Presidente
Em
1958 foi o candidato escolhido pela
União Nacional para suceder a
Craveiro Lopes, com o beneplácito de
António de Oliveira Salazar, não só por ser afeto ao regime mas também por ser pouco interventivo. Teve como adversário o General
Humberto Delgado.
Segundo os resultados oficiais, venceu com 75%, contra apenas 25%
atribuídos a Delgado. O próprio Thomaz não votaria na sua eleição. Na
sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca
seriam publicados oficialmente no
Diário do Governo, conforme
estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão
constitucional de 1959, que estas deixariam de ser diretas, passando a
ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído
exclusivamente por membros da
União Nacional.
Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança
democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Foi dessa forma reeleito em
1965 e
1972. Em 1961
tornou-se Cavaleiro da Real e Distinguida
Ordem de Carlos III de
Espanha.
O
25 de abril
encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara
deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e
expulso, compulsivamente, da Marinha, tendo sido enviado para a
Madeira, donde partiu para o exílio no
Brasil.
Américo Thomaz, durante o desempenho das funções de Presidente da
República, residiu sempre na sua residência particular, apenas usando o
Palácio de Belém como escritório e para cerimónias oficiais.
Foi pouco mais do que um chefe de estado cerimonial, aparecendo muitas
vezes a inaugurar exposições de flores, a ponto de lhe darem o apodo de
"o corta-fitas". Era alvo de chacota pelo seu pouco talento para o
discurso público, tendo várias gaffes suas ficado gravadas no
imaginário popular, com destaque para frases como "É a primeira vez que cá estou desde a última vez que cá estive", ou "Hoje visitei todos os pavilhões, se não contar com os que não visitei", proferidas nas numerosas visitas e inaugurações que ocupavam a maior parte da sua atividade.
Após o 25 de abril
Em
1978,
Ramalho Eanes permitiu o seu regresso a Portugal. Em
1980, morre, subitamente, a sua filha mais velha, Natália.
Foi-lhe negado o reingresso na
Marinha e o regime de pensão extraordinária, atualmente em vigor, para ex-presidentes da República.