quinta-feira, julho 20, 2023

Gastão Cruz nasceu há 82 anos...

(imagem daqui)


Gastão Santana Franco da Cruz (Faro, 20 de julho de 1941 - Lisboa, 20 de março de 2022) foi um poeta, crítico literário e encenador português.
Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino secundário e leitor de Português no King's College, pertencente à Universidade de Londres.
Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação coletiva Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a revista Outubro e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta - Seara Nova, O Tempo e o Modo ou Os Cadernos do Meio-Dia (publicados sob a direção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa). Essa colaboração foi reunida em volume, com o título A Poesia Portuguesa Hoje (1973), livro que permanece hoje como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta.
Ligado ao teatro, Gastão Cruz foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), para o qual encenou peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov ou uma adaptação sua de Uma Abelha na Chuva (1977), de Carlos de Oliveira. Algumas delas foram, pela primeira vez, traduzidas para português pelo poeta. Foi igualmente um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras, em 1965.
O percurso literário de Gastão Cruz inclui a tradução de nomes como William Blake, Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare. As Doze Canções de Blake que traduziu fazem, aliás, parte da sua bibliografia poética.
A sua obra Rua de Portugal recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2004. Em 2009, A Moeda do Tempo mereceu o Prémio Correntes d'Escritas. A 8 de novembro de 2019, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
  

 

DENTRO DA VIDA

Não estamos preparados para nada:
certamente que não para viver
Dentro da vida vamos escolher
o erro certo ou a certeza errada

Que nos redime dessa magoada
agitação do amor em que prazer
nem sempre é o que fica de querer
ser o amador e ser a coisa amada?

Porque ninguém nos salva de não ser
também de ser já nada nos resgata
Não estamos preparados para o nada:
certamente que não para morrer

 

Gastão Cruz

2 comentários:

Manuel M Pinto disse...

"José Liberato Freire de Carvalho (Coimbra, 20-07-1772 - Lisboa, 31-03-1855) é uma figura maior do primeiro liberalismo português. Crúzio e maçon, tradutor de Condillac e de Tácito, redator e editor de O Investigador Portuguez em Inglaterra e de O Campeão Portuguez em Londres (e depois em Lisboa), eleito deputado em quatro ocasiões, ideólogo liberal, organizador de sociedades cívicas e patrióticas, pensador do constitucionalismo, memorialista e ensaísta – este sócio da Academia das Ciências, director e administrador da Imprensa Nacional, teve também o reconhecimento pelo então Institut Historique de Paris, que o fez seu sócio correspondente. A sua longa vida foi recheada de perseguições, clausuras, exílios e prisões, tendo a sua personalidade vincada ganho o respeito e a admiração dos muitos amigos e de outros tantos adversários."

Fernando Martins disse...

Obrigado pela sugestão - publicámos um posta recordar o nascimento de José Liberato Freire de Carvalho.