segunda-feira, novembro 24, 2008

Nothing Sweet About Me - não sei porquê esta canção faz-me lembrar uma ministra...

Gabriella Cilmi - Sweet about me


Sweet about me

Ooh Watching Me, Hanging By A String This Time
Oh Easily The Climax Of A Perfect Life.
Ooh Watching Me, Hanging By A String This Time.
Oh Easily, My Smiles Worth A Hundred Lies.

If There's Lessons To Be Learned, I'd Rather Get My Jamming Words In First Oh
Tell Ya Something That I've Found, That The Worlds A Better Place When
It's Upside Down Boy
If There's Lessons To Be Learned, I'd Rather Get My Jamming Words In First Oh
When Your Playing With Desire, Don't Come Running To My Place When It
Burns Like Fire, Boy.

Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah

Blue, Blue, Blue Waves They Crash
As Time Goes By, So Hard To Catch
And Too, Too Smooth, Ain't All That
Why Don't You Ride My Side Of The Tracks

If There's Lessons To Be Learned, I'd Rather Get My Jamming Words In First Oh
Tell Ya Something That I've Found, That The Worlds A Better Place When
It's Upside Down Boy
If There's Lessons To Be Learned, I'd Rather Get My Jamming Words In First Oh
When Your Playing With Desire, Don't Come Running To My Place When
It Burns Like Fire, Boy.

Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me Yeah
Sweet About Me, Nothing Sweet About Me, Yeah

Dia Nacional do Engenheiro

Kevin Rowland - Concrete and Clay


PS - Hoje, Dia Nacional dos Engenheiros, uma canção a recordar que há Engenheiros Geológicos (isto no dia em que se comemora os 102 anos do nascimento de Rómulo de Carvalho e os 149 anos da publicação do livro "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, bem como se recorda Freddie Mercury, nos 17 anos da sua precoce morte).

domingo, novembro 23, 2008

Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia)

Na sequência de um post nosso anterior republicamos esta informação:


"O Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra, no âmbito do Mestrado em Geografia Física - Ambiente e Ordenamento do Território, vai realizar no próximo dia 28 de Novembro (6º feira), na Sala Fernandes Martins do Colégio de S. Jerónimo (2º andar), pelas 17.00 horas, uma conferência subordinado ao tema "Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia) - As morfo-sequências subterrâneas enquanto arquivos de dados" a proferir pelo Doutor Vincenzo Iurilli do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Bari (Itália)."

Via Blog Profundezas...

Notícia no CM sobre Museu do Jurássico - Lourinhã

Paleontologia: Projecto antigo vê luz do dia
Dinossauros renascem na Lourinhã

A Lourinhã está disposta a concretizar o sonho antigo de construir o Museu do Jurássico, projecto que remonta aos finais da década de 90 e que agora parece estar na direcção certa. Para isso, são precisos 22 milhões de euros de investimento que, segundo o presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, já estão assegurados, devendo abrir as portas em 2013.

O Jardim Jurássico será uma das principais atracções para os mais de 155 mil visitantes anuais esperados. "A principal característica será recriar toda a flora existente nesse período, com vegetação semelhante à da época. Para isso, já foi realizado um estudo, pela Faculdade de Ciências de Paris", revelou ao CM José Dias Custódio, acrescentando que "serão colocadas réplicas de dinossauros portugueses em todo o jardim".

"O Museu do Jurássico será construído no âmbito do plano de acção do Oeste. É um projecto de interesse nacional, e isso permitirá agilizar melhor os procedimentos entre ministérios [Economia e Inovação, Cultura e Ciência]", explicou o autarca, sublinhando "a importância do projecto para toda a região do Oeste".

Face à riqueza de vestígios de dinossauros do Jurássico Superior – período entre 200 e 145 milhões de anos –, o Museu irá revolucionar a forma como todo o espólio do actual Museu da Lourinhã será apresentado. "A área total do museu terá perto de 196 mil metros quadrados, dos quais dez mil serão para o edifício. Queremos que seja uma construção bio-inteligente, na qual procuraremos usar tecnologias ambientais para aquecimento de águas, aquecimento e arrefecimento do próprio espaço", esclareceu o autarca dando conta do desafio relacionado com a iluminação interior do edifício: "As peças verdadeiras têm de ser conservadas a temperaturas e humidades ideais".

DISCURSO DIRECTO

"A PALEONTOLOGIA É MUITO ESQUECIDA" (Octávio Mateus, Paleontólogo)

Correio da Manhã – O que vai mudar com o museu?

Octávio Mateus – Vai traçar um cenário diferente da Paleontologia em Portugal. Apesar de ter um potencial enorme, a Paleontologia é uma disciplina muito esquecida dos museus. A Lourinhã tem três dinossauros montados em posição de vida, mas o primeiro foi só em 2004. O Museu do Jurássico vai alterar este cenário para melhor.

– O que se vai poder ver no Museu do Jurássico?

– Queremos que o visitante aprenda como funciona a Paleontologia. Que saiba como chegamos às conclusões, mais do que assimilar o resultado final desse trabalho. A ideia é termos um visitante mais activo na procura do conhecimento.

– E no Jardim do Jurássico?

– Vão encontrar espécies semelhantes às existentes no Mesozóico, período no qual existiram os dinossauros. Não serão espécies que tenham existido só em Portugal, são provenientes de vários locais do Globo e que hoje existem um pouco por todo o lado. Fetos, cicas, araucárias, musgo, pinheiros e cedros.

– Como está a Paleontologia em Portugal?

– Portugal é o 7.º país do Mundo com maior número de géneros de dinossauros. Se formos ver por área, Portugal lidera com grande vantagem. Mas, no nosso país, a Paleontologia é feita por carolice. Não temos apoios.


in Correio da Manhã - ler notícia

sábado, novembro 22, 2008

If You Leave - canção para uma anarquista confessa

If You Leave - Orchestral Manoeuvres In The Dark 

If you leave, don't leave now
Please don't take my heart away
Promise me just one more night
Then we'll go our separate ways

We've always had time on our sides
Now it's fading fast
Every second every moment
We've got to--we've gotta make it last

I touch you once I touch you twice
I won't let go at any price
I need you now like I needed you then
You always said we'd still be friends, someday

If you leave I won't cry
I won't waste one single day
But if you leave don't look back
I'll be running the other way

Seven years went under the bridge
Like time standing still
Heaven knows what happens now
You've got to--you've gotta say you will

I touch you once I touch you twice
I won't let go at any price
I need you now like I needed you then
You always said we'd meet again

I touch you once I touch you twice
I won't let go at any price
I need you now like I needed you then
You always said we'd still be friends

I touch you once I touch you twice
I won't let go at any price
I need you now like I needed you then
You always said we'd meet again someday

If you leave
Oh if you leave
Oh if you leave
Don't look back
Don't look back

Nem a brincar...

Simulacro de sismo na zona de Lisboa
INEM esgota capacidade em 21 horas
22 Novembro 2008 - 16h46

O INEM esgotou as suas capacidades em 21 horas após o sismo fictício e com cerca de 100 mortos, tendo sido necessária a intervenção das Forças Armadas e o apoio europeu.

O ‘abalo’ ocorreu ontem às 15h50 e já causou 106 mortos, mais de 300 feridos, 30 desaparecidos e 488 desalojados nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal.

Em conferência de imprensa, Gil Martins, comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil, explicou que num cenário real o INEM “só esgotaria as suas capacidades com um número mais elevado de vítimas”, uma vez que os meios do simulacro são reduzidos e o INEM tem que continuar a fazer o seu trabalho diário.

Ontem, entre os principais problemas detectados no simulacro estão dificuldades no sistema de comunicação, sendo necessário “agilizar procedimentos de informação a nível distrital, nacional e municipal”. Hoje, Gil Martins adiantou que a gestão da informação “está a correr melhor”.

Ao longo do dia de hoje, realizaram-se cenários em Lisboa, no Centro Comercial Colombo e na zona oriental ribeirinha, em Vila Franca de Xira, Póvoa de Santa Iria e Benavente. Vão ainda ser realizados exercícios em Alfama, Lisboa, e nos centros históricos de Almada e Porto Alto.

in Correio da Manhã - ler notícia


Simulacro ma non troppo

Resultados da simulação não vão ser rigorosos
Técnicos de segurança criticam simulacro por divulgação antecipada dos locais
21.11.2008 - 20h32 Lusa

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil alegou que o simulacro do sismo em Lisboa impede a obtenção de resultados rigorosos, criticando a divulgação antecipada dos locais. A associação lamenta também não ter sido envolvida no simulacro.

"O seu resultado em termos de qualidade, medição de tempos de reacção e de mobilidade e disponibilidade de meios será muito pouco credível", referem os técnicos de protecção civil.

Sabendo de antemão as artérias nas quais a circulação foi cortada e a que horas ocorreriam os cortes, as pessoas "obviamente irão evitá-las", argumenta a associação, acrescentando que "muitas pessoas resolveram não trazer as suas viaturas para Lisboa e muitas empresas mandaram para casa mais cedo os seus colaboradores".

Trata-se ainda de "uma sequência artificial" de acontecimentos, "desenquadrada da realidade", porque, por exemplo, escolheram-se "as piores situações para o dia de sábado", refere o comunicado.

"A mobilidade real de uma situação destas seria infinitamente inferior àquela que vai acontecer", observa a associação, que afirma esperar "que não venham dizer que tudo correu muito bem e que estamos todos preparados para o que der e vier".

Exercícios em Lisboa e arredores

O exercício, realizado ao longo de sexta-feira, sábado e domingo, tem como objectivo treinar a capacidade de resposta da protecção civil ao suposto "terramoto" e validar os pressupostos operacionais contidos no Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML).

O primeiro exercício em Lisboa começou hoje por volta das 18h00 no cais de cargas e descargas da Praça de Touros do Campo Pequeno, envolvendo o derrame de matérias perigosas de uma viatura.

No sábado, às 09h05, o Centro Comercial Colombo será evacuado devido à degradação das condições de segurança do edifício. Ao meio da manhã, vários edifícios na zona oriental ribeirinha vão ser destruídos e uma viatura com ocupantes cai ao Rio Tejo, no Cais das Colunas.

Um incêndio num posto de combustível em Alfama, a queda do viaduto em Alcântara-Mar e o risco de derrocada no Hospital de Santa Maria são outros cenários do simulacro para sábado.

O último dia do exercício terá como panoramas uma fuga de gás com incêndio na Torre da Galp, no Parque das Nações, uma ruptura de água e consequente inundação no Campo de Santa Clara e um acidente no metropolitano de Lisboa.

Alenquer, Samora Correia, Porto Brandão, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro são outros locais que terão edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais.

Nos próximos três dias vai haver movimento de colunas e grupos de veículos de socorro nas principais auto-estradas e vias de acesso às zonas do cenário.

No total vão estar mobilizados 2750 elementos operacionais e 1798 figurantes, dos quais 234 vão simular que estão mortos, 795 feridos e 769 desalojados.

in Público - ler notícia

Ainda bem que os Encarregados de Educação não são todos iguais...

São só dois casos - não se assustem...




"O presidente da Confederação de Pais diz estar preocupado, até porque há uma greve já agendada para Janeiro que vai coincidir com um dia de aulas."

Zombie

Zombie - Cranberries


zombie - cranberries



Another head hangs lowly,
Child is slowly taken.
And the violence caused such silence,
Who are we mistaken?

But you see, it's not me, it's not my family.
In your head, in your head they are fighting,
With their tanks and their bombs,
And their bombs and their guns.
In your head, in your head, they are crying...

In your head, in your head,
Zombie, zombie, zombie,
Hey, hey, hey. What's in your head,
In your head,
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, hey, oh, dou, dou, dou, dou, dou...

Another mother's breakin',
Heart is taking over.
When the vi'lence causes silence,
We must be mistaken.

It's the same old theme since nineteen-sixteen.
In your head, in your head they're still fighting,
With their tanks and their bombs,
And their bombs and their guns.
In your head, in your head, they are dying...

In your head, in your head,
Zombie, zombie, zombie,
Hey, hey, hey. What's in your head,
In your head,
Zombie, zombie, zombie?

sexta-feira, novembro 21, 2008

Notícia sobre Plano de Emergência Sísmica de Lisboa

Terra vai tremer às 17h30 e o simulador aponta para 525 mortos
Exercício testa Plano de Emergência Sísmica na Área Metropolitana de Lisboa
21.11.2008 - 08h35 Jorge Talixa

Quase (SIC) 90 anos depois do último grande sismo que afectou a Região de Lisboa e Vale do Tejo, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) promove, de hoje a domingo, um amplo exercício para testar a capacidade de resposta a uma eventual catástrofe deste género e a eficácia do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa (PEERSAML).

A acção desenvolver-se-á em articulação com as estruturas distritais de Protecção Civil de Lisboa, Santarém e Setúbal e com diversos serviços camarários, envolvendo perto de um milhar de efectivos e de figurantes.

O PROCIV IV/2008 tem arranque previsto para as 17h30 de hoje com um suposto sismo com magnitude de 6,9 na escala de Richter, em tudo semelhante ao que, a 23 de Abril de 1909, atingiu todo o baixo Ribatejo, destruindo quase por completo as vilas de Benavente e de Samora Correia e provocando 30 mortes.

Falha do (SIC) Vale Inferior

Agora, os cenários estudados pela ANPC apontam, também, para um sismo com epicentro na falha do vale inferior do Tejo, que afecta especialmente o município ribatejano de Benavente, mas também os municípios vizinhos dos distritos de Lisboa e de Setúbal.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil sustenta que cada um dos distritos envolvidos desenhou cenários complementares, testando valências como a busca e salvamento, a emergência médica e o apoio social. Entre outras ocorrências simuladas, prevêem-se danos muito graves nas zonas antigas das vilas de Benavente e Samora Correia, problemas estruturais na antiga fábrica de descasque de arroz de Vila Franca de Xira, um acidente com uma viatura de transporte de matérias perigosas no cais de cargas e descargas da Praça de Toiros do Campo Pequeno - onde se realizará a primeira acção dos meios de socorro - e um deslizamento de terras na zona de Porto Brandão (Almada).

Exercício evolutivo

Miguel Cardia, vereador da Câmara de Benavente com responsabilidades no pelouro da Protecção Civil, disse ao PÚBLICO que "este será um exercício evolutivo", porquanto os participantes não conhecem na totalidade os cenários do princípio ao fim dos três dias da acção. "Considerando o grau de evolução do exercício é que vamos accionando mais ou menos meios", explicou Miguel Cardia, que é também comandante dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia e coordenador da protecção civil municipal de Benavente.

Segundo referiu Miguel Cardia, está previsto que sejam testadas as situações que normalmente resultam da ocorrência de um sismo grave. Entre elas, "o colapso de estruturas, nomeadamente de edifícios habitacionais, e os consequentes danos em pessoas, pessoas soterradas, pessoas desaparecidas, pessoas feridas", referiu. Está, por isso, prevista a participação de mais de uma centena de figurantes, sobretudo elementos de grupos de escuteiros do distrito de Santarém.

Para além de bombeiros e elementos da protecção civil, deverão participar mais de três dezenas de entidades, incluindo forças de segurança, os diferentes ramos das forças armadas e serviços de saúde, da Segurança Social e das autarquias locais.

De acordo com Miguel Cardia, uma das preocupações foi reduzir ao mínimo os transtornos originados aos cidadãos no seu dia-a-dia com as movimentações de meios de socorro envolvidos no exercício.

Trânsito cortado

De qualquer modo, estão previstos grande condicionamentos no trânsito automóvel para os três dias do exercício, e na região ribatejana, na manhã de sábado, na Estrada Nacional n.º 118 (Alcochete-Benavente-Salvaterra de Magos), constrangimentos esses que, garantiu o autarca de Benavente, estarão devidamente sinalizados e com a indicação das melhores alternativas.

"Foi assumido com a ANPC que um dos objectivos seria ter a população toda a aceitar a realização do exercício, a compreender a sua realização e a aprender, e não tê-la contra nós. Vamos tentar ao máximo evitar essas situações de constrangimento", vincou o autarca de Benavente.

Também a população de Lisboa deverá aguardar fortes condicionamentos de trânsito em algumas das principais artérias da cidade.

30 mortos em 1909

O sismo de 23 de Abril de 1909 foi o mais grave dos últimos 100 anos na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Começou às 17h05 e durou 22 segundos, destruindo grande parte das vilas de Benavente, Samora Correia e Salvaterra. Provocou apenas 30 mortos, pois boa parte da população estava na altura a trabalhar nos campos. Gerou-se depois uma campanha nacional de solidariedade que levou à reconstrução de bairros inteiros.

in Público - ler notícia


NOTA - Pese embora o facto de ter falhas, por nós referidas entre texto, ressalve-se a publicação desta notícia; e, já agora, por que motivo se ficou por 3 distritos e pelo menos o sul do distrito de Leiria não entrou - os sismos agora obedecem a fronteiras?

Suspensão da avaliação na Escola Correia Mateus

Do Blog Em defesa da Escola Pública publicamos, com imensa alegria, o seguinte post:

Na sequência de um abaixo-assinado inicial (por nós aqui publicado - VER AQUI) e subscrito por 95 docentes do Agrupamento, foi feita uma Reunião Geral de Professores, na qual foi aprovada a seguinte Moção (que foi assinada por 99 docentes):

MOÇÃO

Os docentes do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, em Leiria, reunidos em plenário no dia 4 de Novembro, decidiram unanimemente solicitar aos Órgãos competentes do Agrupamento a SUSPENSÃO IMEDIATA DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DOS DOCENTES. Esta moção tem como ponto de partida o abaixo-assinado, cujo texto segue em anexo, e que foi subscrito por 95 docentes desta escola.

Também se destacam os seguintes pontos:
1. Este processo de avaliação acarreta muitas injustiças e não permite o normal decorrer das actividades lectivas, sendo demasiado burocrático e contendo normas que vão contra o Código de Procedimento Administrativo, a Constituição e a LBSE.

2. As RECOMENDAÇÕES do Conselho Científico para a Avaliação de Professores deverão ser tidas em conta nas fichas de Escola, aquando da sua aplicação, sublinhando-se, entre outros, o facto de a Avaliação docente depender do sucesso dos alunos.

3. Antes de se dar início ao processo de avaliação deverão ser APROVADOS o Projecto Educativo e Plano Anual de Actividades que terão de ser devidamente divulgados.

4. Os órgãos competentes SÓ DEVEM INICIAR o processo de avaliação quando estes aspectos (pontos 1, 2 e 3), forem legalmente enquadrados e clarificados.

5. O processo de avaliação deverá iniciar-se, por uma questão de justiça, em SIMULTÂNEO para todos os docentes.

6. O Agrupamento deverá saber honrar com a sua presença a lista das Escolas cuja voz se realça nas lutas dos Docentes por uma avaliação honesta, exequível, justa, simplificada, desburocratizada e útil.


Estes dois documentos foram analisados pelo nosso Conselho Pedagógico, que decidiu por unanimidade unir a sua voz às dos restantes colegas e que tomou a seguinte posição:

Tomada de Posição do Conselho Pedagógico em reunião ordinária de 19/11/08


Foi entregue ao Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus um pedido de análise do texto da Moção apresentada pelos docentes deste Agrupamento de Escolas, solicitando a suspensão do modelo de Avaliação de Desempenho Docente.

Os membros do Conselho Pedagógico analisaram o texto da Moção, considerando que as razões evocadas, entre as quais a interferência no normal funcionamento e qualidade do desempenho dos docentes, com consequências nefastas no processo de ensino-aprendizagem são justificadas e decidiram juntar a sua voz aos docentes que apresentaram e subscreveram a Moção, solicitando à Comissão Executiva que dê seguimento ao pedido de suspensão do actual modelo de Avaliação de Desempenho Docente.


Os Docentes do Conselho Pedagógico

Decidiram ainda acompanhar e justificar a sua decisão com o seguinte documento:

Justificação da contestação ao actual
Modelo de Avaliação do Desempenho Docente

Face à instabilidade instalada no seio do sistema educativo do nosso país, às questões apresentadas no abaixo-assinado e na Moção, destacam-se as seguintes conclusões:

1.ª Este sistema de avaliação contende com uma lógica de exigência e rigor, promovendo o facilitismo, comprometendo uma escola pública de qualidade. Como fundamento, sublinha-se o facto de para a avaliação dos docentes se contabilizar «a melhoria dos resultados escolares dos alunos» (ponto 2, alínea a), do artigo 9.º do referido DR n.º 2/2008), nomeadamente (Despacho n.º 16872/2008, de 23 de Junho, anexo IV, parâmetro 7),
a) o progresso dos resultados escolares dos seus alunos no ano /disciplina, relativamente aos resultados atingidos no ano lectivo anterior;
b) a evolução dos resultados escolares dos seus alunos relativamente à evolução média;
- dos resultados dos alunos daquele ano de escolaridade ou daquela disciplina naquele agrupamento de escolas ou escola não agrupada;
- dos mesmos alunos no conjunto das outras disciplinas da turma no caso de alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário;
c) as classificações nas provas de avaliação externa e respectiva diferença relativamente às classificações internas.
Assim, este parâmetro configura um conflito de interesses e uma situação de incompatibilidade não permitida pela lei. Efectivamente, o professor passa a ter um interesse directo nos resultados obtidos pelos seus alunos, já que eles o podem prejudicar ao longo da sua carreira. Pergunta-se se este interesse não pode ser suficiente para se considerar que, ao abrigo do artigo 44.º do Código do Procedimento Administrativo, o professor passe a estar, pelo conflito de interesses evidente, numa situação de impedimento, chocantemente criada pelo legislador.
Não se questiona que seja avaliado o processo utilizado pelo professor, por exemplo, poderá ser observado (e objecto de avaliação) como é que o professor ensina, o que é que o professor fez perante uma turma com determinados problemas de aprendizagem ou determinado insucesso. Mas deverá ser o processo a ser avaliado, e nunca o resultado que o aluno obtém, pois na construção desse resultado intervêm muitos factores, nomeadamente o próprio aluno (com determinadas capacidades cognitivas, interesse, capacidade de trabalho, situação pessoal, familiar e social, etc.). A pressão que tem sido feita nas escolas para que indiquem como objectivo, no Projecto Educativo, que os seus alunos melhorem uma determinada percentagem em relação a resultados anteriores ou obtenham determinados resultados quantificados (segundo o disposto na alínea b) do ponto 1 do artigo 8.º do referido DR 2/2008), sendo depois avaliadas se esse objectivo foi ou não atingido, é perfeitamente incompatível com o que é minimamente justo: ser-se avaliado por aquilo que se fez, e não pelo que os outros fizeram. O professor deve ser avaliado pela forma como ensinou e educou; os alunos, pelos resultados que obtiveram.

2.ª O facto de os professores serem avaliados tendo por referência «a redução do abandono escolar» (ponto 2, alínea b), do artigo 9.º do DR n.º 2/2008).
Tendo em conta o acima exposto, também se questiona que a redução do abandono escolar seja um parâmetro a avaliar no desempenho de um professor.
Poderão considerar-se as medidas desenvolvidas pelo professor, as suas intervenções, mas não a atitude que o aluno tomou, por vezes por desinteresse por currículos e programas (a que o professor é alheio), mas, sobretudo por uma opção que depende essencialmente do aluno, dos pais e, muitas vezes, dos contextos familiares e sociais.

3.ª A avaliação dos professores titulares ser feita pelos seus pares (artigo 12.º do DR n.º 2/2008).
Considerou-se que uma coisa é fazer-se uma reflexão conjunta sobre práticas de ensino, uma avaliação de tipo formativo de um trabalho conjunto em que os intervenientes participaram como pares e em que, em igualdade de circunstâncias, A aprecia o trabalho de B, e B aprecia o trabalho de A, no sentido de que essa reflexão conjunta traga melhoria ao desempenho de ambos; outra, muito diferente, e discutível – não se conhece investigação e literatura da especialidade que a sustente –, é a de uma pessoa que não é hierarquicamente superior a outra proceder à sua classificação.
Em nenhum sistema de avaliação em Portugal (em empresas, hospitais, universidades, ministérios, administração pública, por exemplo) ou noutros países, um chefe de serviços avalia e classifica outro, ou um professor catedrático avalia e classifica outro, ou um funcionário avalia e classifica outro que desempenhe as mesmas funções.
Aliás, toda esta concepção de professores a avaliar professores (que desempenham as mesmas funções) e a interferir na sua progressão na carreira – exposta nestas razões 3.ª, 4.ª e 5.ª –, na prática, parece-nos configurar um dos casos de impedimento legalmente consignado: o especificado no artigo 44.º, alíneas a) e b) do Código de Procedimento Administrativo (e ainda no 48.º do mesmo diploma), que determina que «nenhum titular de órgão ou agente da Administração Pública pode intervir em procedimento administrativo ou acto ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública» «quando nele tenha interesse». E refira-se que a melhor doutrina considera não se ter de ir ao ponto de exigir um interesse directo, bastando, para o preenchimento do requisito, que haja um interesse instrumental ou moral.

4.ª A existência de quotas («percentagens máximas» de atribuição de Excelentes e de Muito Bons) diferentes de escola para escola.
A fixação de «percentagens máximas» estipuladas diferentemente, tendo «obrigatoriamente por referência os resultados obtidos na avaliação externa» concita dúvidas, mormente no que tange à sua compatibilidade com os princípios que fundamentam o sistema.
Como ponto prévio, deverá dizer-se que os termos e resultados dessa avaliação externa têm merecido o exercício do contraditório por parte de um grande número de escolas, ou seja, as escolas muitas vezes não se revêem na apreciação efectuada pela Inspecção-Geral de Ensino (não esqueçamos que essa avaliação decorre de uma observação de apenas dois dias em cada escola). Basta, aliás, pensar que, ao quadro referencial desta avaliação externa faltam descritores dos níveis de classificação, o que permite discricionariedade na classificação atribuída e, consequentemente, a instauração ab initio de uma situação de mal-estar latente entre a escola e a IGE, entre a Escola e a tutela, dado aquela se sentir duplamente injustiçada: na avaliação externa e nas consequências dessa avaliação.
Passando às consequências, uma escola classificada com Muito Bom terá «direito» a uma quota maior de Excelentes e de Muito Bons para os seus professores, diferentemente de uma escola com pior classificação. Tal acontece independentemente do esforço, do empenho, da qualidade de um ou de alguns dos professores que aí exerçam funções. Assim, a possibilidade da obtenção de uma classificação por parte do professor fica dependente da escola em que tenha sido colocado, e não do seu próprio mérito. E tal terá interferência na possibilidade de uma melhor remuneração, ou seja, professores de escolas diferentes têm oportunidades de remuneração diferentes, apesar de a tutela ser a mesma.
Assim, poderá considerar-se que esta disposição fere o disposto no artigo 59.º da Constituição da República Portuguesa, pois, ao estabelecerem-se quotas diferentes de escola para escola, a mesma «qualidade» pode estar a ter oportunidades diferentes de ser reconhecida oficialmente, criando-se, assim a discriminação que fere o artigo invocado.
Ou seja, a prévia condicionalidade determinada pela fixação de quotas diferenciadas para as várias escolas impede que o resultado salarial seja determinado, exclusivamente, pela qualidade do exercício responsável da profissão.

5.ª A distribuição de quotas por «universos de docentes».
Esta disposição tem consequências nocivas previsíveis de imediato: por um lado, constituirá mais um factor de criação de um clima de mal-estar nas escolas, de rivalidade, de conflitualidade; por outro, criará situações de injustiça e, cremos, de afronta à legalidade, nomeadamente no que respeita aos elementos que fazem parte da Comissão de Coordenação da Avaliação de Desempenho que não são coordenadores de departamento curricular.
Passando às consequências relativamente ao ambiente de trabalho nas escolas, é preciso referir que as escolas têm até agora desenvolvido um ambiente de cooperação entre todos os docentes, não só por força do conteúdo dos normativos cessantes como pela natureza do trabalho a desenvolver – por exemplo, o Projecto Educativo de Escola, o Plano Anual de Actividades, a coordenação e a articulação nos departamentos curriculares e nos grupos disciplinares, a avaliação dos Conselhos de Turma, o trabalho em equipa na constituição de turmas, na organização do serviço de exames, no Conselho Pedagógico, na elaboração de horários, etc. –, mas que, agora, essas relações de colegialidade e de trabalho de equipa ficam feridas por força da inevitável arbitrariedade decorrente do respeito pelas percentagens atribuíveis a cada «universo de docentes». É que os professores, independentemente do «universo» em que se inserem, trabalham todos em conjunto em muitas das actividades da escola. Ora, se um «universo de docentes», porque mais numeroso, tem direito a um maior número de Excelentes ou de Muito Bons, isto poderá fazer com que num outro «universo» de menor dimensão não seja atribuída a mesma menção a um docente com um trabalho tão bom ou mesmo superior ao do colega, o que vai criar uma relação de mal-estar entre os profissionais.

6.ª A complexidade e burocratização do processo, com reflexos negativos para a vida nas escolas, para os professores e, naturalmente, para o ensino.
Este processo de avaliação exige, numa escola média, mais de um milhar de horas de trabalho extra, mobiliza uma diversidade enorme de intervenientes, a concepção de um grande número de documentos e sua aplicação, o bulício da observação simultânea de aulas de todos os professores (até se prevê que os professores avaliadores possam faltar às próprias aulas para poderem observar e avaliar as dos colegas, no caso de haver incompatibilidade de horários…), traduzindo-se num trabalho acrescido para os professores, um enorme trabalho, sem um resultado prático visível de eficácia ou qualidade.

7.ª A heterogeneidade de procedimentos na avaliação de escola para a escola.
Ao prever-se, no diploma, que os "instrumentos de registo normalizados de toda a informação relevante para efeitos da avaliação do desempenho" sejam "elaborados e aprovados pelo Conselho Pedagógico de cada escola" (artigo 6.º, pontos 1 e 2 do DR n.º 2/2008), está a abrir-se a porta para a desigualdade de avaliação dos professores de escola para escola. Ou seja, está a abrir-se a porta para a injustiça.


Em suma, este modelo de avaliação é, essencialmente, sentido pelos professores como propiciador de injustiças, de desigualdades e da deterioração do ambiente de trabalho, não contribuindo para a desejada melhoria do sistema de ensino.

Face ao exposto, decidimos requerer a suspensão do actual processo de avaliação e exigir um modelo de avaliação justo, exequível e transparente, respeitando os normativos constitucionais em vigor, e capaz de contribuir de forma decisiva para a qualidade do Ensino e da dignidade da Escola Pública.

Os Professores do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus

Somos apenas mais uma Escola que mostra a quem manda o que pensa sobre este assunto, mas enquanto houver democracia nas Escolas portuguesas, conforme está escrito na Constituição, há que contar com a voz honesta, livre e crítica dos docentes do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, instituição à qual me orgulho de pertencer!

Notícia no Público sobre mamutes

Cientistas reconstituem genoma do mamute

19.11.2008 - 18h58 Ana Gerschenfeld


Os mamutes-lanudos (Mammuthus primigenius) gostavam imenso do frio. Não admira portanto que alguns deles, quando morreram, tenham ficado presos e muito bem conservados no solo gelado da Sibéria. Mesmo o pêlo que os cobria sobreviveu até aos dias de hoje, durante milhares de anos, no permafrost. E foi graças a isso que Webb Miller e Stephan Schuster, da Universidade Estadual da Pensilvânia, conseguiram agora reconstituir a gigantesca molécula de ADN contida no núcleo das células de mamute – e começar a desvendar os segredos mais íntimos da evolução e da biologia destes mamíferos pré-históricos. É o primeiro genoma de um animal de uma espécie extinta.

Estes investigadores já tinham sequenciado o ADN das mitocôndrias de mamute, as “baterias” das células vivas. Mas enquanto o ADN mitocondrial é uma sequência molecular com apenas 13 milhões de “letras” (ou moléculas de base A, T, G, C), o ADN do núcleo celular, onde se encontra a esmagadora maioria dos genes (que no mamute são cerca de 20 mil) corresponde a uma sequência de ADN com uns quatro mil milhões de letras! Até há pouco, a mera dimensão do objecto impossibilitava a sua leitura.

Só que os avanços das técnicas de sequenciação têm sido espectaculares, tornando-as mais potentes, praticáveis, rápidas e baratas. Ao ponto que já permitiram sequenciar genomas humanos como os do Nobel James Watson. E, de facto, o assalto agora feito ao núcleo das células de mamute revelou-se um sucesso. Por enquanto, o resultado ainda é um rascunho, onde subsistem erros de leitura e faltam bocados (os cientistas estimam estar na posse de uns 80 por cento do genoma), mas isso não impede que a Nature faça na sua edição de hoje as honras ao acontecimento, publicando os novos resultados e mais dois artigos sobre o tema.

Bola de pêlo pré-histórica

Foi há cerca de 1,6 milhões de anos que apareceram os mamutes. Viveram em África, na Europa, na Ásia e na América do Norte, até se mudarem mais para norte, à procura de regiões mais frias, e desaparecerem há dez mil anos. Schuster e os seus colegas utilizaram como material de base, para extrair o ADN, o pêlo de uma múmia de mamute com 20 mil anos e de outra com 60 mil, ambas da Sibéria. O ADN capilar apresenta duas vantagens em relação ao ADN dos ossos, que é o habitualmente disponível nos restos fósseis: resiste melhor às intempéries, “porque o invólucro do pêlo o protege como uma embalagem de plástico biológico”, explica um comunicado da universidade; e resiste melhor à contaminação pelo ADN de bactérias ou fungos, algo que pode fazer com que o ADN sequenciado nem sempre pertença ao animal e torna ainda mais árdua a autenticação dos genes.

Para ter uma base de comparação que lhes permitisse colocar o carimbo “mamute”, os cientistas recorreram a um ADN de referência: o rascunho já disponível do genoma do elefante africano, um dos parentes próximos – e vivos – do extinto mamute. Mas, mesmo assim, a origem de alguns dos fragmentos é incerta. A sua autenticidade está dependente da sequenciação definitiva do genoma do elefante, a ser concluída por cientistas do MIT e de Harvard. “Só quando estiver completo é que vamos poder fazer uma avaliação final quanto à quantidade de genoma de mamute que conseguimos sequenciar”, diz Miller no comunicado.

Entretanto, os cientistas já conseguiram obter algumas pistas acerca da história deste antigo elefante e dos seus parentes actuais. “Os nossos dados sugerem que divergiram há cerca de seis milhões de anos”, salienta Miller. Também concluem que os mamutes deram origem a dois grupos há dois milhões de anos, que formaram duas sub-populações na Sibéria e que apenas uma delas sobreviveu até há dez mil anos (a outra ter-se-á extinto há 45 mil). E mostram ainda que, entre os mamutes e os elefantes modernos, as diferenças genéticas são mais pequenas do que se pensava. “Ao contrário dos humanos e dos chimpanzés, que se separaram mais ou menos na mesma altura e que rapidamente deram origem a espécies diferentes – diz Schuster –, os mamutes e os elefantes evoluíram de forma mais gradual.”

Ressuscitar o mamute?

A diversidade genética entre mamutes também era bastante baixa – a tal ponto que os animais poderão ter sido excepcionalmente susceptíveis às doenças e às mudanças climáticas – e aos homens, que os caçavam. Mas doenças e clima, por si só, permitiriam explicar o fim da subpopulação que se extinguiu há 45 mil anos, uma vez que o homem nunca chegou a cruzar-se com ela e a exterminá-la (na altura não habitava a Sibéria), como poderá ter acontecido com a subpopulação que sobreviveu mais tempo. Uma parte do debate em torno da responsabilidade humana no fim do mamute poderá portanto estar resolvida. Os cientistas esperam também descobrir no antigo genoma as características genéticas capazes de dar conta da excepcional resistência dos mamutes ao frio extremo. “Esta é realmente a primeira vez que somos capazes de estudar um animal extinto com o mesmo nível de pormenor com que estudamos os animais do nosso tempo”, diz Schuster.

Uma coisa é certa: o trabalho agora publicado mostra que é mesmo possível sequenciar o ADN de espécies extintas. A próxima etapa nesta saga será a da sequenciação da totalidade do genoma do homem de Neandertal, extinto há uns 30 mil anos, que Svante Pääbo, do Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, espera completar num futuro não muito longínquo (em Agosto, a equipa de Pääbo publicou a sequência do ADN mitocondrial daquele homem primitivo). Aí saber-se-á, finalmente, o que nos separa e nos aproxima desse homem pré-histórico.

Claro que a pergunta mais empolgante que surge em muitas cabeças é a seguinte: agora que temos o ADN podemos trazer os mamutes de volta? Seria quase como tornar realidade o parque jurássico de Michael Crichton. Nenhum dos especialistas interrogados por Henry Nicholls, num divertido artigo também publicado na Nature, recusa a ideia de que um dia seja possível ressuscitar o velho elefante lanudo.

Mas fazer um mamute a partir do seu ADN é muito difícil. “Para pôr carne nos ossos do rascunho de genoma”, escreve Nicholls, “seria preciso dominar, no mínimo, as seguintes etapas: definir quais vão ser os genes da nossa criatura, sintetizar os cromossomas a partir dessas sequências, colocá-los dentro de um invólucro nuclear adequado; transferir esse núcleo para um ovócito compatível [os de elefante, a escolha mais natural, são extremamente escassos]; e transferir o embrião resultante para um útero que o leve até ao termo”. Um caminho pejado de obstáculos que parecem intransponíveis. Sem esquecer que, no fim, vai ser preciso criar vários indivíduos para poderem reproduzir-se, introduzir neles alguma variação genética para não gerar apenas clones – e que, para mais, esses animais não serão mamutes totalmente autênticos, mas antes híbridos de mamute e elefante (no melhor dos casos). Outro problema, talvez tão delicado como todos os anteriores: introduzir os mamutes num habitat adequado sem gerar o caos ecológico.

in Público - ler notícia

Ovos

Temos para todos os gostos...!




PS - É claro que somos contra estas manifestações selvagens, mas quem semeia ventos...

quinta-feira, novembro 20, 2008

Música para acalmar

Enya - Only time


Who can say
where the road goes
where the day flows
only time
And who can say
if your love grows
as your heart chose
only time
Who can say
why your heart sighs
as your love flies
only time
And who can say
why your heart cries
when your love lies
only time

Who can say
when the roads meet
that love might be
in your heart
And who can say
when the day sleeps
if the night keeps
all your heart

Night keeps all your heart

Who can say
if your love grows
as your heart chose
only time
And who can say
where the road goes
where the day flows
only time

Who knows - only time
Who knows - only time

Post do Blog Em Defesa da Escola Pública

Como estamos (os professores portugueses...) num momento difícil, estou neste momento a trabalhar mais no Blog Em Defesa da Escola Pública (do leiriense Movimento Cívico Em Defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência) e onde escrevi, na sequência do Decreto dos Ovos Dominicais da Ministra da Educação, o seguinte post:

Sobre o momento actual da nossa luta


O momento é difícil mas, com um pouco de perseverança, os resultados hão-de chegar.

Se os alunos, com duas sessões de vergonhosa gemada, tiveram direito a um papelucho (assinado ao domingo e de legalidade duvidosa) com uma clarificação de uma Lei da Assembleia (que até merece a ovação do Pai dos Pais da Nação) então nós, docentes, que mais razões temos, certamente veremos em breve a luz no fundo do túnel...!

Todos sabemos que o processo está a decorrer com normalidade e nenhuma Escola suspendeu ou suspenderá a avaliação, que o PS está unido em torno da sua Ministra da Educação (sim, só pode ser deste partido, porque pela primeira vez os professores têm uma Ministra da Educação a que não se atrevem a dizer que é a sua Ministra...), que a equipa ministerial só pensa no bem da Escola Pública e de todos os seus actores principais, que o futuro é risonho e é tudo para o nosso bem, mas quando falo nisto só me lembro destas imagens:

terça-feira, novembro 18, 2008

Conferência sobre carso italiano

O Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra, no âmbito do Mestrado em Geografia Física - Ambiente e Ordenamento do Território, vai realizar no próximo dia 28 de Novembro (6º feira), na Sala Fernandes Martins, no Colégio de S. Jerónimo (2º andar), pelas 17.00 horas, uma conferência subordinado ao tema Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia) - As morfo-sequências subterrâneas enquanto arquivos de dados a proferir pelo Doutor Vincenzo Iurilli do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Bari (Itália).

Estão convidados todos os geógrafos, geólogos, espeleólogos e demais investigadores com interesse nos estudos sobre o carso, a participarem neste evento.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Sismo no continente


Ocorreu ontem, dia 16 de Novembro de 2008, às 01.58 horas, um pequeno sismo em Portugal continental. Com magnitude 2,0 na escalka de Richter, foi sentido com intensidade II nas próximidades de Óbidos, onde foi o epicentro. Já o hipocentro foi calculado pelo IM (Instituto de Meteorologia - Portugal) como estando a uma profundidade de 13 quilómetros.

domingo, novembro 16, 2008

Conferência em Leiria sobre “Bullying”


No âmbito do ciclo de sessões temáticas promovidas pelo Centro de Formação da Rede de Cooperação e Aprendizagem (CF RCA) vai ser realizada uma conferência no próximo dia 27.11.08, pelas 18.00 horas, no Auditório da Escola Superior de Educação de Leiria, subordinada ao seguinte tema:

Agressividade Contínua Entre Pares na Escola - “Bullying”


Estão convidados para participar no debate desta temática que tem por vezes impactos dramáticos na vida escolar dos alunos. O evento destina-se ainda a encarregados de educação e público em geral.

PROGRAMA
18.00 – Recepção
18.15 – Sessão de Abertura

18.20 – Comportamentos de bullying em contexto escolar: repercussões e sinais de alerta - Sónia Raquel Seixas
Licenciatura em Antropologia Social e Psicologia Educacional. Doutoramento em Psicologia da Educação (sobre comportamentos de bullying). Docente do Ensino Superior desde 1998, tendo leccionado em locais como o ISPA,o Instituto Piaget, a ESE João de Deus e, presentemente, a ESE de Santarém. Várias comunicações e publicações apresentadas no domínio do desenvolvimento da criança e jovem e no âmbito do bullying.

18.50 - O Maltrato em Contexto Escolar no Concelho de Leiria - Cristina Maria Alveirinho Cardoso Marques
Licenciada em Psicologia pela Universidade de Coimbra e Pós-Graduada em Psicologia Clínica. É psicóloga escolar desde 1985 e exerce funções na Escola Secundária de Domingos Sequeira desde 1991. Aluna da Universidad de Extremadura na Facultad de Educación onde obteve Diploma de Estudos Avançados e projecta o seu Doutoramento no âmbito da temática do encontro.

19.20 - Debate
Moderador: Dulce Pedrosa (Presidente do Conselho Pedagógico da Escola Secundária Domingos Sequeira)



Mais informações e inscrições em http://rca.ccems.pt


A inscrição é gratuita mas limitada à capacidade do Auditório, pelo que se recomenda que que se inscrevam o mais rapidamente possível.

sábado, novembro 15, 2008

Humor - quase tão bom com o do Ministério da Educação...

Tiques autoritários, diz Manuel Alegre...


Com a devida vénia e sem comentários, publicamos o Editorial da revista ops! (revista de opinião socialista) escrito pelo poeta e deputado Manuel Alegre:


O lançamento do número 2 da revista ops!, dedicado à educação, ocorre depois de factos que não podem deixar de ser salientados: a eleição de Obama, que foi uma reafirmação da vitalidade da democracia americana, e que constitui em si mesma uma grande esperança para os Estados Unidos e o mundo; a manifestação que reuniu em Lisboa mais de cem mil professores em protesto contra o sistema de avaliação imposto pelo ministério; o alerta de 15 antigos reitores em carta enviado ao Presidente da República e ao Primeiro Ministro na qual alertam para o risco de ruptura financeira nas Universidades. E a resposta do ministro do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), de que nas universidades há maus gestores.

Se a eleição de Obama é um facto de mudança, devemos ter consciência de que, num país como o nosso, o que faz mudar é a formação das pessoas, a educação, a cultura, a comunicação, a produção e divulgação científica, a inovação tecnológica e social. Tal não é viável num clima de tensão permanente entre o Ministério da Educação e os Professores, nem num ambiente de incompreensão entre o MCTES e as universidades.

Confesso que me chocou profundamente a inflexibilidade da Ministra e o modo como se referiu à manifestação, por ela considerada como forma de intimidação ou chantagem, numa linguagem imprópria de um titular da pasta da educação e incompatível com uma cultura democrática.

Confesso ainda que, tendo nascido em 1936 e tendo passado a vida lutar pela liberdade de expressão e contra o medo, estou farto de pulsões e tiques autoritários, assim como de aqueles que não têm dúvidas, nunca se enganam, e pensam que podem tudo contra todos.

O Governo redefiniu a reforma da educação como uma prioridade estratégica. Mas como reformar a educação, sem ou contra os professores? Em meu entender, não é possível passar do laxismo anterior a um excesso de burocracia conjugada com facilitismo. Governar para as estatísticas não é reformar. A falta da exigência da Escola Pública põe em causa a igualdade de oportunidades. Por outro lado, tudo se discute menos o essencial: os programas e os conteúdos do ensino. A Escola Pública e as Universidades têm de formar cidadãos e não apenas quadros para as necessidades empresariais. No momento em que começa a assistir-se no mundo a uma mudança de paradigma, esta é a questão essencial. É preciso apostar na qualificação como um recurso estratégico na economia do conhecimento, através da aquisição de níveis de preparação e competências alargados e diversificados. Não é possível avançar na democratização e na qualificação do sistema escolar se não se valorizar a Escola Pública, o enraizamento local de cada escola, a participação de todos os interessados na sua administração, a autonomia e responsabilidade de cada escola na aplicação do currículo nacional, a educação dos adultos, a autonomia das universidades e politécnicos.

Não aceito a tentativa de secundarizar e diminuir o papel do Estado no desenvolvimento educacional do nosso país. Sou a favor da gestão democrática das escolas, com participação dos professores, dos estudantes, dos pais, das autarquias. Defendo um forte financiamento público e um razoável valor de propinas, no ensino superior, acompanhado de apoio social correctivo sempre que necessário. E sou a favor do aumento da escolaridade obrigatória para doze anos. Devem ser criadas condições universais de acesso à escolaridade obrigatória, nomeadamente através de transporte público gratuito e fornecimento de alimentação. O abandono escolar precoce deve ser combatido nas suas causas sociais, culturais e materiais.

Não se pode reformar a educação tapando os ouvidos aos protestos e às críticas. É preciso saber ouvir e dialogar. É preciso perceber que, mesmo que se tenha uma parte da razão, não é possível ter a razão toda contra tudo e contra todos. Tal não é possível em Democracia.