sábado, agosto 24, 2024

A escritora islandesa Yrsa Sigurdardóttir faz hoje 61 anos

   

Vilborg Yrsa Sigurðardóttir, que se assina como Yrsa Sigurðardóttir ou Yrsa Sigurdardóttir na grafia portuguesa, (Reykjavík, 24 de agosto de 1963) é uma engenheira civil e escritora islandesa de romances policiais, suspense e ficção infantil. Ela escreve desde 1998.

Yrsa é casada e tem dois filhos, mora em Reykjavík (Islândia). Tem uma carreira como engenheira civil e é diretora de uma das maiores empresas de engenharia da Islândia. Em 1988 formou-se em engenharia civil na Universidade da Islândia e fez mestrado, na mesma área, na Universidade Concórdia, em Montreal, em 1997.

Tem a sua série de romances policiais proeminente com a personagem central Thóra Gudmundsdóttir (Þóra Guðmundsdóttir), uma advogada. Yrsa também escreveu para crianças e ganhou o Prémio do Livro Infantil da Islândia de 2003 com o livro Biobörn.

 

in Wikipédia

O ator Steve Guttenberg celebra hoje 66 anos

 
Steven Robert Guttenberg (Nova Iorque, 24 de agosto de 1958) é um ator norte-americano, famoso pelos seus papéis no cinema, em filmes como Academia de Polícia, Cocoon e Três Homens e um Bebé
  

Saudades da poesia de Luís Amaro...

 

(imagem daqui)

 

Bairro


Em teu corpo enfim repousarei
Das pedras ásperas
Que mal sei pisar?

Das guerras, dos cilícios,
Dos ecos a doerem nos ouvidos
Como pedradas.
E dos tédios que sangram?

Ah, finalmente
Ao desfolhar teu corpo desfolhado
— Mas inda fresco e belo —
A vida será minha?

 

Luís Amaro

Saudades de Charlie Watts...

A Revolução Liberal do Porto foi há 204 anos

(imagem daqui)
    
A Revolução do Porto, também referida como Revolução Liberal do Porto, foi um movimento de cunho liberal que ocorreu em 1820 e teve repercussões tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil. O movimento resultou no retorno (1821) da Corte Portuguesa, que se transferira para o Brasil durante a Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa (1822). 
  
Antecedentes
A invasão de Portugal pelas tropas napoleónicas, em 1807, provocou a transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), Embora as tropas de Napoleão tenham sido batidas com o auxílio de tropas britânicas, o país viu-se numa posição muito frágil: sem corte a residir no país e na condição de protetorado.
A assinatura do Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, que na prática significou o fim do chamado "pacto colonial" e, posteriormente, dos Tratados de 1810, garantindo privilégios alfandegários aos produtos britânicos nas alfândegas portuguesas, mergulhou o comércio de cidades como o Porto e Lisboa em uma profunda crise, de que se ressentia a sua classe burguesa.
O controlo britânico das forças militares também acarretava profundo mal-estar entre a oficialidade do Exército Português
  
A Conspiração de Lisboa (1817)
Libertado Portugal da ocupação das tropas francesas, e após a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte (1815), formou-se em Lisboa o "Supremo Conselho Regenerador de Portugal e do Algarve", integrado por oficiais do Exército e maçons, com o objetivo de expulsar os britânicos do controlo militar de Portugal, promovendo a "salvação da independência" da pátria.
Este movimento, liderado pelo General Gomes Freire de Andrade, durante o seu breve período de existência, esforçou-se no planeamento da introdução do liberalismo em Portugal, embora não tenha conseguido atingir os seus propósitos finais.
Denunciado em maio de 1817, a sua repressão conduziu à prisão de muitos suspeitos, entre os quais o general Gomes Freire de Andrade, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (1815-1817), acusado de líder da conspiração contra a monarquia de João VI de Portugal, em Portugal continental, representada pela Regência, então sob o governo militar britânico de William Carr Beresford.
Em outubro de 1817, o tribunal considerou culpados de traição à pátria e sentenciou à morte, por enforcamento, doze acusados. As execuções de José Ribeiro Pinto, do major José da Fonseca Neves, de Maximiano Dias Ribeiro (todos maçons), e de José Joaquim Pinto da Silva, do major José Campello de Miranda, do coronel Manuel Monteiro de Carvalho, de Henrique José Garcia de Moraes, de António Cabral Calheiros Furtado de Lemos, de Manuel Inácio de Figueiredo e Pedro Ricardo de Figueiró (possivelmente maçons), tiveram lugar no dia 18, no Campo de Santana (hoje Campo dos Mártires da Pátria). O general Gomes Freire de Andrade, foi executado na mesma data, no Forte de São Julião da Barra.
Este procedimento da Regência e de Lord Beresford, comandante em chefe britânico do Exército português e regente de facto do reino de Portugal, levou a protestos e intensificou a irritação antibritânica entre os liberais.
Após o julgamento e execução dos acusados, o general Beresford deslocou-se ao Brasil para pedir ao soberano mais recursos e poderes para a repressão do "jacobinismo". Na ausência, eclodiria a Revolução do Porto (24 de agosto de 1820) de modo que, aquando do seu regresso do Brasil naquele ano, onde conseguira do soberano os poderes pedidos, foi impedido de desembarcar em Lisboa.
  
O Sinédrio
Enquanto isso, no Porto, o desembargador da Relação, Manuel Fernandes Tomás, fundou o chamado "Sinédrio". Integrado por maçons, visava causar revolta e adesão no Exército Português. Aproveitando a ausência de Beresford no Brasil, o Sinédrio cooptou alguns militares que pudessem materializar o seu projeto revolucionário.
  
A Revolução de 1820 na Espanha
Em janeiro de 1820 uma revolução eclodiu em Espanha, vindo a restaurar, em março, a chamada Constituição de Cádis (1812), que havia sido "revogada" e dada como nula em 1814. Deste momento em adiante, o país vizinho tornou-se um poderoso propagandeador das ideias do liberalismo nos meios liberais que em Portugal começavam a tomar alguma visibilidade.
  
O levantamento no Porto
O movimento articulado no Porto pelo Sinédrio eclodiu no dia 24 de agosto de 1820. Ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino", integrada por:
Manuel Fernandes Tomás foi o redator do "Manifesto aos Portugueses", no qual se davam a conhecer à nação os objetivos do movimento.
O movimento contou com o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza, o Exército Português e a população em geral. Entre as suas reivindicações, exigiu convocar as Cortes para elaborar uma constituição para o país, defendendo a autoridade régia e os direitos dos portugueses. Adicionalmente pretendia:
  • o imediato retorno da Corte para Portugal, visto como forma de restaurar a dignidade da antiga Metrópole, deslocada para o Brasil; e
  • a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).
   
O movimento em Lisboa
A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa.
Aqui, a 15 de setembro de 1820, um movimento de oficiais subalternos, desencadeado pelo tenente Aurélio José de Moraes, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo interino.
Finalmente, a 28 de setembro, ambos os governos, do Porto e de Lisboa, uniram-se numa única "Junta Provisional do Supremo Governo do Reino", com o encargo de organizar as eleições para as Cortes Constituintes.

Consequências
As Cortes reuniram-se solenemente em janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época.
Ainda nesse mesmo ano, em 1821, a Corte retornou a Portugal, à exceção de D. Pedro de Alcântara, que permaneceu no Brasil, na condição de Príncipe Regente.
Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822.
A 23 de setembro de 1822 era jurada a primeira Constituição Portuguesa.
  
Sessão das Cortes de Lisboa, no Palácio das Necessidades - deputados reunidos em Assembleia, incluindo representantes das províncias brasileiras, como Antônio Carlos de Andrada (São Paulo), discursando em pé, trajando casaca castanha - tela do pintor brasileiro Óscar Pereira Silva
     

Jorge Luis Borges nasceu há 125 anos...

     
Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 - Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.
Em 1914 a sua família foi para a Suíça, onde ele estudou, viajando depois para a Espanha. No seu regresso à Argentina, em 1921, Borges começou a publicar os seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público. Em 1955 foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional da República Argentina e professor de literatura na Universidade de Buenos Aires. Em 1961, destacou-se no cenário internacional quando recebeu o primeiro prémio internacional de editores, o Prémio Formentor.
O seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente no Estados Unidos e Europa. Borges era fluente em várias línguas.
A sua obra abrange o "caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura". Os seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são coletâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios e livros fictícios, religião, Deus. Os seus trabalhos têm contribuído significativamente para o género da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas de seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio.
A sua fama internacional foi consolidada na década de 60, ajudado pelo "boom latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Para homenagear Borges, em O Nome da Rosa, um romance de Umberto Eco, há o personagem Jorge de Burgos, que além da semelhança no nome é cego assim como Borges, foi ficando ao longo da vida. Além da personagem, a biblioteca que serve como plano de fundo do livro é inspirada no conto de Borges A Biblioteca de Babel (Uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo).
O escritor e ensaísta John Maxwell Coetzee disse sobre ele: "Ele, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos".
Jorge Luis Borges nasceu em uma família de classe média com boa educação. A mãe de Borges, Leonor Acevedo Suárez, veio de uma tradicional família uruguaia. O seu livro de 1929 Cuaderno San Martín incluiu um poema, "Isidoro Acevedo", em homenagem ao seu avô materno, Isidoro de Acevedo Laprida, um soldado do exército de Buenos Aires que era contra o ditador Juan Manuel de Rosas. Um descendente do advogado e político argentino Francisco Narciso de Laprida, Acevedo lutou nas batalhas de Cepeda em 1859, Pavón em 1861 e Los Corrales em 1880. Isidoro de Acevedo Laprida morreu de congestão pulmonar na casa onde o seu neto Jorge Luis Borges nasceu.
Segundo um estudo de António Andrade, Jorge Luis Borges tinha ascendência portuguesa: o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal em 1770 e vivido na localidade de Torre de Moncorvo, vila do norte de Portugal, antes de emigrar para a Argentina, onde teria casado com Cármen Lafinur.
Aos sete anos de idade, Borges já teria revelado ao pai que seria escritor. Aos nove, escreve seu primeiro conto, "La visera fatal", inspirado num episódio de Dom Quixote. Em 1914, muda-se, com os pais, para a Europa, morando inicialmente em Genebra, na Suíça, onde conclui seus estudos, e depois na Espanha. Em 1921, retorna a Buenos Aires, onde participa ativamente da efervescente vida cultural da cidade. Em 1923, publica seu primeiro livro de poemas, "Fervor de Buenos Aires". Iniciava-se, assim, uma das mais brilhantes carreiras literárias do século XX. Borges morreu em Genebra, com um cancro no fígado e um enfisema, onde ficou sepultado, por opção pessoal.
   
   
  
LA LLUVIA

Bruscamente la tarde se ha aclarado
Porque ya cae la lluvia minuciosa.
Cae o cayó. La lluvia es una cosa
Que sin duda sucede en el pasado.

Quien la oye caer ha recobrado
El tiempo en que la suerte venturosa
Le reveló una flor llamada rosa
Y el curioso color del colorado.

Esta lluvia que ciega los cristales
Alegrará en perdidos arrabales
Las negras uvas de una parra en cierto

Patio que ya no existe. La mojada
Tarde me trae la voz, la voz deseada,
De mi padre que vuelve y que no ha muerto.

 

Jorge Luis Borges

O primeiro Presidente da república portuguesa foi eleito (mas não pelos portugueses...) há 113 anos

ARRIAGA OU AS "HARMONIAS SOCIAIS"


Faz amanhã cem anos que foi eleito (eleito...) o primeiro titular da Presidência da República, o açoriano Manuel de Arriaga. Aquela República nada tem a ver com a de hoje. E o PR de hoje, desta constituição, nada tem a ver com lugar que, então, o infeliz do dr. Arriaga foi ocupar. A 1ª República não passou de uma tirania de cariz urbano centrada no PRP que, depois, com Afonso Costa, se chamou Partido Democrático e que de democrático nada tinha. Acabou tudo às mãos da tropa e de uma outra ditadura - militar - que adubou o caminho ao Doutor Salazar e à sua ditadura corporativa, mais conhecida por Estado Novo. Tudo visto e ponderado, não sobra motivo algum de especial alegria pela passagem do referido centenário. Como republicano, a 1ª República, de uma forma geral, não me convence a não ser pelo lado da rejeição não obstante aquela chalaça sempre comovente do Braga, de elétrico, a caminho de Belém. Vasco Pulido Valente, porventura o primeiro a "denunciar" cientificamente a ditadurazinha do PRP e do Partido Democrático - depois dele houve uns quantos "académicos" que se limitaram a copiá-lo - retratou adequadamente o dr. Arriaga e a sua impotência ornamental. «Em nenhum momento da sua longa vida excedera (ou haveria de exceder) uma mediocridade honesta. A seu favor contava-se apenas um passado de pioneiro, assaz diletante, e quase quatro décadas de fiel serviço ao Partido [Republicano]. Mas agora estava velho e cansado e a cada passo mostrava que não percebia nem se adaptava às duras realidades do mundo republicano. Sobrevivente de mais simples e tranquilos tempos, autor de um livro chamado Harmonias Sociais, entrou para a presidência em estado de inocência política e saiu para morrer, deixando atrás de si só desilusões e ruínas.» Comemorar o quê?

   


in portugal dos pequeninos - post de João Gonçalves
 

 
Cartaz comemorativo da eleição de Manuel de Arriaga 
 
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (Horta, Matriz, 8 de julho de 1840 - Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de março de 1917) foi um advogado, professor, escritor e político português. Grande orador e membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português. A 24 de agosto de 1911 tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até 29 de maio de 1915, data em que foi obrigado a demitir-se, sendo substituído no cargo pelo mesmo Teófilo Braga, que como substituto completou o tempo restante do mandato.
   
(...)
   
Perante um Partido Republicano Português dividido em fações crescentemente radicalizadas, a 24 de agosto de 1911 foi eleito Presidente da República Portuguesa, por proposta de António José de Almeida. Sem o apoio da fação dos democráticos de Afonso Costa, recolheu 121 votos em 217, tendo como apoiantes toda a ala moderada do republicanismo português. Com 71 anos de idade, foi o primeiro Chefe do Estado eleito do novo regime. 
 


NOTA: é bonito ver um republicano, no primeiro texto, assumir o que foi a I república - uma ditadura, contra a opinião da maioria da população portuguesa. Eu, que sou favorável a um plebiscito sobre se queremos uma República ou uma Monarquia constitucional para o nosso país, sou de opinião que o modelo republicano (seja o da I, II ou III Repúblicas) fazem parte do problema (e não da solução) dos males que afligem o nosso país.

Léo Ferré nasceu há 108 anos...

  
Léo Ferré (Mónaco, 24 de agosto de 1916 - Castellina in Chianti, Itália, 14 de julho de 1993) foi um poeta, anarquista e músico franco-monegasco. Enquanto músico, foi autor, compositor e intérprete de um grande número de canções. Viveu no Mónaco, em Paris, no departamento de Lot e na Toscânia, onde terminou os seus dias.
  
Infância
Ferré era filho de Joseph Ferré, diretor do pessoal do casino de Monte Carlo e de Marie Scotto, costureira de origem italiana. Interessou-se muito cedo pela música. Com apenas sete anos integra o coro da catedral do Mónaco e aí aprende solfejo e harmonia. Descobre a polifonia entrando em contacto com as obras de Palestrina e de Tomás Luis de Victoria. Mais tarde descobre Beethoven.

Carácter da sua obra
O elevado nível poético das letras das suas numerosas canções costuma reflectir um inconformismo radical, de cunho anarquista, e a qualidade da música e da interpretação, situam-no entre os maiores vultos da moderna canção francesa. Autor de duas grandes séries de canções sobre textos de Baudelaire e Louis Aragon, utilizou também poemas de Ronsard, Apollinaire, Arthur Rimbaud entre outros.

 


A França detonou a primeira bomba nuclear há 56 anos...

    
Canopus foi o primeiro dispositivo termonuclear da França, detonado em 24 de agosto de 1968, no atol de Fangataufa, tornando-a a quinta potência termonuclear do mundo, logo atrás dos Estados Unidos da América, União Soviética, Reino Unido e China. O material para fusão foi retirado da água pesada que a França havia comprado antes. A bomba explodiu com uma potência de 2,6 megatons.
No filme Godzilla de 1998, Zilla é uma iguana que sofreu mutação por causa da radiação desse teste - embora o vídeo que aparece no filme seja o da detonação da bomba Baker
  

Andreas Kisser, músico dos Sepultura, comemora hoje 56 anos

  
Andreas Rodolfo Kisser (São Bernardo do Campo, 24 de agosto de 1968) é um guitarrista, músico e compositor brasileiro, conhecido por tocar na banda Sepultura desde 1987. Além dos Sepultura, Andreas Kisser também é guitarrista da banda latino-americana De La Tierra e da banda brasileira Kisser Clan, um projeto musical com o seu filho Yohan Kisser, onde, juntos, fazem covers de grandes bandas do metal mundial.
  

 


Paulo Leminski nasceu há oitenta anos...

(imagem daqui)
   
Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 - Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, crítico literário, tradutor e professor brasileiro. Era, também, cinturão-preto de judo
  
Biografia
Filho de Paulo Leminski II e Áurea Pereira Mendes, mestiço de pai polaco e mãe negra, Paulo Leminski foi um filho que sempre chamou a atenção pela sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados franceses.
Em 1958, aos catorze anos, foi para o Mosteiro de São Bento em São Paulo e ficou lá o ano inteiro. Participou do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte, onde conheceu Haroldo de Campos, amigo e parceiro em várias obras. Leminski casou-se, aos dezassete anos, com a desenhadora e artista plástica Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968). Estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz da poesia concreta paulista. Em 1965 tornou-se professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares, e também era professor de judo. Classificado em 1966 em primeiro lugar no II Concurso Popular de Poesia Moderna.
Casou-se em 1968 com a também poetisa Alice Ruiz, com quem viveu durante vinte anos. Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e o  seu namorado, numa espécie de comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano, e só saíram com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo (que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma). Eles também tiveram duas meninas, Áurea (homenagem à sua mãe) e Estrela Ruiz Leminski. De 1969 a 1970 decidiu morar no Rio de Janeiro, retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e redator publicitário.
Dentre suas atividades, criou habilidade de letrista e músico. Verdura, de 1981, foi gravada por Caetano Veloso no disco Outras Palavras. A própria bossa nova resulta, em partes iguais, da evolução normal da MPB e do feliz acidente de ter o modernismo criado uma linguagem poética, capaz de se associar com suas letras mais maleáveis e enganadoramente ingénuas às tendências de então da música popular internacional. A jovem guarda e o tropicalismo, à sua maneira, atualizariam esse processo ao operar com outras correntes musicais e poéticas. Por sua formação intelectual, Leminski é visto por muitos como um poeta de vanguarda, todavia por ter aderido à contracultura e ter publicado em revistas alternativas, muitos o aproximam da geração de poetas marginais, embora ele jamais tenha sido próximo de poetas como Francisco Alvim, Ana Cristina César ou Cacaso. Por sua vez, em muitas ocasiões declarou sua admiração por Torquato Neto, poeta tropicalista e que antecipou muito da estética da década de 1970.
Na década de 1970, teve poemas e textos publicados em diversas revistas - como Corpo Estranho, Muda Código (editadas por Régis Bonvicino) e Raposa. Em 1975 - e lançou o seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em edição particular. Além de poeta e prosista, Leminski era também tradutor (traduziu para o castelhano e o inglês alguns trechos de sua obra Catatau, a qual foi traduzida na íntegra para o castelhano).
Na poesia de Paulo Leminski, por exemplo, a influência da MPB é tão clara que o poeta paranaense só poderia mesmo tê-la reconhecido escrevendo belas letras de música, como Verdura.
Músico e letrista, Leminski fez parcerias com Caetano Veloso, o grupo A Cor do Som e a banda de punk rock Beijo AA Força, entre 1970 e 1989. Teve influência da poesia de Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, convivência com Régis Bonvicino, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina Silveira, Helena Kolody, Turiba e Ivo Rodrigues, entre outros.
A música estava ligada às obras de Paulo Leminski, uma de suas paixões, proporcionando uma discografia rica e variada.
Entre 1984 e 1986, em Curitiba, foi tradutor de Petrônio, Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima, pois falava 6 línguas estrangeiras (inglês, francês, latim, grego, japonês, espanhol). Publicou o livro infanto-juvenil ‘’Guerra dentro da gente’’, em 1986, em São Paulo.
Entre 1987 e 1989 foi colunista do Jornal de Vanguarda que era apresentado por Doris Giesse, na Rede Bandeirantes.
Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou, em 1983, uma biografia do poeta nipónico Bashô. Além de escritor, Leminski era também cinturão-preto de judo. A sua obra literária tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos.
Morreu em 7 de junho de 1989, em consequência do agravamento de uma cirrose hepática que o acompanhou durante vários anos.
  

 

Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
 
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
 
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

 

Paulo Leminski

Música adequada à data...

Getúlio suicidou-se há setenta anos...

    
Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 - Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo o seu 13º e último presidente, Washington Luís, e impedindo a posse do presidente eleito, a 1 de março de 1930, Júlio Prestes.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e que se dividiu em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e de 1937 a 1945, como presidente-ditador, enquanto durou o Estado Novo implantado após um golpe de estado.
No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou.
Getúlio era chamado pelos seus simpatizantes de "o pai dos pobres", frase bíblica (livro de Job-29:16) e um dos títulos de São Vicente de Paulo, e título criado pelo seu Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, enfatizando o facto de Getúlio ter criado muitas das leis sociais e trabalhistas brasileiras.
A sua doutrina e seu estilo político foram denominados de "getulismo" ou "varguismo". Os seus seguidores, até hoje existentes, são denominados "getulistas". As pessoas próximas o tratavam por "Doutor Getúlio", e as pessoas do povo o chamavam de "O Getúlio", e não de "Vargas".
Cometeu suicídio no ano de 1954, com um tiro no coração, no seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio Vargas foi considerado o mais importante presidente da história do Brasil. A sua influência se estende até hoje, pois a sua herança política é invocada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Getúlio Vargas foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, em 15 de setembro de 2010, pela lei nº 12.326.
   
(...)
   
Por causa do crime da rua Tonelero Getúlio foi pressionado, pela imprensa e por militares, a renunciar ou, ao menos, licenciar-se da presidência. O Manifesto dos Generais, de 22 de agosto de 1954, pede a renúncia de Getúlio. Foi assinado por 19 generais de exército, entre eles, Castelo Branco, Juarez Távora e Henrique Lott e dizia: "Os abaixo-assinados, oficiais generais do Exército...solidarizando com o pensamento dos camaradas da Aeronáutica e da Marinha, declaram julgar, como melhor caminho para tranquilizar o povo e manter unidas as forças armadas, a renúncia do atual presidente da República, processando sua substituição de acordo com os preceitos constitucionais".
Esta crise levou Getúlio Vargas ao suicídio na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954, logo depois de sua última reunião ministerial, na qual fora aconselhado, por ministros, a se licenciar da presidência. Getúlio registou na sua agenda de compromissos, na página do dia 23 de agosto de 1954, segunda-feira: "Já que o ministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir: determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se a ordem for mantida, entrarei com pedido de licença. Em caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui o meu cadáver."
Getúlio concordou em se licenciar sob condições, que constavam da nota oficial da presidência da república divulgada naquela madrugada: "Deliberou o Presidente Getúlio Vargas.... entrar em licença, desde que seja mantida a ordem e os poderes constituídos..., em caso contrário, persistirá inabalável no propósito de defender suas prerrogativas constitucionais, com sacrifício, se necessário, de sua própria vida".
Getúlio, no final da reunião ministerial, assina um papel, que os ministros não sabiam o que era, nem ousaram perguntar. Encerrada a reunião ministerial, sobe as escadas para ir ao seu apartamento. Vira-se e despede-se do ministro da Justiça Tancredo Neves, dando a ele uma caneta Parker 21 de ouro e diz: "Para o amigo certo das horas incertas"!
A data não poderia ser mais emblemática: Getúlio, que se sentia massacrado pela oposição, pela "República do Galeão" e pela imprensa, escolheu a noite de São Bartolomeu para a sua morte. Getúlio Vargas cometeu suicídio, com um tiro no coração, nos seus aposentos no Palácio do Catete, na madrugada de 24 de agosto de 1954. Tancredo contou a Carlos Heitor Cony, em 3 de agosto de 1984, como foram os últimos minutos de Getúlio. O depoimento de Tancredo saiu na Revista Manchete de 1 de setembro de 1984:
Cquote1.svg "Por volta das sete e meia, oito horas da manhã, ouviu-se o estampido seco. Desceu o elevador, às pressas, o Coronel Dornelles, um dos oficiais de serviço na presidência. Nós subimos apressadamente para o quarto onde o presidente se achava. Os primeiros a entrar foram o General Caiado, Dona Darci, Alzira, Lutero e eu. Encontramos o presidente de pijama, como meio corpo para fora da cama, o coração ferido e dele saindo sangue aos borbotões. Alzira de um lado, eu do outro, ajeitamos o presidente no leito, procuramos estancar o sangue, sem conseguir. Ele ainda estava vivo. Havia mais pessoas no quarto quando ele lançou um olhar circunvagante e deteve os olhos na Alzira. Parou, deu a impressão de experimentar uma grande emoção. Neste momento, ele morre. Foi uma cena desoladora. Todos nós ficamos profundamente compungidos; esse desfecho não estava na nossa previsão. O presidente em momento nenhum demonstrou qualquer traço de emoção, nunca perdeu o seu autodomínio, jamais perdeu sua imperturbável dignidade, de maneira que foi um trágico desfecho, que surpreendeu a todos e nos deixou arrasados." Cquote2.svg
Tancredo Neves
   

Luís Amaro morreu há seis anos...

Retrato de Luís Amaro, da autoria de Luís Manuel Gaspar (imagem daqui)

 

Luís Amaro (Aljustrel, 5 de maio de 1923 - Lisboa, 24 de agosto de 2018) foi um poeta, editor, bibliófilo e investigador português.

 

Biografia

Nasce em 1923, em Aljustrel, e aos treze anos muda-se para Beja, para um “estágio gratuito” no Diário do Alentejo, seguido de um trabalho assalariado na Biblioteca Municipal. Três anos depois vai para Estremoz, para secretariar o jornal Brados do Alentejo, dirigido por Marques Crespo.

Após conhecer José Régio em 1954, edita a obra do poeta na Portugália Editora, tendo estado envolvido na revisão e edição de obras de escritores como Adolfo Casais Monteiro, Mário Beirão, Manuel Teixeira Gomes, entre outros.

Dádiva, o seu primeiro livro, surge publicado em 1949. O livro de poesia voltaria a ser reeditado em 1975, expandido com mais poemas e sob o título “Diário Íntimo”, que tem uma segunda edição em 2006.

Juntamente com António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raúl de Carvalho, fez parte do grupo que dirigiu a revista Árvore entre 1951 e 1953. Colaborou noutras publicações como Seara Nova, Távola Redonda, Atlântico e Portucale, e foi diretor-adjunto e consultor editorial da revista Colóquio/Letras.

A 9 de junho de 1993, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Morreu a 24 de agosto de 2018, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, vítima de pneumonia.

 

 

Ainda refulge a chama

Ainda refulge a chama
que perturbou um dia meus sentidos?

Não se apaga jamais
a luz de certo olhar que em segredo amei?

Chora, em meu coração,
a nostalgia do bem com que sonhei?

Da noite, abismo imenso,
oiço indistinta voz chamar por mim?

O que me falta e inquieta
serás tu, de quem não sei o nome?

Ou todo o sonho erguido é cinza ao vento,
estrela fria, cada vez mais longe
do puro silêncio em que se esvai a vida?
 
  
 
Luís Amaro

Charlie Watts, o mítico baterista dos Rolling Stones, morreu há três anos...


Charles Robert Watts, conhecido como Charlie Watts (Londres, 2 de junho de 1941 - Londres, 24 de agosto de 2021), foi um baterista britânico da banda de rock britânica The Rolling Stones
 

 


 


sexta-feira, agosto 23, 2024

Porque hoje foi o Dia Europeu de Recordação das Vítimas do Estalinismo e Nazismo...

   
Black Ribbon Day, officially known in the European Union as the European Day of Remembrance for Victims of Stalinism and Nazism, is an international day of remembrance for victims of totalitarian regimes, specifically Stalinist, communist, Nazi and fascist regimes. It is observed on 23 August and symbolizes the rejection of "extremism, intolerance and oppression". It is one of the official remembrance days of the European Union. Under the name Black Ribbon Day it is also an official remembrance day of Canada and the United States, among other countries.
The remembrance day has its origins in protests in western countries against the Soviet Union that gained prominence in the years leading up to the Revolutions of 1989 and that inspired the Baltic Way, a major demonstration against the Soviet occupation of the Baltic states in 1989. It was proposed as an official European remembrance day by Václav Havel, Joachim Gauck and a group of freedom fighters and former political prisoners from Central and Eastern Europe during a conference organised by the Czech Government, and was formally designated by the European Parliament in 2008/2009 as "a Europe-wide Day of Remembrance for the victims of all totalitarian and authoritarian regimes, to be commemorated with dignity and impartiality"; it has been observed annually by the bodies of the European Union since 2009. The European Parliament's 2009 resolution on European conscience and totalitarianism, co-sponsored by the European People's Party, the Alliance of Liberals and Democrats for Europe, The Greens–European Free Alliance, and the Union for Europe of the Nations, called for its implementation in all of Europe. The establishment of 23 August as an international remembrance day for victims of totalitarianism was also supported by the 2009 Vilnius Declaration of the OSCE Parliamentary Assembly.
23 August was chosen to coincide with the date of the signing of the Molotov–Ribbentrop Pact, a 1939 non-aggression pact between the USSR and Nazi Germany which contained a protocol dividing Romania, Poland, Lithuania, Latvia, Estonia, and Finland into designated German and Soviet spheres of influence. The treaty was described by the European Parliament's president Jerzy Buzek in 2010 as "the collusion of the two worst forms of totalitarianism in the history of humanity."
The purpose of the Day of Remembrance is to preserve the memory of the victims of mass deportations and exterminations, while promoting democratic values with the aim to reinforce peace and stability in Europe.