segunda-feira, novembro 28, 2022
Leslie Nielsen morreu há doze anos
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Marcadores: actor, humorista, Leslie Nielsen
Jon Stewart faz hoje sessenta anos...!
Jon Stewart, nascido Jonathan Stuart Leibowitz (Nova Iorque, 28 de novembro de 1962) é um comediante, ator, escritor e produtor norte-americano. É conhecido por ter sido o apresentador principal do programa The Daily Show de 1999 a 2015. Em setembro de 2021 começou o seu novo programa chamado The Problem with Jon Stewart, na Apple TV+.
Devido ao conteúdo político do seu programa, Stewart é uma das figuras mais conhecidas e respeitadas dos Estados Unidos. No seu programa criticava políticos e os chamados "media tradicionais" norte-americanos. Jon Stewart é reconhecido como um dos apresentadores e comediantes mais influentes do entretenimento e do mundo de notícias.
Para além de ter apresentado vários programas de televisão, Stewart entrou em alguns filmes. O mais conhecido é Big Daddy onde contracenou com Adam Sandler. Jon também entrou no thriller The Faculty e no grande fracasso Death to Smoochy.
Até à data já lançou três livros: Naked Pictures Of Famous People em 1998, America (The Book): A Citizen's Guide To Democracy Inaction (a versão áudio do livro ganhou um Grammy) e Earth (The Book): A Visitor's Guide to the Human Race em 2010.
Jon Stewart anunciou no dia 10 de fevereiro de 2015 que iria deixar o The Daily Show, mas garantiu que não se iria se aposentar, sugerindo que se dedicaria à escrita, que regressaria à stand-up comedy e que gostaria até de regressar ao programa como correspondente no futuro. O último programa de Jon Stewart foi transmitido no dia 6 de agosto de 2015.Postado por Fernando Martins às 00:06 0 bocas
Marcadores: Humor, Jon Stewart, judeus, The Daily Show
domingo, novembro 27, 2022
Soares de Passos nasceu há 196 anos
Em Coimbra conviveu com outros estudantes do Porto, como Alexandre Braga, Silva Ferraz e Aires de Gouveia, com quem fundou, em 1851, a revista Novo Trovador. Em 1854, já formado, regressou ao Porto e, depois de uma passagem pelo Tribunal da Relação do Porto, decide dedicar-se exclusivamente à literatura, colaborando ativamente nos jornais de poesia O Bardo (1852-1854) e A Grinalda (1855-1869) e preparando a edição em volume das suas Poesias (1856).
Para a sua celebridade contribuiu não apenas a sua imagem de misantropo e a frequência dos salões portuenses, como também o bom acolhimento dos críticos, nomeadamente de Alexandre Herculano que, em carta, considerou Soares de Passos como "o primeiro poeta lírico português deste século" (referindo-se ao século XIX).
A sua qualidade pode ser creditada ao facto de ter escrito com autenticidade, pois os sentimentos derramados em seu texto são os que realmente viveu, já que foi pessoa extremamente sofrida, por vezes dominada por uma doença que, reza a lenda, deixou-o preso por anos em seu quarto. Isso explica a proeza de ter trabalhado muito bem com clichês que nas mãos dos outros poetas são extremamente ridículos. Melhor exemplo disso é "O Noivado no Sepulcro".
Os seus poemas são fruto de uma angústia da sensação da proximidade da morte precoce mesclada ao desgosto pela situação em que se encontrava seu país. O incrível é que sabe alternar esses aspectos soturnos a momentos de extrema confiança na mudança das condições sociais. Essas oposições dramáticas talvez sejam a causa da visão trágica com que o poeta enxerga o mundo. Quando parte para a religião, enfoca a tragédia de Deus castigando todos; quando enfoca a História, mostra uma sucessão de episódios lastimosos; quando olha o cotidiano, enxerga somente a desgraça.
Sendo um poeta muito divulgado no seu tempo, morreu precocemente, aos trinta e três anos, vítima da tuberculose, deixando um único livro – Poesias – onde confluem todas as tendências do imaginário poético seu contemporâneo. Foi sepultado no Cemitério da Lapa, no Porto.
O portal de entrada do Cemitério da Lapa, no Porto, onde o poeta Soares de Passos foi sepultado, exibe a seguinte inscrição, precisamente da autoria do escritor ultra-romântico:
Eis ossos carcomidos, cinzas frias,
Em que paraõ da vida os breves dias,
Mortal se quanto vês te naõ abala
Ouve a tremenda voz que assim te falla,
" - Lembra-te homem que és pó, e que d'est arte
- Em pó ou cêdo ou tarde has-de tornar-te."
Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.
Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.
Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:
"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tumba não cessei d'amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi jurar?
"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra jaz?
"Abandonado neste chão repousa
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ti!
"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.
"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"Na fria terra sem vingança ter!
- "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda,
Responde um eco suspirando além...
- "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.
Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.
"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, gelado,
"Mas inda pulsa com amor por ti.
"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o mundo,
"O mundo em trevas sem a luz do amor?
"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
- "Oh vejo sim... recordação fatal!
- "Foi à luz dela que jurei ser tua
"Durante a vida, e na mansão final.
"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a mim!"
E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.
Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.
Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.
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Marcadores: O Noivado do Sepulcro, poesia, Soares de Passos, ultrarromantismo
Porque é dia de recordar os amigos da Guarda...
Ai eu coitada
Ai eu coitada, como vivo em gram cuidado
por meu amigo que hei alongado;
muito me tarda
o meu amigo na Guarda.
Ai eu coitada, como vivo em gram desejo
por meu amigo que tarda e nom vejo;
muito me tarda
o meu amigo na Guarda.
El-Rei D. Sancho I
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Marcadores: Ay eu coitada, Guarda, La Batalla, Muito me tarda o meu amigo na Guarda, música, poesia, Ribeirinha, Sancho I
A cidade da Guarda faz hoje 823 anos...!
- 139 AC - Viriato é assassinado, provavelmente no Cabeço das Fráguas, nas proximidades da atual cidade da Guarda.
- 1199 - Em 27 de novembro, fundação da cidade da Guarda – através de carta foral de D. Sancho I – com o propósito de servir de centro administrativo, de comércio e de defesa da fronteira da Beira contra os Reinos da Meseta do centro da Península Ibérica: primeiro, o Reino de Leão; depois, o Castela e finalmente, Espanha. Foi este propósito que deu origem ao nome de Cidade da Guarda.
- 1202 - Criação da Diocese da Guarda, transferida de Idanha, a antiga e importante cidade romana da Egitânia, que foi largamente abandonada no tempo das invasões e lutas contra os mouros, já que a sua situação em plena fronteira e localização difícil de defender a expunham a raides, quer de mouros quer de cristãos. A cidade da Guarda foi fundada em posição muito mais fácil de defender, o que lhe permitiria tirar à Idanha a posição de centro principal da Beira Interior.
A explicação mais conhecida e consensual do significado do epíteto de «cidade dos 5 F's» diz que estes significam Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa. A explicação destes efes tão adaptados posteriormente a outras cidades é simples:
- Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a sua força;
- Farta: devido à riqueza do vale do Mondego;
- Fria: a proximidade à Serra da Estrela e o facto de estar situada a uma grande altitude explicam este F;
- Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde se elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como Rei;
- Formosa: pela sua natural beleza.
Ainda relativamente ao «4º F» da Cidade, é sintomática a gárgula voltada em direção a nascente (ao encontro de Espanha): um traseiro, em claro tom de desafio e desprezo. É comum ver turistas procurando essa Gárgula específica, recentemente apelidada de "Fiel".
Esta é a história de uma bela mulher pela qual muitos se apaixonaram e que haveria, por amor, originar a Língua Portuguesa, hoje uma das mais faladas em todo o mundo.
Foi na cidade da Guarda que se deu o acontecimento que marcou claramente o nascimento da Língua Portuguesa, em 1189, aqui é escrito o primeiro texto literário em Língua Portuguesa, da autoria do trovador galego Paio Soares de Taveirós para sua amada Maria Pais Ribeira (também conhecia por Ribeirinha) a Cantiga da Ribeirinha. A mesma Ribeirinha que acabaria por chamar a atenção do monarca D. Sancho I inspirando-o também a redigir-lhe reais trovas, e com quem haveria de manter uma notória relação extraconjugal, gerando numerosa descendência.
E assim, pelo amor a uma bela mulher - diziam-na "branca de pele, de fulvos cabelos, bonita, sedutora" - surge na Guarda a Língua Portuguesa, reflexo poderoso de paixões que os séculos não conseguiram apagar.
Postado por Fernando Martins às 08:23 0 bocas
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Bruce Lee nasceu há 82 anos
Música de aniversariante de hoje, precocemente desaparecido...
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Marcadores: acid rock, blues, blues-rock, clube dos 27, guitarra, hard rock, Jimi Hendrix, música, rock psicadélico, Voodoo Child
Roberto Leal nasceu há setenta e um anos...
Luís de Freitas Branco morreu há 67 anos
Postado por Fernando Martins às 06:07 0 bocas
Marcadores: Luís de Freitas Branco, música, Paraísos Artificiais, Portugal
Anders Celsius, o astrónomo que criou a nossa escala de temperatura, nasceu há 321 anos
Postado por Fernando Martins às 03:21 0 bocas
Marcadores: astronomia, Celsius, grau Celsius, Suécia
Alexandre Dumas (Filho) morreu há 127 anos
Postado por Fernando Martins às 01:27 0 bocas
Marcadores: Alexandre Dumas, Alexandre Dumas Filho, literatura, romantismo
Alexander Dubcek nasceu há 101 anos
Postado por Fernando Martins às 01:01 0 bocas
Marcadores: Alexander Dubcek, Checoslováquia, comunistas, direitos humanos, Eslováquia, Liberdade, Primavera de Praga
Fernando Lopes-Graça morreu há vinte e oito anos...
(imagem daqui)
Postado por Fernando Martins às 00:28 0 bocas
Marcadores: Acordai, CMUC, Coro Misto da Universidade de Coimbra, Fernando Lopes-Graça, música, piano
A condessa Ada Lovelace morreu há cento e setenta anos
Postado por Fernando Martins às 00:17 0 bocas
Marcadores: Ada Lovelace, informática, Lord Byron, programação
O Fado é Património Cultural Imaterial da Humanidade há onze anos
in Wikipédia
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Marcadores: Amália, Balada da distância, Fado, Fado de Coimbra, Foi Deus, Lisboa, Luiz Goes, MPP, música, Património Cultural Imaterial da Humanidade, world music
Jimi Hendrix nasceu há oitenta anos...!
James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942 – Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. É considerado um dos melhores e maiores guitarrista da história do rock e um dos mais importantes e influentes músicos da sua era, em diversos géneros musicais.
Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
Marcadores: acid rock, blues, blues-rock, clube dos 27, guitarra, hard rock, Hey Joe, Jimi Hendrix, música, rock psicadélico
P. D. James morreu há oito anos
Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
Marcadores: literatura, literatura policial, P. D. James
O cante alentejano tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade há oito anos
O cante alentejano é um género musical tradicional do Alentejo, Portugal. O cante nunca foi a única expressão de música tradicional no Alentejo, sendo aliás mais próprio do Baixo Alentejo que do Alto. Com o cante coexistiram sempre formas instrumentais de música com adaptação de peças entre os géneros.
A 27 de novembro de 2014, durante a reunião do Comité em Paris, a UNESCO considerou o cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
É um canto coral, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes. O canto começa invariavelmente com um ponto dando a deixa, cedendo o lugar ao alto e logo intervindo o coro em que participam também o ponto e o alto. Terminadas as estrofes, pode o ponto recomeçar com um nova deixa, seguindo-se o mesmo conjunto de estrofes. Este ciclo repete-se o número de vezes que os participantes desejarem. Esta característica repetitiva, assim como o andamento lento e a abundância de pausas contribuem para a natureza monótona do cante.
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sábado, novembro 26, 2022
Hoje é dia de recordar a poesia de Mário Cesariny...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor - muito melhor!-
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
Postado por Pedro Luna às 16:00 0 bocas
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Vasco de Lima Couto nasceu há 99 anos
AUTO - RETRATO
O que me atormenta
é não saber ver
o que está por dentro
de todas as coisas
de todos os seres
(só crio caixilhos
para os meus prazeres!);
é não ter palavras
para a natureza
que é sempre essa alma
lavrada em silêncio;
é estar sempre certo
de falar demais
cometendo crimes
de imaginação;
é não ter amigos
- por desatenção,
e não ter amor
- por pedir de mais!
É chegar à noite
com dia na alma
a fazer da lua
o sol que apetece...
e, principalmente,
o que me atormenta
é o que me esquece.
in O Silêncio Quebrado - Vasco de Lima Couto
Postado por Fernando Martins às 09:09 0 bocas
Marcadores: poesia, Vasco de Lima Couto