terça-feira, dezembro 11, 2012

O Protocolo de Quioto foi publicado há 15 anos

(imagem daqui)

O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (em outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (em agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (em junho de 1992) e também reforçava secções da CQNUMC.
Constitui-se no protocolo um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo necessário que, para este entrasse em vigor, precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois da Rússia o ratificar, em novembro de 2004.
Ele deu origem a um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
As metas de redução não são homogéneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.
A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades económicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
  • Reformar os setores de energia e transportes;
  • Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
  • Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
  • Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos;
  • Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a redução do aquecimento global.

Berlioz nasceu há 209 anos

Louis Hector Berlioz (La Côte-Saint-André, 11 de dezembro de 1803 - Paris, 8 de março de 1869) foi um compositor do romantismo francês, conhecido por sua Sinfonia Fantástica (1830) e pela Missa de Requiem (1837).


segunda-feira, dezembro 10, 2012

Pinochet morreu há 6 anos

Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915 - Santiago, 10 de dezembro de 2006) foi um general do exército chileno, tornado presidente-ditador do Chile, através de um Golpe Militar em 11 de setembro de 1973, pelo Decreto Lei Nº 806 editado pela junta militar (Conselho do Chile), que foi estabelecida para governar o Chile após a deposição e suicídio de Salvador Allende, e posteriormente tornado senador vitalício de seu país, cargo que foi criado exclusivamente para ele, por ter sido um ex-governante.
Governou o Chile entre 1973 e 1990, com poderes de ditador, depois de liderar o golpe militar que derrubou o governo do presidente socialista (eleito por voto direto) Salvador Allende. O governo de Pinochet é considerado o período mais autoritário e violento da história chilena.

Brian Molko, o vcocalista dos Placebo, faz hoje 40 anos!

Brian Molko (Bruxelas, 10 de dezembro de 1972) é um músico belga. Ele é o vocalista, baixista e guitarrista da banda de rock alternativo Placebo. Também escreve a maioria das letras.

Filho de um bancário norte-americano e de uma escocesa, a família Molko mudou bastante vezes a sua residência durante a infância de Brian, viajando por países como a Libéria, Líbano e Luxemburgo. Molko considera a cidade escocesa de Dundee, cidade natal de sua mãe, como o lugar onde cresceu.
Em 1990, Brian começou a estudar Drama na Goldsmiths College em Londres. Ele descreve a sua infância como um momento de solidão (gostava muito de ficar em seu quarto sozinho) e alienação. Começou a usar maquilhagem quando tinha apenas 11 anos de idade. Brian é fluente em francês e intolerante à lactose.
Os seus pais tentaram, durante a sua infância, educá-lo de acordo com seus padrões e o seu pai queria que ele se tornasse bancário.
As suas influências musicais incluem Depeche Mode, Dead Kennedys, Bad Religion, Sonic Youth, PJ Harvey, Nick Drake, Joy Division, Sex Pistols, The Pixies e The Cure. Molko aprendeu sozinho a tocar guitarra. Aos 16 anos, ganhou uma Telecaster falsa de presente dos pais. Rapidamente ele comprou uma guitarra verdadeira. Também toca outros instrumentos como baixo, teclado, saxofone e bateria. Ocasionalmente Molko é DJ em clubes, mas admite que não é muito bom.
Brian sempre foi alvo de muitas críticas quando esteve faculdade de Arte Dramática em Londres. Vivia sozinho já desde os 17 anos, longe dos pais. Brian afirmou a sua independência e dedicava-se muito aos estudos dramáticos, porém, a sua paixão pela música era mais forte, e todo seu dramatismo foi despejado em composições musicais.
Brian foi uma pessoa muito reprimida pelos pais, que fizeram de tudo para ele seguir uma carreira tradicional, porém, foi tudo em vão. Ele diz gostar muito de passar horas sozinho em casa, com as luzes apagadas, ouvindo a sua própria música bem alto, beber uísque e a fumar cigarros mentolados, dizendo que isso o leva ao transe.

Brian Molko teve recentemente um filho com Helena Berg, fotógrafa, ao qual deu o nome de Cody. Ele diz que o nome é uma homenagem a um amigo que morreu num acidente de carro, mas algumas pessoas acreditam que o nome é uma referência ao álbum da banda Mogwai, Come On Die Young.


Otis Redding morreu há 45 anos

 (imagem daqui)
Otis Redding (9 de Setembro de 1941 - 10 de Dezembro de 1967) foi um influente cantor norte-americano de soul, conhecido por seu estilo passional e pelo sucesso póstumo "(Sittin' On) the Dock of the Bay".

Nascido em Macon, Geórgia, ele começou a trabalhar na indústria musical no começo dos anos 60, gravando "These Arms of Mine", que se tornou um hit. Em seguida vieram "Mr. Pitiful", "I Can't Turn You Loose", "(I Can Get No) Satisfaction" e "Respect".

Redding compunha a maioria de suas músicas, prática não muito comum na época, às vezes em parceria com Steve Cropper (do grupo Booker T. & the MG's). Em Julho de 1967 ele esteve presente no conhecido Festival Pop de Monterey.

"(Sittin' On) the Dock of the Bay" tornou-se famosa um ano depois da morte de Redding num acidente de avião no Wisconsin, juntamente com sua banda de apoio The Bar-Keys.


Clarice Lispector nasceu há 92 anos

(imagem daqui)
 
A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.

Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.

Clarice Lispector

domingo, dezembro 09, 2012

Clarice Lispector morreu há 35 anos

Clarice Lispector, nascida Haia Pinkhasovna Lispector (Tchetchelnik, 10 de dezembro de 1920 - Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira.

De origem judaica, Clarice foi a terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Nasceu na cidade de Tchetchelnik enquanto seus pais percorriam várias aldeias da Ucrânia por conta da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Chegou ao Brasil quando tinha dois meses de idade, e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice afirmava não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.
A família chegou a Bragança Paulista em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai todos mudaram de nome, exceto Tânia, sua irmã. O pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia, sua irmã, Elisa; e Haia, por fim, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante. Com dificuldades de relacionamento com Rabin e sua família, Pedro decide mudar-se para Recife, então a cidade mais importante do Nordeste.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade de Recife, onde passou parte da infância no bairro de Boa Vista. Estudou no Ginásio Pernambucano de 1932 a 1934. Falava vários idiomas, entre eles o francês e o inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.
Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930 (Clarice tinha apenas 9 anos), após vários anos sofrendo com as consequências de sífilis, supostamente contraída por conta de uma violação sofrida durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda estava na Ucrânia. Clarice sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos refletem a culpa que a autora sentia e figuras de milagres que salvariam sua mãe.
Quando tinha 15 anos seu pai decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. Sua irmã Elisa conseguiu um emprego no ministério, por intervenção do então ministro Agamenon Magalhães, enquanto seu pai teve dificuldades em achar uma oportunidade na capital. Clarice estudou em uma escola primária na Tijuca, até ir para o curso preparatório para a Faculdade de Direito. Foi aceita na Escola de Direito na então Universidade do Brasil, em 1939. Viu-se frustrada com muitas das teorias ensinadas no curso, e descobriu um escape: a literatura. Em 25 de maio de 1940, com apenas 19 anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na Revista Pan.
Três anos depois, após uma cirurgia simples para a retirada da sua vesícula biliar, o seu pai Pedro morre de complicações da operação. As filhas ficam arrasadas com as circunstâncias da morte tão inesperada, e como consequência Clarice se afasta da religião judaica. No mesmo ano, Clarice chama a atenção (provavelmente com o conto "Eu e Jimmy") de Lourival Fontes, então chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda (órgão responsável pela censura no Estado Novo de Getúlio Vargas), e é alocada para trabalhar na Agência Nacional, responsável por distribuir notícias aos jornais e emissoras de rádio da época. Lá conheceu o escritor Lúcio Cardoso, por quem se apaixonou (não correspondido, já que Lúcio era homossexual) e de quem se tornou amiga íntima.
Em 1943, no mesmo ano de sua formatura, casou-se com o colega de turma Maury Gurgel Valente, futuro pai de seus dois filhos. Maury foi aprovado no concurso de admissão na carreira diplomática, e passou a fazer parte do quadro do Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem como esposa de diplomata, Clarice morou na Itália onde serviu durante a Segunda Guerra Mundial como assistente voluntária junto ao corpo de enfermagem da Força Expedicionária Brasileira. Também morou em países como Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, países para onde Maury foi escalado. Apesar disso, sempre falou em suas cartas a amigos e irmãs como sentia falta do Brasil.
Em 10 de agosto de 1948, nasce em Berna, Suíça, o seu primeiro filho, Pedro. Quando criança Pedro se destacava por sua facilidade de aprendizado, porém na adolescência sua falta de atenção e agitação foram diagnosticados como esquizofrenia. Clarice se sentia de certa forma culpada pela doença do filho, e teve dificuldades para lidar com a situação.
Em 10 de fevereiro de 1953, nasce Paulo, o segundo filho de Clarice e Maury, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.
Em 1959 se separou do marido que ficou na Europa e voltou permanentemente ao Rio de Janeiro com seus filhos, morando no Leme. No mesmo ano assina a coluna "Correio feminino - Feira de Utilidades", no jornal carioca Correio da Manhã, sob o pseudónimo de Helen Palmer. No ano seguinte, assume a coluna "Só para mulheres", do Diário da Noite, como ghost-writer da atriz Ilka Soares.
Provoca um incêndio ao dormir com um cigarro acesso em 14 de setembro de 1966, seu quarto fica destruído e a escritora é hospitalizada entre a vida e a morte por três dias. Sua mão direita é quase amputada devido aos ferimentos, e depois de passado o risco de morte, ainda fica hospitalizada por dois meses.
Em 1975 foi convidada a participar do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria, em Cali na Colômbia. Fez uma pequena apresentação na conferência, e falou do seu conto "O ovo e a Galinha", que depois de traduzido para o espanhol fez sucesso entre os participantes. Ao voltar ao Brasil, a viagem de Clarice ganhou ares mitológico, com jornalistas descrevendo (falsas) aparições da autora vestida de preto e coberta de amuletos. Porém, a imagem se formou, dando a Clarice o título de "a grande bruxa da literatura brasileira". O seu próprio amigo Otto Lara Resende disse sobre a obra de Lispector: "não se trata de literatura, mas de bruxaria."
Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com cancro inoperável nos ovários, diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro. Até à manhã de seu falecimento, mesmo sob sedativos, Clarice ainda ditava frases para sua amiga Olga Borelli.
Durante toda sua vida Clarice teve diversos amigos de destaque como Fernando Sabino, Lúcio Cardoso, Rubem Braga, San Tiago Dantas e Samuel Wainer, entre diversos outros literários e personalidades.


Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

O poeta e pintor surrealista António Pedro nasceu há 103 anos


A Ilha do Cão, 1941, óleo sobre tela, 150 x 180 cm

Filho de José Maria da Costa (Lisboa, 27 de Setembro de 1880 - ?) e de sua mulher Isabel Savage de Paula Rosa (Lisboa, Santos-o-Velho, 1884 - Cidade da Praia, circa 1930), filha de mãe inglesa. Primo-irmão da mãe de António Sousa Lara.
Mudou-se aos 4 anos para Portugal. Frequentou o Liceu Pedro Nunes em Lisboa até ao 2.º ano, mudando-se depois para o Instituto Nuno Álvares, da Companhia de Jesus, em La Guardia - Galiza, onde foi membro do grupo de teatro tendo participado em várias dezenas de peças. O 6.º ano acabou-o em Santarém e o 7.º ano em letras no Liceal de Coimbra, onde dirigiu o jornal O Bicho. Ingressou na Universidade de Lisboa, tendo frequentado a Faculdade de Direito e a Faculdade de Letras, não concluindo nenhum dos cursos. Viveu em Paris entre 1934 e 1935 onde chegou a estudar no Instituto de Arte e Arqueologia da Universidade de Sorbonne e onde assinou o Manifeste Dimensioniste.
Casou com Maria Manuela Possante, de quem não teve descendência.
Em 1933 cria a galeria UP (1933-1936), onde apresenta a primeira exposição de Maria Helena Vieira da Silva em Portugal (1935).
O surrealismo surge nos horizontes culturais portugueses a partir de 1936 em grande parte pela sua mão, em experiências literárias «automáticas» que realiza com alguns amigos. Em 1940 realiza, com António Dacosta e Pamela Boden (Casa Repe, Lisboa) aquela que é considerada a primeira exposição surrealista em Portugal: " A exposição reunia dezasseis pinturas de Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstratas de Pamela Boden [...]. O surrealismo de que se falara até então vagamente, desde 1924, [...] irrompia nesta exposição, abrindo a pintura nacional para outros horizontes que ali polemicamente se definiam". Nesse mesmo ano cria a revista Variante.
Em 1941 António Pedro visitou o Brasil. Esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo exposto seus quadros em concorridas mostras em ambas as cidades. Permaneceu no país uns quatro ou cinco meses, o bastante para formar um largo círculo de amizades entre a nata da intelectualidade brasileira. E partiu para sua terra natal deixando um rastro de amizades e sinceros admiradores.
Entre 1944 e 1945 vive e trabalha em Londres na British Broadcasting Corporation (B.B.C.), tendo feito parte do grupo surrealista de Londres.
Percursor do movimento surrealista português, fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa, criado em 1947 por Cândido Costa Pinto (expulso ainda na fase inicial de formação do grupo), Marcelino Vespeira, Fernando Azevedo e Mário Cesarini, entre outros, tendo participado na I Exposição Surrealista em Lisboa (1949).
Com uma forte ligação ao teatro, foi diretor do Teatro Apolo (Lisboa) em 1949 e diretor, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto entre 1953 e 1961. Entre 1944 e 1945, foi crítico de arte e cronista da BBC em Londres.
Viveu os últimos anos em Moledo, uma praia junto a Caminha.
Grande parte da sua obra como pintor perdeu-se em 1944 aquando dum incêndio no seu atelier onde ficara a viver o seu amigo António Dacosta.


Ode ao Almada Negreiros

Maravilhosa plástica das coisas!
Tudo no seu lugar, as cores e os olhos
Lá no lugar de cada coisa, a vê-la
Com seu aspecto natural e próprio.

(Tudo para cada um, na variedade
Dos olhos de quem se admite na paisagem,
Ou como espectador,
Ou como actor,
Ambas as coisas uma, no concerto
Magnífico do mundo.)

...Sem memória, ou com memória a sê-la
Nos olhos a olhar completamente
Sem nenhum pensamento reservado:
- Olhos dados a cada coisa, ou tida
Cada coisa p’los olhos que se deram!...

Vaivém de tudo e nada, desse nada
Profético de tudo - e o tudo enorme
De cada nada afeiçoado e olhado
À feição de quem olha possuindo
E possuído, na maravilhosa
Cópula grande dos Artistas todos...

Maravilha de ter-se e ter-se dado,
Em cada olhar olhado,
E em cada cor e em cada flor mantido,
Bolindo e vendo
O sonho de se ir tendo
Realizado.

in Primeiro Volume - Canções e Outros Poemas (1936) - António Pedro

Almeida Garrett morreu há 158 anos

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (Porto, 4 de fevereiro de 1799 - Lisboa, 9 de dezembro de 1854), 1.º Visconde de Almeida Garrett, foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, Par do Reino, ministro e secretário de estado honorário português.
Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.

Filho segundo do selador-mor da Alfândega do Porto, acompanhou a família quando esta se refugiou nos Açores, onde tinha propriedades, fugindo da segunda invasão francesa, realizada pelo exército comandado pelo marechal Soult que entrando em Portugal por Chaves se dirigiu para o Porto, ocupando-o.
Passou a adolescência na ilha Terceira,onde foi criado por familiares, tendo sido destinado à vida eclesiástica, devendo entrar na Ordem de Cristo, por sugestão do tio paterno, Frei Alexandre da Sagrada Família, bispo de Malaca e depois de Angra.
Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais. Em Coimbra, organiza uma loja maçónica, que será frequentada por alunos da Universidade como Manuel Passos. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família.
Participa entusiasticamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado, como parece provar a poesia As férias no campo, escrita em 1819. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo com ardor escrevendo um Hino Patriótico recitado no Teatro de São João. Em 1821, funda a Sociedade dos Jardineiros, e volta aos Açores numa viagem de possível motivação maçónica. De regresso ao Continente, estabelece-se em Lisboa, onde continua a publicar escritos patrióticos e concluindo a Licenciatura em novembro deste ano.
Em Coimbra publica o poema libertino O Retrato de Vénus, que lhe vale ser acusado de materialista e ateu, assim como de «abuso da liberdade de imprensa», de que será absolvido em 1822. Torna-se secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos Negócios do Reino, ingressando em agosto na respectiva secretaria, com o lugar de chefe de repartição da instrução pública. No fim do ano, em 11 de novembro, casa com Luísa Midosi.
A Vilafrancada, o golpe militar de D. Miguel que, em 1823, acaba com a primeira experiência liberal em Portugal, leva-o para o exílio. Estabelece-se em março de 1824 em Le Havre, cidade portuária francesa na foz do Sena, mas em dezembro está desempregado, o que o leva a ir viver para Paris. Não lhe sendo permitido o regresso a Portugal, volta ao seu antigo emprego no Havre. Em 1826 está de volta a Paris, para ir trabalhar na livraria Aillaud. A mulher regressa a Portugal.
É amnistiado após a morte de D. João VI, regressando com os últimos emigrados, após a outorga da Carta Constitucional, reocupando em agosto o seu lugar na Secretaria de Estado. Em outubro começa a editar «O Português, diário político, literário e comercial», sendo preso em finais do ano seguinte. Libertado, volta ao exílio em junho de 1828, devido ao restabelecimento do regime absoluto por D. Miguel. De 1828 a Dezembro de 1831 vive em Inglaterra, indo depois para França, onde se integra num batalhão de caçadores, e mais tarde, em 1832, para os Açores integrado na expedição comandada por D. Pedro IV. Nos Açores transfere-se para o corpo académico, sendo mais tarde chamado, por Mouzinho da Silveira, para a Secretaria de Estado do Reino.
Participa na expedição liberal que desembarca no Mindelo e ocupa o Porto em julho de 1832. No Porto, é reintegrado como oficial na secretaria de estado do Reino, acumulando com o trabalho na comissão encarregada do projecto de criação do Códigos Criminal e Comercial. Em novembro parte com Palmela para uma missão a várias cortes europeias, mas a missão é dissolvida em janeiro e Almeida Garrett vê-se abandonado em Inglaterra, indo para Paris onde se encontra com a mulher. Só com a ocupação de Lisboa em julho de 1834, consegue apoio para o seu regresso, que acontece em outubro. Em novembro é nomeado secretário da comissão de reforma geral dos estudos. Em fevereiro do ano seguinte é nomeado cônsul-geral e encarregado de negócios na Bélgica, onde chega em Junho, mas é de novo abandonado pelo governo. Regressa a Portugal em princípios de 1835, regressando ao seu posto em maio. Estava em Paris, em tratamento, quando foi substituído sem aviso prévio na embaixada belga. Nomeado embaixador na Dinamarca, é demitido antes mesmo de abandonar a Bélgica.
Estes sucessivos abandonos por parte dos governos cartistas, levam-no a envolver-se com o Setembrismo, dando assim origem à sua carreira parlamentar. Logo em 28 de setembro de 1837 é incumbido de apresentar uma proposta para o teatro nacional, o que faz propondo a organização de uma Inspecção-Geral dos Teatros, a edificação do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Os anos de 1838 e 1838, são preenchidos nas discussões políticas que levarão à aprovação da Constituição de 1838, e na renovação do teatro nacional.
Em 20 de dezembro é nomeado cronista-mor do Reino, organizando logo no princípio de 1839 um curso de leituras públicas de História. No ano seguinte o curso versa a «história política, literária e científica de Portugal no século XVI».
Em 15 de julho de 1841 ataca violentamente o ministro António José d'Ávila, num discurso a propósito da Lei da Décima, o que implica a sua passagem para a oposição, e o leva à demissão de todos os seus cargos públicos. Em 1842, opõem-se à restauração da Carta proclamada no Porto por Costa Cabral. Eleito deputado nas eleições para a nova Câmara dos Deputados cartista, recusa qualquer nomeação para as comissões parlamentares, como toda a esquerda parlamentar. No ano seguinte ataca violentamente o governo cabralista, que compara ao absolutista.
É neste ano de 1843 que começou a publicar, na Revista Universal Scalabitana, as Viagens na Minha Terra, descrevendo a viagem ao vale de Santarém começada em 17 de julho. Anteriormente, em 6 de maio, tinha lido no Conservatório Nacional uma memória em que apresentou a peça de teatro Frei Luís de Sousa, fazendo a primeira leitura do drama.
Continuando a sua oposição ao Cabralismo, participa na Associação Eleitoral, dirigida por Sá da Bandeira, assim como nas eleições de 1845, onde foi um dos 15 membros da minoria da oposição na nova Câmara. Em 17 de janeiro de 1846, proferiu um discurso em que considerava a minoria como representante da «grande nação dos oprimidos», pedido em 7 de maio a demissão do governo, e em Junho a convocação de novas Cortes.
Com o despoletar da revolução da Maria da Fonte, e da Guerra Civil da Patuleia, Almeida Garrett que apoia o movimento, tem que passar a andar escondido, reaparecendo em junho, com a assinatura da Convenção do Gramido.
Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett é afastado da vida política, até 1852. Em 1849, passa uma breve temporada em casa de Alexandre Herculano, na Ajuda. Em 1850, subscreve com mais de 50 outras personalidades um Protesto contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, mais conhecida por «lei das rolhas». Costa Cabral nomeia-o, em dezembro, para a comissão do monumento a D. Pedro IV.
Com o fim do Cabralismo e o começo da Regeneração, em 1851, Almeida Garrett é consagrado oficialmente. É nomeado sucessivamente para a redacção das instruções ao projecto da lei eleitoral, como plenipotenciário nas negociações com a Santa Sé, para a comissão de reforma da Academia das Ciências, vogal na comissão das bases da lei eleitoral, e na comissão de reorganização dos serviços públicos, para além de vogal do Conselho Ultramarino, e de estar encarregado da redacção do que irá ser o Acto Adicional à Carta.

 Brasão do Visconde de Almeida Garrett (daqui)
Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal datado de 25 de junho de 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 5 vezes).
Em 1852 é eleito novamente deputado, e de 4 a 17 de agosto será ministro dos Negócios Estrangeiros (em governo presidido pelo Duque de Saldanha). A sua última intervenção no Parlamento será em março de 1854, em que ataca o governo na pessoa de Rodrigo de Fonseca Magalhães.
Falece em 1854, vítima de problemas intestinais, na sua casa situada na atual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, Lisboa. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, tendo sido trasladado em 8 de março de 1926 para o Panteão Nacional, à data no Mosteiro dos Jerónimos. Encontra-se actualmente no Panteão Nacional, na Igreja de Santa Engrácia.

 in Wikipédia

As minhas asas

Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um Anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Bati-as, voava ao céu.

– Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.

Veio a cobiça da terra.
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.

– Veio a ambição, co'as grandezas,
Vinham para mas cortar
Davam-me poder e glória
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas,
Asas que um Anjo me deu,
Em me eu cansando da terra
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,

– Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas,
Asas que um Anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.

Cegou-me essa luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!

– Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu
Pena a pena me caíram...
Nunca mais voei ao céu.

in
Flores sem Fruto (1845) - Almeida Garrett

El-Rei D. Pedro II morreu há 406 anos

D. Pedro II de Portugal (Lisboa, 26 de abril de 1648 - Alcântara, 9 de dezembro de 1706). Foi Rei de Portugal de 1683 à sua morte, sucedendo ao irmão Afonso VI, vindo já exercendo as funções de regente do reino desde 1668, devido à instabilidade mental do irmão, D. Afonso VI. Está sepultado no Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora. Morreu na Quinta de Alcântara, ou Palácio da Palhavã, de apoplexia. Tinha 58 anos e estava doente apenas há quatro dias.

Tré Cool, o baterista dos Green Day, faz hoje 40 anos

Tré Cool tocando a guitarra de Billie Joe Armstrong em agosto de 2010

Frank Edwin Wright III (Frankfurt, 9 de dezembro de 1972), conhecido pelo nome artístico de Tré Cool, é um músico alemão. Ele é o atual baterista da banda de punk rock Green Day. Ele juntou-se à banda após o baterista original (e seu aluno de bateria) Al Sobrante, sair para completar os estudos. Ele também toca guitarra e acordeão.

Tré nasceu na Alemanha, mas cresceu em Willits, Califórnia, Estados Unidos, e viveu com seu pai e os dois irmãos mais velhos, nas montanhas de Mendocino. O seu pai, um veterano aposentado da guerra do Vietname, construiu muitas das casas naquela área, incluindo a de Lawrence Livermore, o seu vizinho mais próximo e também o fundador da Lookout! Records, que deu a Tré o seu nome artístico.
Tré desistiu da escola e nunca terminou o ensino secundário. Em vez disso, ele fez um teste de equivalência e começou tendo aulas em uma escola de comunidade. Mas à medida que o trabalho dos Green Day se intensificava, foi obrigado a desistir da escola.
Com doze anos, Tré juntou-se à banda The Lookouts. Muitas das suas apresentações eram em clubes punk de Berkeley (Califórnia). Tré conhecia Green Day, e ele ajudou o baterista original da banda, Al Sobrante, com a bateria. Pouco depois de Al sair da banda, um amigo de Tré lhe deu o conselho para ele se juntar a banda.
Além de tocar bateria em praticamente todas as faixas de Green Day, Tré Cool também toca guitarra e canta nas faixas "Dominated Love Slave" e "All By Myself". A primeira é do álbum Kerplunk! e a segunda uma faixa oculta de Dookie. Também cantou e compôs a letra de uma das partes da música "Homecoming" do álbum American Idiot, "Rock And Roll Girlfriend". Várias faixas ao vivo, interpretadas por Tré foram também gravadas, como "Billie Joe's Mom" e "Food Around The Corner". "DUI" (Driving Under Influence), gravada durante as gravações de Nimrod, iria ser lançada em Shenanigans, mas foi omitida e pode apenas ser encontrada online.
Lembre-se que as letras do Green Day são geralmente feitas por Billie Joe, mas as músicas são creditadas aos três integrantes (Billie, Mike e o próprio Tré Cool) - "All music by green day". A música Misery do álbum Warning tem a letra creditada a banda toda, o que significa que Tré Cool ajudou na letra.


La Pasionaria nasceu há 117 anos

Isidora Dolores Ibárruri Gómez (também conhecida como La Pasionaria) foi uma líder comunista espanhola. Seu nome verdadeiro era Isidora Ibárruri Gómez. Ela nasceu em Gallarta, uma localidade de Biscaia, (província do País Basco) na Espanha, em 9 de dezembro de 1895 e faleceu em Madrid em 1989.

¡No pasarán!
- Dolores Ibárruri Gómez, 1936

Ibárruri casa-se aos 21 anos de idade com Julián Ruiz, com a oposição de seus pais que desaprovavam as ideias socialistas do futuro genro, e no mesmo ano nasce sua primeira filha Esther, que morre muito pequena. No mesmo ano começa sua militância comunista. Em 1918 escreve seu primeiro artigo assinando com o pseudónimo de La Pasionaria, que a acompanharia a vida toda.

Em 15 de abril de 1920 ela filia-se no Partido Comunista Espanhol, e depois, no seu sucessor, o Partido Comunista de Espanha, no qual ficaria por toda a sua vida, e o qual presidiria a partir de 1960.
Em 1920 nasce o seu filho Rubén, e em 1923 dá a luz trigémeas, das quais apenas uma sobrevive, Amaya. Alguns anos depois separa-se de seu marido, um marido e pai ausente pela sua militância no Partido Comunista Espanhol, do qual era um dos principais dirigentes.
Ela distinguiu-se durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), ao instigar os republicanos contra as tropas do General Franco com a frase: "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Eles não passarão!".
Exilou-se na URSS após a vitória de Franco, e regressou a Espanha em 1977, após a morte do general. Foi eleita para o Parlamento e permanece líder honorária do Partido Comunista até morrer, em 1989.
A sua morte em 1989 coincide com o ano em que caiu o muro de Berlim.

Há cinco anos um sismo provocou pela primeira vez mortos no Brasil

Escombros deixados pelo tremor em Itacarambi, único sismo a causar a morte de alguém no Brasil, a menina Jesiquele Oliveira da Silva (Foto: Cedoc/RAC)

Itacarambi é um município brasileiro do estado do norte do Minas Gerais situado à margem esquerda do rio São Francisco.

No dia 9 de dezembro de 2007 (00.05 horas), ocorreu um tremor de terra de 4,9 de magnitude na Escala Richter, no distrito de Caraíbas, provocando a morte de uma criança de cinco anos e ferimentos em seis pessoas, além de desalojar outras 380, atingindo as 75 casas do distrito, sendo, portanto, considerado o primeiro tremor de terras com morte(s) registado no país. A menina foi a primeira vítima de terremoto no Brasil. (Jornal Folha de São Paulo, 10 de dezembro de 2007).

sábado, dezembro 08, 2012

Salve Regina - hoje Portugal celebra a sua Rainha!


A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho.
O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é também conhecido por Solar da Padroeira, por nele se encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal. A igreja, que é simultaneamente Matriz de Vila Viçosa, fica situada dentro dos muros medievais do castelo da vila, não se podendo porém precisar a data exacta da sua fundação, sendo que a existência da matriz é já assinalada na época medieval. O edifício actual resulta da reforma levada a cabo em 1569, reinando D. Sebastião, sendo um amplo templo de três naves, onde o mármore regional predomina como material utilizado na construção. Segundo a tradição, a imagem da padroeira terá sido oferecida pelo Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, que a terá adquirido em Inglaterra.


A 25 de março do ano de 1646, D. João IV fez uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal em relação a Espanha. Dirigiu-se à igreja de Nossa Senhora da Conceição, que declarou padroeira e rainha de Portugal. A partir dessa data, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, por se considerar que só a Virgem tinha esse direito. Nos quadros onde aparecem reis ou rainhas, a coroa está pousada ao lado, sobre uma mesa, num tamborete ou almofada de cetim.
A notável imagem, em pedra de ançã, encontra-se no altar-mor da igreja, estando tradicionalmente coberta por ricas vestimentas (muitas delas oferecidas pelas Rainhas e demais damas da Casa Real). Ainda em 6 de fevereiro de 1818 El-Rei D. João VI concedeu nova benesse ao Santuário, erigindo-o cabeça da nova Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, agradecendo à Padroeira a resistência nacional às invasões francesas. Neste Santuário nacional estão sediadas as antigas Confrarias de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição. 

Texto daqui

A poetisa Florbela Espanca nasceu e morreu nesta data

Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo.


Noite Trágica 

O pavor e a angústia andam dançando...
Um sino grita endechas de poentes...
Na meia-noite d´hoje, soluçando,
Que presságios sinistros e dolentes!...

Tenho medo da noite!... Padre nosso
Que estais no céu... O que minh´alma teme!
Tenho medo da noite!... Que alvoroço
Anda nesta alma enquanto o sino geme!

Jesus! Jesus, que noite imensa e triste!
A quanta dor a nossa dor resiste
Em noite assim que a própria dor parece...

Ó noite imensa, ó noite do Calvário,
Leva contigo envolto no sudário
Da tua dor a dor que me não ´squece!

in A Mensageira das Violetas - Antologia (1999) - Florbela Espanca

Sinéad O'Connor - 46 anos

Sinéad Marie Bernadette O'Connor (Dublin, 8 de dezembro de 1966) é uma cantora irlandesa.

Filha do engenheiro e mais tarde Barrister (advogado) Sean O'Connor e de Marie O'Connor. É a terceira de cinco irmãos: Joseph O'Connor (que é escritor), Eimear, John, e Eoin.
Teve a vida marcada por reveses que moldaram sua personalidade e lhe marcaram para sempre. Tendo sofrido abusos na infância, já tentou suicídio e afirmou ser homossexual a meio de uma conturbada carreira. Foi excomungada por tentar ser líder de uma seita.
Destacou-se com a voz doce, e ao mesmo tempo rebelde, e com a cabeça raspada, sua marca registada por muitos anos. Estreou na música em 1987, com o álbum The Lion and the Cobra, dedicado à mãe que falecera havia pouco. Conseguiu se apresentar em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, ganhando grande visibilidade.
Foi apenas com o segundo trabalho, I Do Not Want What I Haven't Got de 1990, porém, que Sinéad ficou famosa mundialmente. A canção "Nothing Compares 2 U" composta originalmente por Prince, levou o álbum para a primeira posição dos mais vendidos em vários países e que teve diversos prémios.
Também em 1990, Sinead participa do show que deu origem ao DVD Roger Waters - The Wall Live in Berlin, cantando Mother.
Dois anos depois chega Am I Not Your Girl? onde a cantora interpreta algumas músicas de sucesso como "Don't Cry For Me, Argentina" e "Gloomy Sunday". Nessa época ela foi novamente notícia internacional, mas desta vez, por rasgar uma foto do Papa João Paulo II em protesto pelos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, em um dos programas mais assistidos dos EUA, o Saturday Night Live. Em uma das muitas entrevistas sobre o ocorrido, Sinead conta:
Muitas pessoas não entenderam o protesto. Eu sabia que minha ação poderia causar problemas, mas eu queria forçar uma conversa onde houve a necessidade de uma [...] Tudo o que eu lamentava era que as pessoas supunham que eu não acreditava em Deus. Esse não é o caso. Sou católica de nascimento, e seria a primeira à porta da igreja se o Vaticano oferecesse reconciliação sincera.
A atitude foi reprovada por diversas autoridades e Sinéad ficou com uma imagem negativa em muitas cidades, chegando até a ser vaiada em um show em tributo a Bob Dylan. Sinead ficou com medo da atitude das pessoas, chegando até a doar sua casa de 800 mil dólares à Cruz Vermelha.
Em 1994 ela lança o álbum Universal Mother em que foi lançada a faixa "Fire On Babylon" e que acaba sendo o grande destaque por falar de abuso sexual infantil.
Empenhada politicamente, grava Gospel Oak contendo seis músicas dedicadas ao povo de Ruanda, Israel e aos próprios irlandeses.
Após alguns anos de silêncio, lançou Faith and Courage, no ano de 2000, que foi produzido pelo ex- Eurythmics Dave Stewart. A cantora anunciou que se converteu a Igreja Tridente Latino, da Irlanda, e passa a dedicar grande parte de sua vida à religião.
Sean-Nós Nua traz um repertório composto de canções folclóricas irlandesas e o duplo She Who Dwells in the Secret Place of the Most High Shall Abide Under the Shadow of the Almighty é dividido entre um disco ao vivo e outro com faixas raras e alguns covers.
Sinéad O’Connor anunciou que ia deixar os palcos e o show business para cuidar mais de seu espírito e de sua família. Ela já havia anunciado a sua retirada outras vezes e não cumpriu a promessa. No final de 2011 ela lançou o seu mais recente álbum, intitulado "Home".

Sinead foi casada quatro vezes, sendo o seu primeiro marido o produtor musical e baterista John Reynolds. Sinead teve quatro filhos, cada um filho de pais diferentes, são três meninos e apenas uma menina.
A 8 de dezembro de 2011 casou com Barry Herridge, mas passados 16 dias anunciou que se iria divorciar; mais tarde passaram a namorar de novo, mas vivendo em casas separadas.