quarta-feira, julho 19, 2023

O guitarrista Jorge Gomes nasceu há 82 anos


(imagem daqui)


Jorge Gomes nasceu em Coimbra em 19 de julho de 1941. Tendo começado por aprender viola aos 15 anos, o seu contributo tem sido notável no ensino da Guitarra de Coimbra – cordofone que toca desde 1957. Foi, porém, a partir de 1971, que a sua faceta de professor de Guitarra se começou a impor: inicialmente em sua casa e depois pelo FAOJ, ACM, Escola do Chiado (ligada à Câmara Municipal), Tuna Académica e Secção de Fado da AAC. No fundo são 50 anos a ensinar em 80 anos de vida!
Estudioso e executante da obra de Artur Paredes, Jorge Gomes é um verdadeiro pedagogo na transmissão aos mais novos da vivência humana e académica que deve marcar a aprendizagem da Guitarra de Coimbra, valorizando o espírito de fraternidade e de solidariedade que deve existir entre todos. 
Aos alunos, Gomes deixa-os livres: «Dou o meu parecer crítico, até porque é inevitável, senão não era bom transmissor. E aguço-lhes o ânimo para tentarem, realmente, fazer as coisas com pés e cabeça, lembrando-lhes que não se podem desligar nunca da referência cultural coimbrã. Podem andar às voltas ou subir em espiral, mas têm que manter, pelo menos, o mínimo cultural que liga aquilo que estão a fazer à obra cultural de Coimbra. Aquilo que define tem que ficar, depois façam o que entenderem» (Jornal de Coimbra, 21 Maio, 1997).
O facto é que Mestre Jorge Gomes, nas suas aulas, limita-se a fornecer as "ferramentas” que são a base da escola guitarrística de Coimbra e que, para ele, estão em Artur Paredes. Quem quiser, mais tarde, executar outros autores estará, segundo ele, habilitado a fazê-lo e bem. Segundo Gomes, e em relação aos seus aprendizes, «o meu objetivo é dar-lhes conhecimentos para que sejam auto-suficientes, (…) esforçá-los a dominar a técnica, (…) orientá-los nesse caminho e depois deixá-los criar» (Jornal de Coimbra, 25.07.1990).
Mestre Jorge Gomes é o único e grande responsável pelo forte impulso e difusão que a Guitarra de Coimbra sofreu a partir do último quartel do século XX e Coimbra deve-lhe um reconhecimento pelo facto desta Guitarra ter recomeçado a ser executada pelas novas gerações surgidas após o 25 de Abril de 1974.
 

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