quinta-feira, julho 20, 2023

Bruce Lee morreu há cinquenta anos...


Bruce Lee
(nascido Lee Jun-fan; São Francisco, 27 de novembro de 1940Hong Kong, 20 de julho de 1973) foi um filósofo, artista marcial, instrutor de artes marciais, ator, roteirista, diretor e produtor cinematográfico sino-americano e honconguês, fundador do movimento de artes marciais Jeet kune do. Ele é amplamente considerado por muitos comentaristas, por críticos, pela mídia e outros artistas marciais como o lutador de artes marciais mais influente do mundo e um ícone cultural.
Lee nasceu em São Francisco, filho de pais honcongueses, mas cresceu em Hong Kong até sua adolescência. Emigrou para os Estados Unidos aos 18 anos para reivindicar a cidadania americana e receber a sua educação superior. Foi durante esta época que começou a ensinar artes marciais, que logo o levariam para papéis em filmes e séries de televisão.
Seus filmes produzidos em Hong Kong elevaram os filmes de artes marciais tradicionais honconguesas a um novo patamar de popularidade e consagração, e provocou uma tendência que aumentou o interesse nas artes marciais chinesas no mundo ocidental na década de 1970. A direção e tom de seus filmes mudaram e influenciaram o cinema de ação de Hong Kong, bem como o resto do mundo. Ele é conhecido por seus papéis em cinco longa-metragens: The Big Boss (1971) e Fist of Fury (1972) de Lo Wei; Way of the Dragon (1972), dirigido e escrito por Lee; Enter the Dragon (1973), da Warner Bros., dirigido por Robert Clouse; e Game of Death (1978), dirigido também por Clouse.
Lee tornou-se uma figura icónica em todo o mundo, particularmente entre os chineses, por ter retratado a cultura chinesa em seus filmes. Inicialmente treinava no estilo Wing Chun, porém posteriormente rejeitou estilos de artes marciais bem definidos, favorecendo, em vez de técnicas de várias fontes, o espírito da filosofia de suas artes marciais pessoais, que ele chamou de Jeet Kune Do.
   
(...)
   
Em 10 de maio de 1973, Lee desmaiou no estúdio Golden Harvest, enquanto fazia o trabalho de dobragem para o filme Operação Dragão. Ele sofreu convulsões e dores de cabeça e foi imediatamente levado para um hospital de Hong Kong, onde os médicos diagnosticaram edema cerebral. Eles foram capazes de reduzir o inchaço com a administração de manitol. Esses mesmos sintomas que ocorreram em seu primeiro colapso depois foram repetidos no dia da sua morte.
Em 20 de julho de 1973, Lee foi a Hong Kong, para um jantar com o ex-James Bond George Lazenby, com quem pretendia fazer um filme. Segundo a sua esposa, Linda Lee, Lee encontrou o produtor Raymond Chow às 2 da tarde em casa, para discutir a realização do filme Jogo da Morte. Eles trabalharam até às 4 da tarde e depois dirigiram juntos para a casa da colega Lee Betty Ting, uma atriz de Taiwan. Os três passaram o script em casa e, em seguida Chow se retirou.
Mais tarde, Lee queixou-se de uma dor de cabeça, e Ting deu-lhe um analgésico, Equagesic, que incluía aspirina e um relaxante muscular. Cerca das 19.30 horas, foi deitar-se para dormir. Quando Lee não apareceu para jantar, Chow chegou ao apartamento, mas não viu Lee acordado. Um médico foi chamado, que passou dez minutos tentando reanimá-lo antes de enviá-lo de ambulância ao hospital. Lee foi dado como morto no momento em que chegou ao hospital.
Não houve lesão externa visível, porém de acordo com relatórios da autópsia, o seu cérebro tinha inchado consideravelmente, passando de 1.400 a 1.575 gramas (um aumento de 13%). Lee tinha 32 anos. A única substância encontrada durante a autópsia foi Equagesic. Em 15 de outubro de 2005, Chow declarou em uma entrevista que Lee morreu de anafilaxia ao relaxante muscular "Equagesic", que ele descreveu como um ingrediente comum em analgésicos.
  

  

Gisele Bündchen faz hoje 43 anos

   

James Doohan morreu há dezoito anos...


James Montgomery Doohan (Vancouver, 3 de março de 1920 - Redmond, 20 de julho de 2005) foi um ator canadiano, de família irlandesa, cujo papel de maior destaque foi o do engenheiro Montgomery Scott na série original de Star Trek.
O papel de engenheiro-chefe da nave estelar Enterprise coube-lhe na série original e em seis longa-metragens para o cinema. Apresentou-se para disputar um papel na série em 1966 e um dos principais motivos por ter sido escolhido para interpretar o engenheiro-chefe Scotty, foi a sua capacidade de imitar diversos sotaques.
Era um veterano do Dia D, em que foi atingido por seis tiros de metralhadora no desembarque dos aliados na Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial.
Casou-se três vezes, teve sete filhos e atuou em 80 filmes ao longo dos seus cinquenta anos de carreira.
Muitos apreciadores de Star Trek disseram a Doohan que os havia inspirado a escolher a engenharia como profissão. O astronauta Neil Armstrong, um engenheiro que participou do Projeto Apollo da NASA, também mencionou este facto, ao dizer a Doohan, na sua última aparição pública, "de um velho engenheiro para outro, obrigado, colega".
A sua autobiografia foi intitulada de Beam Me Up, Scotty ("Leve-me para cima, Scotty") - a ordem que o engenheiro mais ouviu do capitão James T. Kirk ao longo de todo a série.
Doohan morreu de pneumonia e mal de Alzheimer na sua casa na cidade de Redmond, estado de Washington. Uma pequena porção das suas cinzas foi lançada para o espaço em 2007.

José Hermano Saraiva morreu há onze anos...

   
José Hermano Saraiva (Leiria, 3 de outubro de 1919 - Palmela, 20 de julho de 2012) foi um professor e historiador português. Ocupou o cargo de Ministro da Educação entre 1968 e 1970, num período conturbado da vida política nacional. É descrito frequentemente como o Príncipe dos Comunicadores pelo seu trabalho em prol da História, da Cultura, da Literatura e da Televisão, de acordo com a homenagem póstuma prestada na Assembleia da República.
   
Biografia
Terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva, um professor agnóstico, de formação positivista, e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista, uma católica devota, cresceu em Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942, doutorando-se mais tarde.
Iniciou a sua vida profissional no ensino liceal, que acumulou com o exercício da advocacia. Foi professor do liceu e, seguidamente, diretor do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (atual ISCSP). Nessa altura, com a colaboração de Baltasar Rebelo de Sousa, iniciou uma edição de livros didáticos de carácter geral em prol da população já alfabetizada mas sem acesso à cultura.
Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961, procurador à Câmara Corporativa (1965-1973) e ministro da Educação. Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao salazarismo, com a "Crise Académica de 1969". Quando deixou o Governo, substituído por José Veiga Simão, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, em Brasília, entre 1972 e o 25 de abril de 1974, tendo-se deslocado para o seu novo cargo numa embaixada flutuante a bordo do navio Gil Eanes, o qual mais tarde salvou da destruição através dum apelo feito num dos seus programas.
Com o advento da democracia, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal, relação que estabelecera com a RTP em 1971. Por esse mesmo motivo, tornou-se igualmente numa figura polémica, porque a sua visão da História tem sido, por vezes, questionada pelo meio académico.
Voltou a lecionar, como professor convidado na Escola Superior de Polícia (atual Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna) e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura.
Ficou classificado em 26.º lugar entre os cem Grandes Portugueses, do concurso da RTP 1.
Foi o irmão do professor António José Saraiva, que chegou a ser militante do PCP, e pelo qual sempre nutriu uma profunda admiração, apesar das diferenças políticas, e tio do jornalista José António Saraiva. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 - 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente da Primeira Guerra Mundial. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem teve cinco filhos.
No seu livro de memórias provocou um grande escândalo ao afirmar que Aristides de Sousa Mendes esteve longe de ser o herói que fizeram dele, e inclusivamente levantou suspeitas sobre as verdadeiras intenções de Sousa Mendes naquilo que se considera o seu grande papel na salvação de vidas.
José Hermano Saraiva morreu a 20 de julho de 2012, aos 92 anos, em Palmela, onde residia. Foi homenageado posteriormente com um voto de pesar e um minuto de silêncio pela Assembleia da República, o qual foi aprovado com os votos a favor do PSD, PS e PP, e os votos contra do PCP, PEV (CDU) e BE.
    

O Atentado de Suruc foi há oito anos

       
O Atentado de Suruç foi um ataque terrorista que aconteceu na parte externa do Centro Cultural Amara, no distrito rural de Suruç, localizado na província de Şanlıurfa, na Turquia, em 20 de julho de 2015. Ao todo, 33 pessoas foram mortas e outras 104 ficaram feridas.
O atentado tinha como alvo membros da Federação de Associações da Juventude Socialista (SGDF), braço do Partido Socialista do Oprimido (ESP), que iam dar uma declaração à imprensa sobre a reconstrução da cidade síria de Kobanî quando o ataque ocorreu. Kobani, que está a aproximadamente 10 quilómetros do Suruç, estava sob o cerco das forças do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Mais de 300 membros da SGDF tinham vindo de Istambul para Suruç para participar dos trabalhos de reconstrução em Kobani e estavam hospedados no Centro Cultural de Amara, enquanto se preparavam para cruzar a fronteira. A explosão, que foi registada em vídeo, foi identificada como sendo causada por uma bomba de fragmentação detonada, no que a princípio se acreditou ser um ataque suicida.
Evidências preliminares já apontavam para o envolvimento do EIIL, o que foi confirmado um dia depois do ataque, quando a organização terrorista assumiu a responsabilidade pelo atentado. O Estado Islâmico tinha tomado a decisão de prosseguir com operações mais ativas no território turco poucos dias antes do ataque. Şeyh Alagöz Abdurrahman, um estudante de 20 anos de idade de Adıyaman, com possíveis ligações com o EIIL, foi identificado como o autor do massacre. Com exceção de um confronto não planeado entre militantes do EIIL e soldados turcos em março 2014, este foi o primeiro ataque planeado em solo turco feito pelo Estado Islâmico. O ataque teve como resultado a entrada da Turquia na Guerra contra o Estado Islâmico, sendo que as operações de combate ao terrorismo em larga escala contra alvos do EIIL e de outras organizações terroristas começou em 24 de julho.
O ataque foi fortemente condenado pela comunidade internacional, além de ter feito com que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa o país, prometesse fechar a fronteira turco-síria. A oposição criticou o governo por não ter protegido a fronteira antes.
         

Gastão Cruz nasceu há 82 anos...

(imagem daqui)


Gastão Santana Franco da Cruz (Faro, 20 de julho de 1941 - Lisboa, 20 de março de 2022) foi um poeta, crítico literário e encenador português.
Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino secundário e leitor de Português no King's College, pertencente à Universidade de Londres.
Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação coletiva Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a revista Outubro e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta - Seara Nova, O Tempo e o Modo ou Os Cadernos do Meio-Dia (publicados sob a direção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa). Essa colaboração foi reunida em volume, com o título A Poesia Portuguesa Hoje (1973), livro que permanece hoje como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta.
Ligado ao teatro, Gastão Cruz foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), para o qual encenou peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov ou uma adaptação sua de Uma Abelha na Chuva (1977), de Carlos de Oliveira. Algumas delas foram, pela primeira vez, traduzidas para português pelo poeta. Foi igualmente um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras, em 1965.
O percurso literário de Gastão Cruz inclui a tradução de nomes como William Blake, Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare. As Doze Canções de Blake que traduziu fazem, aliás, parte da sua bibliografia poética.
A sua obra Rua de Portugal recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2004. Em 2009, A Moeda do Tempo mereceu o Prémio Correntes d'Escritas. A 8 de novembro de 2019, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
  

 

DENTRO DA VIDA

Não estamos preparados para nada:
certamente que não para viver
Dentro da vida vamos escolher
o erro certo ou a certeza errada

Que nos redime dessa magoada
agitação do amor em que prazer
nem sempre é o que fica de querer
ser o amador e ser a coisa amada?

Porque ninguém nos salva de não ser
também de ser já nada nos resgata
Não estamos preparados para o nada:
certamente que não para morrer

 

Gastão Cruz

quarta-feira, julho 19, 2023

Edgar Degas nasceu há 189 anos


Auto-retrato, Museu de Orsay

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 - Paris, 27 de setembro, 1917) foi um gravurista, pintor e escultor francês. Embora seja muito conhecido pelas suas pinturas, maioritariamente de carisma impressionista, é igualmente relembrado como gravurista. Muitos dos seus trabalhos estão hoje expostos no Museu de Orsay, em Paris, cidade onde o artista nasceu e faleceu.
     

A pequena bailarina de catorze anos
, escultura forjada em bronze a partir da imagem em cera exibida na Mostra Impressionista de 1881
       
Exportadores de algodão - 1873
     

Hoje é dia de recordar uma Mulher, Mãe e Rainha...

Representação do início do século XX de D. Filipa, no teto da Sala dos Reis, Quinta da Regaleira, Sintra
  
    
D. FILIPA DE LENCASTRE


Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?

Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Graal,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!
   


  
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

O guitarrista Jorge Gomes nasceu há 82 anos


(imagem daqui)


Jorge Gomes nasceu em Coimbra em 19 de julho de 1941. Tendo começado por aprender viola aos 15 anos, o seu contributo tem sido notável no ensino da Guitarra de Coimbra – cordofone que toca desde 1957. Foi, porém, a partir de 1971, que a sua faceta de professor de Guitarra se começou a impor: inicialmente em sua casa e depois pelo FAOJ, ACM, Escola do Chiado (ligada à Câmara Municipal), Tuna Académica e Secção de Fado da AAC. No fundo são 50 anos a ensinar em 80 anos de vida!
Estudioso e executante da obra de Artur Paredes, Jorge Gomes é um verdadeiro pedagogo na transmissão aos mais novos da vivência humana e académica que deve marcar a aprendizagem da Guitarra de Coimbra, valorizando o espírito de fraternidade e de solidariedade que deve existir entre todos. 
Aos alunos, Gomes deixa-os livres: «Dou o meu parecer crítico, até porque é inevitável, senão não era bom transmissor. E aguço-lhes o ânimo para tentarem, realmente, fazer as coisas com pés e cabeça, lembrando-lhes que não se podem desligar nunca da referência cultural coimbrã. Podem andar às voltas ou subir em espiral, mas têm que manter, pelo menos, o mínimo cultural que liga aquilo que estão a fazer à obra cultural de Coimbra. Aquilo que define tem que ficar, depois façam o que entenderem» (Jornal de Coimbra, 21 Maio, 1997).
O facto é que Mestre Jorge Gomes, nas suas aulas, limita-se a fornecer as "ferramentas” que são a base da escola guitarrística de Coimbra e que, para ele, estão em Artur Paredes. Quem quiser, mais tarde, executar outros autores estará, segundo ele, habilitado a fazê-lo e bem. Segundo Gomes, e em relação aos seus aprendizes, «o meu objetivo é dar-lhes conhecimentos para que sejam auto-suficientes, (…) esforçá-los a dominar a técnica, (…) orientá-los nesse caminho e depois deixá-los criar» (Jornal de Coimbra, 25.07.1990).
Mestre Jorge Gomes é o único e grande responsável pelo forte impulso e difusão que a Guitarra de Coimbra sofreu a partir do último quartel do século XX e Coimbra deve-lhe um reconhecimento pelo facto desta Guitarra ter recomeçado a ser executada pelas novas gerações surgidas após o 25 de Abril de 1974.
 

Allen Collins nasceu há 71 anos...


 

Larkin Allen Collins Jr. (Jacksonville, Florida, July 19, 1952 – Jacksonville, Florida, January 23, 1990) was an American guitarist, and one of the founding members of the Southern rock band Lynyrd Skynyrd. He co-wrote many of the band's songs with frontman and original lead singer Ronnie Van Zant

        

(...)   

           

On January 29, 1986, Collins was driving a new black Ford Thunderbird when he was involved in a car accident that claimed the life of his girlfriend, Debra Jean Watts, and paralyzed the guitarist from the waist down, with limited use of his arms and hands. Collins pleaded no contest to vehicular manslaughter as well as driving under the influence of alcohol. Due to his injuries, he would never play guitar on stage again.

Collins' last performance with Lynyrd Skynyrd was at the band's first reunion after the plane crash at the 1979 Volunteer Jam V in Nashville, Tennessee. All remaining members of Lynyrd Skynyrd reunited officially in 1987, but Collins served only as musical director, due to his paralysis. As part of his plea bargain for the 1986 accident, Collins addressed fans at every Skynyrd concert with an explanation of why he could not perform, citing the dangers of drinking and driving, as well as drugs and alcohol. Also because of Collins' accident, the band donated a sizable amount of concert proceeds from the 1987–88 tour to the Miami Project, which is involved in treatment of paralysis. Collins founded Roll For Rock Wheelchair Events and Benefit Concerts in 1988 to raise awareness and to provide opportunities for those living with spinal cord injuries and other physical disabilities.

Allen Collins died on January 23, 1990, from chronic pneumonia, a complication of the paralysis. He is buried beside his wife in Jacksonville, Florida.

In 2006, Collins was posthumously inducted into the Rock and Roll Hall of Fame as a member of Lynyrd Skynyrd. 

Collins with Lynyrd Skynyrd in 1977 (from left to right): Leon Wilkeson, Allen Collins, Ronnie Van Zant, Gary Rossington, Steve Gaines, Artimus Pyle and Billy Powell

in Wikipédia

 


Música adequada à data...

 


Filipa de Lencastre, rainha de Portugal e mãe da Ínclita Geração, morreu há 608 anos...

Efígie de D. Filipa de Lencastre no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa - única mulher representada no monumento

 

Filipa de Lencastre (Leicester, 1359 - Lisboa, 19 de julho de 1415) foi uma princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gant, 1.º Duque de Lencastre, pela sua mulher Branca de Lencastre.
   
Tornou-se rainha consorte de Portugal através do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 na cidade do Porto. Este casamento foi acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa, contra o eixo França-Castela. Foi-lhe atribuída a distinção inglesa da Ordem da Jarreteira.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Filipa de Lencastre recebeu as rendas da alfândega de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.
Foi uma rainha generosa e amada pelo povo. Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.
Filipa morreu de peste negra nos arredores de Lisboa, poucos dias antes da partida para a expedição a Ceuta; segundo uns, terá sido primariamente sepultada no convento de Odivelas; segundo outros, no convento de Sacavém. Está sepultada na Capela do Fundador, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, ao lado do seu esposo.

 

in Wikipédia

   
Brasão da Rainha Dª Filipa de Lencastre (imagem daqui)

 

A Batalha de Matapão foi há 306 anos

Retrato de El-Rei D. João V alusivo à batalha de Matapão
 
A Batalha de Matapão foi uma batalha naval travada a 19 de julho de 1717, entre uma armada de aliados cristãos e a armada do Império Otomano. Foi travada no mar Mediterrâneo, na golfo da Lacónia, no extremo sul da Grécia, a cerca de vinte milhas náuticas a nordeste do cabo de Matapão, que lhe deu o nome.
A armada cristã era essencialmente composta pela Armata grossa da República de Veneza, com uma esquadra de auxiliares dos Estados Pontifícios, da Ordem de Malta, do Grão-Ducado da Toscânia, e de Portugal. Com o desenvolver dos acontecimentos, foram estes últimos que travaram o combate mais importante da batalha, tendo a armada otomana retirado após um dia de combates, principalmente com as naus de guerra portuguesas.
A batalha foi uma vitória tática dos aliados, mas indecisa do ponto de vista estratégico. No entanto, apesar de não apresentar qualquer resultado estratégico, o desempenho da esquadra portuguesa chefiada pelo seu almirante Lopo Furtado de Mendonça (conde de Rio Grande) prestigiou a Armada Real portuguesa, e toda a campanha pode ser considerada um grande êxito diplomático de D. João V - apenas, parafraseando Clausewitz, com outros meios.

(...)

Embora a Batalha do Matapão não tenha tido qualquer relevância estratégica para a guerra contra os turcos, a batalha teve assim um papel de relevo na política externa de D. João V, prestigiando a sua Armada Real e projetando o reino de Portugal na Europa, afirmando mais uma vez a sua aliança com o cunhado, o Imperador Carlos VI, o Papa, e no caso os seus aliados, Veneza e a Ordem de Malta. Talvez por essa razão foi o português D. António Manuel de Vilhena cinco anos mais tarde eleito grão-mestre da Ordem de Malta em 1722, tornando-se um dos mais notáveis mestres da história da Ordem.
Na Batalha de Matapão vemos assim a Armada Real de Portugal ser usada, mais do que para fins militares de defesa, como uma peça no grande jogo de xadrez da política europeia. A esquadra do Conde do Rio Grande foi assim, para citar o célebre dito de Clausewitz, uma continuação da política com outros meios. No entanto, esta foi a última vez que a Armada Real portuguesa assim foi usada. Futuramente, graças às prioridades de D. João V e seus sucessores, limitar-se-ia a missões puramente militares de defesa do território do império português.

Aristides de Sousa Mendes nasceu há 138 anos


Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches (Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, 19 de julho de 1885 - Lisboa, 3 de abril de 1954) foi um diplomata português. Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo), e concedeu trinta mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940.
Aristides de Sousa Mendes salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Chamado de "Schindler português", Sousa Mendes também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de pessoas, das quais cerca de dez mil judeus.
     
Vida
Foi batizado Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches numa pequena aldeia do concelho do Carregal do Sal, no sul do distrito de Viseu. Aristides pertenceu a uma família aristocrática rural, católica, conservadora e monárquica (ele também católico e monárquico que apoiou a célebre contra-revolução a "Monarquia do Norte"). O seu pai era membro do supremo tribunal. Pelo lado materno era bisneto matrilineal por bastardia do 2.º Visconde de Midões e descendente de D. Fernando de Almada (2º Conde de Avranches). Pelo lado familiar "de Sousa", descendente de Madragana Ben Aloandro (de quem teve filhos El-Rei D. Afonso III de Portugal), senhora que pertencia à Comunidade Judaica de Faro e cuja ascendência provinha do próprio Rei David de Israel.
Aristides instala-se em Lisboa em 1907 após a licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tal como o seu irmão gémeo César de Sousa Mendes. Ambos enveredaram pela carreira diplomática. César foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo a 28 de janeiro de 1925 e Grã-Cruz da Ordem Real da Estrela Polar da Suécia a 23 de setembro de 1932. Em 1909 nasceu seu primogénito, tendo ao todo 14 filhos e filhas com a sua mulher Angelina.
Aristides ocupou diversas delegações consulares portuguesas pelo mundo fora, entre elas: Zanzibar, Brasil, Estados Unidos, Guiana, entre outras.
Em 1929 é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia, cargo que ocupa até 1938. O seu empenho na promoção da imagem de Portugal não passa despercebido. É condecorado por duas vezes por Leopoldo III, rei da Bélgica, tendo-o feito Oficial da Ordem de Leopoldo II a 6 de janeiro de 1931 e Comendador da Ordem da Coroa, a mais alta condecoração belga. Durante o período em que viveu na Bélgica, conviveu com personalidades ilustres, como o escritor Maurice Maeterlinck, Prémio Nobel da Literatura, e o cientista Albert Einstein, Prémio Nobel da Física.
Depois de quase dez anos de serviço na Bélgica, Salazar, presidente do Conselho de Ministros e simultaneamente Ministro dos Negócios Estrangeiros, nomeia Sousa Mendes cônsul em Bordéus, França.
  
II Grande Guerra
Aristides de Sousa Mendes permanece ainda cônsul de Bordéus quando tem início a Segunda Guerra Mundial, e as tropas de Adolf Hitler avançam rapidamente sobre a França. Salazar manteve a neutralidade de Portugal.
Pela circular 14, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
Entretanto, em 1940, o governo francês refugiou-se temporariamente na cidade de Vichy, fugindo de Paris antes da chegada das tropas alemãs. Milhares de refugiados que fogem do avanço nazi dirigiram-se a Bordéus. Muitos deles afluem ao consulado português desejando obter um visto de entrada para Portugal ou para os Estados Unidos, onde Sousa Mendes, o cônsul, caso seguisse as instruções do seu governo, distribuiria vistos com parcimónia.
Já no final de 1939, Sousa Mendes tinha desobedecido às instruções do seu governo e emitido alguns vistos. Entre as pessoas que ele tinha então decidido ajudar encontra-se o rabino de Antuérpia, Jacob Kruger, que lhe faz compreender que há que salvar os refugiados judeus.
A 16 de junho de 1940, Aristides decide conceder visto a todos os que o pedissem: "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião". Com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos e do rabino Kruger, ele carimba passaportes, assina vistos, usando todas as folhas de papel disponíveis.
Confrontado com os primeiros avisos de Lisboa, ele terá dito:
Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus.
Uma vez que Salazar tomara medidas contra o cônsul, Aristides continuou a sua atividade de 20 a 23 de junho, em Baiona (França), no escritório de um vice-cônsul estupefacto, e mesmo na presença de dois outros funcionários de Salazar. A 22 de junho de 1940, a França pediu um armistício à Alemanha nazi. Mesmo a caminho de Hendaye, Aristides continua a emitir vistos para os refugiados que cruzam com ele a caminho da fronteira, uma vez que a 23 de junho, Salazar demitira-o de suas funções de cônsul.
Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este lidera, com a sua viatura, uma coluna de veículos de refugiados e guia-os em direção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existem telefones. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressiona os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados, que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.
     
Castigo de Salazar
A 8 de julho de 1940, Aristides, de volta a Portugal, é punido pelo governo de Salazar, que priva o diplomata de suas funções por um ano, diminuindo em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Para além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, também lhe é retirada.
O cônsul demitido e sua família, bastante numerosa, sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos. Dois dos seus filhos participaram no desembarque da Normandia.
Frequentou, juntamente com os seus familiares, a cantina da assistência judaica internacional, onde causou impressão pelas suas ricas roupas e sua presença. Certo dia, teve de confirmar:
 
Nós também, nós somos refugiados.
Em 1945, Salazar felicitou-o por Portugal ter ajudado os refugiados, recusando-se no entanto a reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático.
A sua miséria será ainda maior: venda dos bens, morte de sua esposa em 1948, emigração dos seus filhos, com uma exceção. Após a morte da mulher, Aristides de Sousa Mendes viveu com uma amante francesa que, segundo testemunhos da época, muito contribuiu para a sua miséria.
Aristides de Sousa Mendes faleceu muito pobre, a 3 de abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado com um hábito franciscano.
    
Pessoas que salvou
Cerca de trinta mil vistos foram emitidos pelo cônsul Sousa Mendes, dos quais dez mil a refugiados de confissão judaica.
Entre aqueles que obtiveram um visto do cônsul português contam-se:
  
Políticos:
  • Otto de Habsburgo, filho de Carlos, o último imperador da Áustria-Hungria; o príncipe Otto era detestado por Adolf Hitler, que o condenara inclusive à morte. Ele escapou com a sua família desde o exílio belga e dirigiu-se aos Estados Unidos onde participou numa campanha para alertar a opinião pública.
  • Vários ministros do governo belga no exílio.
Artistas:

Reconhecimento
Em 1966, o Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto situado em Jerusalém) em Israel, presta-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de "Justo entre as nações". Já em 1961, haviam sido plantadas vinte árvores em sua memória nos terrenos do Museu Yad Vashem.
Em 1986, a 15 de novembro, o presidente da República Portuguesa Mário Soares reabilita Aristides de Sousa Mendes condecorando-o a título póstumo com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade e a sua família recebe as desculpas públicas, dezasseis anos após a morte de Salazar.
Em 1994, o presidente português Mário Soares desvela um busto em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, bem como uma placa comemorativa na Rua 14 Quai Louis-XVIII, o endereço do consulado de Portugal em Bordéus em 1940.
Em 1995, a 23 de março, é agraciado a título póstumo pelo presidente da República Portuguesa Mário Soares com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Em 1995, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) cria um prémio anual com o seu nome.
Em 1996, o grupo de escuteiros de Esgueira (Aveiro) homenageou-o criando o CLÃ 25 ASM (Aristides de Sousa Mendes)
Em 1998, a República Portuguesa, na prossecução do processo de reabilitação oficial da memória de Aristides de Sousa Mendes, condecora-o com a Cruz de Mérito a título póstumo pelas suas acções em Bordéus.
Em 2005, na Grande Sala da Unesco em Paris, o barítono Jorge Chaminé organiza uma homenagem a Aristides de Sousa Mendes, realizando dois Concertos para a Paz, integrados nas comemorações dos sessenta anos da Unesco.
Em 2006 foi realizada uma ação de sensibilização: "Reconstruir a Casa do Cônsul Aristides de Sousa Mendes", na sua antiga casa em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal e na Quinta de Crestelo, Seia - São Romão.
Em 2007, um programa televisivo da RTP1, Os Grandes Portugueses, promoveu a escolha dos dez maiores e importantes portugueses de todos os tempos. Sousa Mendes foi o terceiro mais votado. Ironicamente, o primeiro lugar foi atribuído a Salazar e o segundo lugar a Álvaro Cunhal.
Em 2007 o barítono Jorge Chaminé realizou dois concertos de homenagem a Aristides de Sousa Mendes, em Baiona e em Bordéus.
Em Viena, Áustria, no Vienna International Center, onde estão sediados diversos organismos da ONU, como a Agência Internacional de Energia Atómica, existe um grande passeio pedonal com o nome do ex-diplomata português, denominado Aristides-de-Sousa-Mendes-Promenade.
Aristides de Sousa Mendes não foi o único funcionário a quem o seu país não perdoou a desobediência apesar dos seus atos de justiça e humanidade na Segunda Guerra Mundial. Entre outros casos conhecidos de figuras que se destacaram pela coragem e humanismo incluem-se o cônsul japonês em Kaunas (Lituânia) Chiune Sugihara e Paul Grüninger, chefe da polícia do cantão suíço de São Galo.
    

Cesário Verde morreu há 137 anos

(imagem daqui)
   
José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de fevereiro de 1855 - Lumiar, 19 de julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as atividades de comerciante herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários prediletos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.

 

Impossível
 
Nós podemos viver alegremente,
Sem que venham com fórmulas legais,
Unir as nossas mãos, eternamente,
As mãos sacerdotais.
  
Eu posso ver os ombros teus desnudos,
Palpá-los, contemplar-lhes a brancura,
E até beijar teus olhos tão ramudos,
Cor de azeitona escura.
  
Eu posso, se quiser, cheio de manha,
Sondar, quando vestida, pra dar fé,
A tua camisinha de bretanha,
Ornada de crochet.
  
Posso sentir-te em fogo, escandescida,
De faces cor-de-rosa e vermelhão,
Junto a mim, com langor, entredormida,
Nas noites de verão.
  
Eu posso, com valor que nada teme,
Contigo preparar lautos festins,
E ajudar-te a fazer o leite-creme,
E os mélicos pudins.
 
Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo,
Dar-te a vida, o calor, dar-te cognac,
Hinos de amor, vestidos de veludo,
E botas de duraque
  
E até posso com ar de rei, que o sou!
Dar-te cautelas brancas, minha rola,
Da grande loteria que passou,
Da boa, da espanhola,
   
Já vês, pois, que podemos viver juntos,
Nos mesmos aposentos confortáveis,
Comer dos mesmos bolos e presuntos,
E rir dos miseráveis.
  
Nós podemos, nós dois, por nossa sina,
Quando o Sol é mais rúbido e escarlate,
Beber na mesma chávena da China,
O nosso chocolate.
  
E podemos até, noites amadas!
Dormir juntos dum modo galhofeiro,
Com as nossas cabeças repousadas,
No mesmo travesseiro.
   
Posso ser teu amigo até à morte,
Sumamente amigo! Mas por lei,
Ligar a minha sorte à tua sorte,
Eu nunca poderei!
  
Eu posso amar-te como o Dante amou,
Seguir-te sempre como a luz ao raio,
Mas ir, contigo, à igreja, isso não vou,
Lá essa é que eu não caio!

 

Cesário Verde