domingo, julho 11, 2010

30 anos do album Ar de rock - XI


Afurada
Murmura a maré no casco
Os pescadores conversam
À porta do tasco
Fumando um cigarro forte

As velhas cosem as redes
Cheirando o vento norte
E vão sentido pela espinha
Uma nevralgia de morte
Há um jovem pescador
A trincar dedos cortados
Pela sediela fina
Segura na mão a amarra
E despede-se da mulher varina
Que lhe abotoa a samarra

Diz com a mão no puxo a afagar
Nunca tires a aliança
Tem o luto sempre à mão
Fico contigo na lembrança
E no esmalte do teu casacão

NOTA: não há sequer uma versão na Internet desta bonita música de Rui Veloso...

sábado, julho 10, 2010

Passaram ontem 12 anos sobre o último grande sismo açoreano

Fez ontem 12 anos (foi em 9 de Julho de 1998) que ocorreu o último sismo com vítimas mortais nos Açores.

Para recordar a data, de que ontem não pudemos aqui falar pelo muito trabalho (reunião de Departamento, acção de formação e Jantar de Agrupamento...) aqui ficam dois links:






Há 465 anos Miranda do Douro foi elevada a cidade


Miranda do Douro (em mirandês Miranda de l Douro) é uma cidade portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e subregião do Alto Trás-os-Montes, Terra de Miranda, com cerca de 2 100 habitantes.

É sede de um município com 488,36 km² de área e 8 048 habitantes (2001), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a nordeste e sueste pela Espanha, a sudoeste pelo município de Mogadouro e a noroeste por Vimioso.

Nesta região, além do português, fala-se sua própria língua: a língua mirandesa.


30 anos do album Ar de rock - X


NOTA: mais uma versão, de 2000, desta vez dos belle chase hotel, no álbum comemorativo dos 20 anos do Ar de Rock. A letra é a seguinte:

Andas aí no ataque
Nas boites da moda
A dançar o disco
Como ninguém


Longe vai o tempo
Do whisky com soda
És coisa de luxo
Gastas bem aos cem


Vê lá bem
Donzela diesel
Vê lá bem
Que a vida nem
Sempre é super
Vê lá bem
Donzela diesel


Dão-te uma jóia
Pela noite de gozo
Uma dose tua
Acelera os sentidos
Paga-te a renda
Um cavalheiro idoso
Outros cavalheiros
Compram-te vestidos


Vê lá bem
Donzela diesel
Vê lá bem
Que a vida nem
Sempre é super
Vê lá bem
Donzela diesel
A vida é bem mais fácil
De ganhar assim
Um corpo espantoso
Um palmo de cara
Quando tudo isso
Tiver o seu fim
Iremos saber
Quem é que te ampara


Vê lá bem
Donzela diesel
Vê lá bem
Que avida nem
Sempre é super
Vê lá bem
Donzela diesel

sexta-feira, julho 09, 2010

Já se podem inscrever na Geologia no Verão...

Ciência Viva no Verão

Edição de 2010 (15 de Julho a 15 de Setembro)

Neste Verão, leve a Ciência na bagagem. Visite o interior de uma barragem, siga os trilhos do lobo ibérico, desça a uma mina e fique a ver estrelas com os amigos e a família. São milhares de acções gratuitas em todo o país, sempre na companhia de especialistas. Uma iniciativa da Ciência Viva, em colaboração com instituições científicas, museus, Centros Ciência Viva, associações, autarquias e empresas.

E sabia que Portugal integra uma das 25 regiões, a nível mundial onde a conservação do património natural é essencial para preservar a biodiversidade do planeta? No Ano internacional da Biodiversidade a Ciência Viva no Verão dá-lhe a conhecer a fauna, a flora e os habitats do nosso país.

Nestas férias, a Ciência vai consigo.


NOTA: mais logo iremos sugerir algumas acções, como a da Mina de Sal Gema de Loulé ou da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros...

30 anos do album Ar de rock - IX



Saiu decidida para a rua
Com a carteira castanha
E o saia-casaco escuro
Tantos anos tantas noites
Sem sequer uma loucura

Ele saiu sem dizer nada
Talvez fosse ao teatro chino
Vai regressar de madrugada
E acordá-la cheio de vinho

Tantos anos tantas noites
Sem nunca sentir a paixão
Foram já as bodas de prata
Comemoradas em solidão

Pôs um pouco de bâton
E um leve toque de pintura
Tirou do cabelo o travessão
E devolveu ao rosto a candura

Saiu para a rua insegura
Vagueou sem direcção
Sorriu a um homem com tremura
E sentiu escorrer do coração
A humidade quente da loucura

quinta-feira, julho 08, 2010

30 anos do album Ar de rock - VIII


Nota: versão dos Da Weasel no álbum Ar de Rock - Tributo 20 Anos Depois - 2000. A versão original, muito superior, tinha esta letra:

Primeiro deste-me sorte
Saímos os dois por aí
Cinemas uns bares e dançamos
Perdemos sul e norte
Ficámos partimos daqui
Quisemos achar a achámos

Depois tu de repente já diferente
Percebi que alguma coisa se passava
Procurei-te e miúda achei-te ausente
E era a primeira vez que assim te achava

Aí miúda
Já não posso passar sem ti
Aí miúda
Tu pões-me completamente
Fora de mim

Agora estou sempre à espera
Feito um idiota
Pelo que me diz de ti quem nos via
E vivo como uma fera
Na paranóia da noite
Fumo e bebo até ser dia

Aí miúda
Já não posso passar sem ti
Aí miúda
Tu pões-me completamente
Fora de mim

Continuo a acreditar que irás voltar
Virás por aí pelo ar num repente
Só tu miúda me poderás levantar
Deste sonho medonho que abraço consciente

Aí miúda
Já não posso passar sem ti
Aí miúda
Tu pões-me completamente
Fora de mim


quarta-feira, julho 07, 2010

Barbárie e pena de morte no Irão do século XXI

Sem comentários...


Jornadas TICnológicas em Leiria

Participei hoje, em Leiria, nas Jornadas TICnológicas, organizadas pelo Grupo PTE do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus.

Para memória futura, aqui ficam dois ficheiros:

Passeio pedestre em Rio Seco no dia 11 de Julho


No dia 11 de Julho de 2010, domingo, haverá um Percurso Pedestre na zona de Rio Seco (freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha). Intitulado entre serras e nascentes, terá partida às 08.30 horas, da Fonte de Rio Seco, e levar-nos-á às Torrinhas, à Maunça (o ponto mais alto da região) e às Fontes (local onde nasce o Rio Lis), num percurso com cerca de 10 quilómetros organizado pela Associação Cultural Desportiva do Rio Seco.

Já com seguro incluído, a inscrição simples custará 2,50 euros, enquanto que já com almoço serão apenas 10,00 euros. Esta é feita através dos telefones 914 076 062 ou 910 295 731 ou ainda pelo e-mail acdrioseco@sapo.pt. Eu estarei lá e farei a explicação da Geologia da zona que iremos atravessar…

Participa!

ADENDA - link para o CARTAZ.

É oficial - o blog Geopedrados faz hoje meia dezena de anos!

Foram anos muito especiais para quem, há 5 anos, faz este nosso e vosso Blog Geopedrados...!

Aos nossos leitores, colaboradores e afins os nossos agradecimentos - sem vocês há muito que tínhamos desistido...

Para quem não sabe a origem do nome do Blog, aqui fica a capa da plaquete e a foto do carro de curso, levado pelos alunos da licenciatura em Geologia da Universidade de Coimbra ao Cortejo Académico da Queima das Fitas, em Maio de 1988...

30 anos do album Ar de rock - VII


Sei de uma camponesa
Sem campo sem quintal
Que canta debruçada
Ao sol da seara
O trigo na cara
De suor tão debulhada

Sei de uma camponesa
Que dança à noite na eira
Perfumada de avenca e feno
Enfeitada de tomilho
E canta com a expressão
De quem vai ter um filho
Mesmo pelo coração

Sei de uma camponesa
Que nunca enche esta cidade
Nunca se senta à minha mesa
Nunca me leva à sua herdade
Para ouvir um trocadilho
Para tornar realidade
Um sonho que perfilho

terça-feira, julho 06, 2010

Música para um poético e triste dia ...



NOTA: morreu uma poetisa de quem li, em garoto, muitas coisas. É um dia triste - mas, enquanto houver dentro de mim um vestígio do puto endiabrado que sossegava ao ler ou ouvir as suas poesias, ela nunca morrerá...


Loas à Chuva e ao Vento

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!

in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

Hoje é um frio e triste dia de Outono




BALADA DAS VINTE MENINAS FRIORENTAS

Vinte meninas, não mais,
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul escuro.

As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
Dormiam quentes num ninho
Feito de amor e de terra,
Feito de lama e carinho.

As minhas vinte meninas
Para o almoço e o jantar
Tinham coisas pequeninas,
Que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
Suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
Que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
Que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Em certo dia de Outono
Perderam-se pelos céus.

Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo deixou-nos...



A escritora Matilde Rosa Araújo morreu hoje de madrugada, na sua casa, em Lisboa, aos 89 anos, disse à agência Lusa fonte da família. De acordo com fonte da Editorial Caminho o corpo de Matilde Rosa Araújo será velado hoje na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa.

HISTÓRIA DO SR. MAR

Deixa contar...
Era uma vez
O senhor Mar
Com uma onda...
Com muita onda...


E depois?
E depois...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
E depois...


A menina adormeceu
Nos braços da sua Mãe...

in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo

30 anos do album Ar de rock - VI


Gingando pela rua
Ao som do Lou Reed
Sempre na sua
Sempre cheio de speed
Segue o seu caminho
Com merda na algibeira
O Chico Fininho
O freak da Cantareira

Chico Fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

Aos esses pela rua acima
Depois de mais um shoot nas retretes
Curtindo uma trip de heroína
Sapato bicudo e joanetes

A noite vem j e mal atina
Ele o maior da Cantareira
Patchuli borbulhas e brilhantina
Cólicas escorbuto e caganeira

Chico Fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

Sempre a domar a cena
Fareja a judite em cada esquina
A vida só tem um problema
O ácido com muita estricnina

Da Cantareira à Baixa
Da Baixa à Cantareira
Conhece os flipados
Todos de gingeira

Chico Fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

segunda-feira, julho 05, 2010

30 anos do album Ar de rock - V


Tenho à janela
uma velha cornucópia
cheia de alfazema
e orquídeas da Etiópia

Tenho um transístor ao pé da cama
con sons de harpas e oboés
e cantigas de outras terras
que percorri de lés-a-lés

Tenho uma lamparina
que trouxe das arábias
para te amar à luz do azeite
num kamasutra de noites sábias

Tenho junto ao psyché
um grande cachimbo d'água
que sentados no canapé
fumamos ao cair da mágoa

Tenho um astrolábio
que me deram beduínos
para medir no firmamento
os teus olhos astralinos

Vem, vem à minha casa
rebolar na cama e no jardim
acender a ignomínia
e a má língua do código pasquim
que nos condena numa alínea
a ter sexo de querubim

domingo, julho 04, 2010

Música de e para a nossa amada Cidade de Coimbra



É preciso acreditar...

É esta a nossa mensagem, no post número 3.250...

E já faltam muito poucos dias para os 5 anos deste Blog!

A Rainha Santa morreu há 674 anos


Isabel de Aragão OFS (ou, usando a grafia medieval portuguesa, Helisabeth; Saragoça, 1271 - Estremoz, 4 de Julho de 1336), foi uma infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.


Guilherme Valente continua a desmistificar o eduquês


Texto de Guilherme Valente saído no "Expresso" de hoje:

1. Ensina-se, supostamente, a «aprender a aprender». Mas não se ensinam os conhecimentos que os alunos precisam de aprender. Ensina-se, supostamente, a «aprender a aprender» matemática. Mas o que é preciso mesmo é aprender matemática.

O «aprender a aprender» tornou-se moda por soar bem e prometer o «milagre» de se poder aprender tudo sem ter de se aprender nada.

O eduquês substitui o que importa ensinar pelas técnicas e métodos que supostamente permitiriam aprender tudo sem esforço.

Dois exemplos reveladores do logro:

Se eu pretender recrutar um tradutor de inglês, não indagarei se os candidatos sabem «aprender a aprender», mas se sabem, pelo menos, inglês e português.

Se a Carris precisar de um motorista, não perguntará aos candidatos se sabem «aprender a aprender», mas se têm carta de condução e experiência de conduzir.

2. As «competências» são outro logro, que engana o incauto porque a expressão tem um significado próprio que o senso comum instantaneamente apreende e valoriza. Mas o que é um indivíduo competente? Alguém que adquiriu e domina conhecimentos e técnicas e é capaz de os aplicar no exercício eficaz de uma função. Haverá alguém competente, seja no que for, sem conhecimentos?

O que será uma competência em Filosofia Medieval? Só pode ser o conhecimento do pensamento dos filósofos da época e do contexto em que foi elaborado. O que exige tê-los estudado, dominar o latim, grego, história, etc. E ser competente em física quântica? E a cozinhar uma boa caldeirada?

Também o candidato a um curso universitário de Física deverá ter adquirido os conhecimentos que permitem responder à exigência de aprofundamento e especialização que pressupõe. Não chegará que saiba «aprender a aprender», pede-se-lhe que já tenha aprendido muito.

3. Importante não é o modo como se ensina e aprende, mas o que efectivamente se ensina, aprende e exercita. E é só o aprender muito que potencia a capacidade para aprender mais e diferente.

O método é um «caminho». As técnicas e meios de ensino devem ser adoptados e mesmo construídos em função das matérias e dos alunos. A pedagogia é uma disciplina respeitável, mas auxiliar, não é o objectivo do ensino.

4. Ora, como a pedagogia parece ser o único conhecimento que os «especialistas» da educação supostamente dominam, valorizam-no até ao rídiculo, garantindo, assim, o poder e o emprego.

É esse o programa dominante na maioria dos cursos de formação de professores, que lançam no ensino vagas de docentes, grande parte sem poderem ensinar nada, por saberem muito pouco do que deveriam ensinar.

Mas como o Ministério da Educação é controlado pelos mesmos que os «formaram», fica tudo em casa, isto é, a escola e a «avaliação» não podem deixar de ser o que, com raras excepções, são.

Se o leitor quiser saber até que ponto o rei vai nú, peça a um desses novos docentes, ou a um dos pobres bons professores a quem é imposta a cartilha, um exemplo de uma «competência». Aposto que será: a «leitura de um horário de comboio»…

Refeito do choque, pergunte, a seguir, como se avalia a competência em História, Física, Electricidade…

4. O «aprender a aprender» e as «competências» são um pico da pedagogice, logros que servem ao eduquês e aos «especialistas» para que não se ensine, não se aprenda, nada possa ser avaliado.

São, afinal, manifestação da desvalorização relativista do conhecimento e do professor, da aversão rousseauniana aos «saberes letrados», supostamente origem da desigualdade e da desarmonia social. Tornar todos iguais, é o projecto inconfessável do eduquês. Mesmo que para isso seja preciso condenar todos à ignorância, à boçalidade e à miséria.

Todos?

Guilherme Valente

Texto sobre a operação de branqueamente da anterior Ministra da Educação

Uma obscenidade política

A política portuguesa teve hoje mais um episódio obsceno. Lamentavelmente já não causa admiração. Foi apenas mais um a somar a tantos outros.

Hoje foi publicado, com ruído mediático, um livro intitulado A Escola Pública Pode Fazer a Diferença. A autora é Lurdes Rodrigues, a anterior ministra da Educação de José Sócrates.

Dificilmente se encontrarão palavras adequadas que possam, com propriedade e objectividade, caracterizar este acto. Todavia, há, neste episódio, três fenómenos que não posso deixar de referir.


1. Uma ministra política e tecnicamente incompetente, cuja incompetência não tem paralelo na história portuguesa dos últimos 36 anos, considerou razoável, aceitável e normal escrever e publicar um livro sobre a sua desastrada e desastrosa obra à frente do Ministério da Educação.

Este acto de escrever e publicar um livro para tentar desenodoar a sua degradada e humilhada imagem confirma, pela enésima vez, que uma de duas situações é infelizmente verdadeira: Lurdes Rodrigues ou sofre de absoluta inconsciência política ou sofre de total falta de pudor, isto é, em linguagem chã, como ela tanto apreciava utilizar: ou não sabe o que fez ou não tem vergonha do que fez. Ou, uma última hipótese, tem vergonha, mas, seguindo o exemplo do seu ex-chefe de governo, comporta-se como as personagens mais púrrias do jet set nacional: um comportamento quanto mais censurável for mais exposição e mais espavento social exige para poder ser ultrapassado.


2. Os elogios dirigidos à autora, pelos intervenientes neste evento, mostram como muitos dos nossos políticos são medíocres. Em Portugal, faz-se política à base do «bitaite», isto é, à base do palpite, à base de umas ideias gerais, muito gerais, muitíssimos gerais a partir das quais se acha possível poder opinar substantivamente. Em Portugal, faz-se política considerando-se que não é preciso saber do que se está a falar. O paradigma desta forma de fazer política foi, e ainda é, Mário Soares, que nunca estudou qualquer dossiê, mas que se considera, e sempre considerou, preparado para falar de tudo e sobre tudo — por isso, ele estava lá, e falou e elogiou...

Esta é a forma mais cómoda e fácil de fazer política, porque não obriga ao estudo rigoroso de nada, e até permite que se elaborem discursos belíssimos ainda que repletos de gravíssimos dislates ou de absolutas inutilidades. É a forma mais fácil e mais cómoda de fazer política, mas também é a mais irresponsável.

Algum dos políticos que falou, ou que esteve presente, na cerimónia, a que se juntou, lamentavelmente, o prof. Sobrinho Simões, se deu ao trabalho de ler a legislação produzida por Lurdes Rodrigues?

Algum deles leu, por exemplo, as enormidades técnicas existentes na primeira versão do Estatuto do Aluno, de tal forma que teve de ser revisto à pressa e a um domingo?

Algum deles se deu ao trabalho de ler a monstruosidade técnica do sistema de avaliação do desempenho docente, que, quando foi publicado, previa ser aplicado em 15 dias?

Algum deles leu a vergonha técnica que é a legislação sobre o modelo de gestão de Lurdes Rodrigues? Onde, por exemplo, se faz coexistir um processo concursal e um processo eleitoral na escolha do director, processos objectivamente de natureza incompatível? Onde, por exemplo, se plasmam situações de clara incompatibilidade: como é possível efectivar-se o livre exercício da crítica ao director, por parte, por exemplo, do representante dos funcionários, no Conselho Geral, se esse funcionário sabe que, no dia seguinte, pode sofrer retaliações desse mesmo director, que é seu superior hierárquico? Alguém leu isto?

Alguém dos elogiantes leu a vergonhosa e incompetente legislação sobre a avaliação do desempenho dos membros dos Conselho Executivos, no ano lectivo anterior, que não avaliou nenhum desempenho, mas apenas, e absurdamente, currículos?

Algum dos presentes se deu ao trabalho de ler os despachos que saíam num dia e que, semanas depois, eram corrigidos por circulares?

Repare-se que estou a referir-me apenas à objectiva incompetência de Lurdes Rodrigues, que nem capaz era de sustentar tecnicamente as barbaridades políticas que defendia.


3. Alguém se informou, estudou ou leu o que quer seja sobre a verdadeira obra realizada por Lurdes Rodrigues?

Por exemplo, alguém se deu ao trabalho de saber, junto dos professores, a que corresponde, de facto, o famoso programa das Novas Oportunidades? Alguém se deu ao trabalho de saber o que significa um aluno com o 6.º ano de escolaridade obter em três meses o certificado do 9.º ano?

Alguém se preocupou em saber o que isso representa? Não perguntem aos alunos, que esses, ilusoriamente, ficam felizes e contentes; perguntem aos professores que, depois, os recebem no 10.º ano. E recebem muitos destes alunos sem que estes saibam ler nem escrever, nem sequer ao nível de um mediano aluno que tenha somente o 4.º ano. Querem saber situações reais, querem dados concretos? Perguntem aos professores. Perguntem-me, que eu dou-vos de imediato uma lista de situações reais. E depois de terdes conhecimento dos factos, perguntar-vos-ei se ainda considerais uma maravilha o programa das Novas Oportunidades.

Esta é apenas uma parte da horribilis realidade criada por Lurdes Rodrigues. Aquela que agora escreveu um livro para tentar branquear o crime de quase ter destruído a Educação em Portugal.

A política está cada vez mais obscena.

in Blog O estado da educação e do resto - post de Mário Carneiro

30 anos do album Ar de rock - IV

É este o único filme que eu encontrei com a música instrumental Harmónica Azul, do álbum Ar de Rock, de Rui Veloso, no YouTube...

sábado, julho 03, 2010

Todas as fusões de Escolas (Mega Agrupamentos) são nulas e ilegais, diz o Conselho de Escolas

A Posição do Conselho de Escolas


Uma tomada de posição do Conselho de Escolas. Para além da ilegalidade, há aqui uma questão de ilegitimidade, e de ofensa institucional que não pode deixar de ser referenciada.



Reunido extraordinariamente em 2 de Julho de 2010 para “Apreciação de projecto de portaria de reorganização da rede escolar”, considerando que:

1. A reorganização da rede escolar já está praticamente concluída na globalidade do País;
2. Que as DRE’s desenvolveram todo o processo ainda muito antes da publicação da Resolução do Conselho de Ministros n.º44/2010, de 14 de Junho;
3. Que todo o processo aconteceu sem que este Conselho fosse obrigatoriamente ouvido, como o determina o ponto 3 do art.º 2º, do Decreto Regulamentar n.º32/2007, de 29 de Março;
4. Os Directores dos Agrupamentos/Escolas não Agrupadas nunca foram considerados parceiros no processo, mas apenas as DRE’s e as Autarquias;
5. Os Conselhos Gerais, tão acarinhados nos documentos oficiais, foram igualmente ignorados no processo,


O Conselho das Escolas manifesta perplexidade pela forma como todo o processo tem decorrido, nomeadamente não ter sido apresentado o referido projecto de Portaria, e considera extemporânea, por inútil, a emissão de qualquer parecer. Pelo que todo o processo deverá ser suspenso porque ferido de ilegalidade.


Decide ainda o Conselho dar imediato conhecimento desta moção à tutela e à comunicação social.

Caparide, 2 de Julho de 2010

in Blog terrear - post de José Matias Alves

Música para acompanhar outra hoje publicada


30 anos do album Ar de rock - III


A rapariguinha do shopping
Bem vestida e petulante
Desce pela escada rolante
Com uma revista de bordados
Com um olhar rutilante
E os sovacos perfumados
Quando esta ao balcão
Muito distante e reservada
Nos lábios um bom baton
Sempre muito bem penteada
Cheia de rímel e crayon
E nas unhas um bom verniz
Vai abanando a anca distraída
Ao ritmo disco dos Bee Gees
You should be dancin'
You should be dancin'
You should be dancin'
You should be dancin'
A rapariguinha do shopping
No banco do autocarro
Faz absorta a sua malha
Torce o nariz delicado
Do suor da populaça
E manifesta o seu enfado
Por não haver primeira classe
Já não conhece ninguém
Do lugar onde cresceu
Agora só anda com gente bem
E vai ao sábado noite à boite
Espampanante e a mascar chiclete
No vigor da juventude
Como uma estrela decadente
Dos bastidores de Hollywood

sexta-feira, julho 02, 2010

3ª Noite dos Morcegos de Pombal



O Grupo Protecção Sicó, irá organizar a 3ª Noite dos Morcegos de Pombal no dia 17 de Julho de 2010.

Nesta saída, que irá decorrer junto ao Rio Arunca, esperamos ver e ouvir algumas das espécies que utilizam a zona do rio como área de alimentação, tentando ao mesmo tempo identificá-las através das suas vocalizações (utilizando para tal um detector de ultra-sons).

A concentração será junto ao Complexo das Piscinas Cobertas Municipais de Pombal, onde será dada uma pequena palestra. As escutas serão efectuadas ao longo do troço de rio situado entre este complexo e o Açude.

Inscrições até dia 15 de Julho de 2010 (inscrições limitadas), através do telefone 236 207 608 ou do e-mail gps.sico@gmail.com.

Os participantes devem levar calçado de campo, merenda e água.

Seguro e logística: 5 espeleos

Data: 17 de Julho de 2010
Local: Rio Arunca (Pombal)
Horários: 20.15 horas (concentração junto ao Complexo das Piscinas Cobertas Municipais)
Organização: Grupo Protecção Sicó
Apoio: Câmara Municipal de Pombal

Fonte: Blog Profundezas...

30 anos do album Ar de rock - II



No domingo fui às Antas
Vim de lá tão triste e tão seco
Entrei no tasco da esquina
E afoguei tudo num caneco
tudo num caneco
tudo num caneco
Depois a segunda-feira já me doía nos ossos
Quando assim penso fico seco
Mandei vir mais uns tremoços
E afoguei tudo num caneco
tudo num caneco
tudo num caneco


Desci Santos e Pousada
Ao cantar a meia-noite
A mulher estava já deitada
Vomitei ao entrar na cama
E ela ficou tão danada
Que agora diz que já não me ama
não me ama
não me ama

quinta-feira, julho 01, 2010

Dia do Canadá

Hoje é o dia em que o Canadá celebra, com um feriado, a sua independência. Recordemo-lo com um post roubado ao Blog Geocrusoe:


Proud to be Canadian - Fier d'être Canadien


Apesar de não haver países perfeitos, há muitas razões para me orgulhar do Canada que me viu nascer e me protegeu desde o início.
Por isso, hoje não poderia deixar de estar com o minha terra e pátria natal e dizer que tenho muito Orgulho em ser Canadiano.

Mamonas Assassinas ao vivo

Amália nasceu (talvez...) há 90 anos

Amália da Piedade Rodrigues OSE OIH (Lisboa, 23 de Julho ou 1 de Julho de 1920Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.




Em defesa da Escola Pública - intervenção de Ana Drago no parlamento

O visível que ninguém vê (ou o elefante a passear na sala)



Do Blog PedroRoloDuarte publicamos, com a devida vénia ao corajoso jornalista, o seguinte post:

Tenho lido diariamente as páginas centrais do Correio da Manhã (tem dias que não é nas centrais, mas anda sempre ali perto). Desde há semanas, aquela dupla-página reproduz integralmente as escutas telefónicas do caso PT/TVI. Metódica e organizadamente. Com os nomes, os casos, as sms, os telefonemas. Tudo preto no branco, sem comentários ou interpretações, apenas factos, reproduções de conversas que foram gravadas - e, portanto, não podem ser desmentidas -, numa soma de episódios que parecem mais italianos do que portugueses, e numa cronologia que não permite duvidar ou negar o que ocorreu. Só não vê quem não quer mesmo ver…

A vantagem deste serviço público do Correio da Manhã é que, liberto dos empecilhos habituais dos legalismos que tantas vezes têm impedido que se faça justiça, permite que cada leitor ajuíze, por si, sobre o que está em causa. Aquelas conversas ocorreram, aquelas sms’s foram trocadas. Podem os Tribunais e os Parlamentos fazerem-se de surdos “em nome da lei” e por obediência ao “regimento”, ao ”regulamento” ou ao tão amado “erro processual”, pode a esgrima dos advogados ser mais ou menos feliz sobre as armadilhas do legislador, mas nada disso apaga evidências e factos.

O que resulta da leitura diária do CM é radicalmente divergente do que sucede na praça pública. Trata-se de um insólito caso de inversão da prova: ainda que aquelas páginas nos demonstrem e provem um dos mais graves atentados à democracia e à liberdade de expressão de que tenho memória no pós-25 de Abril (ok, 1975 à parte…), e que se estende bem para lá da TVI e do casal Moniz/Moura Guedes, e estando o escândalo nas páginas do jornal diário de maior expansão, o que sucede é que a Comissão Parlamentar não consegue concluir nada, os mecanismos da justiça não conseguem e/ou não podem “ouvir”, e os procedimentos legais encarregam-se do resto. Os (outros) jornais também não lêem o Correio da Manhã. O Presidente da Republica persiste em não ler jornais. A “Europa” não conta para este insólito acontecimento.

Todas as escutas que exibem tristemente a verdade são, afinal, “nulas” e servem hoje apenas para que saibamos como o sistema está feito para que não funcione. Ou seja: encarregam-se de fazer com que o elefante que se passeia pela sala não seja afinal visto por alguém.

Se quisermos ir mais fundo, este caso mostra o que mudou dos tempos de “O Independente” aos dias de hoje – há 20 anos, este trabalho do Correio da Manhã já tinha feito cair o Governo, já tinha feito algumas pessoas mudarem de vida, e certamente recentrara o mundo político. Nos dias que correm, não apenas nada acontece como a maioria dos envolvidos continua a passear-se em cima do elefante que todos fazem de conta que não vêem.

Já tinha visto muita coisa nestes 46 anos de vida. Nunca tinha visto o visível tornar-se invisível mesmo estando à vista.

O álbum Mamonas Assassinas foi lançado há 15 anos


Mamonas Assassinas
Mamonas Assassinas, lançado em 1995, foi o único álbum oficial de estúdio lançado pela banda brasileira Mamonas Assassinas.
O álbum vendeu mais de um milhão de cópias, recebendo assim uma certificação de Disco de Diamante, segundo a ABPD.


Ar de Rock - o album mítico de Rui Veloso faz 30 anos!

Faz este mês, em dia para mim incerto, 30 anos que foi lançado o LP Ar de Rock, de Rui Veloso, o putativo (e efectivo...) pai do rock português.

Recordemos e celebremos o momento com as músicas do álbum, a começar por uma das minhas favoritas:



Olhas-me bem romeira
Com esses olhos de malícia
Oh é esse andar romeira
Bem sabes que é uma delí­cia
Pousa esse olhar em mim romeira
Porque já amanhã me vou
Se quiseres pelo fim da feira
Todo o meu sono te dou

Esse teu sorriso tão matreiro
Ai­ quem me dera a mim
Rolar contigo num palheiro

Esse teu seio é um braseiro
Essa boca viva de romã
Teu pescoço teu traseiro
Oh por eles não e amanhã

Pegaste em mim tão brejeira
Lá para trás dos olivais
E por isso teu jeito romeira
Não me fui daqui jamais

Esse teu sorriso tão matreiro
Ai­ quem me dera a mim
Rolar contigo num palheiro



NOTA: iremos publicar, todas de seguida e uma por dia, todas as músicas deste LP que se consiga encontrar na Internet. Para quem não se lembra, elas aqui estão:

1. A Rapariguinha do Shopping (Carlos Tê/Rui Veloso)
2. Ai Quem Me Dera a Mim Rolar Contigo num Palheiro (Carlos Tê/Rui Veloso)
3. Bairro do Oriente (Carlos Tê/Rui Veloso)
4. Afurada (Carlos Tê/Rui Veloso)
5. Chico Fininho (Carlos Tê)
6. Sei de uma Camponesa (Carlos Tê/Rui Veloso)
7. Miúda (Fora de Mim) (António Avelar Pinho/Rui Veloso)
8. Saiu Para a Rua (Carlos Tê/Rui Veloso)
9. No Domingo Fui às Antas (Carlos Tê/Rui Veloso)
10. Harmónica Azul (Rui Veloso)
11. Donzela Diesel (António Avelar Pinho/Rui Veloso)

Canção verde


quarta-feira, junho 30, 2010

"...um fraco rei faz fraca a forte gente"

Hoje, que já passou a febre do Mundial, recomeça a vidinha...

Com as palavras do imortal Camões que, na estância 138 do Canto III d'Os Lusíadas, fala de enganos do passado que o presente teima em repetir, recordemos as personagens que nos tornaram, pleonasticamente, fracos e tristes com o rei que Camões refere no título deste post:



Joaquim Namorado nasceu há 96 anos


Joaquim Namorado (30.06.1914 - 29.12.1986) nasceu em Alter do Chão, Alentejo. Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966).

Adaptado de Projecto Vercial


Caridade

As senhoras da sociedade
deram um baile a rigor
para vestir a pobreza
e a pobreza horas a fio
cortou, coseu, enfeitou
os vestidos deslumbrantes
que a caridade exibiu.
Depois das contas bem feitas
bem tiradas as despesas
arranjou um namorado
a mais nova das Fonsecas;
esteve bem a viscondessa,
veio o nome e o retrato
da comissão nos jornais,
e o Doutor, o Menezes,
o senhor desembargador,
estiveram muito engraçados,
dançaram o tiro-liro
já meio-tombados...
Parece que ainda sobrou
algum dinheiro para chita
para vestir a pobreza
numa festa comovente
com discursos de homenagem
e uma missa...
a que assistiu toda a gente

Joaquim Namorado

terça-feira, junho 29, 2010

O Principezinho no Google de hoje


Hoje o Google Doodle, como se impunha, recorda o imortal autor d'O Principezinho, o francês Antoine de Saint-Exupéry. Uma excelente ideia...!

Mais um Centro Ciência Viva com muita geologia



Um novo Centro Ciência Viva para a divulgação da ciência e da tecnologia abre as suas portas no Lousal, na próxima quarta-feira, dia 30 de Junho, às 11.00 horas, sendo inaugurado pelo Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor José Mariano Gago.



A Mina de Ciência - Centro Ciência Viva do Lousal está instalada num edifício antigamente associado à actividade mineira onde funcionavam o Gabinete de Geologia, o Armazém do Óleo, a Casa do Ponto, a Casa das Lanternas, a Casa dos Equipamentos de Trabalho e o Balneário.

O edifício sofreu algumas adaptações para funcionar como espaço de divulgação da cultura científica e tecnológica, dispondo actualmente de áreas expositivas, módulos interactivos, uma gruta virtual, um laboratório onde será possível realizar diversas actividades experimentais, cybercafé, auditório, espaços recreativos e miradouro.

A Geologia, a Química, a Física, a Biologia e as Ciências do Virtual serão as principais áreas do conhecimento que os visitantes poderão explorar ao longo de um percurso que inclui a descida a uma mina virtual, com recurso à tecnologia de visualização imersiva em 3D.

Outras actividades complementam a oferta deste Centro Ciência Viva, nomeadamente os jogos educativos "Quem tem olhos P´rós Minerais" e "Ciência Viva On the Rocks", dedicados ao fascinante mundo dos minerais. Em todas elas será privilegiado o enquadramento social e patrimonial desta antiga aldeia mineira.

A Mina de Ciência - Centro Ciência Viva do Lousal é uma iniciativa conjunta da Ciência Viva com a Fundação Fréderic Vélge e a Câmara Municipal de Grândola em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. Será o 20.º Centro a integrar a Rede que a Ciência Viva tem vindo a criar em todo o País.

Venham visitar este novo Centro Ciência Viva!


Mais informações em:

http://www.lousal.cienciaviva.pt


NOTA: para quem quer visitar, vindo de Lisboa pela A2, é ir à saída Beja/Ferreira, seguir na direcção Ourique/Faro e, 9 kms depois, virar à direita na indicação "Arqueologia industrial - Lousal". Vindos do Algarve, é tomar a A2-Norte até à saída de Aljustrel; aí vai-se em direcção a Santiago/Sines; depois segue-se, à direita, a indicação “Mimosa”; cerca de 10 kms depois, virar à esquerda na indicação “Arqueologia Industrial - Lousal”.

Antoine de Saint Exupery nasceu há 110 anos

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (29 de Junho de 1900, Lyon - 31 de Julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm armas e caçam. É muito incómodo! Mas criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros menino . E eu não preciso de ti. E tu também não necessitas de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua ideia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também se parecem . E por isso eu que me aborreço. Mas se tu me cativas, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me fugir. O teu chamar-me-à para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso rituais.
- Que é um ritual? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não ganhas nada.
- Eu ganho, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

in O Principezinho - Antoine de Saint Exupery

segunda-feira, junho 28, 2010

Música adequada à data

Curso de PaleoArte no Museu da Lourinhã

PaleoArt Teaching 2010 - The Complete Lost World Journey


The Museum of Lourinhã

anounces the workshop

PaleoArt Teaching - 2010



Overview


The Italian painter Fabio Pastori, winner of the 6ª CIID - International Contest of Dinosaur Illustration - (amongst 71 artists, of 22 countries) and professor Jordan Nenna, illustrator and cartoonist, specialized in computer aided drawing techniques, will host, under the sponsorship of GEAL - Museu da Lourinhã, a brand new summer class which they have named as PaleoArt Teaching - The Complete Lost World Journey.


During the course of nine days, students will have the opportunity to know the Museum, do field prospecting for fossils, learn and live with renowned artists, and those who search scientific illustration and painting know-how.


Fabio Pastori: www.fabiopastori.it

Jordan Nenna: jordannennaart.deviantart.com




More info at Museu da Lourinhã


in Blog Lusodinos - post de Octávio Mateus