segunda-feira, junho 06, 2022

O bioquímico Edwin Gerhard Krebs nasceu há 104 anos

  
Edwin Gerhard Krebs (Lansing, June 6, 1918 – Seattle, December 21, 2009) was an American biochemist. He received the Albert Lasker Award for Basic Medical Research and the Louisa Gross Horwitz Prize of Columbia University in 1989 together with Alfred Gilman and, together with his collaborator Edmond H. Fischer, was awarded the Nobel Prize in Physiology or Medicine in 1992 for describing how reversible phosphorylation works as a switch to activate proteins and regulate various cellular processes.
Edwin Krebs is not to be confused with Hans Adolf Krebs (1900–1981), who was also a Nobel Prize–winning biochemist and who discovered the citric acid cycle, which is also known as the Krebs cycle.
  
 
in Wikipédia

Robert Kennedy foi assassinado há 54 anos

     
Robert Francis Kennedy (Brookline, 20 de novembro de 1925Los Angeles, 6 de junho de 1968), apelidado de Bobby e também de RFK, foi procurador-geral dos Estados Unidos de 1961 até 1964, tendo sido um dos primeiros a combater a Máfia, e Senador por Nova Iorque de 1965 até ao seu assassinato em junho de 1968.
Foi um dos dois irmãos mais novos do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, e também um dos seus mais confiáveis conselheiros, que acompanhou ativamente com o presidente a crise dos mísseis cubanos e fez uma importante contribuição no movimento pelos direitos civis dos afro-americanos.
Era católico como o irmão. Depois do assassinato de John em novembro de 1963, Kennedy continuou como procurador-geral e trabalhou ainda com o Presidente Lyndon Johnson até setembro de 1964, quando foi eleito senador por Nova Iorque, em novembro daquele mesmo ano. Contra a guerra do Vietname RFK rompeu com Johnson sobre a escalada militar americana no conflito, entre outras questões.
No início de 1968, Robert Kennedy anunciou a sua campanha para ser nomeado candidato à presidência pelo Partido Democrata. Kennedy vence McCarthy numa decisiva eleição primária da Califórnia, que o colocaria como sério candidato a presidência, mas os disparos de Sirhan Sirhan, logo após a vitória nessa eleição primária, encerraram o sonho de Kennedy, que tinha apenas 42 anos, de suceder ao seu irmão.
Ainda em 1968 coube a Bobby anunciar a uma multidão de negros em Indianápolis a morte de Martin Luther King Jr. Bobby recebeu um bilhete no palanque e, lá, anunciou da seguinte forma:
"Tenho uma péssima notícia para dar-lhes. Martin Luther King foi assassinado, assim como meu irmão. E, cabe a nós que ficamos, lutar pela causa pela qual eles sacrificaram suas vidas: a justiça e a igualdade entre os homens."
No dia 5 de junho de 1968, o senador e pai de 10 filhos (a sua mulher Ethel estava grávida do 11º), foi gravemente ferido por dois disparos na cabeça, no Ambassador Hotel, em Los Angeles, onde comemorava os resultados das eleições dos Democratas, dados por Sirhan Bishara Sirhan. Morreu no hospital Bom Samaritano de Los Angeles na manhã do dia seguinte, estando a sua esposa ao seu lado. O Presidente Johnson declarou um dia de luto oficial em resposta ao cortejo público que acompanharam a perda de Kennedy em todo o País. Encontra-se sepultado no Cemitério Nacional de Arlington.
   

El-Rei D. João III nasceu há 520 anos

 
D. João III de Portugal
(Lisboa, 6 de junho de 1502 - Lisboa, 11 de junho de 1557) foi o décimo quinto Rei de Portugal, cognominado O Piedoso ou O Pio pela sua devoção religiosa. Filho do rei D. Manuel I de Portugal, sucedeu-lhe em 1521, aos 19 anos. Herdou um império vastíssimo e disperso, nas ilhas atlânticas, costas ocidental e oriental de África, Índia, Malásia, Ilhas do Pacífico, China e Brasil. Continuou a política centralizadora do seu pai. Durante o seu reinado foi obrigado a negociar as Molucas com Espanha, no tratado de Saragoça, adquiriu novas colónias na Ásia - Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau e um grupo de portugueses chegou pela primeira vez ao Japão em 1543, estendendo a presença portuguesa de Lisboa até Nagasaki. Para fazer face à pirataria iniciou a colonização efectiva do Brasil, que dividiu em capitanias hereditárias, estabelecendo o governo central em 1548. Ao mesmo tempo, abandonou diversas cidades fortificadas em Marrocos, devido ao custos da sua defesa face aos ataques muçulmanos. Extremamente religioso, permitiu a introdução da inquisição em Portugal em 1536, obrigando à fuga muitos mercadores judeus e cristãos-novos, forçando o recurso a empréstimos estrangeiros. Inicialmente destacado entre as potências europeias económicas e diplomáticas, viu a rota do Cabo fraquejar, pois a rota do Levante recuperava, e em 1548 teve de mandar fechar a feitoria Portuguesa de Antuérpia. Viu morrer os dez filhos que gerou e a crise iniciada no seu reinado amplificou-se sob o governo do seu neto e sucessor, o Rei D. Sebastião de Portugal.
   
      
Nascido em Lisboa, era filho de El-Rei Manuel I de Portugal e de Maria de Aragão, princesa de Espanha, filha dos Reis Católicos. Na câmara da Rainha, parturiente, Gil Vicente em trajes de vaqueiro representou a sua primeira peça, o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro. O batismo em 15 de junho foi realizado na capela de São Miguel do Paço da Alcáçova, tendo como padrinho o Doge de Veneza, Leonardo Loredan, representado por Pero Pasquaglio. Foram madrinhas uma tia paterna, a Rainha Dona Leonor, viúva de D. João II, e a avó paterna, a infanta Dona Beatriz, duquesa de Beja. Nas Cortes a seguir convocadas, para 15 de agosto, o príncipe foi jurado herdeiro.
      
Estátua de D. João III, Coimbra
      

D. João de Castro morreu há 474 anos

     
João de Castro (Lisboa, 27 de fevereiro de 1500 - Goa, 6 de junho de 1548) foi um nobre, cartógrafo e administrador colonial português. Foi governador e capitão general, 13.º governador e 4.º vice-rei do Estado Português da Índia.
A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves.
      

O Dia D foi há 78 anos

O Dia D
1944 NormandyLST.jpg
Desembarque na praia de Omaha, na Normandia, 6 de junho de 1944, durante a Operação Neptuno
Data 6 de Junho, 1944
Local Normandia,  França
Resultado Vitória Aliada. A França é libertada dos Nazis
Combatentes
 Estados Unidos
 Reino Unido
 Canadá
 França Livre
Polónia
 Noruega
 Austrália
 Nova Zelândia
 Luxemburgo
 Dinamarca
 Bélgica
 Grécia
 Checoslováquia
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Alemanha nazi
Comandantes
Estados Unidos Dwight D. Eisenhower
Reino Unido Bernard Montgomery
Estados Unidos Omar Bradley
Reino Unido Trafford Leigh-Mallory
Reino Unido Arthur Tedder
Reino Unido Miles Dempsey
Reino Unido Bertram Ramsay
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Gerd von Rundstedt
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Erwin Rommel
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Friedrich Dollmann
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Hans von Salmuth
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Wilhelm Falley  
Forças
326.000 (em 11 de junho) 200.000 (até 6 de junho)
Baixas
37.000 mortos, 172.000 feridos/desaparecidos 200.000 mortos/feridos, 200.000 capturados


Os desembarques da Normandia foram operações durante a invasão da Normandia pelos Aliados, também conhecida como Operação Overlord e Operação Neptuno, durante a Segunda Guerra Mundial. O desembarque começou na terça-feira, 6 de junho de 1944 (Dia D), com início às 00.15 horas (UTC+2). No planeamento, o Dia D foi o termo usado para o dia de desembarque real, que era dependente de aprovação final.
O assalto foi realizado em duas fases: uma aterragem de assalto aéreo de 24 mil britânicos, norte-americanos, canadianos e tropas livres de franceses aerotransportados pouco depois da meia-noite e um desembarque anfíbio da infantaria aliada e divisões blindadas na costa da França, com início às 06.30 da manhã. Havia também as operações de engodo montado sob os nomes de código Operação Glimmer e Operação Tributável, para distrair as forças da Alemanha nazi das áreas de pouso real.
A operação foi a maior invasão anfíbia de todos os tempos, com o desembarque de mais de 160 mil tropas em 6 de junho de 1944. 195.700 pessoas das marinhas navais e mercantes aliadas em mais de 5.000 navios foram envolvidos na operação. Soldados e material foram transportados a partir do Reino Unido por aviões carregados de tropas e navios, desembarques de assalto, suporte aéreo, interdição naval do Canal Inglês e fogo naval e de apoio. Os desembarques ocorreram ao longo de um trecho de 80 km na costa da Normandia dividida em cinco setores: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.
       

 

Albano Martins morreu há quatro anos...

(imagem daqui)

   

Albano Dias Martins (Fundão, 6 de agosto de 1930Vila Nova de Gaia, 6 de junho de 2018) foi um poeta português.
  
Biografia
Nasceu na aldeia do Telhado, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, província da Beira Baixa, Portugal.
Formado em Filologia Clássica clássica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professor do Ensino Secundário de 1956 a 1976. Exerceu o cargo de Inspetor-coordenador da Inspeção-Geral do Ensino.
Tendo ingressado, em 1980, nos quadros da Inspeção-Geral de Ensino, passou, em 1993, à situação de aposentado. À data da sua morte, era professor na Universidade Fernando Pessoa, do Porto.
Foi um dos fundadores da revista Árvore e colaborador da Colóquio-Letras e Nova Renascença.
Fez também algumas traduções como "O Essencial de Alceu" e "Cantos de Leopardi", "Cântico dos Cânticos". "Dez Poetas Gregos Arcaico", "O Aprendiz de Feiticeiro", "Dez Poetas Italianos Contemporâneos", "O Aprendiz de Feiticeiro" e "Os Versos do Capitão".
Morreu a 6 de junho de 2018, em Mafamude, Vila Nova de Gaia, onde residia.
 
Sobre os seus poemas:  
   

 
 
Uma Cidade
  

Uma cidade pode ser
apenas um rio, uma torre, uma rua
com varandas de sal e gerânios
de espuma. Pode
ser um cacho
de uvas numa garrafa, uma bandeira
azul e branca, um cavalo
de crinas de algodão, esporas
de água e flancos
de granito.
Uma cidade
pode ser o nome
dum país, dum cais, um porto, um barco
de andorinhas e gaivotas
ancoradas
na areia. E pode
ser
um arco-íris à janela, um manjerico
de sol, um beijo
de magnólias
ao crepúsculo, um balão
aceso
  
numa noite
de junho.
  
Uma cidade pode ser
um coração,
um punho.

  

 
in
Castália e Outros Poemas (2001) - Albano Dias Martins

Hoje é o Dia dos Açores...!


No brasão de armas dos Açores o balção da direita ostenta a pomba branca do Espírito Santo sobre o tradicional fundo vermelho

 

O Dia dos Açores foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980, destinado a comemorar a açorianidade e a autonomia do arquipélago. É a maior celebração religiosa e cívica dos Açores.

A escolha da Segunda-Feira do Espírito Santo (também conhecida por Dia do Bodo ou Dia da Pombinha), isto é a segunda-feira imediatamente após a festa religiosa do Pentecostes, alicerça-se no facto da comemoração do Espírito Santo - em que se entrelaçam as mais nobres tradições cristãs com a celebração da Primavera, da vida, da solidariedade e da esperança -, constituir a principal festividade do povo açoriano. 

 

  

domingo, junho 05, 2022

Hoje é dia de cantar a poesia de Federico...

 

Poema de la siguiriya gitana - La guitarra

Empieza el llanto
de la guitarra.
Se rompen las copas
de la madrugada.
Empieza el llanto
de la guitarra.
Es inútil
callarla.
Es imposible
callarla.
Llora monótona
como llora el agua,
como llora el viento
sobre la nevada.
Es imposible
callarla.
Llora por cosas
lejanas.
Arena del Sur caliente
que pide camelias blancas.
Llora flecha sin blanco,
la tarde sin mañana,
y el primer pájaro muerto
sobre la rama.
¡Oh guitarra!
Corazón malherido
por cinco espadas.

 

Federico García Lorca

Carl Maria von Weber morreu há 196 anos

     
Carl Maria Friedrich Ernst Freiherr von Weber (Eutin, 18 de novembro de 1786 - Londres, 5 de junho de 1826) foi barão, compositor e diretor de ópera da Holsácia (hoje parte da Alemanha) da era romântica, celebrado por suas óperas Der Freischütz (1821), Euryanthe (1823) e Oberon (1826)
    

 


Música adequada à data...

   

SONETO DE LA GUIRNALDA DE ROSAS

¡Esa guirnalda! ¡pronto! ¡que me muero!
¡Teje deprisa! ¡canta! ¡gime! ¡canta!
que la sombra me enturbia la garganta
y otra vez y mil la luz de enero.

Entre lo que me quieres y te quiero,
aire de estrellas y temblor de planta,
espesura de anémonas levanta
con oscuro gemir un año entero.

Goza el fresco paisaje de mi herida,
quiebra juncos y arroyos delicados.
Bebe en muslo de miel sangre vertida.

Pero ¡pronto! Que unidos, enlazados,
boca rota de amor y alma mordida,
el tiempo nos encuentre destrozados.

 

Federico Garcia Lorca

Poesia adequada à data...

Efígie do Infante Santo no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal

 

D. Fernando Infante de Portugal


Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.


Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.


E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

 




in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

 

Painéis de São Vicente mostrando, provavelmente, o Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo

 

Erasmo Carlos faz hoje oitenta e um anos

(imagem daqui)
        
Erasmo Esteves (Rio de Janeiro, 5 de junho de 1941), mais conhecido como Erasmo Carlos, é um cantor e compositor brasileiro.
A sua parceria com o cantor Roberto Carlos certamente é a de maior sucesso na história da música popular brasileira, tanto em termos de venda (Erasmo já vendeu mais de 100 milhões de cópias em seus 50 anos de carreira) quanto em termos de regravações, feitas por artistas de todo o Brasil e do exterior.
Juntamente com Roberto Carlos, compôs mais de 500 canções, gravadas tanto por Roberto Carlos quanto por inúmeros outros cantores.
     

 


O Plano Marshall foi lançado há 75 anos

 Labeling used on aid packages
  
To clarify the U.S.'s position, a major address by Secretary of State George Marshall was planned. Marshall gave the address to the graduating class of Harvard University on June 5, 1947. Standing on the steps of Memorial Church in Harvard Yard, he offered American aid to promote European recovery and reconstruction. The speech described the dysfunction of the European economy and presented a rationale for U.S. aid.
The modern system of the division of labor upon which the exchange of products is based is in danger of breaking down. . . . Aside from the demoralizing effect on the world at large and the possibilities of disturbances arising as a result of the desperation of the people concerned, the consequences to the economy of the United States should be apparent to all. It is logical that the United States should do whatever it is able to do to assist in the return of normal economic health to the world, without which there can be no political stability and no assured peace. Our policy is not directed against any country, but against hunger, poverty, desperation and chaos. Any government that is willing to assist in recovery will find full co-operation on the part of the U.S.A. Its purpose should be the revival of a working economy in the world so as to permit the emergence of political and social conditions in which free institutions can exist.
Marshall was convinced that economic stability would provide political stability in Europe. He offered aid, but the European countries had to organize the program themselves.
The speech, written by Charles Bohlen, contained virtually no details and no numbers. More a proposal than a plan, it was presented vaguely and made little impact in America. Eight weeks after the Harvard speech, the State Department wrote in a confidential memorandum that "The Marshall Plan has been compared to a flying saucer — nobody knows what it looks like, how big it is, in what direction it is moving, or whether it really exists." The most important element of the speech was the call for the Europeans to meet and create their own plan for rebuilding Europe, and that the United States would then fund this plan. The administration felt that the plan would likely be unpopular among many Americans, and the speech was mainly directed at a European audience. In an attempt to keep the speech out of American papers journalists were not contacted, and on the same day Truman called a press conference to take away headlines. In contrast, Dean Acheson, an Under Secretary of State, was dispatched to contact the European media, especially the British media, and the speech was read in its entirety on the BBC.
 
  
  
Mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall - as colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país

John Couch Adams, um dos responsáveis pela descoberta de Neptuno, nasceu há 203 anos

     
Ainda estudante do St John's College (Cambridge), propôs a teoria que o notabilizou, segundo a qual as irregularidades observadas no movimento do planeta Urano seriam provocadas pela existência de um outro planeta, até então desconhecido. Mais tarde, conseguiu provar a sua hipótese e, consequentemente, a existência desse novo planeta, que foi denominado de Neptuno. Nessa descoberta, porém, Adams foi precedido por um outro astrónomo, o francês Urbain Le Verrier.
Durante a sua vida, Adams exerceu vários cargos importantes, como presidente da Royal Astronomical Society e diretor do Observatório de Cambridge. Também realizou estudos fundamentais sobre o magnetismo terrestre e a gravitação. Foi Professor Lowndeano de Astronomia e Geometria. Está sepultado no Ascension Parish Burial Ground.
        

Saudades de Dee Dee Ramone...

Saudades de Federico...

 

GACELA DEL AMOR DESESPERADO

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

 

Gazela do amor desesperado

A noite não quer vir
para que tu não venhas
nem eu não possa ir.

Mas eu irei
embora um sol de lacraus me coma as têmporas.


Mas tu virás
com a língua queimada por uma chuva de sal.


E o dia não quer vir
para que tu não venhas
nem não possa ir.


Mas eu irei
entregando aos sapos o meu mordido cravo.


Mas tu virás
pelas turvas cloacas da obscuridade.


Nem a noite nem o dia querem vir
para que por ti morra
e tu morras por mim.

    

Tradução de Pedro Luna 

 

Pinheiro de Azevedo nasceu há 105 anos

   
José Baptista Pinheiro de Azevedo (Luanda, 5 de junho de 1917 - Lisboa, 10 de agosto de 1983), foi um oficial da Marinha e político português. Foi primeiro-ministro de Portugal do VI Governo Provisório.

Nascimento
Pinheiro de Azevedo nasceu a 5 de junho de 1917, na cidade de Luanda, província ultramarina de Angola, de pais de etnia judaica originários de Viseu e de Braga. Era irmão do escritor Eduardo Baptista Pinheiro de Azevedo. 

Carreira 
Entrou na Escola Naval em 1 de outubro de 1934, e foi promovido a oficial em 1937. Foi professor de Astronomia e Navegação na Escola Naval e lecionou no Curso de Capitães da Escola Náutica Infante D. Henrique. Colaborou em livros técnicos, sobre Trigonometria, Meteorologia e Navegação.
Integrou o Movimento de Unidade Democrática e foi apoiante das candidaturas de José Norton de Matos, Manuel Quintão Meireles e Humberto Delgado. Serviu na Guerra Colonial, tendo sido encarregado da defesa marítima de Angola.
Liderou a defesa marítima de Santo António do Zaire, em Angola, e de 1968 a 1971 exerceu a função de adido naval à Embaixada de Portugal em Londres. A partir de 1970, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra, e, em 1972, tornou-se comandante dos Fuzileiros Navais. Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, foi nomeado para a Junta de Salvação Nacional, tendo sido promovido a chefe do Estado-Maior três dias depois. 
Empenhado na democratização do país durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), assumiu funções como primeiro-ministro do VI Governo Provisório desde 29 de Agosto de 1975. Contribui, igualmente, para a derrota do "gonçalvismo" e defendeu a normalização da vida nacional. No final do seu mandato foi substituído interinamente, entre 23 de junho e 23 de julho de 1976, por Vasco Almeida e Costa, ministro da Administração Interna.
Pinheiro de Azevedo foi, posteriormente, candidato a Presidente da República, sem apoios partidários, nas presidenciais de 1976, nas quais alcançou cerca de 14% dos votos. 
Um ano depois tornou-se presidente do Partido da Democracia Cristã, fundado por José Eduardo Sanches Osório, cargo em que permaneceu até à sua morte.
Ficou conhecido como Almirante sem medo. 

Presidenciais de 1976
Resultados eleitorais das eleições presidenciais de 27 de junho de 1976
 Citações
  • É apenas fumaça!... A discursar num comício no Terreiro do Paço, em 10 de novembro de 1975, quando explodiu uma bomba de gás lacrimogéneo que rebentou junto ao Ministério da Justiça, na esquina da Rua do Ouro.
  • Fui sequestrado. Já duas vezes. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia. E agora vou almoçar, pá. 13 de novembro de 1975, quando as tropas do Copcon – Comando Operacional do_Continente, uma polícia política da extrema-esquerda, libertaram os deputados do parlamento, pois uma manifestação do movimento operário mantivera-os fechados durante toda a noite.
  • O povo é sereno. O povo é sereno.

D. Fernando, dito o Infante Santo, morreu há 579 anos

Pormenor de um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando, possivelmente, o Infante D. Fernando (circa 1450-1470 - por Nuno Gonçalves, atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa)
    
O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração a chegar à idade adulta.
   
Le bien me plaît
Brasão e lema do Infante D. Fernando
 
(...)  
 
Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um irmão mais velho, o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida da expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de El-Rei D. Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
     
Culto
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.
Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.