Resultados da simulação não vão ser rigorosos
Técnicos de segurança criticam simulacro por divulgação antecipada dos locais
21.11.2008 - 20h32 Lusa
A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil alegou que o simulacro do sismo em Lisboa impede a obtenção de resultados rigorosos, criticando a divulgação antecipada dos locais. A associação lamenta também não ter sido envolvida no simulacro.
"O seu resultado em termos de qualidade, medição de tempos de reacção e de mobilidade e disponibilidade de meios será muito pouco credível", referem os técnicos de protecção civil.
Sabendo de antemão as artérias nas quais a circulação foi cortada e a que horas ocorreriam os cortes, as pessoas "obviamente irão evitá-las", argumenta a associação, acrescentando que "muitas pessoas resolveram não trazer as suas viaturas para Lisboa e muitas empresas mandaram para casa mais cedo os seus colaboradores".
Trata-se ainda de "uma sequência artificial" de acontecimentos, "desenquadrada da realidade", porque, por exemplo, escolheram-se "as piores situações para o dia de sábado", refere o comunicado.
"A mobilidade real de uma situação destas seria infinitamente inferior àquela que vai acontecer", observa a associação, que afirma esperar "que não venham dizer que tudo correu muito bem e que estamos todos preparados para o que der e vier".
Exercícios em Lisboa e arredores
O exercício, realizado ao longo de sexta-feira, sábado e domingo, tem como objectivo treinar a capacidade de resposta da protecção civil ao suposto "terramoto" e validar os pressupostos operacionais contidos no Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML).
O primeiro exercício em Lisboa começou hoje por volta das 18h00 no cais de cargas e descargas da Praça de Touros do Campo Pequeno, envolvendo o derrame de matérias perigosas de uma viatura.
No sábado, às 09h05, o Centro Comercial Colombo será evacuado devido à degradação das condições de segurança do edifício. Ao meio da manhã, vários edifícios na zona oriental ribeirinha vão ser destruídos e uma viatura com ocupantes cai ao Rio Tejo, no Cais das Colunas.
Um incêndio num posto de combustível em Alfama, a queda do viaduto em Alcântara-Mar e o risco de derrocada no Hospital de Santa Maria são outros cenários do simulacro para sábado.
O último dia do exercício terá como panoramas uma fuga de gás com incêndio na Torre da Galp, no Parque das Nações, uma ruptura de água e consequente inundação no Campo de Santa Clara e um acidente no metropolitano de Lisboa.
Alenquer, Samora Correia, Porto Brandão, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro são outros locais que terão edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais.
Nos próximos três dias vai haver movimento de colunas e grupos de veículos de socorro nas principais auto-estradas e vias de acesso às zonas do cenário.
No total vão estar mobilizados 2750 elementos operacionais e 1798 figurantes, dos quais 234 vão simular que estão mortos, 795 feridos e 769 desalojados.
in Público - ler notícia
Técnicos de segurança criticam simulacro por divulgação antecipada dos locais
21.11.2008 - 20h32 Lusa
A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil alegou que o simulacro do sismo em Lisboa impede a obtenção de resultados rigorosos, criticando a divulgação antecipada dos locais. A associação lamenta também não ter sido envolvida no simulacro.
"O seu resultado em termos de qualidade, medição de tempos de reacção e de mobilidade e disponibilidade de meios será muito pouco credível", referem os técnicos de protecção civil.
Sabendo de antemão as artérias nas quais a circulação foi cortada e a que horas ocorreriam os cortes, as pessoas "obviamente irão evitá-las", argumenta a associação, acrescentando que "muitas pessoas resolveram não trazer as suas viaturas para Lisboa e muitas empresas mandaram para casa mais cedo os seus colaboradores".
Trata-se ainda de "uma sequência artificial" de acontecimentos, "desenquadrada da realidade", porque, por exemplo, escolheram-se "as piores situações para o dia de sábado", refere o comunicado.
"A mobilidade real de uma situação destas seria infinitamente inferior àquela que vai acontecer", observa a associação, que afirma esperar "que não venham dizer que tudo correu muito bem e que estamos todos preparados para o que der e vier".
Exercícios em Lisboa e arredores
O exercício, realizado ao longo de sexta-feira, sábado e domingo, tem como objectivo treinar a capacidade de resposta da protecção civil ao suposto "terramoto" e validar os pressupostos operacionais contidos no Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML).
O primeiro exercício em Lisboa começou hoje por volta das 18h00 no cais de cargas e descargas da Praça de Touros do Campo Pequeno, envolvendo o derrame de matérias perigosas de uma viatura.
No sábado, às 09h05, o Centro Comercial Colombo será evacuado devido à degradação das condições de segurança do edifício. Ao meio da manhã, vários edifícios na zona oriental ribeirinha vão ser destruídos e uma viatura com ocupantes cai ao Rio Tejo, no Cais das Colunas.
Um incêndio num posto de combustível em Alfama, a queda do viaduto em Alcântara-Mar e o risco de derrocada no Hospital de Santa Maria são outros cenários do simulacro para sábado.
O último dia do exercício terá como panoramas uma fuga de gás com incêndio na Torre da Galp, no Parque das Nações, uma ruptura de água e consequente inundação no Campo de Santa Clara e um acidente no metropolitano de Lisboa.
Alenquer, Samora Correia, Porto Brandão, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro são outros locais que terão edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais.
Nos próximos três dias vai haver movimento de colunas e grupos de veículos de socorro nas principais auto-estradas e vias de acesso às zonas do cenário.
No total vão estar mobilizados 2750 elementos operacionais e 1798 figurantes, dos quais 234 vão simular que estão mortos, 795 feridos e 769 desalojados.
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