Nome | Nascimento | Casamento e filhos | Observações |
---|---|---|---|
Príncipe Herdeiro Naruhito | 23 de fevereiro de 1960 | É casado com Masako Owada desde 9 de junho de 1993; com uma filha: Aiko, Princesa Toshi. | É o 1.º na linha de sucessão |
Príncipe Akishino | 30 de novembro de 1965 | É casado com Kiko Kawashima desde 29 de junho de 1990; com três filhos: a Princesa Mako, a Princesa Kako e o Príncipe Hisahito. | É o 2.º na linha de sucessão e pai do 3.° na linha de sucessão |
Sayako Kuroda | 18 de abril de 1969 | É casada com Yoshiki Kuroda desde 15 de novembro de 2005. Eles não têm filhos, ainda. | Renunciou, para se casar, ao título de Princesa |
segunda-feira, dezembro 23, 2013
Akihito, o último Imperador das atuais monarquias faz hoje 80 anos!
domingo, dezembro 22, 2013
Lech Walesa tomou posse com Presidente de uma Polónia democrática há 23 anos
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Marcadores: direitos humanos, Gdansk, Igreja Católica, Lech Walesa, paz, política, Polónia, Prémio Nobel, Presidente da República, Solidariedade
Giacomo Puccini nasceu há 155 anos
Em 1880, com a ajuda de um familiar e uma doação, Puccini ingressou no Conservatório de Milão para estudar composição com Stefano Ronchetti-Monteviti, Amilcare Ponchielli e Antonoi Bazzini. No mesmo ano, aos 21 anos, ele compôs a Messa, que marcou a grande associação de sua família com a música gospel. Apesar do título da obra se referir a uma Missa Ordinária Católica, atualmente o trabalho é popularmente conhecido como Messa di Gloria, um nome que, tecnicamente, refere-se apenas a duas orações da missa: o Kyrie e o Gloria, enquanto omite o Credo, o Sanctus e o Agnus Dei.
O trabalho antecipa a carreira de Puccini como um compositor de óperas, mostrando na Messa vislumbres do poder dramático que ele viria a trazer aos palcos; as poderosas "árias" para tenor e baixo são certamente mais operísticas que as músicas normalmente vistas nas igrejas e a orquestração e o poder dramático compara a sua Messa com o Requiem de Verdi.
Enquanto estudava no Conservatório, Puccini obreve um libretto de Ferdinando Fontana e entrou numa competição de óperas em um ato, em 1882. Embora que não tivesse ganho, Le Villi foi apresentada no Teatro Dal Verme em 1884 e chamou a atenção de Giulio Ricordi, chefe da G. Ricordi & Co., que pediu ao compositor para compor a sua segunda ópera, Edgar, em 1889. Edgar tinha uma péssima história, com um pobre libretto de Fontana. Este pode ter tido um efeito sobre os pensamentos de Puccini, pois quando ele começou a compor a sua terceira ópera, Manon Lescaut, anunciou que seria escrita com um próprio libretto e não "de um tolo libretista". Ricordi persuadiu Puccini a aceitar Ruggiero Leoncavallo como seu libretista, mas Puccini pediu para Ricordi removê-lo do projeto. Quatro outros libretistas foram envolvidos com a ópera, pelo facto de Giacomo mudar de ideia constantemente sobre a estrutura da ópera. Foi quase que por acaso que no final do segundo ato, Illica e Giacosa, reuniram-se para completar a ópera. Eles permaneceram juntos com Puccini nas três seguintes óperas do compositor e provavelmente, nos maiores sucessos deles: La Bohème, Tosca e Madame Butterfly.
Pode ter sido o fracasso de Edgar que fez Puccini mudar tantas vezes de ideia, Edgar quase lhe custou a carreira. Puccini envolveu-se com a casada Elvira Gemignani e os associados de Ricordi fizeram vistas grossas ao estilo de vida, desde que ele fosse bem sucedido. Quando Edgar foi um fracasso, sugeriram a Ricordi que deveriam tirar Puccini, mas Ricordi disse que ele permaneceria com Puccini e pagou ao compositor com seu próprio dinheiro até à sua ópera seguinte. Manon Lescaut foi um grande sucesso e Puccini tornou-se o líder operístico da época.
Em 1900 ele adquiriu uma propriedade e construiu uma vila no lago, atualmente conhecida como "Villa Museo Puccini". Ele viveu lá até 1921, quando a poluição forçou a sua mudança para Viareggio, poucos quilómetros ao norte. Após a sua morte, um mausoléu foi criado na Villa Puccini e o compositor foi enterrado na capela, ao lado da sua esposa e filho, que morreram depois.
Óperas escritas na Torre del Lago
- Manon Lescaut (1893), sua terceira ópera, foi seu primeiro grande sucesso. Foi o início de sua memorável relação com os libretistas Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, que colaboraram com ele em suas três óperas seguintes, que tornaram-se suas três óperas de maior sucesso e mais interpretadas. São elas:
- La Bohème (1896), é considerada um dos melhores trabalhos como também uma das óperas mais românticas já compostas. Juntamente com Tosca, é uma das óperas mais populares da história.
- Tosca (1900), foi sem dúvida a primeira ópera de Puccini ingressando no verismo, uma representação realista de fatos da vida real, incluindo violência. A ópera foi considerada de maior importância na história da ópera, por causa de muitas características significantes.
- Madame Butterfly (1904) foi inicialmente recebida com hostilidade (organizada pelos seus rivais) mas, após alguns melhoramentos, tornou-se outro grande sucesso.
Entretanto, Puccini completou La fanciulla del West em 1910 e finalmente a partitura de La rondine em 1916. Em 1918, Il trittico foi apresentada em Nova Iorque. Tratava-se de uma ópera em três atos: um episódio horroroso (Il tabarro), no estilo parisiense Grand Guignol, uma tragédia sentimental (Suor Angelica) e uma comédia (Gianni Schicchi). Das três, Gianni Schicchi é a parte mais popular, tendo uma ária conhecida popularmente: "O mio babbino caro".
Puccini morreu dia 29 de novembro de 1924, por complicações no tratamento: uma hemorragia descontrolada levou-o a um ataque cardíaco, apenas um dia após a sua cirurgia. Notícias sobre sua morte chegaram a Roma durante uma performance de La Bohème. A ópera foi imediatamente interrompida e a orquestra tocou a Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin. Ele foi enterrado em Milão, no túmulo da família Toscanini, temporariamente. Em 1926 o seu filho transferiu o corpo do pai para a capela recém terminada na Torre del Lago.
Turandot, a sua última ópera, foi deixada inacabada e as duas últimas cenas foram acabadas por Franco Alfano, baseado nos apontamentos do compositor.
Quando Arturo Toscanini conduziu a performance de estreia, em abril de 1926 (num teatro lotado e com a presença do ditador italiano Benito Mussolini), ele decidiu não interpretar a parte de Alfano. A performance foi parada na parte em que Puccini compôs. O maestro virou para o público e disse: "Aqui a ópera terminou, porque nesse ponto o maestro morreu". (Alguns dizem que ele foi mais poeta e disse: Aqui o maestro abaixou sua caneta). Alguns jornalistas interpretaram a atitude de Toscanini como um gesto de desaprovação da contribuição de Alfano. Em 2009, William Hartson, no Daily Express disse a seus leitores com grande autoridade que "Toscanini nunca conduziu Turandot novamente". De facto, ele conduziu novamente nas duas noites seguintes, inclusive a parte de Alfano, em um total de três performances.
Em 2002, um novo oficial final foi composto por Luciano Berio, a partir dos rascunhos originais, mas essa versão é raramente interpretada.
Política
Ao contrário de Richard Wagner e Giuseppe Verdi, Puccini não parecia ser ativo na política da sua época. No entanto, Mussolini, ditador fascista da Itália na época, alegou que Puccini havia pedido para ser admitido no Partido Nacional Fascista. Embora tenha sido comprovado que Puccini estava de facto entre os primeiros apoiantes do partido fascista, na época da campanha eleitoral de 1919 (na qual os candidatos fascistas foram completamente derrotados, onde os mesmos ficaram furiosos, ganhando parcos 4 mil votos), não parece haver nenhum registo ou prova de qualquer dedicação de Puccini ao partido. Além disso, caso Puccini tivesse sido um fascista ativo, o seu grande amigo Toscanini (um anti-fascista radical) provavelmente teria cortado todas as ligações de amizade com ele e deixado de reger as suas óperas.
Não obstante, a propaganda fascista apropriou-se da figura de Puccini e uma das marchas mais difundidas durante as paradas de rua e cerimónias públicas fascistas era o "Inno a Roma" (Hino a Roma), composto em 1919 por Puccini para a letra de Fausto Salvatori, com base nestes versos de Carmen saeculare, de Horácio:
Alme Sol, curru nitido diem qui / Promis et celas alius que et idem / Nasceris, possis nihil urbe Roma / Visere maius. (O Sol, que não muda, mas sempre novo, / Rege todo o dia e vai para casa, / Nada pode estar presente para tu vires / Superior a Roma!)
Estilo
Outra qualidade distintiva nas obras de Puccini é o uso da voz no estilo da fala, ou seja, canto parlando; personagens cantam frases curtas, um após o outro, como se estivessem numa conversa. Puccini é também celebrado pelo seu dom melódico e muitas das suas melodias são memoráveis e populares. As suas mais simples melodias são compostas de sequências de escala, por exemplo, Quando m'en vo (Valsa de Musetta) de La Bohème e E lucevan le stelle de Tosca.
As óperas de Puccini incluem vários temas, um dos mais comuns incluem as heroínas, que são "dedicadas de corpo e alma ao seus amantes"; um fim trágico muitas vezes. Exemplos de líderes mulheres que morreram em suas óperas incluem Cio-Ci San em Madame Butterfly, Mimi em La Bohème e Tosca. De acordo com a Encyclopædia Britannica: "combina compaixão e piedade por suas heroínas com um forte traço de sadismo". Além disso, excepcionalmente para óperas escritas por compositores italianos, até essa altura, muitas das óperas de Puccini estão definidas fora da Itália, como no Japão, prospeção de ouro na Califórnia, Paris e Riviera e ainda na China.
Música
Embora Puccini seja conhecido por suas óperas, ele também escreveu algumas peças orquestrais, música sacra, música de câmara e canções para voz e piano.
- Le Villi, libretto de Ferdinando Fontana (em um ato - estreada no Teatro Dal Verme, 31 de maio de 1884)
- segunda versão (em dois atos - estreada no Teatro Regio de Torino, 26 de dezembro de 1884)
- terceira versão (em dois atos - estreada no Teatro alla Scala, 24 de janeiro de 1885)
- quarta versão (em dois atos - estreada no Teatro dal Verme, 7 de novembro de 1889)
- Edgar, libretto de Ferdinando Fontana (em quatro atos - estreada no La Scala, 21 de abril de 1889)
- segunda versão (em quatro atos - estreada no Teatro del Giglio, 5 de setembro de 1891)
- terceira versão (em três atos - estreada no Teatro Comunale, 28 de janeiro de 1892)
- quarta versão (em três atos - estreada no Teatro Colón, 8 de julho de 1905)
- Manon Lescaut, libretto de Luigi Illica, Marco Praga e Domenico Oliva (estreada no Teatro Regio, 1 de fevereiro de 1893)
- segunda versão (estreada no Teatro Coccia, 21 de dezembro de 1983)
- La Bohème', libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (estreada no Teatro Regio, 1 de fevereiro de 1896)
- Tosca, libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (estreada no Teatro Costanzi, 14 de janeiro de 1900)
- Madame Butterfly, libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (em dois atos - estreada no La Scala, 17 de fevereiro de 1904)
- segunda versão (em dois atos - estreada no Teatro Grande di Brescia, 28 de maio de 1904)
- terceira versão (estreada no Covent Garden, 10 de julho de 1905)
- quarta versão (estreada no Opéra-Comique, 28 de dezembro de 1906)
- quinta versão (estreada no Teatro Carcano, 9 de dezembro de 1920)
- La fanciulla del West, libretto de Guelfo Civinini e Carlo Zangarini (estreada no Metropolitan Opera House, 10 de dezembro de 1910)
- segunda versão (estreada no La Scala, 29 de dezembro de 1912)
- La rondine, libretto de Giuseppe Adami (estreado na Ópera de Monte Carlo, 27 de março de 1917)
- segunda versão (estreada no Ópera de Monte Carlo, 10 de abril de 1920)
- terceira versão (estreada no Teatro Verdi, 11 de abril de 1924 e Teatro Regio em 22 de março de 1994)
- Il trittico (estreada no Metropolitan Opera, 14 de dezembro de 1918)
- Il tabarro, libretto de Giuseppe Adami
- Suor Angelica, libretto de Giovacchino Forzano
- Gianni Schicchi, libretto de Giovacchino Forzano
- Turandot, libretto de Renato Simioni e Giuseppe Adami (estreada no La Scala, a 25 de abril de 1926)
- A te (1875)
- Preludio para orquestra (1876)
- Plaudite populi (Lucca, 1877)
- Credo (Lucca, 1878)
- Vexilla Regis (1878)
- Missa a Quatro Vozes com Orquestra (Lucca, 1880)
- Adagio in A major (1881)
- Largo Adagetto em F maior (1881–83)
- Salve del ciel Regina (1882)
- Mentìa l’avviso (1882)
- Preludio Sinfónico em A maior (Milão, 1882)
- Fugues (1883)
- Scherzo em D (1883)
- Storiella d’amore (1883)
- Capriccio Sinfonico (Milão, 1883)
- Sole ed amore (1888)
- Crisantemi (1890)
- Minuetto n.1 (1892)
- Minuetto n.2 (1892)
- Minuetto n.3 (1892)
- Piccolo valzer (1894)
- Avanti Urania! (1896)
- Scossa elettrica (1896)
- Inno a Diana (1897)
- E l'uccellino (1899)
- Terra e mare (1902)
- Canto d’anime (1904)
- Requiem (1905)
- Casa mia, casa mia (1908)
- Sogno d'or (1913)
- Pezzo per pianoforte (1916)
- Morire? (1917)
- Inno a Roma (1 de junho de 1919)
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Os gémeos Gibb, dos Bee Gees, nasceram há 64 anos
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Vanessa Paradis nasceu há 41 anos
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Karl Friedrich Abel nasceu há 290 anos
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Chico Mendes foi assassinado há 25 anos
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, (Xapuri, 15 de dezembro de 1944 - Xapuri, 22 de dezembro de 1988) foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Ele lutou pelos seringueiros da Bacia Amazónica, cujos meios de subsistência dependiam da preservação da floresta e suas seringueiras nativas. Esse ativismo ecológico lhe valeu fama internacional.
Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organizava também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.
Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, e foi eleito vereador pelo MDB local. Recebe então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e começa a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas.
Em 1979 Chico Mendes reúne lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates. Acusado de subversão, é submetido a interrogatórios. Sem apoio, não consegue registar a denúncia de tortura que sofrera em dezembro daquele ano.
Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fazenda, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro.
Em 1981 Chico Mendes assume a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até sua morte. Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 1982, não conseguiu ser eleito.
Acusado de incitar posseiros à violência, foi julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, e absolvido por falta de provas, em 1984.
Liderou o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, em outubro de 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que se tornou a principal referência da categoria. Sob sua liderança, a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazónica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas. Essas reservas preservam as áreas indígenas e a floresta, além de ser um instrumento da reforma agrária desejada pelos seringueiros: Chico Mendes formou uma aliança entre sua gente e os índios amazónicos, o que persuadiu o governo a criar reservas florestais para a colheita não predatória de produtos como o látex e a castanha do pará.
Em 1986, concorre às eleições pelo PT (Acre) como candidato a deputado estadual ao lado de outros candidatos, entre eles Marina Silva, para deputada federal, José Marques de Sousa, o Matias, como senador, e Hélio Pimenta para governador, não sendo eleitos.
Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Os financiamentos a esses projetos são logo suspensos. Na ocasião, Chico Mendes foi acusado por fazendeiros e políticos locais de "prejudicar o progresso", o que aparentemente não convence a opinião pública internacional. Alguns meses depois, Mendes recebe vários prémios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente e viajou aos EUA para promover sua causa.
Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. Ameaçado e perseguido por ações organizadas após a instalação da UDR no Estado, Mendes percorre o Brasil, participando de seminários, palestras e congressos onde denuncia a ação predatória contra a floresta e as violências dos fazendeiros contra os trabalhadores da região.
Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes que, por várias vezes, denuncia publicamente os nomes de seus prováveis responsáveis. Deixa claro às autoridades policiais e governamentais que corre risco de perder a vida e que necessita de garantias. No 3º Congresso Nacional da CUT, volta a denunciar sua situação, similar à de vários outros líderes de trabalhadores rurais em todo o país. Atribui a responsabilidade pela violência à UDR. A tese que apresenta em nome do Sindicato de Xapuri, Em Defesa dos Povos da Floresta, é aprovada por aclamação pelos quase seis mil delegados presentes. Ao término do Congresso, Mendes é eleito suplente da direção nacional da CUT. Assumiria também a presidência do Conselho Nacional dos Seringueiros a partir do 2º Encontro Nacional da categoria, marcado para março de 1989, porém não sobreviveu até aquela data.
Morte
Legado
- Como resultado da luta de Chico Mendes, o Brasil tinha, em 2006, 43 reservas extrativistas (Resex) que abrangiam 8,6 milhões de hectares e abrigavam 40 mil famílias. Este tipo de Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável garante legalmente a preservação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, a manutenção da atividade económica e a posse coletiva da terra pelas populações tradicionais (seringueiros, castanheiros, babaçueiros, caiçaras etc). A criação de uma Resex e a regularização fundiária estabelecida por ela, permitem a esses grupos ter acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar e investimentos na comercialização de seus produtos. Também ficou mais fácil conseguir a construção de escolas e postos de saúde.
- Em 1989, o Grupo Tortura Nunca Mais, uma ONG brasileira de direitos humanos, criou o prémio Medalha Chico Mendes de Resistência, uma homenagem não só ao próprio Chico Mendes, mas também a todas as pessoas ou grupos que - segundo a entidade - lutam pelos direitos humanos. O prémio é entregue todos os anos e personalidades como Dom Paulo Evaristo Arns, Jaime Wright, Luísa Erundina, Hélio Bicudo, Paulo Freire, Barbosa Lima Sobrinho, Herbert de Sousa, Alceu Amoroso Lima, Luís Fernando Veríssimo, Zuzu Angel, Oscar Niemeyer, Brad Will e organizações como a Human Rights Watch, Anistia Internacional, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Centro dos Media Independente (CMI) e a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo já receberam a homenagem.
- Em 1989 o ex-The Beatles, Paul McCartney lança o álbum Flowers in the Dirt, onde homenageia o líder seringueiro brasileiro assassinado em 1988 Chico Mendes, na faixa intitulada How Many People.
- Em 10 de dezembro de 2008, a Comissão de Amnistia do Ministério da Justiça aprovou, em Rio Branco, no Acre, a condição de amnistiado político post-mortem de Chico Mendes. O pedido de amnistia havia sido alvo de protocolo pela viúva Ilzamar Mendes em 2005.
- Elenira, filha de Chico Mendes, criou uma ONG chamada Instituto Chico Mendes, para projetos sociais e ambientais. Em 2009, o Ministério Público do Acre propôs uma ação de improbidade administrativa contra ela e a sua mãe, Ilzamar, viúva de Chico Mendes, por desvio de verbas recebidas do governo do Acre, que em três anos totalizaram 685 mil, sendo que Ilzamar foi acusada pela própria irmã de ser funcionária fantasma da ONG.
- Em 2007 foi criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entidade responsável pela gestão das unidades de conservação federais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza no Brasil.
Postado por Pedro Luna às 00:25 0 bocas
Marcadores: Amazónia, assassinato, Brasil, Chico Mendes, Ecologia, seringueiro, sindicalista
Joe Strummer morreu há 11 anos
Postado por Fernando Martins às 00:11 0 bocas
Marcadores: guitarra, Joe Strummer, música, punk, punk rock, reggae punk, Rock The Casbah, rockabilly, ska punk, The 101ers, The Clash, The Mescaleros
sábado, dezembro 21, 2013
Poema para celebrar a chegada do inverno...
Paisagens de Inverno
Ó meu coração, torna para trás.
Onde vais a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o pecado
Queimou - o sol! Volvei, noites de paz.
Vergam da neve os olmos dos caminhos.
A cinza arrefeceu sobre o brasido.
Noites da serra, o casebre transido...
Ó meus olhos, cismai como os velhinhos.
Extintas primaveras evocai-as:
Já vai florir o pomar das maceiras.
Hemos de enfeitar os chapéus de maias.
Sossegai, esfriai, olhos febris.
E hemos de ir cantar nas derradeiras
Ladainhas...Doces vozes senis...
in Clepsidra (1920) - Camilo Pessanha
Postado por Pedro Luna às 22:00 0 bocas
Marcadores: Camilo Pessanha, Google Doodle, Inverno, poesia
Albert King morreu há 21 anos
Postado por Fernando Martins às 21:00 0 bocas
Marcadores: Albert King, Blues Elétrico, Born Under a Bad Sign, guitarra, música, Rhythm and Blues, Soul-blues, Stevie Ray Vaughan
Bocage morreu há 207 anos
Oh retrato da morte, oh noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
Des meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
in Rimas - Bocage
Hoje, às 17.11 horas, começou o inverno
Paco de Lucía faz hoje 66 anos
Postado por Fernando Martins às 18:06 0 bocas
Marcadores: Callejón del Muro, Espanha, flamenco, guitarra, jazz, música, Paco de Lucía
Começou hoje o Inverno...
O solstício de dezembro
O mundo jamais é parecido consigo próprio
tão inesperada é a noite,
mesmo quando em sua rotação se repete,
efectiva e extingue,
no corpo e cinzas de uma criança,
não vos espanteis por isso senhores,
dezembro é um solstício que nos sobrevive
e nada mais se anseia
do que abraçar todo o tempo do tempo
para seguir uma estrela viva,
um frágil e divino coração de criança
em homens aturdidos pelo afago da entrega,
guardai pois um Natal,
nada mais se reterá no cheiro do orvalho
que aconchegamos dentro de nós,
o seu leito evidencia a inquietude do fogo
e a poesia parece a puerícia do verbo:
ainda que nos céus
em seu nome o nome do mundo se cante,
o que é sagrado e profano,
o que é rei e pastor
e se planta e adolesce
e se percorre até à extrema boca do advento,
mundo de júbilos e prantos
que como o sol nas trevas se revive.
Uma criança nos aquieta o corpo,
a noite atravessa o mundo,
obscuros e formais viajantes,
se as quimeras se ofuscam sob os céus
a culpa é dos corações e não da luz das estrelas.
João Rasteiro
Postado por Fernando Martins às 17:11 0 bocas
Marcadores: astronomia, Inverno, João Rasteiro, poesia, Solstício
Frank Zappa nasceu há 73 anos
Postado por Fernando Martins às 07:30 0 bocas
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