quarta-feira, junho 26, 2013

Gilberto Gil - 71 anos

Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador, 26 de junho de 1942) é um músico e político brasileiro.

Início
Gilberto Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. O seu pai, o médico José Gil Moreira e a sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, para Vitória da Conquista, à época um grande cidade do interior com cerca de algumas dezenas de milhares de habitantes, onde hoje há uma edifício enorme batizado com o nome do pai do Gilberto Gil. Ali, Gil passou ali os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista regista a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:
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…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…
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Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia de acordeão. Quando estava no secundário, recebeu da mãe uma viola e conhece o trabalho de João Gilberto, que o influencia de imediato.
Nos tempos em que estuda na Faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, a sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".
Formou-se em 1965 e muda-se, com a esposa Belina, para São Paulo.
Carreira
Formado em administração de empresas, o seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a canção "Eu Vim da Bahia", de Gil, no clássico LP João Gilberto.

Anos 60 e 70
Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.
Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção "Sandra", onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicómio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.
Fecho da trilogia, Realce, apesar de trazer em uma de suas faixas um dos mais belos e marcantes sucessos de Gil, Superhomem (influenciado pelo lançamento, um ano antes, do filme Superman), causaria certa polémica quando alguns considerariam a canção título, inspirada na disco music, como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.
Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocalistas da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70.
Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas, por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras.

Festivais
A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música "Iemanjá", no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Académico João Mendes Jr., da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival, organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria tornar-se produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia, que participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofónico, que a tornou nacionalmente conhecida.
Com Domingo no Parque, ao lado de Os Mutantes, causou sensação no Festival de Música da Record em 1967.
Gil foi também o único latino a participar do Festival da Ilha de Wight, em 1970, representando a Tropicália, ao lado dos maiores astros do rock-pop mundial da época, como The Who, Jimi Hendrix, Emerson, Lake and Palmer e The Doors.

Tropicalismo
Quando se realizou o III Festival de Música Popular Brasileira, produzido pela Rede Record, apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto do público brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo, surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do que propriamente como movimento organizado".
Segundo Celso F. Favaretto, em seu livro "Tropicália - Alegria, Alegria":
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O procedimento inicial do tropicalismo inseria-se na linha de modernidade: incorporava o caráter explosivo do momento às experiências culturais que vinham se processando; retrabalhava, além disso, as informações então vividas como necessidade, que passavam pelo filtro da importação. Este trabalho consistia em redescobrir e criticar a tradição, segundo a vivência do cosmopolitismo dos processos artísticos, e a sensibilidade pelas coisas do Brasil.
O que chegava, seja por exigência de transformar as linguagens das diversas áreas artísticas, seja pela indústria cultural, foi acolhido e misturado à tradição musical brasileira. Assim, o tropicalismo definiu um projeto que elidia as dicotomias estéticas do momento, sem negar, no entanto, a posição privilegiada que a música popular ocupava na discussão das questões políticas e culturais. Com isto, o tropicalismo levou à área da música popular uma discussão que se colocava no mesmo nível da que já vinha ocorrendo em outras, principalmente o teatro, o cinema e a literatura. Entretanto, em função da mistura que realizou, com os elementos da indústria cultural e os materiais da tradição brasileira, deslocou tal discussão dos limites em que fora situada, nos termos da oposição entre arte participante e arte alienada. O tropicalismo elaborou uma nova linguagem da canção, exigindo que se reformulassem os critérios de sua apreciação, até então determinados pelo enfoque da crítica literária. Pode-se dizer que o tropicalismo realizou no Brasil a autonomia da canção, estabelecendo-a como um objeto enfim reconhecível como verdadeiramente artístico.
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- Celso F. Favaretto
Tropicália, canção de Caetano Veloso, é um autêntico exemplo da verdadeira revolução operada na estrutura letrista da canção popular e da necessidade de se reestudar então os critérios de avaliação e compreensão da nova linguagem utilizada.
Em confronto com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação. Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na versatilidade que a música brasileira oferece.
Os responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma, deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e daqueles que seguiram sua linha de pensamento.
Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da consciencialização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.

Anos 80
Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de "No Woman, No Cry" (em português, "Não chores mais") sucesso de Bob Marley & The Wailers, que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção "Sobre todas as coisas" composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto simples, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água"; é de Gil a autoria da composição de "Chega de Mágoa". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: "Procissão", "Estrela", "Vamos Fugir", "Aquele Abraço", "A Paz", "Sítio do Pica-Pau Amarelo", "Esperando na Janela", "Domingo no Parque", "Drão", "Só Chamei Porque Te Amo", "Não Chores Mais [Woman No Cry]", "Andar com Fé", "Se Eu Quiser Falar com Deus", "Divino Maravilhoso", "A Linha e o Linho", "Com Medo com Pedro", "Objeto Sim Objeto Não", "Ela", "Pela Internet", "A Novidade", "Morena", "A Raça Humana", "Palco", "Realce", e outras.

Política
Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e envolvendo-se em causas sociais, foi eleito vereador em Salvador, a sua cidade natal, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com exatamente 11.111 votos. Em 21 de março de 1990, filia-se no Partido Verde (PV), como membro da Comissão Nacional Executiva.
Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas à Folha de São Paulo.
Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o ministério em 30 de julho de 2008, para voltar a dedicar-se com mais exclusividade à sua vida artística. Em 28 de agosto, participou da tomada de posse oficial do seu sucessor no ministério, Juca Ferreira.
Cquote1.svg Ele teve uma recaída e quer voltar a ser um grande artista. Gil não é imprescindível apenas para a política. Cquote2.svg
Presidente Lula ao comentar a saída de Gil do Ministério

Liberdade digital
Gilberto Gil é um dos principais defensores do Software Livre e da Liberdade Digital. Em 29 de janeiro de 2005, durante um debate sobre Software Livre no Fórum Social Mundial 2005, foi muito aplaudido após defender o Software Livre e a Liberdade Digital. Algumas de suas palavras neste debate:
Cquote1.svg A batalha do software livre, da Internet livre e das conexões livres vão muito além delas, de seus interesses. É a mais importante, e também a mais interessante, e a mais atual das batalhas políticas. Claro que há uma revolução francesa, ou várias revoluções francesas, a fazer no planeta, seja dentro dos países, seja no comércio internacional. Ainda nos defrontamos não apenas com discursos do século XIX, mas também com realidades do Século XIX. Mas não podemos secundarizar o presente. E o futuro. Cquote2.svg
Gilberto Gil
Cquote1.svg Não se trata de um movimento "anti", mas de um movimento "pro", ou seja, a favor da valorização e da disseminação de uma nova cidadania global, da capacidade de autodeterminação das pessoas, de novas formas de interação e articulação, da liberdade real de produção e difusão da subjetividade, da busca do saber, da informação, do exercício da sensibilidade e da coletividade. E como estou valorizando o lado "pro" do Fórum, quero propor a vocês a constituição imediata, a partir deste encontro, de uma convocação global pela liberdade digital da humanidade, complementar à convocação global pela erradicação da pobreza lançada por diversas ONGs neste Fórum e abraçada pelo presidente Lula. Sejamos corajosos e substantivos em relação a isso. Cquote2.svg
Gilberto Gil
Todo esse movimento visa uma mudança de comportamento social muito maior que repensa a forma como são tratados os direitos de autor hoje.
Lembrando que Gilberto Gil participou recentemente num disco livre, promovido mundialmente pela Creative Commons com a música Oslodum.
Em 11 de março de 2007, o jornal americano The New York Times dedicou uma notícia aos esforços de Gilberto Gil em relação a "flexibilizar os direitos de autor". A matéria, intitulada Gilberto Gil Hears the Future, Some Rights Reserved (Gil ouve o futuro, com alguns direitos reservados) elogia o trabalho do Ministro da Cultura quanto à aliança formada com a Creative Commons em 2003, uma de suas primeiras ações como Ministro. "Minha visão pessoal é que a cultura digital traz consigo uma nova ideia de propriedade intelectual, e que esta nova cultura de compartilhamento pode e deve informar políticas governamentais.", disse Gil.

Vida pessoal
Em 2009, o cantor obteve a cidadania italiana, por se ter casado com Flora Giordano, neta de italianos. O cantor é pai de 7 filhos: da cantora Preta Gil, de Pedro Gil (falecido em 1990, devido a um acidente de carro), Nara, Marília, Maria, Bem, Isabela e José.


Veronica Guerin foi assassinada há 17 anos

Veronica Guerin (Artane, 5 de julho de 1958 - Dublin, 26 de junho de 1996) foi uma jornalista irlandesa.
Começou tardiamente na profissão, depois dos 30 anos, e gostava do jornalismo de investigação. Exemplo de determinação e coragem, a sua vontade incessante por justiça fez com que pagasse com a vida a investigação a fundo sobre a máfia e o tráfico de drogas em Dublin, capital da Irlanda, durante a década de 90. Denunciou também a ligação que alguns dos mais importantes gangsters tinham com o IRA. Sofreu um atentado e chegou a ser espancada por um dos maiores mafiosos da cidade.
Depois do seu assassinato, a população da Irlanda revoltou-se e foi para a rua protestar, tendo os barões do tráfico os seus bens confiscados e foram presos. Um ano depois do acontecido, os crimes caíram em mais de 50% na Irlanda.
Veronica Guerin é considerada uma heroína na Irlanda.

Filmes
Dois filmes foram realizados baseados na história de Veronica Guerin:

Canções
A banda de metal progressivo Savatage incluiu uma canção baseada na história da jornalista no álbum The Wake of Magellan, de 1998.
O músico irlandês Christy Moore também escreveu uma canção em sua homenagem, chamada Veronica.


Há cinquenta anos J. F. Kennedy fez um famoso discurso em Berlim

"Ich bin ein Berliner" ("Eu sou um berlinense", em alemão) é uma citação de um discurso feito em 26 de junho de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos à época, John F. Kennedy, em Berlim Ocidental. Na ocasião Kennedy estava enfatizando o apoio dos Estados Unidos à Alemanha Ocidental, 22 meses depois do Estado comunista da Alemanha Oriental, aliado da União Soviética, ter erguido o Muro de Berlim, como forma de impedir qualquer movimento entre as regiões orientais e ocidentais da cidade.
O discurso é considerado um dos melhores de Kennedy, e um dos momentos notáveis da Guerra Fria. Representou um grande impulso moral para os berlinenses ocidentais, que viviam num enclave situado dentro da Alemanha Oriental e temiam uma possível ocupação comunista. Falando a partir de uma plataforma erguida sobre os degraus da Rathaus Schöneberg, Kennedy disse,
Há dois mil anos, não havia frase que se dissesse com mais orgulho do que Civis Romanus sum ("Sou um Cidadão Romano"). Hoje, no mundo da liberdade, não há frase que se diga com mais orgulho que 'Ich bin ein Berliner'... Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, portanto, como um homem livre, eu orgulho-me das palavras 'Ich bin ein Berliner'!
Alguns relatos alegam que Kennedy teria inventado a frase na última hora, bem como a ideia de dizê-la em alemão, e que teria pedido a seu intérprete, Robert H. Lochner, que traduzisse "eu sou um berlinense" apenas ao subir as escadas da Rathaus (Prefeitura). Com a ajuda de Lochner, Kennedy praticou a frase no gabinete do então presidente da Câmara da cidade, Willy Brandt, e teria anotado uma pronúncia fonética num cartão. Um professor do Departamento de Estado americano, no entanto, escreveu em 1997 um relato sobre a visita que teria feito a Kennedy na Casa Branca algumas semanas antes da viagem a Berlim para ajudá-lo a escrever o discurso e ensinar-lhe a pronúncia correta.
O Conselheiro de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, acreditava que o discurso tinha "passado um pouco dos limites", e os dois fizeram uma revisão do texto até que atingisse uma forma mais subtil, antes de repeti-lo na Universidade Livre, mais tarde naquele mesmo dia.
Esta mensagem de rebeldia tinha como alvo tanto os soviéticos quanto os berlinenses, e representava uma clara afirmação da política americana em meio à construção do Muro de Berlim. A cidade estava oficialmente sob ocupação conjunta das quatro potências aliadas, cada uma responsável por determinada zona. O discurso de Kennedy marcou o primeiro momento em que as autoridades americanas reconheceram que Berlim Oriental fazia parte do bloco soviético, juntamente com a metade oriental do país.
Existem diversos locais que homenageam Kennedy em Berlim, como a Escola Alemã-Americana John F. Kennedy, e o Instituto John F. Kennedy de Estudos Norte-Americanos, na Universidade Livre de Berlim. A praça em frente à prefeitura da cidade, de onde o discurso foi feito, passou a se chamar "John-F.-Kennedy-Platz". Uma grande placa dedicada a Kennedy foi montada sobre uma coluna, na entrada do edifício, e a sala sobre sua entrada, que dá diretamente para a praça, é dedicada a Kennedy e sua visita.
O manuscrito original do discurso está armazenado na National Archives and Records Administration.

Placa homenageando o discurso de Kennedy, ao lado da entrada principal da Rathaus Schöneberg

Alfredo Marceneiro morreu há 31 anos

Alfredo Rodrigo Duarte ComIH (n. Lisboa, 25 de Fevereiro de 1891 - m. Lisboa, 26 de Junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro devido a sua profissão, foi um fadista Português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal.



terça-feira, junho 25, 2013

Bento de Jesus Caraça faleceu há 65 anos

(imagem daqui)

Bento de Jesus Caraça (Vila Viçosa, 18 de abril de 1901 - Lisboa, 25 de junho de 1948) foi um matemático português, professor universitário, resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português.

Licenciou-se, em 1923, no Instituto Superior de Comércio, hoje Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Em 1936 funda o Núcleo de Matemática, Física e Química juntamente com outros recém doutorados nas áreas da Matemática e Física. Em 1938, com os também professores Mira Fernandes e Beirão da Veiga, funda o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, que dirigiu até outubro de 1946, ano da sua extinção pelo Governo.
Em 1940, com os professores António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar criou a Gazeta de Matemática. Em 1941 cria a "Biblioteca Cosmos", para edição de livros de divulgação científica e cultural, a qual publicou 114 livros, com uma tiragem global de 793 500 exemplares. Colaborou também nas revistas Técnica, Gazeta de Matemática, Seara Nova, Vértice e Revista de Economia.
Em 1943 e até 1944 torna-se o 2.º presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática em conjunto com Aureliano de Mira Fernandes.
Em 1946 é preso pela PIDE e, em outubro desse mesmo ano, demitido do lugar de professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.
Faleceu em Lisboa, no dia 25 de junho de 1948, vítima de doença cardíaca.
A 3 de setembro de 1979 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 30 de junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, ambas a título póstumo.

Michael Jackson morreu há 4 anos

Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 - Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um famoso cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário, arranjador vocal e filantrópico norte-americano. Segundo a revista Rolling Stone ganhou em vida cerca de sete mil milhões de dólares, fazendo dele o artista mais rico de toda a história, e um ano após sua morte os seu herdeiros receberam cerca de mil milhões de dólares.
Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira a solo, em 1971, permanecendo como membro do grupo. Reconhecido nos anos seguintes como Rei do Pop (King Of Pop), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995). Lançou-se em carreira a solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos.
Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido e popular da história, Thriller. Jackson é frequentemente citado como "O maior ícone negro de todos os tempos", e com grande importância para a quebra de barreiras raciais, abrindo portas para a dominação da música negra na música popular, e pessoas como Oprah Winfrey e Barack Obama conseguirem o status que tem hoje em dia.
No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do videoclipe em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White", "Scream", "Earth Song", entre outros, mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com as suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot, o "The Lean" (inclinação de 45º), o famoso "Moonwalk". O seu estilo diferente e único de cantar e dançar, bem como a sonoridade de suas canções influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, pop, R&B e rock.
Jackson também foi um notável filantropo e humanitário, doando milhões de dólares durante toda a sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades, através de sua própria fundação. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao vitiligo geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar a sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso infantil, mas a investigação foi arquivada devido à falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil. Enquanto se preparava para uma nova turnê intitulada This Is It, Jackson morreu de intoxicação aguda do anestésico propofol, em 25 de junho de 2009, após sofrer uma parada cardíaca. O Tribunal de Justiça de Los Angeles considerou sua morte um homicídio, e o seu médico pessoal, Conrad Murray, foi condenado por homicídio involuntário. A sua morte teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de preocupação por parte dos fãs em muitas partes do mundo, estima-se que até dois mil milhões de pessoas tenham assistido ao funeral pela televisão, já que emissoras do mundo todo transmitiram o evento ao vivo. Em março de 2010, a Sony Music Entertainment assinou um contrato de 250 milhões de dólares com o espólio de Jackson para reter os direitos autorais de distribuição para suas gravações até 2017, e lançando cerca de sete álbuns póstumos na década seguinte a sua morte.
Um dos poucos artistas a entrar duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prémios incluem vários recordes certificados pelo Guinness World Records, incluindo "O maior artista de todos os tempos" e um para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - 15 Grammys e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente, Jackson recebeu centenas de prémios, que fizeram dele o artista mais premiado da história da música popular. Alguns empresários da Sony já registaram a incrível marca de mais de mil milhões, sendo o artista mais vendido de todos os tempos. A sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como popstar fez dele parte da história da cultura popular mundial. Nos últimos anos, foi citado como "a pessoa mais famosa e conhecida do mundo".

George Orwell nasceu há 110 anos

Eric Arthur Blair (Motihari, 25 de junho de 1903  – Londres, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. A sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. A sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo socialismo real, que ele denunciou em Animal Farm (O Triunfo dos Porcos).
Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell dedicou-se a escrever resenhas, ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four - 1984 (1949) e pela novela satírica Animal Farm - O Triunfo dos Porcos (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato de sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura. Em 2008, o The Times classificou-o em segundo lugar em uma lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária - já fazem parte do vernáculo popular.

O poeta, político, advogado, professor e compositor Ruy Barata nasceu há 93 anos

(imagem daqui)

Ruy Guilherme Paranatinga Barata (Santarém, Pará, 25 de junho de 1920 - São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro.
Filho único de Maria José (Dona Noca) Paranatinga Barata e do advogado Alarico de Barros Barata. Recebeu o nome Rui em virtude da admiração paterna por Rui Barbosa. O indígena Paranatinga vem do lado materno, que significa rio (paraná) branco (tinga).
Foi alfabetizado pelo pai. Aos dez anos vem para Belém para continuar os estudos. Primeiro, no internato do Colégio Moderno; depois, no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, dirigido pelos Irmãos Maristas. Faz o pré-jurídico no Colégio Estadual Paes de Carvalho, onde tem como professor o intelectual Francisco Paulo do Nascimento Mendes, de quem se torna amigo para a vida inteira, e se inicia na poesia escrevendo na revista Terra Imatura. Em 1938, entra para a Faculdade de Direito do Pará.
Em meio aos estudos jurídicos sente aumentar a paixão pela poesia. Mergulha fundo nos poemas de Maiakovski, Garcia Lorca, T.S. Elliot, Mallarmé, Rilke, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, entre outros. Abre-se ao pensamento de esquerda através da leitura do Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Em 1941, casa-se com Norma Soares Barata, com quem teve sete filhos: Maria Diva, Rui Antônio, Paulo André (parceiro constante em várias canções, entre elas, as mais famosas, Foi assim e Pauapixuna), Maria Helena, Maria de Nazaré, Maria Inez e Cristóvão Jaques.
Em 1943, forma-se em direito e, como orador da turma, em plena ditadura do Estado Novo, faz um discurso em que pede a volta do país ao Estado de Direito e defende teses avançadas no campo da justiça social. Nessa fase, prefere trocar o exercício da advocacia pela presença na redação do jornal Folha do Norte, de Paulo Maranhão.
Passa a freqüentar a roda de papo do Central Café, no centro de Belém, liderada pelo professor Francisco Paulo do Nascimento Mendes, onde convive e integra a mais brilhante geração de intelectuais paraenses republicanos, que gravitou em torno de Chico Mendes. Entre eles, Mário Faustino, Paulo Plínio Abreu, Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura.
Ainda em 1943, publica seu primeiro livro de poemas Anjo dos Abismos, pela José Olympio Editora, com o decisivo apoio do romancista paraense Dalcídio Jurandir.
Nessa época, o pai de Ruy, Alarico Barata, exercia forte liderança política na região do baixo amazonas contra a violência do chamado Baratismo, liderado pelo caudilho Joaquim Magalhães de Cardoso Barata.
Em decorrência dessa luta contra o autoritarismo de Magalhães Barata, Rui Guilherme Paranatinga Barata entra na política partidária e, aos 26 anos, em 1946, é eleito deputado para a Assembléia Constituinte do Pará, pelo Partido Social Progressista (PSP). Embalado pelo clima de explosão democrática que sucedeu a vitória dos aliados contra o nazifascismo na Europa, nenhum tema relevante aos direitos humanos escapou da percepção do jovem deputado naquela legislatura. A luta pela paz num mundo traumatizado pela morte de milhões de seres humanos nos campos de batalha, o horror da ameaça atômica que exterminara as populações de Hiroshima e Nagasaki, o respeito à autodeterminação dos povos, o Estado de Direito no Brasil, a defesa da soberania da Amazônia e a luta contra a pobreza foram temas caros a Ruy Barata.
Foi reeleito em 1950. Em 1951, publica os poemas de A Linha Imaginária (Edições Norte, Belém). A partir daí e depois, como deputado federal (1957 a 1959), se afirma como a voz progressista no Pará em defesa do monopólio estatal do petróleo, das grandes causas nacionais e da paz mundial, nos momentos cruciais da chamada guerra fria.
Em 1959, saúda a revolução cubana com o poema Me trae una Cuba Libre/Porque Cuba libre está. Nesse mesmo ano, entra para a militância clandestina do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. A filiação ao PCB tem reflexo na própria criação poética, que opta por evidenciar, nessa fase, um tom político. Sua poesia busca o caminho das palavras acessíveis à compreensão popular. Denuncia claramente a miséria e a injustiça social.
Nessa época, provavelmente, dá início à construção de O Nativo de Câncer, poema inacabado com força épica a contar a história de uma cultura em face da invasão de culturas estranhas, um impressionante inventário das coisas e do homem amazônico, incluindo aí o inventário do próprio poeta, um nativo de câncer. O primeiro canto do poema foi publicado em fevereiro de 1960 no jornal Folha do Norte.
Em 1964, com o golpe militar, foi preso, demitido de seu cartório (então 4º Ofício do Cível e Comércio da Comarca de Belém) e aposentado compulsoriamente do cargo de professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará, com menos de 10% de seus proventos. Para sobreviver passa a exercer a advocacia no escritório de seu pai, Alarico Barata, e escreve artigos e reportagens com pseudônimos, como Valério Ventura, para os jornais Folha do Norte e Flash.
A partir de 1967, Ruy Barata, que tinha, desde a juventude, uma estreita ligação com a música, passa a compor em parceria com seu filho, o então jovem músico e instrumentista Paulo André Barata.
Ruy mostra-se um exímio letrista para as melodias do filho. Compõem dezenas de músicas, de cunho rural e urbano, que se tornaram sucessos nacionais e internacionais.
Em 1978, lança mais um capítulo do estudo sobre a Cabanagem, a revolução paraense de 1835, cuja publicação iniciara no ano anterior pela revista do Instituto Professor Sousa Marques (Rio de Janeiro): O Cacau de Sua Majestade, O Arroz do Marquês, A Subversão do Cacau e do Algodão, A Economia Paraense às Vésperas da Tormenta.
Em 1979, com a promulgação da Lei da Amnistia, Ruy Barata é reintegrado ao quadro de professores da Universidade Federal do Pará, e volta a ensinar Literatura Brasileira. Em 1984, é publicada a primeira edição do livro Paranatinga, um estudo biográfico do poeta escrito por Alfredo Oliveira.
Ruy Barata morreu em 23 de abril de 1990, durante uma cirurgia, em São Paulo, para onde viajara a fim de coletar dados sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazónia.
Pouco depois de sua morte foi lançada a segunda edição, revista e ampliada, do livro Paranatinga. A sua estátua está nos jardins do Parque da Residência, antiga casa dos governadores do Pará, que hoje abriga a Secretaria de Cultura do Estado e empresta o seu nome a uma avenida, ainda em construção, que vai ladear as águas da baía do Guajará em Belém.
Em 2000, foi lançado o livro Antilogia, uma coletânea de poemas organizada e revisada pelo próprio Rui entre janeiro e fevereiro de 1990, pouco antes de sua morte, cuja edição reúne quatorze poemas e uma das correspondências que lhe foram enviadas pelo poeta Mário Faustino.
O trabalho de Ruy Barata continua a inspirar músicas, poesias, vídeos, cinema, trabalhos escolares, teses, documentários, dança, artes plásticas e dezenas de outras manifestações culturais em todo o Pará, para reverenciar a memória do poeta que disse em uma canção: Tudo que eu amei estava aqui".
A poesia não se faz com ideias, mas com palavras
- Ruy Barata

Anjo dos Abismos

Quero chegar diante de ti
não como o vulto familiar que doura o teu sossego,
não como a imagem do sonho
que se perde na bruma,
mas como o fantasma de dentro de ti mesmo.
Quero chegar diante de ti,
e olharás minha longa cabeleira,
minhas faces esvoaçantes,
meus olhos incolores
e adivinharás que atravessei
os limites do eterno.
Ó esta noite todas as luzes estarão veladas pelo sono,
todos os silêncios serão devorados
pela eternidade,
todas as chagas ressurgirão das dores,
todos os olhos estarão desmesuradamente abertos
mas não poderemos sentir
a Sua presença
porque então passamos à pátria das essências.
Esta noite chegarei diante de ti,
nossas almas se confundirão na grande viagem,
nossos olhos se alongarão ao paraíso dos símbolos
onde nasce o grande mar das almas moribundas.
Chegarei sobre a tranquilidade dos teus cânticos
e te assombrarás com este vulto noctívago de morto
que se suspende milagrosamente além dos tempos
e que conduz as asas multicolores
no derradeiro voo das espécies.
Ó sim sou eu por sobre as nebulosas,
fantasma que povoa quatro mundos,
imagem perdida e mais tarde encontrada
no limitado céu da poesia.

Há 65 anos Estaline começou o Bloqueio de Berlim

Berlinenses assistindo a um C-54 aterrando no Aeroporto de Tempelhof (1948)

O Bloqueio de Berlim (de 24 de junho de 1948 a 11 de maio de 1949) tornou-se uma das maiores crises da Guerra Fria, desencadeada quando a União Soviética interrompeu o acesso ferroviário, rodoviário e aquático à cidade de Berlim Ocidental. O seu objetivo era forçar as potências ocidentais a sair, dando assim o controle soviéticos sobre toda a cidade.
Em resposta, os aliados ocidentais organizaram uma ponte aérea de Berlim para transportar suprimentos para as pessoas em Berlim Ocidental. A Força Aérea dos Estados Unidos e os britânicos da Força Aérea Real fizeram mais de 200.000 voos em um ano, com até 4.700 toneladas diárias de suprimentos, como combustível e comida para os berlinenses.

Zonas de ocupação dos aliados da Alemanha derrotada, com a localização de Berlim

A divisão da Alemanha depois da Guerra
Com o término da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio de 1945, tropas soviéticas e ocidentais (americanas, britânicas e francesas) encontravam-se espalhadas pela Europa, aquelas a leste, estas a oeste, formando uma linha divisória arbitrária no centro do continente. Na Conferência de Potsdam, os aliados acordaram dividir a Alemanha derrotada em quatro zonas de ocupação (conforme os princípios previamente definidos na Conferência de Ialta), conceito também aplicado a Berlim, que foi então partilhada em quatro setores: francês, britânico, americano e soviético. Como Berlim havia ficado bem no centro da zona de ocupação soviética da Alemanha (que viria a tornar-se a Alemanha Oriental ou RDA), as zonas americana, britânica e francesa em Berlim encontravam-se cercadas por território ocupado pelo Exército Vermelho.
A zona soviética produzia muito dos abastecimento da Alemanha de alimentos, enquanto o território das zonas britânica e americana tinha que contar com a importação de alimentos, mesmo antes da guerra. Além disso, o líder soviético Joseph Estaline ordenou a incorporação de parte do leste da Polónia na União Soviética e para compensar a Polónia, cedeu-lhe uma grande parte da Alemanha, a leste da linha Oder-Neisse. Esta área continha grande parte das terras férteis alemãs. O governo da Alemanha ocupada foi coordenado pelas quatro potencias atraves do Conselho de Controlo Aliado (ACC).
 
Berlim
Na zona leste, as autoridades soviéticas forçaram a unificação do Partido Comunista da Alemanha com o Partido Social-Democrata da Alemanha, no Partido Socialista Unificado da Alemanha ("SED"), alegando que, de momento, ele não teria uma orientação marxista-leninista ou orientação soviética. enquanto a Administração Militar Soviética suprimiu todas as outras atividades políticas. Fábricas, equipamentos, técnicos, gestores e pessoal qualificado foram removidos para da União Soviética.
Em uma reunião de junho de 1945, Estaline disse aos líderes comunistas alemães que esperava lentamente minar a posição britânica dentro de sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar dentro de um ano ou dois, e que nada, então, ficaria no caminho de uma Alemanha unida sob controle comunista dentro da órbita soviética. Estaline e outros líderes disseram ao visitar delegações búlgara e jugoslava, no início de 1946, que a Alemanha devia ser soviética e comunista.
A URSS encerrou o bloqueio à 00h01 de 12 de maio de 1949. Contudo, a ponte aérea continuou a funcionar até 30 de setembro, pois os quatro países ocidentais preferiram criar um stock de suprimentos em Berlim Ocidental para o caso de novo bloqueio soviético.
Um outro factor que contribui para o bloqueio foi de que nunca houve um acordo formal garantindo o acesso ferroviário e rodoviário para Berlim através da zona soviética. No final da guerra, os líderes ocidentais se basearam na boa vontade Soviética para proporcionar-lhes um direito tácito para tal acesso. À época, os aliados ocidentais assumiram que a recusa soviética em proporcionar outros acesso para o transporte de carga, além da ferroviária, e limitada a 10 comboios por dia, era temporária, mas os soviéticos recusaram a expansão para as várias rotas adicionais que foram propostas posteriormente.
Os soviéticos também concederam apenas três corredores aéreos de acesso a Berlim, a partir de Hamburgo, Bückeburg e Frankfurt. Em 1946, os soviéticos pararam a entrega de mercadorias agrícolas de sua zona no leste da Alemanha, e o comandante americano, Lucius D. Clay, respondeu, parando a transferência de indústrias desmantelados de oeste da Alemanha para a União Soviética. Em resposta, os soviéticos começaram uma campanha de relações públicas contra a política americana, e começaram a obstruir o trabalho administrativo de todas as quatro zonas de ocupação.
Até que o inicio do bloqueio, em 1948, a Administração Truman não tinha decidido que forças americanas deviam permanecer em Berlim Ocidental, após o estabelecimento de um governo da Alemanha Ocidental, previsto para 1949.

Eleições de 1946 em Berlim
Berlim tornou-se rapidamente o ponto focal dos esforços de ambos, norte-americanos e soviéticos, para realinhar a Europa com as suas respectivas visões. Como Molotov observou, "O que acontece em Berlim, acontece a Alemanha, o que acontece na Alemanha, acontece a Europa".
Berlim tinha sofrido um dano enorme, a sua população pré-guerra de 4,6 milhões de pessoas fora reduzido para 2,8 milhões, mas a cidade podia produzir apenas 2% das suas necessidades alimentares. Os aliados ocidentais não foram autorizados a entrar na cidade, até dois meses após a rendição da Alemanha, durante o qual a população local sofreu tratamento brutal nas mãos do exército soviético.
Depois de um tratamento severo, emigração forçada, repressão política e o inverno particularmente difícil de 1945-1946, os alemães na zona controlada pela União Soviética eram hostis aos esforços soviéticos. As eleições locais, em meados de 1946 resultou em um voto de protesto maciço anti-comunista, especialmente no setor soviético de Berlim. Os cidadãos de Berlim esmagadoramente elegeram membros democráticos no seu conselho municipal (com uma maioria de 86%) rejeitando fortemente os candidatos comunistas.

Os únicos três admissíveis corredores aéreos até Berlim

O Bloqueio
Em 24 de junho, os soviéticos interromperam todas as comunicações rodoviárias entre as zonas não-soviéticas e Berlim e, no mesmo dia, eles pararam todos os serviços ferroviários e tráfego de barcaças dentro e fora de Berlim. Em 25 de junho, os soviéticos pararam o fornecimento de alimentos para a população civil em setores não-soviético de Berlim. Eles também cortaram a eletricidade de Berlim, usando o seu controle sobre os geradores na zona soviética.
O tráfego de superfície para as zonas não-soviéticas de Berlim foi totalmente bloqueado, deixando em aberto apenas os corredores aéreos. Os soviéticos rejeitaram os argumentos de que os direitos de ocupação nos setores não-soviético de Berlim e do uso das rotas de abastecimento durante os três anos anteriores tinha dado a Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, um direito legal ao uso das estradas, túneis, ferrovias e canais.
Baseando-se na boa vontade soviética depois da guerra, a Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos nunca havia negociado um acordo com os soviéticos para garantir estes direitos terrestres de acesso a Berlim através da zona soviética.
Esta situação viria a ser um ponto focal das tensões que levariam à dissolução da aliança sovieto-ocidental formada na Segunda Guerra.
A crise arrefeceu ao ficar claro que a URSS não agiria para impedir a ponte aérea de alimentos e outros géneros organizada e operada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França.
Na primavera de 1949, o esforço era claramente um sucesso e, em abril, o transporte aéreo estava entregando mais carga do que anteriormente tinha sido transportado de trem para a cidade. O sucesso da ponte aérea de Berlim trouxe embaraço para os soviéticos que se recusaram a acreditar que poderia ser feito. O bloqueio foi levantado em maio de 1949 e resultou na criação de dois Estados alemães separados, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), que dividiram Berlim.

Há 63 anos começou a Guerra da Coreia

Na mais famosa imagem da guerra, marines desembarcam em Inchon; fogo noturno da artilharia norte-americana; camiões militares atravessam o Paralelo 38° N; B-29 bombardeia Coreia do Norte; civis coreanos fogem da zona de combate

A Guerra da Coreia foi travada entre 25 de junho de 1950 a 27 de julho de 1953, opondo a Coreia do Sul e seus aliados, que incluíam os Estados Unidos e o Reino Unido, à Coreia do Norte, apoiada pela República Popular da China e pela antiga União Soviética. O resultado foi a manutenção da divisão da península da Coreia em dois países.
A península da Coreia é cortada pelo paralelo 38° N, uma linha de demarcação que dividia dois exércitos, dois Estados: a República da Coreia, a sul, e a República Popular Democrática da Coreia, ao norte. Essa demarcação, existente desde 1945 por um acordo entre os governos de Moscovo e Washington, dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: no norte o comunismo apoiado pela União Soviética, e, no sul, o capitalismo apoiado pelos Estados Unidos.
A incapacidade de realizar eleições livres em toda a Península coreana, em 1948, aprofundou a divisão entre os dois lados, o do Norte estabeleceu um governo comunista, enquanto o Sul estabeleceu um governo de direita. O paralelo 38 tornou-se cada vez mais uma fronteira política entre os dois Estados coreanos. Embora as negociações de reunificação continuassem nos meses que antecederam a guerra, a tensão se intensificou. Escaramuças transfronteiriças e incursões cruzando o paralelo 38 persistiram. A situação se transformou em guerra aberta quando as forças norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950.
Em 1950, a União Soviética boicotou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em protesto contra a representação da China pelo governo da República da China, que se refugiara em Taiwan a seguir a derrota na Guerra Civil Chinesa. Na ausência da voz dissidente da União Soviética, que poderia ter vetado, os Estados Unidos e outros países passaram a resolução de número 84, em 7 de julho, no Conselho de Segurança autorizando a intervenção militar na Coreia.
Os Estados Unidos e 20 outros países das Nações Unidas ofereceram assistência para repelir a tentativa de reunificação das duas Coreia, por parte da Coreia do Norte, sob o regime comunista.

O território mudou de mãos várias vezes, durante a guerra:
Coreia do Norte e forças Chinesas
Forças da Coreia, Americanas e das Nações Unidas

George Michael - 50 anos!

George Michael (nascido Georgios Kyriacos Panayiotou em Londres, 25 de junho de 1963) é um cantor pop britânico que já vendeu mais de 100 milhões de álbuns.

George nasceu em East Finchley, Norte de Londres. O seu pai era Kyriacos Panayiotou, um restaurador cipriota que se mudou para a Inglaterra em 1950 e mudou o seu nome para Jack Michael. A mãe de Michael, Lesley Angold Harrison, foi uma dançarina britânica, morta de cancro em 1997. Michael passou a maior parte de sua infância no norte de Londres, na casa que os seus pais compraram logo após o seu nascimento. Durante a sua adolescência, a família mudou-se para Radlett (no leste de Inglaterra) e Michael andou na Bushey Meads School, onde conheceu Andrew Ridgeley. Ambos tinham a ambição de carreira mesmo sendo músicos.
Ele começou o seu envolvimento no negócio da música como um DJ, tocando nos clubes de juventude e escolas locais cerca de Bushey, Stanmore e Watford, o que foi seguido pela formação de curta duração da banda de ska The Executive, com Ridgeley, o irmão de Ridgeley, Paul, Andrew Leaver, e David Mortimer (também conhecido como David Austin).

Em 1981 cria os Wham! com o seu colega de escola, Andrew Ridgeley. Até à sua separação, em 1986, este duo de disco pop teve um grande número de sucessos ("Wake Me Up Before You Go-Go", "Everything She Wants"), sobretudo no público de jovens adolescentes, na sua maioria feminino. Isso não o impede de tomar regularmente posição contra o governo de Margaret Thatcher.
Lança o seu primeiro LP a solo em 1984, com a balada "Careless Whisper", que se torna um hit mundial. Em 1987 lança Faith, o primeiro álbum solo, cuja canção de trabalho é a muito sugestiva "I Want Your Sex", acompanhado por videoclipes luxuosos. Na encruzilhada do pop com o rhythm'n'blues, o disco vende no mundo todo mais de dez milhões de exemplares. Durante seu auge, popularizou calças jeans rasgadas e o brinco em forma de cruz em apenas uma orelha, uma marca registada da moda dos anos 80.
O álbum Listen Without Prejudice Vol. 1 é lançado em 1990, vivendo um conflito com o seu status de estrela, o cantor se recusa a conceder entrevistas e a aparecer nos seus videoclipes. Ele acusará a sua gravadora, a Sony, de ter deliberadamente sabotado as vendas do disco e de querer mantê-lo em estado de "escravidão profissional".
George Michael perde, em 1993, seu processo contra a Sony, mas triunfa no estádio de Wembley, acompanhando o grupo Queen, por ocasião do show em homenagem ao cantor Freddie Mercury, vitimado pela SIDA.
Em 1998 George Michael é preso por atentado ao pudor dentro do WC público de um parque de Beverly Hills, onde ele cai numa armadilha armada por um polícia à paisana. O seu amigo Elton John declarou, na época:
Cquote1.svg Um WC público não é o melhor lugar para assumir a sua sexualidade. Cquote2.svg
Elton John
No ano de 2002 ataca Tony Blair e George Bush, no início da guerra no Iraque, no compacto "Shoot the Dog". Os jornais de propriedade de Rupert Murdoch fizeram uma campanha que visva depreciar o cantor. Lança em 2004 o álbum Patience, que vende "apenas" três milhões de exemplares. George Michael anuncia que a partir daquele momento, vai divulgar as suas obras essencialmente na Internet.
Em 2005 canta no Live 8, em duo com Paul McCartney, e anuncia o seu casamento com o companheiro, Kenny Goss, na sequência da lei britânica sobre as uniões civis.
Em 2006 ocorre o lançamento do filme-documentário "George Michael: Minha História", e preparação de uma nova compilação na qual devem constar duas músicas inéditas. Em outubro desse ano volta a ter problemas com a justiça, ao ser encontrado a dormir sobre o volante de seu carro.
George Michael retornou aos palcos em 12 de maio de 2007 com um concerto em Coimbra, início de uma excursão europeia.
Em maio de 2008, George Michael teve sua carta de condução suspensa durante dois anos, depois de ser considerado culpado por conduzir sob efeito de drogas.
Em 2010 foi condenado a oito semanas de prisão, depois de ter provocado, em julho desse ano, um acidente de carro, em Londres. O cantor, que estava sobre efeito de cannabis, bateu com o seu carro numa loja de fotografia, foi também multado e proibido de conduzir durante cinco anos.


Carly Simon - 68 anos

Carly Elisabeth Simon (born June 25, 1945) is an American singer-songwriter, musician, and children's author. She rose to fame in the 1970s with a string of hit records, and has since been the recipient of two Grammy Awards, an Academy Award, and a Golden Globe Award for her work. Throughout her career, she has amassed 13 Top 40 hits including "You're So Vain", "Nobody Does It Better", and "Coming Around Again".
The former wife of another notable singer-songwriter, James Taylor, she has two children, Sarah "Sally" Maria Taylor and Ben Taylor, who are also musicians.
She was inducted into the Songwriters Hall of Fame in 1994.