal de Quem di diligunt adulescens moritur).
    

 

Quási

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quási vivido...

Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


in
Dispersão - Mário de Sá-Carneiro

José Martí morreu há 129 anos

    

José Julián Martí Pérez (Havana, 28 de janeiro de 1853 - Dos Ríos, 19 de maio de 1895) foi um político nacionalista, intelectual, jornalista, filósofo, poeta e maçom cubano, criador do Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizador da Guerra de 1895 ou Guerra Necessária. Seu pensamento transcendeu as fronteiras de sua Cuba natal para adquirir um caráter universal. Em seu país natal, também é conhecido como «El apóstol». 

   

Vida

Era filho de Mariano Martí, natural de Valência, e de Leonor Pérez Cabrera, natural de Tenerife, nas ilhas Canárias.

José Martí foi o grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha. Além de poeta e pensador fecundo, desde sua mocidade demonstrou sua inquietude cívica e sua simpatia pelas ideias revolucionárias que surgiam entre os cubanos.

Influenciado pelas ideias de independência de Rafael María de Mendive, seu mestre na escola secundária de Havana, iniciou sua participação política escrevendo e distribuindo jornais com conteúdo separatista no início da Guerra dos Dez Anos. Com a prisão e deportação de seu mestre Mendive, cristalizou-se a atitude de rebeldia que Martí nutria contra a dominação espanhola.

Em 1869, com apenas dezasseis anos, publicou a folha impressa separatista "El Diablo Cojuelo" e o primeiro e único número da revista "La Patria Libre". No mesmo ano, passou a distribuir um periódico manuscrito intitulado "El Siboney". Pouco depois, foi preso e processado pelo governo espanhol por estar de posse de papéis considerados revolucionários. Foi condenado a seis anos de trabalhos forçados mas passou somente seis meses na prisão. Em 1871, com a saúde debilitada, sua família conseguiu um indulto e obteve a permuta da pena original pela deportação à Espanha. Na Espanha, Martí publicou, naquele mesmo ano, o seu primeiro trabalho de importância: "El Presidio Político en Cuba", no qual expôs as crueldades e os horrores vividos no período em que esteve na prisão. Nesta obra, já se encontravam presentes o idealismo e o estilo vigoroso que tornariam Martí conhecido nos círculos intelectuais de sua época. Mais tarde, dedicou-se ao estudo do Direito, obtendo o doutoramento em Leis, Filosofia e Letras da Universidade de Saragoça em 1874.

Em 19 de maio de 1895, no comando de um pequeno contingente de patriotas cubanos, após um encontro inesperado com tropas espanholas, nas proximidades do vilarejo de Dos Ríos, José Martí foi atingido e veio a falecer em seguida. O seu corpo, mutilado pelos soldados espanhóis, foi exibido à população e posteriormente sepultado na cidade de Santiago de Cuba, em 27 de maio do mesmo ano.

 

O físico Abraham Pais nasceu há 106 anos

  
Abraham ("Bram") Pais (Amesterdão, 19 de maio de 1918 - Copenhaga, 28 de julho de 2000) foi um físico neerlandês e teórico da física quântica.
Como profundo conhecedor da física do século XX e do seu desenvolvimento, ganhou reconhecimento internacional; como colega, mais tarde parceiro e amigo de Albert Einstein, pertence a ele a mais representativa biografia de Einstein do nosso tempo.
Abraham Pais estudava Física na Universidade de Utrecht, quando os nazis, em maio de 1940, ocuparam os Países Baixos. Em junho de 1941, poucos dias antes de todos os judeus serem proibidos de frequentar as Universidades, consegue ainda apresentar a sua monografia. O seu trabalho chama a atenção de Niels Bohr, que quer levá-lo para o seu país, Dinamarca. Mas Pais precisa fugir da perseguição da Gestapo e vive mais de um ano escondido nos Países Baixos. Pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial é capturado pela Gestapo, mas sobrevive.
Depois da guerra trabalhou finalmente no Instituto para Física Teórica em Copenhaga. Em 1946 transfere-se, como físico teórico, para o Instituto de Estudos Avançados em Princeton, onde, devido ao seu trabalho, recebe a  alcunha de "Senhor Teoria Quântica" e conhece Albert Einstein.
As suas mais importantes contribuições dizem respeito à teoria moderna das partículas elementares. Em 1941 ele marca protões e neutrões com o conceito de "Núcleo atómico", em 1952 explica como uma determinada partícula subatómica pode rapidamente surgir, mas demorar muito tempo para se desintegrar, em 1955 publica um trabalho teórico muito aguardado sobre as leis da mecânica quântica. Dos conhecimentos ali descritos os físicos Val Logsdon Fitch e James Watson Cronin retiraram anos mais tarde a base para as experiências que lhes deram o Prémio Nobel de Física em 1980.
Em 1956 tornou-se cidadão dos Estados Unidos. A sua auto-biografia A Tale of Two Continents (Princeton, 1997) conta a sua história de vida como físico num mundo turbulento.
Pais talvez tenha ficado mais conhecido pela sua biografia de Albert Einstein, "Subtil é o Senhor..." (em inglês: Subtle is the Lord, Oxford, 1982), e sua sequência, "Einstein Viveu Aqui" (em inglês: Einstein Lived Here).
Escreveu também a história dos físicos no século XX, Inward Bound (Oxford, 1986), uma biografia de Niels Bohr, Niels Bohr's Times, In Physics, Philosophy and Polity (Oxford, 1991), e "Os Génios da Ciência" (em inglês: The Genius of Science: A Portrait Gallery (Oxford, 2000).
Abraham Pais foi ainda professor de Física na Universidade Rockefeller, membro da Academia Nacional das Ciências, da Sociedade Americana de Filosofia e da Academia Americana das Artes e Ciências. Faleceu em 2000, aos 82 anos.
Era descendente de judeus sefarditas, que vieram de Portugal no século XVII, de onde vinha o sobrenome Pais.
  

O álbum So, de Peter Gabriel, foi lançado há 38 anos


So is the fifth studio album by English singer-songwriter Peter Gabriel, released on 19 May 1986 by Charisma Records and Virgin Records. After working on the soundtrack to the film Birdy (1984), producer Daniel Lanois was invited to remain at Gabriel's Somerset home during 1985 to work on his next solo project. Initial sessions for So consisted of Gabriel, Lanois and guitarist David Rhodes, although these grew to include a number of percussionists.

Although Gabriel continued to use the pioneering Fairlight CMI digital sampling synthesizer, songs from these sessions were less experimental than his previous material. Nevertheless, Gabriel drew on various musical influences, fusing pop, soul, and art rock with elements of traditional world music, particularly African and Brazilian styles. It is Gabriel's first non-eponymous album, So representing an "anti-title" that resulted from label pressure to "properly" market his music. Gabriel toured So on the This Way Up tour (1986–1987), with some songs performed at human rights and charity concerts during this period.

Often considered his best and most accessible album, So was an immediate commercial success and transformed Gabriel from a cult artist into a mainstream star, becoming his best-selling solo release. It has been certified fivefold platinum by the Recording Industry Association of America and triple platinum by the British Phonographic Industry. The album's lead single, "Sledgehammer", was promoted with an innovative animated music video and achieved particular success, reaching number one on the Billboard Hot 100 and subsequently winning a record of nine MTV Video Music Awards. It was followed by four further singles, "Don't Give Up" (a duet with Kate Bush), "Big Time", "In Your Eyes", and "Red Rain".

The album received positive reviews from most critics, who praised its songwriting, melodies and fusion of genres, although some retrospective reviews have criticised its overt commercialism and 1980s production sounds. So was nominated for the Grammy Award for Album of the Year in 1987 but lost to Paul Simon's Graceland. It has appeared in lists of the best albums of the 1980s, and Rolling Stone included the album in their 2003 and 2020 editions of the 500 Greatest Albums of All Time. In 2000 it was voted number 82 in Colin Larkin's All Time Top 1000 Albums. So was remastered in 2002, partially re-recorded for Gabriel's 2011 orchestral project New Blood and issued as a box set in 2012. 

 

 


Valentín Paz-Andrade faleceu há 36 anos


Valentín Paz-Andrade (
Pontevedra, Galiza, 23 de abril de 1898 - Vigo, Galiza, 19 de maio de 1987) foi um jurista, economista, escritor, poeta e jornalista galego. O Dia das Letras Galegas do ano 2012 foi dedicado a este escritor.
  

   

O QUE TODO GALEGO CHORARÍA



Chora, Terra, teu pranto xeneroso.

O que todo galego choraría,

en roda de multánime silenzo

e ollares abatidos

sobor do longo corpo derrubado

que fora vivo mastro en loita núa;

perto daqueles beizos, seca fonte

da verba nunca de antes máis belida;

do peito petrucial, refrorecido

de mapoulas pampeiras,

que envexan a nacencia das chorimas;

xunto das postas maos voltas ao xelo,

onde a eito agromaron da súa arte,

no cerne da galega patronía,

vizosas primaveras.

 

 

Valentín Paz-Andrade 

Sam Smith faz hoje trinta e dois anos

   
Samuel "Sam" Frederick Smith (Primrose Hill, Londres, 19 de maio de 1992)  é um cantor e compositor britânico.
   

 


Jacqueline Kennedy Onassis morreu há trinta anos...

  

Jacqueline Lee "Jackie" Bouvier Kennedy Onassis (Southampton, 28 de julho de 1929 - Manhattan, 19 de maio de 1994) foi a esposa do 35.º presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, e serviu como primeira-dama dos Estados Unidos durante a presidência de seu marido, de 1961 até 1963, quando ele foi assassinado. Cinco anos depois, casou-se com o magnata grego Aristóteles Onassis; continuaram casados até à morte deste. Nas últimas duas décadas de sua vida, Jacqueline Kennedy Onassis teve uma carreira de sucesso como editora de livros. É lembrada por suas contribuições para a arte e preservação da arquitetura histórica, o seu estilo, elegância e graça. Um ícone da moda, o seu famoso vestido rosa da Chanel tornou-se um símbolo do assassinato do seu marido e uma das últimas imagens da década de 60.
   
(...)
  
Com a morte de Onassis em 1975, Jacqueline ficou viúva pela segunda vez e, com o amadurecimento dos seus filhos, Jackie pode voltar a trabalhar e aceitou um emprego como editora na casa editora Doubleday, porque sempre havia gostado de literatura e de escrever. No fim dos anos 70, até aos seus últimos momentos, o industrial e mercador de diamantes Maurice Tempelsman, um belga que vivia separado da sua esposa, foi o seu companheiro. Ela normalmente corria e fazia ginástica perto do Central Park. Em janeiro de 1994, Jacqueline foi diagnosticada com um cancro linfático. O seu diagnóstico veio a público em fevereiro. A família estava inicialmente otimista, e Jackie parou de fumar, com a insistência da sua filha, mas continuou a trabalhar. Em abril de 1994, o cancro avançou, e ela saiu do Hospital Cornell e foi para a sua casa, a 18 de maio do mesmo ano. Muitos fãs, turistas e repórteres ficaram na rua, junto do seu apartamento na 1040 Fifth Avenue, até que ela morreu, durante o sono, às 10.15 horas da manhã, a 19 de maio, com apenas 64 anos.
   

Música adequada à data...

Andy Rourke, o baixo dos The Smiths, faleceu há um ano...

       
Andrew Michael Rourke (Manchester, 17 de janeiro de 1964Nova Iorque, 19 de maio de 2023) foi um músico britânico, mais conhecido por ter sido baixista da banda The Smiths
 

Nascido em 1964, o pai de Rourke era irlandês enquanto a sua mãe era inglesa. Ele recebeu uma viola de seus pais quando tinha sete anos de idade. Aos 11 anos ele fez amizade com um jovem John Maher (o futuro Johnny Marr) com quem compartilhava um interesse pela música. A dupla passava os intervalos para o almoço na escola improvisando e tocando nas suas guitarras. Quando Marr formou uma banda, convidou Rourke (ainda um guitarrista) para experimentar o baixo, pelo qual se apaixonou e ficou com ele desde então.

Aos 15 anos Rourke abandonou a escola. Passou por uma série de empregos domésticos e tocou guitarra e baixo em várias bandas de rock, bem como na banda funk de curta duração Freak Party, com seu amigo de escola Johnny Marr.

Marr mais tarde juntou-se a Morrissey para formar os Smiths. Rourke juntou-se à banda após o seu primeiro show e permaneceu durante a maior parte da sua existência. Rourke foi brevemente afastado da banda, supostamente recebendo a notícia num bilhete deixado sob o limpador de parabrisas do seu carro: "Andy, você deixou os Smiths. Boa sorte e adeus, Morrissey". Morrissey negou isso. Em maio de 1986, Rourke voltou para os Smiths, pouco antes de gravar The Queen Is Dead. Marr descreveu a contribuição de Rourke para esse álbum como "algo que nenhum outro baixista poderia igualar". Os Smiths lançaram Strangeways, Here We Come em 1987 para aclamação da crítica, mas dividiram-se logo em seguida.

Imediatamente após o rompimento, Rourke e o baterista dos Smiths, Mike Joyce, tocaram com Sinéad O'Connor - Rourke (mas não Joyce) aparece no álbum I Do Not Want What I Haven't Got (1990). Junto com Craig Gannon, eles forneceram a secção rítmica para dois singles do ex-vocalista dos Smiths Morrissey - "Interesting Drug" e "The Last of the Famous International Playboys" (ambos de 1989). Rourke também tocou baixo em "November Spawned a Monster" e "Piccadilly Palare" (ambos de 1990) e compôs a música para os singles de Morrissey "Yes, I Am Blind" (o lado B de "Ouija Board, Ouija Board", 1989); "Girl Least Likely To" (um lado B no single de 12 de "November Spawned a Monster"; também lançado como faixa bônus na reedição de Viva Hate em 1997); e "Get Off the Stage" (o lado B de "Picadilly Palare").

Rourke também tocou e gravou com a banda The Pretenders (aparecendo nalgumas das faixas de Last of the Independents de 1994); Killing Joke, Badly Drawn Boy (com quem Rourke fez uma turnê por dois anos), Aziz Ibrahim (ex-Stone Roses) e ex-guitarrista do Oasis Bonehead como Moondog One, que também incluía Mike Joyce e Craig Gannon. Rourke também tocou baixo para Ian Brown, tanto em turnê quanto no álbum de Brown, The World Is Yours.

Em março de 1996, Rourke e Mike Joyce iniciaram processos judiciais contra Morrissey e Marr por royalties. Enquanto Joyce continuou com a ação, Rourke resolveu fora do tribunal por £ 83 000. Tendo gasto o acordo, Rourke mais tarde foi declarado falido na sequência de uma petição da Receita Federal em 25 de janeiro de 1999.

Rourke formou o supergrupo Freebass com os baixistas Gary Mounfield (ex-Stone Roses) e Peter Hook (ex-New Order) em 2007 e permaneceu ativo no grupo até agosto de 2010. No início de 2009, ele mudou-se para a cidade de Nova York, onde teve um programa na East Village Radio e trabalhava como DJ de clube, com Olé Koretsky, sob o nome de Jetlag. Isso levou Rourke e Koretsky a formarem a banda D.A.R.K. com a vocalista Dolores O'Riordan dos The Cranberries. O trio lançou o seu primeiro álbum, Science Agrees, em 9 de setembro de 2016.
Em 19 de maio de 2023, foi anunciado que Rourke havia morrido de cancro no pâncreas, aos 59 anos, no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, na cidade de Nova York 
    

 


sábado, maio 18, 2024

Mais dados sobre a história da formação dos continentes...

 O Enigma dos Cratões - cientistas têm uma nova teoria sobre a formação dos continentes

 

 

 

Uma nova pesquisa sugere que a formação dos cratões teve um papel importante na estabilização dos continentes.

As crostas continentais antigas, conhecidas como cratões, estabilizaram os continentes da Terra durante milhares de milhões de anos. Uma equipa de cientistas da Penn State propôs um novo mecanismo que pode explicar a formação destes cratões há cerca de 3 mil milhões de anos, oferecendo uma visão sobre um mistério geológico de longa data.

De acordo com o estudo publicado na revista Nature, os continentes podem não ter emergido inicialmente dos oceanos como massas de terra estáveis. Em vez disso, a exposição de rochas frescas a elementos ambientais como o vento e a chuva, há cerca de 3 mil milhões de anos, desencadeou processos geológicos que acabaram por estabilizar a crosta. Este novo conhecimento pode ter implicações significativas na forma como os planetas potencialmente habitáveis, semelhantes à Terra, evoluem.

“Para criar um planeta como a Terra, é necessário criar uma crosta continental e estabilizar essa crosta”, disse Jesse Reimink, professor assistente de geociências na Penn State. O estudo sugere que os processos de estabilização e surgimento de continentes acima do nível do mar são separados.

Os cratões, que se estendem por mais de 150 quilómetros desde a superfície até ao manto superior, atuam como a quilha de um barco, mantendo os continentes a flutuar ao nível do mar ou perto dele ao longo do tempo geológico.

A meteorização das rochas pode ter concentrado elementos produtores de calor como o urânio, o tório e o potássio na crosta superficial, permitindo que a crosta mais profunda arrefecesse e endurecesse, formando uma camada espessa e dura que protegeu os continentes da deformação, explica o SciTech Daily.

Andrew Smye, professor associado de geociências na Penn State, explicou que a estabilização da crosta continental envolve a concentração de elementos produtores de calor perto da superfície. Estes elementos atuam como “pequenos motores térmicos” que libertam calor quando se decompõem, o que pode aumentar a temperatura da crosta. A crosta quente é instável e propensa a deformações.

À medida que os primeiros continentes foram sofrendo alterações climáticas, os sedimentos ricos em urânio, tório e potássio foram arrastados para os mares, criando depósitos sedimentares como os xistos. As colisões de placas tectónicas enterraram estas rochas nas profundezas da crosta, onde o calor radiogénico dos xistos derreteu a crosta inferior. Os derretimentos ascenderam à crosta superior, aprisionando os elementos produtores de calor em rochas como o granito e permitindo que a crosta inferior arrefecesse e endurecesse.

Pensa-se que os cratões se formaram há entre 3 e 2,5 mil milhões de anos, um período em que os elementos radioativos decaíam a um ritmo duas vezes mais rápido do que hoje, libertando mais calor. Esta altura foi crucial para os processos que levaram à estabilidade dos cratões, tornando a Terra primitiva particularmente adequada para a sua formação.

O estudo analisou as concentrações de urânio, tório e potássio em rochas do éon Arcaico para modelar a formação dos cratões. O trabalho futuro envolverá a recolha de amostras de interiores de cratões antigos e possivelmente a perfuração de amostras de núcleos para testar o seu modelo.

 

in ZAP

Gustav Mahler morreu há 113 anos...

   
Gustav Mahler (Kalischt, Boémia, Império Austro-Húngaro - atualmente República Checa, 7 de julho de 1860 - Viena, 18 de maio de 1911) foi um maestro judaico austríaco e compositor. Atualmente, Mahler costuma ser visto como um dos maiores compositores, lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e por suas grandes sinfonias e ciclo de canções sinfónicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que pudessem expressar as suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. As suas obras (principalmente as sinfonias) são geralmente extensas e com orquestração variada e numerosa. Mahler procura romper os limites da tonalidade, posto que em muitas de suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum. Outra característica marcante das obras de Mahler é um certo caráter sombrio, algumas vezes ligado ao funesto.
     
(...)
     
Em 1910 terminou a Nona Sinfonia (o seu último trabalho completo) e começou a escrever a Décima.
Nesse ano a sua esposa Alma precipitou uma crise conjugal, ao fazer amizade com Walter Gropius. Em Leyden, Mahler teve uma consulta com o psicanalista Sigmund Freud.
De volta à América, em fevereiro de 1911, Mahler ficou extremamente doente. O médico da família, Joseph Fränkel, em Nova Iorque, diagnosticou uma infeção estreptocócica. Por sugestão do médico, no começo de abril, Mahler partiu para Paris para consultar um bacteriologista. Nessa época Paris, em virtude das descobertas de Louis Pasteur era um centro de referência para o estudo de moléstias de origem bacteriológica.
Por um breve período, Mahler teve uma pequena melhora e chegou até a planear uma viagem ao Egito. Contudo não conseguiu recuperar. Um médico especialista em hematologia sugeriu que Mahler fosse internado em Viena e para lá foi levado.
A 18 de maio de 1911, com 50 anos e 46 semanas, Gustav Mahler morreu em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, de uma infeção estreptocócica do sangue. As suas últimas palavras foram: Minha Almschi (uma referência a sua esposa Alma, literalmente traduzido, Minha Alminha) e "Mozart". Como Beethoven, morreu durante uma trovoada. Ele foi sepultado em Viena, no Cemitério Grinzinger, ao lado da filha Maria, conforme pediu antes de morrer.
       
(...)
    
Gustav e a sua família eram judeus e faziam parte de uma minoria de língua materna alemã que vivia na Boémia. Anos mais tarde, Gustav Mahler lembraria essa condição: "Sou três vezes apátrida! Como natural da Boémia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Em toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado!"
  

 


Omar Caiam, o poeta, matemático e astrónomo persa, nasceu há 976 anos

Pintura representando Omar Caiam, na tradução do Rubaiyat de Edward Fitzgerald

 

Giate Aldim Abu Fate Omar ibne Ibraim Caiam de Nixapur (Nixapur, Pérsia, 18 de maio de 1048 - Nixapur, 4 de dezembro de 1131), melhor conhecido como Omar Caiam, foi poeta, matemático e astrónomo persa dos séculos XI e XII. As numerosas transformações políticas e etnológicas no mundo islâmico trouxeram altos e baixos para o desenvolvimento da astronomia e da matemática. Conhecido no ocidente como poeta e autor do Rubaiyat, (em português, “quadras" ou "quartetos”), que ficariam famosos a partir da tradução de Edward Fitzgerald, em 1839. Muitas coisas se contam sobre Omar Caiam, porém de poucas podemos ter certeza. Sabemos que nasceu em meados do século XI em Nixapur, capital da província Persa do Coração, onde passou a maior parte de sua vida. Omar Caiam faleceu em 1131.
No ano de 1074 foi chamado por Malique Xá I para reformar o antigo calendário persa, o que fez com com um erro de um dia em 5000 anos. A reforma do calendário foi substituída mais tarde pelo calendário lunar islâmico.
Nixapur suportou guerras e terremotos e em 1221 foi saqueada pelos mongóis. O túmulo de Omar Caiam superou todas as calamidades e está conservado até hoje. No século XVII foi edificada a mesquita do sacerdote Maomé Maruque. Apoiados nela construíram três arcos, abaixo do arco central se encontra o túmulo de Omar Caiam.
A filosofia de Omar Khayyām era bastante diferente dos dogmas islâmicos oficiais. Concordou com a existência de Deus mas opôs-se à noção de que cada acontecimento e fenómeno particular era o resultado de intervenção divina. Em vez disso apoiou a visão que leis da natureza explicam todos fenómenos particulares da vida observada.
De todos os campos da matemática, a álgebra foi melhor trabalhada pelos árabes. Em suas mãos chegou a ter um aspeto novo bem distante das origens grega, babilónica e hindu.
A obra mais importante de Omar Caiam é precisamente um tratado sobre álgebra em que explica como resolver todas as equações de segundo e terceiro graus. Ele desaconselha, no prólogo do seu tratado, a leitura a quem não conheça os Elementos de Euclides bem como os primeiros livros das Cónicas de Apolónio. No mesmo texto, afirma que não se remeterá a nenhuma outra obra por julgar indispensável o estudo prévio das obras já citadas.
   
   


Noite, silêncio, folhas imóveis;
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.

Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que eu soube te dar,
e que te fez desfalecer.

Acorda... e olha como o sol em seu regresso
vai apagando as estrelas do campo da noite;
do mesmo modo ele vai desvanecer
as grandes luzes da soberba torre do Sultão.

 

Omar Caiam

Rick Wakeman faz hoje 75 anos...!

      
Richard "Rick" Christopher Wakeman (Londres, 18 de maio de 1949) é um teclista de rock progressivo britânico, um pianista clássico, que se tornou bastante famoso pelo seu virtuosismo noutras áreas. Nos primeiros anos de sua carreira ele foi um pioneiro no uso de teclados eletrónicos e o seu nome tornou-se sinónimo de teclista cercado por uma vasta gama de equipamentos.
Wakeman alcançou a fama em 1970 tocando com a banda The Strawbs, juntando-se aos Yes em 1971. Ele entrou e saiu da banda pelo menos quatro vezes, reflexo de um relacionamento turbulento com o grupo. Em 2002 voltou aos Yes pela quinta vez.
Wakeman tem uma carreira a solo extremamente longa. Ele também tocou como músico convidado para artistas e grupos como Elton John, Brian May, Alice Cooper, Lou Reed, David Bowie, Ozzy Osbourne e Black Sabbath.
Rick Wakeman é considerado um dos pais do Rock Progressivo e do Rock Sinfónico. Wakeman é um teclista brilhante, sendo considerado por muitos, como as mãos mais ágeis dentre todos os teclistas. Utiliza pianos acústicos, elétricos e eletrónicos; sintetizadores; Minimoog; Mellotron; todos os tipos de teclados; órgãos, órgão Hammond; clavicórdios e tudo que tenha teclas.
Wakeman produziu centenas de álbuns com os mais variados temas, desde lendas míticas da antiga Inglaterra até sobre o Espaço Sideral, passando por reis, rainhas, temas astrológicos, bandas sonoras para filmes, entre outros. Produziu tantos álbuns na sua carreira musical que nem mesmo o próprio tem certeza de quantos álbuns produziu ou em que participou, ao todo.
Dois dos seus filhos, Adam Wakeman e Oliver Wakeman, também seguiram a carreira de teclistas, sendo o filho Oliver o que mais se aproxima do estilo do pai. Adam Wakeman é o atual teclista da banda de heavy metal Black Sabbath e toca muito com o pai, aparecendo em diversos álbuns e shows.
Recentemente, no final de 2008, Wakeman foi convidado formalmente pela família real britânica para celebrar os 500 anos da ascensão de Henrique VIII ao trono inglês com um de seus espetáculos, o que deu origem ao show "The Six Wives of Henry VIII Live at Hampton Court Palace" lançado em CD, DVD e Blu-Ray. O show foi realizado num dos castelos construídos por Henrique VIII, o Hampton Court Palace e reuniu uma orquestra com 70 integrantes, um coral de 40 vozes, um quinteto de rock e diversos convidados especiais.
   

 


George Strait celebra hoje 72 anos

      
George Harvey Strait (Poteet, Texas, 18 de maio de 1952) é um compositor, ator e produtor musical americano, conhecido como o "King of Country" ("Rei do Country") e é considerado um dos artistas mais influentes dos Estados Unidos. Ele é conhecido por seu estilo neotradicionalista de country, aparência de cowboy e é dito ter trazido o country de volta para as suas raízes e longe do estilo pop da década de 80.
    

 


Saudades de Chris Cornell...

Vancouver! Vancouver! This is it! - David A. Johnston morreu há quarenta e quatro anos...

Man sitting on a folding chair, writing in a notebook and smiling as he looks towards the camera

The last picture ever taken of Johnston, 13 hours before his death at the eruption site
 

David Alexander Johnston (Chicago, December 18, 1949 – Mount St. Helens, May 18, 1980) was an American United States Geological Survey (USGS) volcanologist who was killed by the 1980 eruption of Mount St. Helens in the U.S. state of Washington. A principal scientist on the USGS monitoring team, Johnston was killed in the eruption while manning an observation post six miles (10 km) away on the morning of May 18, 1980. He was the first to report the eruption, transmitting "Vancouver! Vancouver! This is it!" before he was swept away by a lateral blast; despite a thorough search, Johnston's body was never found, but state highway workers discovered remnants of his USGS trailer in 1993.

Johnston's career took him across the United States, where he studied the Augustine Volcano in Alaska, the San Juan volcanic field in Colorado, and long-extinct volcanoes in Michigan. Johnston was a meticulous and talented scientist, known for his analyses of volcanic gases and their relationship to eruptions. This, along with his enthusiasm and positive attitude, made him liked and respected by many co-workers. After his death, other scientists lauded his character, both verbally and in dedications and letters. Johnston felt scientists must do what is necessary, including taking risks, to help protect the public from natural disasters. His work, and that of fellow USGS scientists, convinced authorities to close Mount St. Helens to the public before the 1980 eruption. They maintained the closure despite heavy pressure to re-open the area; their work saved thousands of lives. His story became intertwined with the popular image of volcanic eruptions and their threat to society, and a part of volcanology's history. To date, Johnston, along with his mentee Harry Glicken, is one of two American volcanologists known to have died in a volcanic eruption.

Following his death, Johnston was commemorated in several ways, including a memorial fund established in his name at the University of Washington to fund graduate-level research. Two volcano observatories were established and named after him: one in Vancouver, Washington, and another on the ridge where he died. Johnston's life and death are featured in several documentaries, films, docudramas and books. A biography of his life, A Hero on Mount St. Helens: The Life and Legacy of David A. Johnston, was published 2019.

 

in Wikipédia

Saudades da música de Franco Battiato...

O martir Nicolau II, o último czar da Rússia, nasceu 156 anos...

Nicolau II e a sua família (da esquerda para a direita): Olga, Maria, Nicolau, Alexandra, Anastásia, Alexei e Tatiana


O Czar Nicolau II (Nikolái Alieksándrovich Románov) foi o último Imperador da Rússia, rei da Polónia e grão-duque da Finlândia. Nasceu no Palácio de Catarina, em Tsarskoye Selo, próximo de São Petersburgo, em 18 de maio (6 de maio no calendário juliano) de 1868. É também conhecido como São Nicolau o Portador da Paz pela Igreja Ortodoxa Russa.

Quanto ao seu título oficial, era chamado Nicolau II, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias.
Filho do czar Alexandre III, governou desde a morte do pai, em 1 de novembro de 1894, até à sua abdicação em 15 de março de 1917, quando renunciou em seu nome e no nome do seu herdeiro, passando o trono para seu irmão, o grão-duque Miguel Alexandrovich Romanov. Durante o seu reinado viu a Rússia Imperial decair de um dos maiores países do mundo para um desastre económico e militar.
O seu reinado terminou com a Revolução Russa de 1917, quando, tentando retornar do quartel-general para a capital, seu comboio foi detido em Pskov e ele foi obrigado a abdicar. A partir daí, o czar e a sua família foram aprisionados, primeiro no Palácio de Alexandre, em Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatiev, em Ekaterimburgo. Nicolau II, a sua mulher, o seu filho, as suas quatro filhas, o médico da família imperial, um servo pessoal, a camareira da Imperatriz e o cozinheiro da família foram executados, na cave da casa, pelos bolcheviques, na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918. É sabido que esse assassinato foi ordenado de Moscovo, por Lenine e pelo também líder bolchevique Yakov Sverdlov. Mais tarde Nicolau II, a sua mulher e os seus filhos foram canonizados, como mártires, por grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio.