sexta-feira, setembro 14, 2012
O 1º Duque de Wellington morreu há 160 anos
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Grace Kelly morreu há 30 anos...
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Giovanni Domenico Cassini nasceu há três séculos
Apesar do observatório de Paris não ter a melhor localização para a realização de observações astronómicas, Cassini continuou as suas observações, descobrindo em 1671 e 1672 as luas de Saturno Jápeto e Reia, em 1675 uma parte escura dos anéis de Saturno, batizada com o seu nome (a divisão de Cassini, área escura que separa os anéis A e B de Saturno e que tem cerca de 5.000 km de largura) e, em 1684, dois outros satélites do planeta dos anéis: Tétis e Dione.
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quinta-feira, setembro 13, 2012
Porque hoje foi um dia triste para a História de Portugal...
... há que recordar que Alexandre Herculano foi um Homem ímpar: lutou, com D. Pedro IV, pela monarquia constitucional, foi precetor de El-Rei D. Pedro V (e que grande Rei perdemos, por causa da doença que o vitimou...), foi um escritor, poeta e pensador único; foi ainda um historiador importantíssimo, que soube preservar muitos tesouros e passá-los para o papel dos impressores. Não precisando de prebendas ou títulos, foi fiel às suas Ideias, à Pátria e ao seu Rei. Recordemo-lo com um belo poema:
Há um tamanho de homem que se mede
Na sepultura:
Cabe ou não cabe no caixão da morte?
Mas quando o porte
Da criatura
Excedo o próprio excesso consentido,
Leva tempo a tornar-se natural
Que uma grandeza tal
Tenha existido.
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga
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Natália Correia nasceu há 89 anos
Elegia dos Amantes Lúcidos
Na girândola das árvores (e não há quem as detenha)
Deixa de fora a tarde o vermelho que a tinge.
Se ao menos tu ficasses na pausa que desenha
O contorno lunar da noite que te finge!
Se ao menos eu gelasse uma corda do vento
para encontrar a forma exacta dum violino
Que fosse a sensibilidade deste pensamento
Com que a minha sombra vai pensando o meu destino
E não houvesse o sono dum telhado
Entre ter de haver eu e haver o tecto;
E a eternidade não estivesse ao lado
A colocar-nos nas costas as asas dum insecto
Meu amor, meu amor, teu gesto nasce
Para partir de ti e ser ao longe
A cor duma cidade que nos pasce
Como a ausência de deus pastando um monge
Ah, se uma súbita mão na hora a pique
Tangendo harpas geladas por segredos
Desprendesse uma aragem de repiques
Destes sinos parados pelo medo!
Mas só porque vieste fez-se tarde,
Ou é a vida que nasce já tardia
Como uma estrela que se acende e arde
Porque não cabe na rapidez do dia?
Nem homem nem mulher. Só a moeda antiga:
Uma inflação de deuses que não pode parar
Como um pássaro cego à nora da intriga
Que é a morte no centro connosco a circular.
Será o mesmo tempo que nos cabe?
Talvez sejas a raça prematura
Duma gota de orvalho que se há-de
Negar à minha sede desértica e futura.
Como o brilho dum sol partido ao meio
Damos luz pela nostalgia da metade.
Partes para ser gaivota no meu seio.
Mas não trazes no bico uma cidade.
Aqui pousou um pássaro de lume
Que deixou um voo subterrâneo
Na repetida vibração do gume
Que cada hora traz à lâmina do crânio.
Teus dedos num relógio como a picada duma abelha
A fabricar o mel da estação perdida!
Que quanto a primavera um rouxinol na telha
É toda a melodia que traz na unha a vida.
O navio tem dois extremos ermos:
Os cabelos para Vénus e os pés para Marte.
Mas a viagem é o mar com a terra a ver-nos.
E com lenços à vista ninguém parte.
Ah, se ao menos eu pudesse agora erguer-me
Como uma pedra pelas minhas mãos futuras
E ficasse para sempre a aquecer-me
Ao sol que cega efémeras criaturas!
Se soltasses as aves da rotina
E de um jorro de deuses abrisses a comporta
E reclinada em tua espádua genuína
Eu entrasse num céu sem ter que achar a porta!
Se tu viesses cavaleiro branco
Orvalhado pela manhã do meu instinto.
E ficasses a chamar-me como um canto
No porvir do nosso último recinto!
Se ficássemos espuma de Maio cor-de-rosa
Nas praias donde Maio se retira,
Enrolados nos panos duma paisagem silenciosa
Que fosse a pura sonoridade da ausência duma lira!
Ah, as sementes que te exigem em declive
Entre abismos onde nunca te despenhas
E esfumados voos em que te embebes e revives
O que de ti já pousou no cume das montanhas!
Inútil decifrarmos este oráculo de ave absorta
Na incontinência do voo que a abrasa.
Se houver um palácio sem porta, talvez seja a porta.
Se houver uma casa sem tecto, talvez seja a casa.
in Passaporte (1958) - Natália Correia
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Randy Jones, o cowboy dos Village People, faz hoje 60 anos
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Aquilino Ribeiro nasceu há 127 anos
Nascido a 13 de setembro de 1885 no concelho de Sernancelhe, freguesia de Carregal de Tabosa (uma lápide assinala a casa onde se julga que nasceu), filho de Mariana do Rosário Gomes e do padre Joaquim Francisco Ribeiro, tem uma infância, ao que se sabe, de miúdo um pouco mais que travesso, a tal ponto que ainda hoje é possível encontrar na zona quem tenha ouvido contar histórias picarescas de um menino destinado pela família à vida de sacerdócio. A sua ida para o Colégio da Senhora da Lapa, em 1895, seria o início de um percurso que o leva seguidamente para Lamego, mais tarde para Viseu (ano de 1902), onde vai estudar Filosofia, e, pouco tempo depois, para o Seminário de Beja, frequentado, ao que consta, pelos ordenandos mais recalcitrantes. Em 1904 é expulso do seminário, depois de ter dado uma réplica cortante a uma acusação do Padre Manuel Ançã, um dos dois irmãos que ao tempo dirigiam a instituição.
A sua faceta de "homem de ação", como já se viu, deu frutos ainda nos anos finais da monarquia (ainda hoje há quem se interrogue se no dia do regicídio Aquilino terá sido a "terceira carabina do Terreiro do Paço", para usar uma expressão de Batista Bastos) e torna vincadamente a manifestar-se com a sua participação, em 1927, na revolta frustrada contra a ditadura militar sequente ao golpe de 28 de maio de 1926, sendo por isso obrigado a refugiar-se em Paris. De regresso a Portugal, volta a participar numa ação antirregime (no chamado movimento do regimento de Pinhel), mas é capturado e levado para a prisão do Fontelo, em Viseu (um edifício que ainda hoje se pode ver nesta cidade). Foge também desta vez, esconde-se pelas serranias beirãs e enceta uma difícil jornada que de novo o levará até Paris; destas experiências de ativista político aproveitará também o escritor, no enredo, por exemplo, de O Arcanjo Negro (redigido em 1939-40, mas, devido a problemas com a censura, publicado apenas em 1947) ou de O Homem que Matou o Diabo. Sublinhe-se que na década de 20 publicara duas obras que, a par de Terras do Demo e de A Casa Grande de Romarigães, constituem dois dos seus textos mais emblemáticos: o picaresco Malhadinhas, primeiro inserido no volume de novelas Estrada de Santiago, depois em edição independente, e o extraordinário Andam Faunos pelos Bosques, uma sátira genial, mas tolerante ao conservadorismo cristão e um hino ao amor livre, consagrado tanto pelo anarquismo (que Aquilino chegou a abraçar mais do que intelectualmente) como pela palavra bíblica de Antigo Testamento, ponto de retorno constante do seu pensamento dúctil e cultivadíssimo.
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Clara Schumann nasceu há 193 anos
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Há 736 anos um português foi eleito Papa
Começou os seus estudos na escola episcopal da catedral de Lisboa, tendo mais tarde estudado na Universidade de Paris (alguns historiadores afirmam que terá sido na Universidade de Montpellier) com mestres notáveis, como São Alberto Magno, e tendo por condiscípulos São Tomás de Aquino e São Boaventura, grandes nomes do cristianismo. Lá estuda medicina e teologia, dedicando especial atenção a palestras de dialética, lógica e sobretudo a física e metafísica de Aristóteles.
Entre 1246 e 1252 ensinou medicina na Universidade de Siena, onde escreveu algumas obras, de entre as quais se destaca o Tratado Summulæ Logicales que foi o manual de referência sobre lógica aristotélica durante mais de trezentos anos, nas universidades europeias, com 260 edições em toda a Europa, traduzido para grego e hebraico.
Prova da sua vastíssima cultura científica encontra-se na obra De oculo, um tratado de Oftalmologia, que conhece ampla difusão nas universidades europeias. Quando Miguel Ângelo adoece gravemente dos olhos, devido ao árduo labor consumido na decoração da Capela Sistina, encontra remédio numa receita de Pedro Julião. De sua autoria, o ‘Thesaurus Pauperum’ (Tesouro dos pobres), em que trata de várias doenças e suas curas, com cerca de uma centena de edições e traduzido para 12 línguas.
Já no domínio da Teologia, é autor de Comentários ao pseudo-Dionísio e Scientia libri de anima. Encontra-se por publicar a obra De tuenda valetudine, manuscrita em Paris, dedicada a Branca de Castela, esposa do rei Luís VIII de França, filha de Afonso IX de Castela.
Antes de 1261, ano em que é eleito decano da Sé de Lisboa, Pedro Julião ingressa no sacerdócio. O rei Afonso III de Portugal confia-lhe o priorado da Igreja de Santo André (Mafra) em 1263, posto o que é elevado a cónego e deão da Sé de Lisboa, Tesoureiro-mor na Sé do Porto e Dom Prior na Colegiada Real de Santa Maria de Guimarães.
Após a morte de Dom Martinho Geraldes, Pedro Julião é nomeado Arcebispo de Braga pelo Papa Gregório X, em 1273. Um ano depois, participa no XIV Concílio Ecuménico de Lião, altura em que Gregório X o eleva a Cardeal-bispo com o título de Tusculum-Frascati, da Diocese suburbicária de Frascati, o que permite ao pontífice poder contar com os serviços médicos do sábio português. Regressa ao Arcebispado de Braga, até ser nomeado o sucessor, Dom Sancho. De volta à corte pontifícia, Gregório X nomeia-o seu médico principal (arquiathros) em 1275.
A eleição de Pedro Julião, em conclave realizado em Viterbo, após a morte do Papa Adriano V, a 18 de agosto de 1276, decorre num período muito perturbado por tensões políticas e religiosas e com alguns cardeais a sofrer violências físicas. É eleito Papa a 13 de setembro e coroado a 20 de setembro de 1276, e adota o nome de João XXI.
Embora sem grande sucesso, leva por diante a missão encetada por Gregório X de reunir a Igreja Grega à Igreja do Ocidente. Esforça-se por libertar a Terra Santa em poder dos turcos.
Tenta reconciliar grandes nações europeias, como França, Alemanha e Castela, dentro do espírito da unidade cristã. Neste sentido, envia legados a Rodolfo de Habsburgo e a Carlos de Anjou, sem sucesso.
Pontífice dotado de rara simplicidade, recebe em audiência tanto os ricos como os pobres. Dante Alighieri, poeta italiano (1265-1321), na sua famosa ‘Divina Comédia’, coloca a alma de João XXI no Paraíso, entre as almas que rodeiam a alma de São Boaventura, apelidando-o de "aquele que brilha em doze livros", menção clara a doze tratados escritos pelo erudito pontífice português. O rei aragonês Afonso X de Leão e Castela, o Sábio, avô de D. Dinis de Portugal, elogia-o em forma de canção no "Paraíso", canto XII. Mecenas de artistas e estudantes, é tido na sua época por 'egrégio varão de letras', 'grande filósofo', 'clérigo universal' e 'completo cientista físico e naturalista'.
Mais dado ao estudo que às tarefas pontifícias, João XXI delega no Cardeal Orsini, o futuro Papa Nicolau III, os assuntos correntes da Sé Apostólica. Ao sentir-se doente, retira-se para a cidade de Viterbo, onde morre a 20 de maio de 1277, com 51 anos, vitimado pelo desmoronamento das paredes do seu aposento, estando o palácio apostólico em obras. É sepultado junto do altar-mor da Catedral de São Lourenço, naquela cidade. No século XVI, durante os trabalhos de reconstrução do templo, os seus restos mortais são trasladados para modesto e ignorado túmulo, mas nem aqui encontraram repouso definitivo. Através do contributo da Câmara Municipal de Lisboa, por João Soares, então seu presidente, o mausoléu é colocado, a título definitivo, ao lado do Evangelho de Catedral de Viterbo, a 28 de março de 2000.
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Alexandre Herculano morreu há 135 anos
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
Pura em sua innocencia.
Entre a sarça espinhosa,
Purpurea esplende, inda botão intacto,
Na madrugada a rosa.
É da campina a virgem
A pudibunda flor;
Em seus efluvios matutina brisa
Bebe o primeiro amor.
O sol inunda as veigas:
Calou-se o rouxinol;
E a flor, ebria de gloria, á luz fervente,
Desabrochou-a o sol.
O sôpro matutino
No seio seu pousára:
Prostituida á luz, fugiu-lhe a brisa,
Que a linda rosa amára.
Bella se ostenta um dia;
Saúdam-na as pastoras;
Dão-lhe mil beijos, gorgeando, as aves;
Voam do goso as horas.
Lá vem chegando a noite,
E ella empallideceu:
Incessante prazer mirrou-lhe a seiva;
A rosa emmurcheceu.
Desce o tufão dos montes,
Os matos sacudindo;
Desfallecida a flor desprende as folhas,
Que o vento vai sumindo.
Onde estará a rosa,
Do prado a bella filha?
O tufão, que espalhou seus frageis restos,
Passou: não deixou trilha.
Da sarça a flor virente
Nasceu, gosou, e é morta:
E a qual desses amantes de um momento
Seu fado escuro importa?
Nenhum, nenhum por ella
Gemeu saudoso á tarde;
Não ha quem juncte as derramadas folhas,
Quem amoroso as guarde.
Só da manhan o sôpro,
Passando no outro dia,
Da rosa, que adorou, quando a innocencia
Em seu botão sorria,
Juncto do tronco humilde
O curso demorando,
Veio depositar perdão, saudade,
Queixoso sussurrando.
De quantas és a imagem,
Oh desgraçada flor!
Quantos perdões sobre um sepulchro abjecto
Tem murmurado o amor!
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quarta-feira, setembro 12, 2012
Johnny Cash morreu há 9 anos
You Are My Sunshine - Johnny Cash
The other night, dear, as I lay sleeping
I dreamed I held you in my arms
When I awoke, dear, I was mistaken
So I hung my head and cried
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are grey
You'll never know, dear, how much I love you
Please don't take my sunshine away
I'll always love you and make you happy
If you will only say the same
But if you leave me to love another
You'll regret it all someday
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are grey
You'll never know, dear, how much I love you
Please don't take my sunshine away
You told me once, dear, you really loved me
And no one else could come between.
But now you've left me and love another,
You have shattered all my dreams.
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are grey
You'll never know, dear, how much I love you
Please don't take my sunshine away
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El-Rei D. Afonso VI, o Vitorioso, morreu há 329 anos
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