domingo, junho 19, 2022

O Nobel da Literatura William Golding morreu há 29 anos

  
Sir William Gerald Golding  (Newquay, 19 de setembro de 1911Perranarworthal, 19 de junho de 1993) foi um escritor, novelista, dramaturgo e poeta inglês, autor do best-seller O Deus das Moscas, de 1954, membro da Royal Society of Literature e vencedor do Prémio Nobel de Literatura em 1983. Em 2008, foi eleito pela revista The Times o terceiro entre os "cem maiores escritores britânicos desde 1945".
 

O escultor Machado de Castro nasceu há 291 anos

    
Joaquim Machado de Castro (Coimbra, 19 de junho de 1731 - Lisboa, 17 de novembro de 1822) foi um dos maiores e mais famosos escultores portugueses. Machado de Castro foi um dos escultores de maior influência na Europa do século XVIII e princípio do século XIX.
Para além da escultura, descrevia extensamente o seu trabalho, do qual se destaca, a extensa análise sobre a estátua de José I que se situa na Praça do Comércio em Lisboa, intitulada: Descripção analytica da execução da estátua equestre, Lisboa 1810.
A Descripção consiste no relato pormenorizado, feito ao estilo e à execução técnica, levada a cabo no que é considerado o seu melhor trabalho, a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal, datada de 1775, como parte da obra de reconstrução da cidade de Lisboa, seguindo os planos de Marquês de Pombal, logo após o Terramoto de 1755. As partes da construção estão detalhadas e ilustradas, incluindo variados planos e componentes utilizados para a sua execução.
Na introdução da sua obra Machado de Castro comenta outras estátuas equestres, situadas em diversas praças europeias.
   
Estátua equestre de El-Rei D. José I na Praça do Comércio, Lisboa
     

Hoje é dia de ouvir Chico Buarque cantar...

Música adequada à data...!

O Nobel da Física Aage Niels Bohr nasceu há um século...!

   
Aage Niels Bohr (Copenhaga, 19 de junho de 1922 - Copenhaga, 8 de setembro de 2009) foi um físico dinamarquês, o quarto filho de Margrethe Bohr e Niels Bohr.
Foi Nobel de Física em 1975 pela descoberta da conexão do movimento coletivo e movimento individual de partículas no núcleo atómico e pelo desenvolvimento da teoria da estrutura do núcleo atómico. Foi professor da Universidade de Copenhaga e ingressou na Pontifícia Academia das Ciências em 17 de abril de 1978.

Biografia
Viveu com os seus pais no Instituto de Física Teórica (hoje Instituto Niels Bohr) e, depois, mudou-se para Carlsberg, em 1932. Quando fez doze anos entrou para o Sortedam Gymnasium e estudou ciências humanas e biologia. Entrou para a Universidade de Copenhaga em 1940, antes da ocupação alemã, com o intuito estudar física e acabou tornando-se uma espécie de assistente, por correspondência, do pai Niels Bohr, em trabalhos sobre física. Em 1943, aconselhado pelo mesmo, fugiu dos nazis e mudou-se para a Suécia e, em seguida, para a Inglaterra, onde estudou energia atómica.
Retornou à Dinamarca em 1945, mas continuou integrando grupos de pesquisa em física atómica de Londres, Washington e Los Alamos. Na Dinamarca voltou para a Universidade e alcançou o mestrado em 1946. Em 1948 foi nomeado para integrar a equipe do Instituto de Estudos Avançados de Princeton.
Em 1950 casou com Marietta Soffer, em Nova Iorque, e o casal teve três filhos: Vilhelm, Tomas e Margrethe.
Escreveu dois importantes livros sobre a estrutura nuclear, em cooperação com o físico norte americano Ben Mottelson: Single-Particle Motion (1969) e Nuclear Deformations (1975).

sábado, junho 18, 2022

Trindade Coelho nasceu há 161 anos

 
José Francisco Trindade Coelho (Mogadouro, Mogadouro, 18 de junho de 1861 - Lisboa, 9 de junho de 1908) foi um escritor, magistrado e político português.

 

Poema alusivo à data...


(imagem daqui)

 

No Coração, Talvez
 
No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.


 
in
Os Poemas Possíveis (1966) - José Saramago

Clarence Clemons, The Big Man, morreu há onze anos...

 
Clarence Clemons (Norfolk, 11 de janeiro de 1942 - Flórida, 18 de junho de 2011), conhecido pelos fãs como The Big Man, foi um músico norte-americano e actor. Desde 1972 que fazia parte da banda E Street Band como saxofonista. Também participou em vários trabalhos televisivos, e juntamente com o seu amigo do ramo Don Reo, publicou uma autobiografia intitulada: Big Man: Real Life & Tall Tales, em 2009.
Clarence sofreu um acidente vascular cerebral a 12 de junho de 2011, vindo a morrer em consequência de complicações relacionadas com o derrame em 18 de junho.
   

NOTA: para memória futura, um fantástico solo dele na música de Bruce Springsteen intitulada Bobby Jean:

 


Roald Amundsen morreu há 94 anos

    
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872 - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares, que liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul, a 14 de dezembro de 1911, utilizando trenós puxados por cães.
Amundsen nasceu em uma família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin, que provou a existência da passagem Noroeste, ele decidiu-se por uma vida de exploração do desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen. Embora tivesse frequentado o curso de Medicina, Amundsen decidiu seguir uma vida ligada ao mar e à exploração. Em 1897, com 25 anos, fez parte da tripulação do Belgica, como primeiro oficial, na Expedição Antártica Belga, de Adrien de Gerlache. Anos mais tarde, em 1903, parte para uma expedição que iria atravessar a passagem Noroeste, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá, a bordo do Gjøa.
Depois de atingir o Polo Sul, em 1911, Amundsen desejava alcançar novas conquistas. De regresso dos Estados Unidos, onde esteve em digressão de conferências, interessou-se pelo mundo da aviação e, em 1914, obteve o seu certificado de voo, o primeiro atribuído a um civil na Noruega. Em 1918, parte para o Ártico, no veleiro Maud mas, depois de dois anos à deriva, não conseguiu chegar ao Polo Norte. Em 1925, organiza a primeira expedição aérea ao Ártico, chegando à latitude de 87º 44' N. Um ano depois, foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge, e a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos Norte e Sul.
Em junho de 1928, Roald Amundsen embarca num hidroavião, em Tromso, perto do cabo Norte, para efectuar as buscas do dirigível Itália que levava o aviador Umberto Nobile a bordo; foi a última vez que se teve notícias de Amundsen.
   
(...)
  
Roald Amundsen morreu a 18 de junho de 1928, num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no oceano Ártico. O voo tinha como objetivo resgatar o explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia caiu a nordeste do arquipélago Svalbard ao regressar do Polo Norte. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin a 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca de Amundsen e dos seis desaparecidos do Italia continuou todo o verão de 1928, e nela participou Louise Boyd, exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado e o corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico até hoje. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

Hoje é dia de ouvir cantar Paul McCartney...!

Raffaella Carrà - 79 anos

 
Raffaella Carrà, também conhecida por La Carrà (Bellaria-Igea Marina, 18 de junho de 1943) é uma apresentadora de TV, entrevistadora, atriz, show-girl e cantora italiana. O seu nome verdadeiro é Raffaella Roberta Pelloni.

 


Maria Bethânia nasceu há 76 anos...

     
Maria Bethânia Vianna Telles Veloso (Santo Amaro, 18 de junho de 1946) é uma cantora e compositora brasileira. Nascida em Santo Amaro da Purificação, Brasil, ela participou, na juventude, de peças teatrais ao lado de seu irmão, o cantor Caetano Veloso e de outros cantores proeminentes da época. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a sua carreira musical substituindo a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião. No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora RCA e lançou seu homónimo álbum de estreia.
Bethânia foi eleita a 5ª Maior Voz da Música Brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.
Nascida na Bahia em 18 de junho de 1946, Maria Bethânia é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana Teles Veloso (Dona Canô). O seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, então um sucesso na voz de Nélson Gonçalves.
Bethânia é membro de uma família de artistas, sendo irmã da escritora Mabel Velloso, do cantor e compositor Caetano Veloso, e tia dos cantores Belô Velloso e Jota Velloso.
Na juventude, participou de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil e, em 1960, mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos. Lá, começou a frequentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano e três anos depois, em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. Nesta época, Bethânia e Caetano conheceram outros músicos iniciantes como Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Alcivando Luz e outros, os quais acabariam sendo lançados como cantores e compositores pela cantora. No ano seguinte, montaram juntos os espetáculos Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova.  
     

 


Lídia Jorge faz hoje 76 anos

   
Lídia Jorge (Boliqueime, Loulé, 18 de junho de 1946) é uma escritora portuguesa a quem foram atribuídos, entre outros, o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano (2000), Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (2002), o Grande Prémio de Literatura dst (2019) e o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara (2020). 

  

in Wikipédia

 

Fado do retorno


Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada

Voltaste, já voltaste
Já entras como sempre
Abrandas os teus passos
E páras no tapete

Então que uma luz arda
E assim o fogo aqueça
Os dedos bem unidos
Movidos pela pressa

Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada

Voltaste, já voltei
Também cheia de pressa
De dar-te, na parede
O beijo que me peças

Então que a sombra agite
E assim a imagem faça
Os rostos de nós dois
Tocados pela graça.

Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada

Amor, o que será
Mais certo que o futuro
Se nele é para habitar
A escolha do mais puro

Já fuma o nosso fumo
Já sobra a nossa manta
Já veio o nosso sono
Fechar-nos a garganta

Então que os cílios olhem
E assim a casa seja
A árvore do Outono
Coberta de cereja.


Lídia Jorge

Música dos anos oitenta, para matar saudades a geopedrados...

Mísia - 67 anos

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955), é uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas actuais.
   
   

 


A Batalha de Waterloo foi há 207 anos...

A Batalha de Waterloo, por Clément-Auguste Andrieux, no Palácio de Versalhes
     
A Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido a 18 de junho de 1815 perto de Waterloo, na atual Bélgica (então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos). Um exército do Primeiro Império Francês, sob o comando do Imperador Napoleão (com 72.000 homens), foi derrotado pelos exércitos da Sétima Coligação que incluíam uma força britânica liderada pelo Duque de Wellington, e uma força prussiana comandada por Gebhard Leberecht von Blücher (118.000 homens). Este confronto marcou o fim dos Cem Dias e foi a última batalha de Napoleão; a sua derrota terminou com o seu governo como Imperador.
Depois do regresso de Napoleão ao poder em 1815, muitos dos Estados que se tinham oposto ao Imperador formaram a Sétima Coligação, dando início à mobilização dos seus exércitos. Duas forças de grande dimensão sob o comando de Wellington e de Blücher concentraram-se perto da fronteira nordeste da França. Napoleão decidiu atacar na esperança de as destruir antes que dessem início a uma invasão coordenada da França, juntamente com outros membros da coligação. O confronto decisivo da campanha de três dias de Waterloo - 16 a 19 de junho de 1815 -, teve lugar em Waterloo. De acordo com Wellington, a batalha foi "a mais renhida a que assisti na minha vida".
Napoleão atrasou o início da batalha até ao meio-dia esperando que o terreno secasse. O exército de Wellington, posicionado ao longo da estrada para Bruxelas, na escarpa de Mont-Saint-Jean, resistiu a múltiplos ataques franceses até que, no final do dia, os prussianos chegaram em força e penetraram no flanco direito de Napoleão. Naquele momento, o exército de Wellington contra-atacou provocando a desordem das tropas francesas no campo-de-batalha. Posteriormente, as forças da coligação entraram em França repondo Luís XVIII no trono francês. Napoleão abdicou, rendeu-se aos britânicos e foi exilado na ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
O campo-de-batalha fica, atualmente em território belga, a cerca de treze quilómetros a sudeste de Bruxelas, e a 1,6 km da cidade de Waterloo. No local da batalha existe hoje um enorme monumento designado por Monte do Leão (em francês Butte du Lion), construído por terra trazida do próprio terreno da batalha.
     
Brasão do  Duque de Wellington
      

Poesia cantada adequada à data - Mísia canta Saramago...

 

Nenhuma Estrela Caiu




Janelas que me separam 
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte 
Que não paro de lançar
Vem a noite e o seu recado 
Sua negra natureza 
Talvez a lua não falte 
Ou venha a chuva de estrelas 
Basta que o sono desperte 
O sonho que deixa vê-las 
Abro as janelas por fim 
E o frio vento se esquece 
Nenhuma estrela caiu 
Nem a lua me ajudou 
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
 
 
José Saramago

Dizzy Reed - 59 anos

  
Darren Dizzy Reed é um um multi-instrumentista norte-americano e teclista que atua na banda Guns N' Roses desde 1990.
    

 


A última guerra entre USA e UK começou há duzentos e dez anos

O Capitólio dos Estados Unidos após Washington, DC ter sido queimada pelo exército britânico
  
A Guerra de 1812, ou a Guerra Anglo-Americana, foi a guerra entre os Estados Unidos da América, e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e as suas colónias, incluindo o Canada Superior (Ontario), o Canadá Inferior (Quebec), Nova Escócia, Bermuda e a ilha da Terra Nova.
A Guerra decorreu entre 18 de junho de 1812 e 23 de março de 1815, embora o seu tratado de paz tenha sido assinado em 1814. O Massacre do Fort Dearborn, Indiana, em 15 de agosto de 1812, foi a "gota d'água" que levou os americanos à guerra contra os britânicos ao que é, hoje, reconhecida nos EUA como War of 1812 ("A Guerra de 1812," em português). A guerra terminou em status quo.
A Revolução Francesa trouxe problemas para os Estados Unidos, devido às diferenças entre as facções federalistas (admiradores da Inglaterra) e os republicanos (admiradores da França revolucionária), e a acentuação da rivalidade da França com a Inglaterra, que não tolerava a independência da ex-colónia. Além disso, os britânicos ainda tinham ligações comerciais com os sulistas.
Eles tentaram de todas as maneiras impedir os acordos entre franceses e nortistas, utilizando-se da força: apresamento de navios da ex-colónia, desafiando a soberania nacional e prejudicando as indústrias; recrutamento forçado de norte-americanos por ingleses; problemas com índios no oeste, instigados por britânicos do Canadá; e, em relação aos Estados Unidos, a tentativa de conquista da mesma, facto esse almejado por eles.
Entre 1812 e 1814 ocorreu o conflito, durante o governo do presidente James Madison. Apesar dos desastres sofridos, o Tratado de Gand, que acabou com a guerra, não promoveu modificações no mapa dos Estados Unidos. Mais, reforçou o sentimento nacionalista da população e consolidou a União.

James Madison venceu as eleições presidenciais americanas de 1808, primariamente por causa de suas habilidades em relações internacionais, em uma época onde tanto a França quanto o Reino Unido estavam à beira da declaração de guerra contra os Estados Unidos. Madison, uma vez na presidência do país, rapidamente removeu o Ato do Embargo de 1807. A França logo se propôs a terminar todos seus ataques contra navios mercantes americanos e não interferir com o comércio internacional americano. Porém, o Reino Unido continuou ativamente os ataques contra a frota mercante americana. Além disso, os britânicos passaram a fornecer grandes quantidades de suprimentos militares a nativos indígenas do sul dos Grandes Lagos, e incentivavam estes indígenas a atacarem comunidades americanas e grupos de colonos americanos que viajavam em direção ao oeste.
Em resposta a estes problemas, os Estados Unidos da América declararam guerra contra o Reino Unido em 1812. Os habitantes do sul e do oeste do país eram em sua grande maioria a favor da guerra, uma vez que se preocupavam em defender o direito da expansão americana em direção ao oeste e o direito de ter acesso a mercados internacionais para seus produtos de exportação. Já os federalistas da Nova Inglaterra opuseram-se à guerra, e sua reputação sofreria muito ao final do conflito, causando a desintegração do partido político.
No início da guerra, os Estados Unidos rapidamente invadiram o Canadá, então colónia britânica, e capturaram diversas cidades daquele país. Os americanos incentivaram os canadianos a rebelar-se contra o Reino Unido e a juntar-se aos Estados Unidos. Porém, devido ao pouco apoio da população canadense aos ideais americanos e à mobilização de grandes quantidades de tropas britânicas no Canadá, os americanos foram obrigados a recuar. Os britânicos invadiram então os Estados Unidos, tendo ocupado diversas cidades do nordeste americano, entre elas, Washington, DC, a capital americana.
A invasão britânica da capital americana fez com que, subitamente, um grande número de pessoas passassem a querer se alistar nas forças armadas. A soberania do país estava em risco e a independência deveria ser mantida a todo custo, o governo proclamou. O avanço britânico foi parado em Baltimore, em 1814. As cenas da batalha de defesa da cidade por parte dos americanos fizeram com que Francis Scott Key, que testemunhara a batalha, escrevesse The Star-Spangled Banner, que acabaria por se tornar o hino oficial dos Estados Unidos.
A guerra terminou oficialmente em 8 de janeiro de 1815, sob os termos do Tratado de Ghent. A Batalha de Nova Orleães, porém, ocorreu após a assinatura do tratado. Esta batalha resultou em vitória para os Estados Unidos. Um dos principais comandantes americanos durante a guerra, Andrew Jackson, o General das forças americanas durante a Batalha de Nova Orleães, tornou-se imensamente popular nos Estados Unidos.
A Guerra de 1812 causou um drástico crescimento do nacionalismo e do orgulho americano. O país então acabara de resistir militarmente contra a segunda maior potência militar do mundo à época (a maior era a França napoleónica). A guerra causou um súbito aumento da moral americana - especialmente na Batalha de Nova Orleães. Os britânicos, segundo o tratado de paz, comprometeram-se a parar com seus ataques contra navios mercantes americanos, e um período de paz, de expansão territorial, de isolacionismo e do fortalecimento da economia do país, seguiu-se-lhe. Este período ficaria conhecido como Era do Bem Sentir.
  

Saramago morreu há doze anos...

   
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
   

 

Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
  
   
 

in Os Poemas Possíveis (1966) - José Saramago