sábado, janeiro 05, 2019

O Luiz Pacheco morreu há onze anos...

(imagem daqui)
  
Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco (Lisboa, 7 de maio de 1925 - Montijo, 5 de janeiro de 2008) foi um escritor, editor, polemista, epistológrafo e crítico de literatura português.
Nasceu em 1925, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, numa velha casa da Rua da Estefânia, filho único, no seio de uma família da classe média, de origem alentejana, com alguns antepassados militares. O pai era funcionário público e músico amador. Na juventude, Luiz Pacheco teve alguns envolvimentos amorosos com raparigas menores, como ele, que haveriam de o levar por duas vezes à prisão.
Desde cedo teve a biblioteca do seu pai à sua inteira disposição e depressa manifestou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e chegou a frequentar o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi óptimo aluno, mas optou por abandonar os estudos. A partir de 1946 trabalhou como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, acabando um dia por se demitir dessas funções, por se ter fartado do emprego. Desde então teve uma vida atribulada, sem meio de subsistência regular e seguro para sustentar a família crescente (oito filhos, de três mães adolescentes), chegando por vezes a viver na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues, indo à Sopa dos Pobres. Esse período difícil da vida inspirou-lhe o conto Comunidade, considerado por muitos a sua obra-prima. Nos anos 1960 e 70, por vezes viveu fora de Lisboa, nas Caldas da Rainha e em Setúbal.
Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder, etc., tendo sido amigo de muitos deles. Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime salazarista. Denunciou, de igual modo, plágios, entre os quais o cometido por Fernando Namora, em Domingo à Tarde, sobre o romance Aparição, de Vergílio Ferreira - "O caso do sonâmbulo chupista" (Contraponto).
A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos (nunca se dedicou ao romance ou ao conto) tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente "neo-abjeccionista". Em O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (escrito em 1961), texto emblemático dessa corrente e que muito escândalo causou na época da sua publicação (1970), narra um dia passado numa Braga fantasmática e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo frustrantemente solitário.
Alto, magro e escanzelado, calvo, usando óculos com lentes muito grossas devido a uma forte miopia, vestindo roupas usadas (por vezes andrajosas e abaixo do seu tamanho), hipersensível ao álcool (gostava de vinho tinto e de cerveja), hipocondríaco sempre à beira da morte (devido à asma e a um coração fraco), impenitentemente cínico e honesto, paradoxal e desconcertante, é sem dúvida, como pícaro personagem literário, um digno herdeiro de Luís de Camões, Bocage, Gomes Leal ou Fernando Pessoa.
Debilitado fisicamente e quase cego devido às cataratas, mas ainda a dar entrevistas aos jornais, nos últimos anos passou por três lares de idosos, tendo mudado em 2006 para casa do seu filho João Miguel Pacheco, no Montijo e daí para um lar, na mesma cidade.
Um ano após a morte de Mário Cesariny, a 26 de novembro de 2007, em jeito de homenagem ao poeta, Comunidade foi editada em serigrafia/texto com pinturas de Artur do Cruzeiro Seixas pela Galeria Perve. Nessa efeméride, Luiz Pacheco foi entrevistado pela RTP, no seu quarto e último lar de idosos.
Morreria algumas semanas depois, a 5 de janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital do Montijo, onde declararam o óbito às 22.17 horas.
   
 
   
hoje há pachecos, amanhã não sabemos…

hoje há pachecos, amanhã não sabemos…
com vinte escudinhos
nem um copo de vinho

suspeito que os malmequeres um dia vão mudar de cor
por qué no te callas?,
lá para sexta deve vir o burrinho
há dias que nem o presépio nem os santinhos
por qué no te callas?,

há coisas fantásticas!
um avião por exemplo
uma espécie de presépio
melhorado por dentro
por qué no te callas?,
gosto mais do que tem palhinhas

hoje há pachecos, amanhã não sabemos
vai um café?

é melhor esquecer
sabe-se lá…
por qué no te callas?,
olha,
a televisão hipnotiza crianças
restinhos de família
a Júlia florista
só não hipnotiza o Pacheco
sabe-se lá porquê…

vai um joguinho?
por qué no te callas?,

a ginja não é proibida.
ginjinha pás veias!

as barragens fazem toda a diferença!
por qué no te callas?,

conheces o sócrates?
eh pá, não me lembro…



maria azenha - (na morte de Luiz Pacheco, a 5 de janeiro de 2008)

O Homem que levou a Espanha da ditadura franquista para a democracia nasceu há 81 anos

Juan Carlos e a esposa Sofia
      
Juan Carlos de Espanha (nome completo em espanhol: Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias; Roma, 5 de janeiro de 1938) foi o rei de Espanha de 22 de novembro de 1975 a 19 de junho de 2014. Nasceu na Itália durante o exílio do seu avô, Afonso XIII de Espanha, sendo filho de João de Bourbon e de Maria das Mercedes de Bourbon e Orléans, Princesa das Duas Sicílias.
O seu avô, Afonso XIII, foi rei de Espanha até 1931, altura em que foi deposto pela Segunda República Espanhola. Por expresso desejo de seu pai, a sua formação fundamental desenvolveu-se na Espanha, onde chegou pela primeira vez aos 10 anos, procedente de Portugal, onde residiam os condes de Barcelona desde 1946, na vila atlântica do Estoril, e foi aluno interno num colégio dos Marianos da cidade suíça de Friburgo.
O ditador Francisco Franco foi quem nomeou João Carlos como futuro rei, em 1969, após Espanha já ter extinto a monarquia. Após a morte de Franco conseguiu fazer a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar e, segundo sondagens de opinião, já gozou de muito pouca popularidade entre os espanhóis. Contudo, alguns incidentes durante o seu reinado levaram a que dois terços dos espanhóis desejassem que o rei Juan Carlos abdicasse do trono.
Em 2 de junho de 2014, o primeiro-ministro Mariano Rajoy recebeu do monarca a sua carta de abdicação. Sucedeu-lhe o seu filho, Filipe VI, após a aprovação de uma lei orgânica tal como estabelece o artigo 57.5 do texto constitucional espanhol. Em 11 de junho de 2014, o parlamento espanhol aprovou sua abdicação, com 299 votos a favor, 19 contra e 23 abstenções.
Brasão de armas de Juan Carlos
  
in Wikipédia

Nelson Ned morreu há cinco anos...

Nelson Ned d'Ávila Pinto (Ubá, 2 de março de 1947 - Cotia, 5 de janeiro de 2014) foi um cantor e compositor brasileiro.
Ned foi o primeiro latino-americano a vender 1 milhão de discos nos Estados Unidos, e chegou a apresentar-se ao lado de grandes nomes da música romântica internacional, como Julio Iglesias e Tony Bennett.
 
Nelson Ned d’Ávila Pinto nasceu a 2 de março de 1947, num casarão na Rua Coronel Júlio Soares, em Ubá, Minas Gerais. Como a criança não se desenvolvia, foi-lhe diagnosticada displasia espôndilo-epifisária, que o levou a ter apenas 1,12 metro de altura na fase adulta. Os seus seis irmãos nasceram sem esse distúrbio, mas os três filhos de Nelson herdaram o nanismo.
 
(...)
 
Lançou em 1996 a biografia O Pequeno Gigante da Canção, uma referência à sua condição de anão. No livro, ele contou como enfrentou a depressão no auge da sua carreira, passou a beber e a envolveu-se com drogas.
Sofreu um acidente vascular cerebral em 2003, o que o levou a perder a visão do olho direito. Desde então, morava numa residência adaptada às suas necessidades, em São Paulo. O cantor ainda sofria de diabetes, hipertensão e estaria já com a doença de Alzheimer.
No dia 24 de dezembro de 2013 passou a viver numa clínica de repouso na Granja Viana, Cotia, próximo de São Paulo. Poucos dias depois, em 4 de janeiro, deu entrada no Hospital Regional de Cotia, com uma infecção respiratória aguda, pneumonia e problemas na bexiga.
Morreu na manhã de 5 de janeiro de 2014 no Hospital Regional de Cotia, em São Paulo, devido a complicações de um quadro de pneumonia.
 

Marilyn Manson faz hoje cinquenta anos

Marilyn Manson (nome artístico de Brian Hugh Warner; Canton, 5 de janeiro de 1969) é um músico americano, líder e vocalista de uma banda epónima de Metal Industrial, conhecido por sua personalidade escandalosa. O seu nome artístico foi formado a partir dos nomes Marilyn Monroe e Charles Manson, mostrando o que ele considerava o último e mais perturbante dualismo da cultura americana. Marilyn Manson, além de músico, também é pintor e já fez diversas pequenos papéis como ator em alguns filmes - além de dirigir curtas-metragens.
  
Infância e Adolescência
Único filho de Barbara e Hugh Warner - e primo em quarto grau do comentador conservador Pat Buchanan, Marilyn Manson nasceu em Canton, Ohio, no dia 5 de janeiro de 1969.
Tendo um pai católico e uma mãe episcopal, Brian estudou na escola Heritage Christian School do primeiro ao décimo ano. No colégio, Manson era discriminado por escutar heavy metal e ter um comportamento tímido, além do seu aspecto físico, muito magro e branco. Aproveitando-se da proibição da música pesada e de doces na escola, tornou-se um espécie de traficante dos dois, vendendo cassetes de Heavy Metal por preços absurdamente caros aos colegas e depois arrombando os seus armários no horário das aulas para revender - segundo o próprio Manson.
Quando mais novo, teve problemas com um vizinho que o forçava a ficar nu e o assediava sexualmente. Ao contar a seus pais o que acontecia, a sua cadela da raça Husky foi envenenada pelo mesmo, como forma de vingança. Manson também tinha uma cobra de estimação, chamada Max.
Mais tarde foi transferido para o Cardinal Gibbons High School, em Fort Lauderdale, Florida. Formou-se em 1987, e tornou-se um estudante no Broward Community College em 1990. Manson trabalhava para uma licenciatura em jornalismo e foi ganhando experiência na área da escrita ao publicar artigos de música para a revista de estilo de vida do sul da Flórida, 25th Parallel.
Música
Manson, com o guitarrista Scott Putesky, formou o Marilyn Manson & the Spooky Kids na Flórida, em 1989. Enquanto a banda ainda compunha e fazia shows para pequenos públicos, Manson conheceu Jeordie White e Gregory Stephen Bier Jr. (mais conhecidos, respectivamente, como Twiggy Ramirez e Madonna Wayne Gacy) em dois projetos paralelos: Satan on Fire - uma banda de metal cristão na qual ele tocou guitarra e baixo, e Sra. Scabtree - uma banda formada em colaboração com White e a então sua namorada Jessicka, onde Manson tocava bateria.
No verão de 1993, a banda (agora já chamada apenas de Marilyn Manson) chamou a atenção de Trent Reznor, que produziu o seu álbum de estreia em 1994, Portrait of an American Family, e o lançou em sua gravadora, a Nothing Records. A banda começou a desenvolver um culto de seguidores, que se tornou ainda maior com o lançamento de Smells Like Children, em 1995. Esse EP rendeu à banda o primeiro grande sucesso exibido pela MTV com "Sweet Dreams (Are Made of This)", um cover do Eurythmics, lançado em 1983.
Em 1996, Antichrist Superstar (co-produzido por Trent Reznor) foi um sucesso ainda maior, levando Marilyn Manson e a sua banda ao sucesso mundial.
Jon Wiederhorn da MTV.com, referiu-se a Marilyn Manson em 2003 como "o único artista dos dias de hoje" e a sua banda vendeu, durante estes anos, mais de 50 milhões de álbuns.

Arte
Manson declarou, numa entrevista de 2004 para a revista iD, ter começado a sua carreira como pintor de aguarelas em 1999, quando ele fez peças de cinco minutos e as vendeu a traficantes de drogas. Em 13-14 de setembro de 2002, a sua primeira apresentação, The Golden Age of Grotesque, foi realizada no Los Angeles Contemporary Exhibitions Centre. O crítico Henry Max comparou-os aos trabalhos de "materiais de pacientes psiquiátricos feitas como terapia" e disse que o seu trabalho nunca seria levado a sério num contexto de belas artes, por escrito, que o valor estava "na sua celebridade, e não no se trabalho". Em 14-15 de Setembro de 2004, Manson realizou uma segunda exposição na primeira noite em Paris e a segunda em Berlim. O show foi chamado "Trismegisto", que foi também o título da peça central da exposição - três cabeças gigantes de Cristo pintadas num painel de madeira antiga de uma tabela de embalsamadores.
Manson nomeou o seu movimento artístico de Celebritarian Corporation. Ele cunhou um slogan para o movimento: "Vamos vender a nossa sombra para aqueles que estão dentro dela."
Celebritarian Corporation é também o nome homónimo de uma galeria de arte de propriedade de Manson, chamado Celebritarian Corporation Gallery of Fine Art, em Los Angeles, onde fez a sua terceira exposição como show inaugural. De 2 a 17 de abril de 2007, os seus últimos trabalhos estiveram em exposição no Space 39 Modern & Contemporary, na Flórida. Quarenta peças dessa exposição viajaram para a Gallery Brigitte Schenk, em Colónia, na Alemanha, para serem exibidas publicamente de 28 de junho a 28 de julho de 2007. Foi recusado a sua entrada na Catedral de Colónia, quando ele estava na cidade para participar dna noite de abertura.
Manson revelou uma série de 20 pinturas, em 2010, intituladas Genealogias da Dor, uma exposição apresentou na galeria Vienna's Kunsthalle, em que o artista colaborou com David Lynch.
Vida afetiva
Esteve noivo da atriz Rose McGowan, protagonista do filme Jawbreaker. Os dois se conheceram na estreia de Gummo, em 1997. Rose também apareceu no clipe da música de Manson, Coma White 2.0. Contudo, os dois não chegaram ao casamento e, em janeiro de 2001, Rose anunciou que o seu relacionamento com Manson tinha terminado, por causa das diferenças de estilo de vida de ambos. Rose recusou a falar sobre o fim da relação em público durante algum tempo, mas mais tarde disse que não conseguiria lidar com o abuso de drogas de Manson. "Eu percebi que este não era o estilo de vida com o qual eu queria ser casada" disse em uma entrevista. "Eu nunca fui uma mulher do rock." O próprio Manson comentou: "Sabe, não estou dizendo que estou feliz sobre isso, mas acho que as pessoas têm que viver as suas vidas e nenhum de nós queria mudar quem éramos - e acho que essa é a parte importante. No final você tem que estar feliz consigo mesmo."
Já foi casado com Dita Von Teese, artista burlesca. Os dois conheceram-se após Manson ter pedido para que ela atuasse num de seus videoclipes. Dita não pôde participar, mas no aniversário de 32 anos de Manson, em 2001, ela foi até a sua casa com uma garrafa de absinto e a partir daí os dois se tornaram um casal. Manson lhe fez o pedido no dia 22 de março de 2004 e eles casaram numa cerimónia privada. Separaram-se em dezembro de 2006 devido à "diferenças irreconciliáveis", de acordo com Dita. Numa entrevista com o jornal The Daily Telegraph, Von Teese disse "Eu não era partidária das suas festas ou do seu relacionamento com outra mulher. Por mais que o amasse, eu não iria fazer parte disso". A outra mulher acreditava-se ser a atriz Evan Rachel Wood, (protagonista do filme Thirteen), com a qual Manson continuou o relacionamento após o seu divórcio, apesar dos comentários mordazes dos críticos. Von Teese também disse que deu a Manson um ultimato, mas que "não funcionou. Ao invés disso, eu me tornei a inimiga". Wood participou do videoclipe Heart-Shaped Glasses, música que foi feita para a própria. Em 2008, os dois se separaram, após Wood ter recusado ao pedido de noivado feito por Manson.
Teve um breve relacionamento com a atriz de filmes pornográficos Stoya, de março a novembro de 2009. Em dezembro do mesmo ano ela anunciou em seu Twitter: Nós simplesmente não éramos certos um para o outro. Só porque nos divertimos não quer dizer que fomos feitos para algo duradouro. C'est la vie.
No mesmo ano reatou com Wood e em 2010 ficou noivo da atriz. Também não chegaram ao casamento e romperam o noivado meses depois.
Manson recentemente esteve ligado romanticamente com a fotógrafa americana Lindsay Usich, que é creditada como a fotógrafa do seu álbum Born Villain. Usich foi referida como a namorada de Manson na edição de março de 2012 da revista Revolver. No artigo é feita uma referência a uma pintura nova feita por Manson na qual aparece a fotógrafa. No dia 8 de fevereiro 2015, foi confirmado pela fotografa o fim da relação entre os dois, ainda por motivos desconhecidos.

Porque o Pacheco, após onze anos, ainda faz muita falta...

(imagem daqui)

CÔRO DE ESCARNHO E LAMENTAÇÃO DOS CORNUDOS EM VOLTA DE S. PEDRO

MONÓLOGO DO 1.º CORNUDO

I
Acordei um triste dia
Com uns cornos bem bonitos.
E perguntei à Maria
Por que me pôs os palitos.

II
Jurou por alma da mãe
Com mil tretas de mulher
Que era mentira. Também
Inda me custava a crer...

III
Fiquei de olho espevitado
Que o calado é o melhor
E para não re-ser enganado,
Redobrei gozos de amor.

IV
Tais canseiras dei ao físico,
Tal ardor pus nos abraços
Que caí morto de tísico
Com o sexo em pedaços!

V
Esperava por isso a magana?
Já previa o que se deu?...
Do além vi-a na cama
Com um tipo pior do que eu!

VI
Vi-o dar ao rabo a valer
Fornicando a preceito...
Sabia daquele mister
Que puxa muito do peito.

VII
Foi a hora de me eu rir
Que a vingança tem seus quês:
«O mais certo é práqui vir,
Inda antes que passe um mês».

VIII
Arranjei-lhe um bom lugar
Na pensão de Mestre Pedro
(Onde todos vão parar
Embora com muito medo...)

IX
Passava duma semana
O meu dito estava escrito
Vítima daquela magana
Pobre tísico, tadito!

DUETO DOS 2 CORNUDOS

X
Agora já somos dois
A espreitar de cá de cima
Calados como dois bois
Vendo o que faz a ladina

XI
Meteu na cama mais gente
Um, dois, três... logo a seguir!
Não há piça que a contente
É tudo que tiver de vir!

S. PEDRO, INDIGNADO, PRAGUEJA.

XII
- É de mais!... Arre, diabo!
- Berra S. Pedro, sandeu.
–E mortos por dar ao rabo
Lá vêm eles pró Céu!

CORO, PIANÍSSIMO, LIRISMO
NAS VOZES

XIII
Que morre como um anjinho
Quem morre por muito amar!

CORO, AGORA NARRATIVO
OU EXPLICATIVO.

Já formemos um ranchinho
De cá de cima, a espreitar.

XIV
Passam meses, passa tempo
E a bela não se consola...
Já semos um regimento
Como esses que vão prá Ingola!

(ÁPARTE DO AUTOR DAS COPLAS:
«COITADINHOS!»)

XV
Fazemos apostas lindas
Sempre que vem cara nova.
Cálculos, medidas infindas
Como ela terá a cova.

XVI
Há quem diga que por si
Já não lhe topou o fundo...
Outros juram que era assi
Do tamanho... deste Mundo!

XVII
- Parecia uma piscina!
–Diz um do lado, espantado.
- Nunca vi uma menina
Num estado tão desgraçado!

APARTE DO AUTOR, ANTIGO MILITANTE DAS ESQUERDAS (BAIXAS).

XVIII
(Um estado tão desgraçado?!...
Pareceu-me ouvir o Povo
Chorando seu triste fado
nas garras do Estado Novo!)

XIX
O último que chegou cá
Morreu que nem um patego:
Afogado, ieramá,
Nos abismos daquele pego.

O CORO DOS CORNUDOS,
ACOMPANHADO POR S. PEDRO EM SURDINA,
ENTOA A MORALIDADE, APÓS TER
LIMPADO AS ÚLTIMAS LAGRIMETAS
E SUSPIRANDO COMO SÓ OS CORNUDOS SABEM.

XX
Mulher não queiras sabida
Nem com vício desusado,
Que podes perder a vida
Na estafa de dar ao rabo.

XXI
Escolhe donzela discreta
Com os três no seu lugar.
Examina-lhe a greta,
Não te vá ela enganar...

XXII
E depois de veres o bicho
E as maneiras que tem
A funcionar a capricho,
Já sabes se te convém.

XXIII
Mulher calma, é estimá-la
Como a santa no altar.
Cabra douda, é rifá-la...
- Que não venhas cá parar.

XXIV
Este conselho te dão,
E não te levam dinheiro...
Os cornudos que aqui estão
Com S. Pedro hospitaleiro.

XXV
Invejosos quase todos
Dos conos que o mundo guarda

FAZEM MAIS UM BOCADO DE LAMENTAÇÃO.
NOTA DO AUTOR: QUASE,
PORQUE ENTRETANTO
ALGUNS BRINCAVAM UNS COM OS OUTROS.
RABOLICES!

Mas se fornicas a rodos
Tua vinda aqui não tarda!

RECOMEÇA A MORALIDADE, ESTILO
ESTÃO VERDES, NÃO PRESTAM.
ALGUNS BÊBADOS, CORNUDOS
DESPEITADOS OU AMARGURADOS.
VOZES PASTOSAS.
DEVE LER-SE: VIIINHO...VÉLHIIINHO...

XXVI
Melhor que a mulher é o vinho
Que faz esquecer a mulher...
Que faz dum amor já velhinho
Ressurgir novo prazer.

FINALE, MUITO CATÓLICO.

XXVII
Assim termina o lamento
Pois recordar é sofrer.
Ama e fode. É bom sustento!
E por nós reza um pater.

Luiz Pacheco
Num dia em que se achou
Mais pachorrento.


in Textos Malditos (1977) - Luiz Pacheco

Eusébio morreu há cinco anos

Eusébio da Silva Ferreira, mais conhecido por Eusébio (Lourenço Marques, atual Maputo, 25 de janeiro de 1942  - Lisboa, 5 de janeiro de 2014), foi um futebolista português, nascido em Moçambique. É considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFHHS), especialistas e fãs. Recebeu o epíteto de "Pantera Negra".
  

sexta-feira, janeiro 04, 2019

Gerry Rafferty morreu há oito anos

   
Gerald "Gerry" Rafferty (Paisley, 16 de abril de 1947 - Bournemouth, 4 de janeiro de 2011) foi um cantor, compositor e músico escocês, de raízes irlandesas, que morreu de insuficiência hepática, causada pelo seu alcoolismo. Estava acompanhado pela sua filha Martha no momento do falecimento, em sua casa.
  
Carreira
Ele começou a sua carreira como músico de rua. O seu primeiro grupo foi a banda Humblebums, de seguida, lançou um álbum a solo e, em 1972, formou um novo grupo, os Stealers Wheel, ao lado de Joe Egan. Em 1975, o grupo desfez-se e Rafferty continuou com os álbuns a solo. A canção mais conhecida dele é "Baker Street, incluído no disco "City to city", de 1978. Outra sua música conhecida é Stuck In The Middle With You, composta por Rafferty para os Stealers Wheel, e que fez parte da banda sonora do filme de Quentin Tarantino, Cães Danados.
  
   

Louis Braille nasceu há 210 anos!

Louis Braille (Coupvray, 4 de janeiro de 1809 - Paris, 6 de janeiro de 1852), mais raramente, em português, Luís Braille, foi o criador do sistema de leitura para cegos que recebeu seu nome, braille.
Biografia
Louis Braille nasceu a 4 de janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de 40 quilómetros de Paris. O seu pai, Simon-René Braille, era um fabricante de arreios e selas. Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, possivelmente uma sovela. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou para o olho direito, provocando-lhe cegueira total.
Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia, Jacques Pallury, matricularam-no na escola local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia e em determinados anos foi selecionado como líder da turma. Com 10 anos de idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).
O fundador do instituto, Valentin Haüy, foi um dos primeiros a criar um programa para ensinar os cegos a ler. As primeiras experiências de Haüy envolviam a gravação em alto-relevo de letras grandes, em papel grosso. Embora rudimentares, esses esforços lançaram a base para desenvolvimentos posteriores. Apesar de as crianças aprenderem a ler com este sistema, não podiam escrever porque a impressão era feita com letras costuradas no papel.
Louis aprendeu a ler as grandes letras em alto-relevo nos livros da pequena biblioteca de Haüy. Mas também se apercebia que aquele método, além de lento, não era prático. Na ocasião, ele escreveu no seu diário:
"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma."
Em 1821, quando Louis Braille tinha somente 12 anos, Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, visitou o instituto, onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita nocturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Tratava-se de um método de comunicação táctil que usava pontos em relevo dispostos num rectângulo com seis pontos de altura por dois de largura e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário ler mensagens sem usar a luz que poderia revelar posições. Assim, era possível trocar ordens e informações de forma silenciosa. Usava-se uma sovela para marcar pontinhos em relevo em papelão, que então podiam ser sentidos no escuro pelos soldados. A escrita nocturna baseava-se numa tabela de trinta e seis quadrados, cada quadrado representando um som básico da linguagem humana. Duas fileiras com até seis pontos cada uma eram gravadas em relevo no papel. O número de pontos na primeira fileira indicava em que linha horizontal da tabela de sons vocálicos se encontrava o som desejado, e o número de pontos na segunda fileira designava o som correto naquela linha. Esta ideia de usar um código para representar palavras em forma fonética foi introduzido no Instituto. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método e passou a efectuar algumas melhorias.
Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura. O sistema apresentado por Barbier, era baseado em 12 pontos, ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas 6 pontos. Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome e que, excepto algumas pequenas melhorias, permanece basicamente o mesmo até hoje.
Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceite. As pessoas com visão não entendiam quão útil o sistema inventado por Braille podia ser, e um dos professores principais da escola chegou a proibir o seu uso pelas crianças. Felizmente, tal decisão teve efeito contrário ao desejado, encorajando as crianças a usar o método e a aprendê-lo em segredo. Com o tempo, mesmo as pessoas com visão acabaram por perceber os benefícios do novo sistema. No instituto, o novo código só foi adotado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela tuberculose, em 6 de janeiro de 1852, com apenas 43 anos.
Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, o seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panteão Nacional.
O nome "Louis Braille" em braille
 

Michael Stipe faz hoje 59 anos

John Michael Stipe (born January 4, 1960, at Decatur, Georgia) is an American singer, lyricist and visual artist. He was the lead vocalist of the alternative rock band R.E.M. from their formation in 1980 until their dissolution in 2011.
Stipe is noted and occasionally parodied for the "mumbling" style of his early career as well as his social and political activism. He was in charge of R.E.M.'s visual image, often selecting album artwork and directing many of the band's music videos. Outside the music industry, he runs his own film production companies: C-00 and Single Cell Pictures.
    
   

Till Lindemann, vocalista dos Rammstein, faz hoje 56 anos

Till Lindemann (Leipzig, 4 de janeiro de 1963) é o vocalista da banda alemã Rammstein. Ex-campeão da Europa de natação da antiga Alemanha Oriental (RDA) enquanto jovem, teve que abandonar o desporto devido a um rompimento muscular abdominal (cuja cicatriz pode ser vista no vídeo Live aus Berlin).
Após vários incidentes menos graves, como o ocorrido na Treptow Arena, em Berlim, a 27 de setembro de 1996, em que um objeto em chamas voou na direção da plateia, felizmente sem causar acidentes, Till dedicou-se ao estudo de técnicas de pirotecnia e formou-se como pirotécnico profissional, característica que marca os concertos do Rammstein.
As suas características mais marcantes são o timbre grave e os seus "R"s enrolados. Lindemann tem 1,92 metros de altura. O seu cabelo natural é castanho e os olhos, verdes-azulados.
Antes de ingressar nos Rammstein, Till trabalhou fazendo cestos quando morou em Schwerin e foi baterista da banda First Arsch.
Em 1986 começou a tocar bateria numa banda chamada First Arsch, também conhecida como "First Art": o jogo de palavras talvez servisse para enganar as autoridades comunistas e era uma banda punk com sede em Schwerin. Fizeram um álbum intitulado Saddle up. Till também tocou numa banda chamada Feeling B. Uma música chamada "Leid von der unruhevollen Jugend" ("Música da juventude incansável") encontra-se no álbum Hea Hoa Hoa Hoa Hea Hoa Hea (1990). Mais tarde, nos anos 90, Lindemann começou a escrever letras, possivelmente baseadas em poemas anteriores que começara a escrever.
Till é o vocalista do grupo, embora tenha sido baterista na sua banda anterior. Tem uma poderosa presença em palco. Um dos seus movimentos mais conhecidos é o de bater com o punho na sua perna ao ritmo dos riffs, da mesma maneira como fazem os ferreiros - ele também faz isso quando sente dor no joelho. Till tem um problema na rótula, que, às vezes, sai do lugar e só volta com um impacto na perna. Como Till disse numa entrevista, que pode ser vista no DVD Vídeos 1995-2012, no making-of de um dos vídeos, ele disse: "Eu tenho um problema no joelho e, quando piso mal o chão, a minha rótula sai do lugar. Quando era mais jovem, logo que eu sentia isso, batia no joelho, como faço nos shows, e esta voltava ao lugar e melhorava."
Till obteve licença para trabalhar no palco com fogos de artifício, depois de estudar para ter o certificado de pirotecnia. Depois de um acidente na Treptow Arena, em Berlim, a 27 de setembro de 1996, em que símbolo da banda - em chamas - caiu do palco sobre o público, a banda passou a manter uma equipe especializada de pirotécnicos, com os quais Lindemann aprendeu.
Cada membro da banda é instruído para trabalhar com os adereços pirotécnicos que usa em palco.
Na banda é o que melhor fala inglês, apesar de ter um sotaque muito forte.
  
  

Isaac Newton nasceu há 376 anos

Estátua de Newton no Trinity College
Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth, 4 de janeiro de 1643* - Londres, 31 de março de 1727) foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrónomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.
* O seu nascimento foi registado como sendo no dia de Natal, 25 de dezembro de 1642, pois, naquela época, a Grã-Bretanha usava ainda o calendário juliano
  
A sua principal obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes na história da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.
Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que os movimentos de objetos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.
Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.

Newton (1795), retratado por William Blake como um "geómetra divino"

Phil Lynott, o vocalista, baixista e líder dos Thin Lizzy, morreu há 33 anos

Philip Parris "Phil" Lynott (West Bromwich, 20 de agosto de 1949 – Salisbury, 4 de janeiro de 1986) foi um músico irlandês, célebre por ser o vocalista, baixista e principal compositor da banda de rock Thin Lizzy.
Como líder da banda, o baixo e os vocais de Lynott foram um elemento crucial no sucesso comercial de diversos dos seus sucessos, como "Whiskey in the Jar", "The Boys are Back in Town", "Jailbreak" e "Waiting for an Alibi". Lynott também teve uma carreira a solo, publicou dois livros de poesia, e, após o fim dos Thin Lizzy, formou a banda Grand Slam, da qual foi líder até ao seu fim, em 1984. No período que antecedeu a sua morte, teve um grande sucesso no Reino Unido juntamente com Gary Moore, primeiro com a canção "Out in the Fields", e em seguida com "Nineteen".
Phil Lynott morreu aos 36 anos, vítima de insuficiência cardíaca, devido a uma pneumonia, eventualmente potenciada pelo uso de drogas e álcool.

   
in Wikipédia
 

quinta-feira, janeiro 03, 2019

Mily Balakirev, o líder do Grupo dos Cinco, nasceu há 182 anos

Mily Alexeyevich Balakirev (Nizhny Novgorod, 2 de janeiro de 1837São Petersburgo, 29 de maio de 1910 ou 21 de dezembro de 1836 e 16 de maio de 1910, respetivamente, no calendário juliano, então em vigor na Rússia) foi um compositor russo, atualmente mais conhecido por fazer parte e liderar o Grupo dos Cinco, um grupo nacionalista de músicos russos, do qual faziam parte, além de Balakirev, César Cui, Modest Mussorgsky, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov.
A maior parte de sua obra é composta por canções, tanto eruditas quanto populares. Balakirev escreveu também duas sinfonias, dois poemas sinfónicos, quatro aberturas e diversas peças para piano, entre as quais figura Islamey: Fantasia oriental, a sua obra mais conhecida, principalmente entre pianistas, devido a sua complexidade e imensa dificuldade.
  
  

Sergio Leone nasceu há noventa anos!

Sergio Leone (Roma, 3 de janeiro de 1929 - Roma, 30 de abril de 1989) foi um cineasta italiano.
  
Biografia
Filho de um antigo industrial do cinema, ficou conhecido mundialmente por popularizar o género do western spaghetti. Começou com dezoito anos, como assistente de direção em filmes de cineastas como Vittorio De Sica, Luigi Comencini e Mervyn LeRoy.
Foi só em 1960 é que se estreou como diretor em O Colosso de Rodes, mas, em 1964, realiza o antológico Por um punhado de dólares, cuja estrela era o novato Clint Eastwood. O filme teria duas sequelas com o mesmo ator, formando a chamada trilogia dos dólares. Em 1969, já consagrado internacionalmente, finalizaria o seu projeto mais ambicioso até então, o filme Once Upon a Time in the West. Era para ser seu último western como diretor, mas acabaria aceitando realizar mais um da série, o filme Giù la testa, em 1971, também conhecido como Once Upon a Time… The Revolutionis. Passando os anos seguintes como produtor, somente em 1984 ele dirigiria o seu último grande filme dessa segunda trilogia, conhecida por trilogia da América, e que acabou se tornando também o último filme que dirigiu na sua carreira.
Nos anos 60, quando o cinema italiano estava essencialmente voltado para as comédias, Sergio Leone foi um dissidente, primeiro especializando-se em filmes épicos e depois na recriação do Oeste e nos filmes de western. Ele passou treze anos preparando o clássico Era uma vez na América, um épico sobre a máfia, lançado em 1984, no Festival de Cannes.
Foi um dos mais brilhantes cineastas da sua geração e inventor de um estilo em que não faltam momentos de pura genialidade. Ele é hoje fonte de inspiração para novos cineastas como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.
A sua sepultura está localizada no cemitério Campo di Verano, em Roma.
  
 

John Paul Jones, multi-instrumentista, baixista e teclista dos Led Zeppelin, faz hoje 73 anos

John Paul Jones, nome artístico de John Baldwin (Sidcup, 3 de janeiro de 1946) é um multi-instrumentista, baixista e teclista britânico. Jones ganhou notoriedade por ser o baixista, teclista e um dos membros dos Led Zeppelin até o desaparecimento da banda, após a morte de John Bonham, em 1980. 
  
O símbolo de Jones no álbum Led Zeppelin IV
  
Desde então, Jones vem desenvolvendo uma carreira a solo. Também toca guitarra, bandolim, koto, harmónica e ukulele.
De acordo com o Allmusic, Jones "deixou sua marca na história da música rock & roll como um músico inovador, arranjador e diretor". Muitos baixistas notáveis do rock ​​foram influenciados por John Paul Jones, incluindo John Deacon, Geddy Lee, Steve Harris, Flea, Gene Simmons e Krist Novoselic. Jones faz atualmente parte da banda Them Crooked Vultures, com Josh Homme e Dave Grohl, onde toca baixo, piano e outros instrumentos.
Jones nasceu em Sidcup, Kent e aprendeu a tocar teclados com o pai, que foi pianista em grandes orquestras nas décadas de 40 e 50, principalmente com a “Ambrose Orchestra”. A sua mãe também pertencia ao mundo da música, o que permitia que a família muitas vezes fizesse digressões por Inglaterra. A suas influências abrangiam um grande leque de estilos, desde os blues de Big Bill Broonzy, ao jazz de Charles Mingus e ao piano clássico de Rachmaninov. Aos 14 anos era organista e condutor do coro da igreja local e foi nessa altura que comprou as suas primeiras guitarras baixo.
O nome artístico John Paul Jones foi sugerido pelo seu amigo, Andrew Loog Oldham, depois de ter visto um cartaz de cinema com esse nome na França.
A primeira banda em que Jones tocou, aos quinze anos, chamava-se “The Deltas”. Tocou baixo para um grupo de jazz-rock de Londres chamado “Jet Blacks”. A sua grande oportunidade surgiu em 1962, quando conheceu Jet Harris e Tony Meehan (recém-saídos dos Shadows) tendo tocado baixo para a sua banda durante dois anos. Entre 1964 e 1968, John foi muito procurado para tocar baixo e teclados com artistas como os Rolling Stones, Herman's Hermits, Donovan, Jeff Beck, Cat Stevens, Rod Stewart, Shirley Bassey, Lulu e muitos outros.
Durante as sessões de gravação de "Hurdy gurdy man" de Donovan, John conheceu Jimmy Page, tendo voltado a encontrar-se no álbum "Little games" dos The Yardbirds, onde fez os arranjos orquestrais e tocou violoncelo na faixa de abertura. Quando Chris Dreja decidiu abandonar os Yardbirds, para seguir a profissão de fotógrafo, John foi a primeira opção de Page para formar os The New Yardbirds que, pouco depois, optaram pelo nome de Led Zeppelin.
Eu estava a trabalhar nas sessões para a canção de Donovan, Hurdy Gurdy Man e John Paul Jones estava tratando dos arranjos musicais. Durante um intervalo, ele perguntou-me se eu poderia usar um baixista no novo grupo que estava a formar. Ele tinha uma formação musical adequada, e tinha ideias bastante brilhantes. Eu agarrei logo a hipótese de tê-lo na banda.
Para além da sua importância como baixista, as suas aptidões como teclista acrescentaram uma dimensão eclética à música dos Zeppelin, retirando–lhe o rótulo de ser apenas mais uma banda de hard rock. No palco, a música preferida de John era “No quarter”, que muitas vezes chegava a demorar mais de meia-hora e incluía trechos de “Amazing Grace” e variações de peças clássicas de compositores como Rachmaninov.
O seu envolvimento com os Led Zeppelin não o afastou das sessões de estúdio, tendo participado em gravações de “Family Dogg”, Peter Green, “Madeline Bell”, Roy Harper e “Wings”.
Desde 1980, as suas colaborações incluem músicas para os “REM”, “Heart”, “Ben E, King”, “Mission”, “La Fura Dels Baus”, Brian Eno e “The Butthole Surfers”. Apareceu em vídeos e gravações de Paul McCartney.
O seu primeiro álbum a solo, “Zooma”, foi editado em 1999, seguindo de “Thunderthieh” em 2001, onde pela primeira vez Jones mostrou os seus dotes vocais
No ano de 2005, Jones gravou uma linha de baixo no CD duplo dos Foo Fighters "In your Honor".
Em 2009, é formado um novo "Power Trio", com John Paul Jones (Led Zeppelin) no baixo e teclados, Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters) na bateria e Josh Homme (Queens of the Stone Age) nas guitarras e vocais. Esse novo trio denomina-se "Them Crooked Vultures", e as primeiras impressões musicais já demonstram uma forte ligação com o estilo dos "Led Zeppelin" de fazer música.