Biografia
Louis Braille nasceu a 4 de janeiro de 1809 em
Coupvray, na
França, a cerca de 40 quilómetros de
Paris.
O seu pai, Simon-René Braille, era um fabricante de arreios e selas.
Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, Louis
feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, possivelmente
uma
sovela. A infeção que se seguiu ao ferimento alastrou para o olho direito, provocando-lhe cegueira total.
Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os
pais e o padre da paróquia, Jacques Pallury, matricularam-no na escola
local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia e em
determinados anos foi selecionado como líder da turma. Com 10 anos de
idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).
(...)
Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o
código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se
baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura.
O sistema apresentado por Barbier, era baseado em 12 pontos, ao passo
que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas 6
pontos. Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a
notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille
terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele
mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método
exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome e que, exceto algumas
pequenas melhorias, permanece basicamente o mesmo até hoje.
Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceite. As pessoas com
visão
não entendiam quão útil o sistema inventado por Braille podia ser, e
um dos professores principais da escola chegou a proibir o seu uso
pelas crianças. Felizmente, tal decisão teve efeito contrário ao
desejado, encorajando as crianças a usar o método e a aprendê-lo em
segredo. Com o tempo, mesmo as pessoas com visão acabaram por perceber
os benefícios do novo sistema. No instituto, o novo código só foi
adotado oficialmente em
1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela
tuberculose, em
6 de janeiro de
1852, com apenas 43 anos.
Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em
1952, o seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no
Panteão Nacional.
O código Braille
Sendo um sistema realmente eficaz, por fim tornou-se popular. Hoje, o
método simples e engenhoso elaborado por Braille torna a palavra
escrita disponível a milhões de deficientes visuais, graças aos esforços
decididos daquele rapaz há quase 200 anos.
O
braille é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Cada célula
braille permite
63 combinações de pontos. Assim, podem-se designar combinações de
pontos para todas as letras e para a pontuação da maioria dos
alfabetos. Vários idiomas usam uma forma abreviada de
braille,
na qual certas células são usadas no lugar de combinações de letras ou
de palavras frequentemente usadas. Algumas pessoas ganharam tanta
prática em ler
braille que conseguem ler até 200 palavras por minuto.
a | b | c | d | e | f | g | h | i | j
- As primeiras dez letras só usam os pontos das duas filas de cima.
- Os números de 1 a 9, e o zero, são representados por esses mesmos dez sinais, precedidos pelo sinal de número, especial.
k | l | m | n | o | p | q | r | s | t
- As dez letras seguintes acrescentam o ponto no canto inferior esquerdo a cada uma das dez primeiras letras.
u | v | x | y | z
- As últimas cinco letras acrescentam ambos os pontos inferiores
às cinco primeiras letras, a letra "w" é uma exceção, porque foi
acrescentada posteriormente ao alfabeto francês.
As combinações restantes, ainda possíveis visto que 63 hipóteses de
combinação dos pontos, são usadas para pontuação, contrações e
abreviaturas especiais. Estas contrações e abreviaturas às vezes tornam o
braille difícil de aprender. Isto acontece especialmente no
caso de pessoas que ficam cegas numa idade mais avançada, visto que a
única forma de aprender
braile é memorizar todos os sinais. Por esse motivo, há vários "graus" de braille.
⠨⠕⠀⠨⠨⠏⠎⠀⠿⠀⠥⠍⠀⠃⠁⠝⠙⠕⠀⠙⠑⠀⠁⠇⠙⠗⠁⠃⠪⠑⠎