domingo, março 24, 2024
O Exxon Valdez provocou uma maré negra no Alasca há 35 anos...
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Marcadores: Alasca, desastre ambiental, Exxon Valdez, ExxonMobil, maré negra, Petróleo
O cantor brasileiro Alípio Martins morreu há 27 anos...
D. António Ribeiro, cardeal Patriarca de Lisboa, morreu há vinte e seis anos...
Episcopado
Cardinalato
- Conclave de agosto de 1978 – participou na eleição do Papa João Paulo I
- Conclave de outubro de 1978 – participou na eleição do Papa João Paulo II
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Marcadores: Cardeal Patriarca, D. António Ribeiro, Igreja Católica
Marcos Portugal nasceu há 262 anos
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Marcadores: barroco, Brasil, Marcos Portugal, Música sacra, Ópera, órgão, Portugal, Requiem
Houdini nasceu há cento e cinquenta anos...!
Em 1904, milhares de pessoas assistiam enquanto ele tentava escapar de algemas especiais encomendadas pelo Daily Mirror de Londres, mantendo-as em suspense por uma hora. Outro impacto para os telespectadores foi quando o viu enterrado vivo e apenas capaz de se agarrar à superfície, emergindo em um estado de quase colapso.
Enquanto muitos suspeitavam que essas fugas eram falsas, Houdini se apresentava como o flagelo dos falsos espíritas. Como presidente da Society of American Magicians, ele estava empenhado em manter os padrões profissionais e expor artistas fraudulentos. Ele também foi rápido em processar qualquer um que imitasse suas manobras de fuga.
Houdini fez vários filmes, mas parou de atuar quando não conseguiu ganhar dinheiro. Ele também era um grande aviador e pretendia tornar-se o primeiro homem a pilotar um avião na Austrália.Uma demonstração de suas habilidades - a "incrível resistência abdominal" - causou a sua morte. Após apresentar o número para uma plateia de estudantes em Montreal, no Canadá, um dos estudantes invadiu os bastidores e sem dar tempo para que Houdini preparasse os músculos, golpeou-lhe o abdômen com três socos. Os violentos golpes romperam-lhe o apêndice, e quase uma semana depois ele morreu, num hospital de Detroit. Harry Houdini morreu de peritonite secundária, devido ao apêndice rompido, ocasionado por traumas abdominais múltiplos.
As testemunhas oculares foram os estudantes Jacques Price e Sam Smilovitz. De acordo com a descrição dos eventos, Houdini estava reclinando em sua poltrona após um número, quando foi confrontado pelo estudante de Artes Jocelyn Gordon Whitehead, que adentrou seu camarim e perguntou se era verdade que Houdini suportava pancadas de todo o tipo no estômago. Ao responder afirmativamente, o ilusionista foi golpeado três vezes, antes que pudesse se preparar para tal. Whitehead continuou lhe golpeando diversas vezes mais tarde, segundo rumores. Embora com sérias dores, Houdini continuou a viajar sem procurar ajuda médica. Sofrendo de uma provável apendicite por dias e tendo recusado o tratamento médico, seu apêndice provavelmente estouraria por si, mesmo sem o trauma.
Quando Houdini chegou ao Teatro Garrick em Detroit, Michigan, em 24 de outubro de 1926, para o que seria sua última performance pública, estava com febre de 40º C e havia suspeita de apendicite. Ele não se importou e entrou em cena. Durante a apresentação do “Chinese Water Torture”, Houdini não saiu em 3 minutos. A sua esposa-assistente quebrou o vidro e Houdini estava desacordado. Levado até ao Detroit’s Grace Hospital, foi atendido por um jovem residente chamado J. Gordon. Houdini faleceu neste dia, de peritonite, devido à rutura do apêndice.
Após terem sido feitos exames de corpo delito e post mortem, a companhia de seguro de Houdini concluiu que a morte se deu devido ao incidente com o estudante e o seu seguro de vida foi pago em dobro.
Os nazis perpetraram o Massacre das Fossas Ardeatinas há oitenta anos
Num certo dia, num combate durante a primavera de 1944, uma bomba da resistência italiana matou 33 soldados alemães e, por represália pelos alemães mortos, sob ordem do Führer, os militares alemães teriam que matar dez italianos por cada alemão morto, ou seja, 330 italianos seriam fuzilados como castigo da morte dos 33 soldados mortos. Passado vinte e quatro horas a Gestapo reuniu 335 pessoas para serem executadas, filas para a morte foram formadas e fossas foram abertas para abrigar os corpos, sendo as vitimas maioritariamente italianas, incluindo judeus, crianças e idosos. O massacre ocorreu sob o comando de Erich Priebke.
Priebke era capitão das SS quando, em 24 de março de 1944, ordenou o fuzilamento de 335 civis italianos, e participou do mesmo, como represália pelo ataque partigiano de via Rasella, onde morreram 33 militares alemães.
Em junho de 1944, Priebke foi capturado nos Alpes italianos pelo exército americano, quando confessou a sua participação no massacre e ficou detido por cerca de 20 meses numa série de campos de prisioneiros de guerra na Europa. Uma noite, Priebke decidiu fugir com mais dois cúmplices, e foi pelo arame farpado que eles conseguiram escapar do campo. Ele sabia que não podia ficar escondido por muito tempo, e que seria mais seguro imigrar com a família para outro país.
Erich Priebke (Hennigsdorf, Brandemburgo, 29 de julho de 1913 — Roma, 11 de outubro de 2013) foi um hauptsturmführer (capitão) da SS durante a Segunda Guerra Mundial. Viveu 20 meses no período final da guerra como prisioneiro de guerra, tendo escapado do campo pelos arames farpados e tomado o "caminho dos ratos" (ratline), uma rota europeia conhecida para fuga de nazis para a América do Sul, que passava por Nápoles. De lá embarcou num navio e foi se refugiar no interior da Argentina.
Viveu na Argentina com o seu nome verdadeiro e passaporte alemão. Cinquenta anos depois ele foi localizado por uma equipe da TV norte-americana da CBS, que confirmou a sua identidade e inclusive o entrevistou na saída de um colégio onde ministrava aulas. Preso pela polícia argentina depois de a notícia ter sido transmitida nos Estados Unidos, levou mais um ano e meio até a justiça argentina expatriá-lo para a Itália para julgamento por crimes de guerra na península itálica.
Recaía sobre ele a acusação de assassinato de 355 civis italianos (dez civis italianos para cada soldado alemão morto em um atentado da resistência italiana), no chamado Massacre das Fossas Ardeatinas em Roma, em 24 de março de 1944. Em 1996, foi condenado à prisão perpétua. Cumpriu prisão domiciliar pelas leis italianas, proibido de estar numa prisão pela sua idade avançada.
Morreu em 11 de outubro de 2013, aos cem anos de idade, em Roma, na Itália. O seu sepultamento e local do túmulo foi considerado secreto, após diversas cidades negarem acolher o corpo do ex-comandante da SS, temendo que o seu túmulo se convertesse num local de peregrinação para os neonazis.Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
Marcadores: II Grande Guerra, II Guerra Mundial, Itália, judeus, Massacre das Fossas Ardeatinas, nazis, resistência, Roma
Hoje é dia nacional do Estudante...!
A história do Dia Nacional do Estudante
Celebra-se hoje a data que simboliza o papel dos estudantes na sociedade. Uma ação que, ao longo das décadas, transformou Portugal. Conhece alguns desses momentos.
Foi a 8 de maio de 1987 que a Assembleia da República Portuguesa estabeleceu o dia 24 de março como Dia Nacional do Estudante. O decreto (n.º 77/IV) consagra a data, tendo como objetivos "o estímulo à participação dos estudantes na vida escolar e da sociedade" e a "cooperação e convivência entre os estudantes".
1962: Contra a proibição
Foi nesta mesma data que, em 1962, um conflito nasceria entre os
estudantes universitários portugueses e o regime do Estado Novo. Depois
da proibição das comemorações do Dia do Estudante, milhares de
estudantes realizaram "uma concentração na Cidade Universitária, como protesto às determinações do Ministro da Educação", destacava o Jornal O Século. A crise duraria vários meses, incluindo greves às aulas, cargas policiais e detenções de estudantes.
Arquivo fotográfico da Torre do Tombo da Crise Académica de 1962 (Fonte: ANTB)
O regime acabaria por retomar o controlo no final desse ano. Contudo, como escreve a TSF, "a longa crise estudantil marcou o despertar para a atividade política de uma geração
que, em anos futuros, mostraria ser um dos setores mais ativos da
resistência ao Estado Novo". Uma resistência que se voltaria a
evidenciar alguns anos mais tarde.
1969: Os estudantes tomam a palavra
No dia 17 de abril de 1969, foi inaugurado o Edifício das Matemáticas, na Universidade de Coimbra. Na véspera, o reitor negou o pedido dos estudantes para ter a palavra durante a cerimónia.
Documentário da ESECtv sobre a Crise Académica de 1969 (Fonte: Canal do YouTube ESECtv)
Nessa noite, sete agentes da PIDE detêm Alberto Martins. Um grupo de estudantes exige a sua libertação e é carregado pela policia. Cinco dias depois, é decretado Luto Académico. Estava aberta a crise académica de 1969 – um período que se alargaria pelo restante ano e que incluiria greves estudantis, um cerco da Guarda Nacional Republicana à Universidade de Coimbra e o aumento da chamada de estudantes para a Guerra Colonial.
Incluiria também uma final da Taça de Portugal em futebol, no Estádio Nacional, no Jamor, marcada pelas mensagens de protesto e pelo forte contingente policial. A Académica de Coimbra perderia 2-1 com o Benfica e, no final, os jogadores colocaram a capa aos ombros, em sinal de luto.
1992: "Alunos voltam à rua"
Foi também no Dia Nacional do Estudante, em 1992, que milhares de
estudantes do secundário e da universidade saíram à rua em protesto. "Alunos voltam à rua" titulava o Diário de Notícias, no dia seguinte. As manifestações (em Lisboa, Coimbra, Porto e Aveiro) protestavam o aumento de propinas anunciado por Aníbal Cavaco Silva e a existência da PGA (Prova Geral de Acesso): uma prova de cultura geral obrigatória para quem queria entrar no Ensino Superior que existiu entre 1989 e 1993.
Trailer do documentário produzido por Nuno Fonseca, sobre a luta contra as proprinas. (Fonte)
Os protestos estudantis iriam continuar durante o resto do ano, bem como durante 1993 (maio e novembro). A manifestação de novembro de 1993, em frente à Assembleia da República, seria mesmo carregada violentamente pela polícia. Em 1994, alguns milhares de estudantes manifestam-se no mesmo local, desta feita protestando as Provas Globais, criando uma imagem icónica: virados de costas para o Parlamento, alguns estudantes baixam as calças e mostram o rabo.
sábado, março 23, 2024
A estação espacial Mir foi destruída há vinte e três anos
A Mir foi a primeira estação de pesquisa continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no espaço, com 3.644 dias. O recorde foi rompido em 23 de outubro de 2010, quando foi superado pela Estação Espacial Internacional. Ela detém ainda o recorde de mais longo voo espacial humano único, quando Valeri Polyakov passou 437 dias e 18 horas na estação entre 1994 e 1995. A estação espacial foi ocupada por um total de doze anos para além de sua vida útil original, de quinze anos, tendo a capacidade de suportar uma tripulação residente de três pessoas, ou de tripulações maiores para missões espaciais de curta duração.
Após o sucesso do programa Salyut, a Mir representou a fase seguinte do programa de estação espacial da União Soviética. O primeiro módulo da estação, conhecido como o módulo de núcleo, foi lançado em 1986 e foi seguido por seis módulos adicionais. Os foguetes Proton foram usados para lançar todos os seus componentes, exceto para o módulo de ancoragem, que foi instalado por um vai-vem espacial da missão STS-74 em 1995. Quando concluída, a estação era composta por sete módulos pressurizados e vários componentes sem pressão. A energia era fornecida por vários painéis fotovoltaicos conectados diretamente aos módulos. A estação era mantida em uma órbita entre 296 km e 421 km de altitude e viajava a uma velocidade média de 27.700 quilómetros por hora, completando 15,7 órbitas por dia.
A estação foi lançada como parte do programa de voos espaciais tripulados soviético para manter um posto avançado de pesquisa de longo prazo no espaço, e, após o colapso da União Soviética, passou a ser operada pela nova Agência Espacial Federal Russa (RKA). Como resultado, a grande maioria da tripulação da estação era formada por russos; no entanto, através de colaborações internacionais, como os programas Intercosmos, Euromir e Shuttle-Mir, a estação foi disponibilizada para os astronautas de países da América do Norte, Europa e Japão. O custo do programa Mir foi estimado em 2001, pelo ex-diretor da RKA, Yuri Koptev, como algo em torno de 4,2 mil milhões de dólares ao longo de sua existência (incluindo desenvolvimento, montagem e operação orbital).A deórbita foi realizada em três fases. A primeira foi esperar que o arrasto atmosférico fizesse com que a órbita decaísse para uma média de 220 quilómetros. Isso começou com a acoplagem da Progress M1-5. A segunda fase foi transferir a estação para uma órbita de 165 x 220 quilómetros. Isso foi realizado com duas ignições dos motores de controle da Progress M1-5 as 00:32 UTC e 02:01 UTC do dia 23 de março de 2001. Após uma pausa de duas órbitas, a terceira e final fase da queda da Mir começou com a ignição dos motores da Progress e do motor principal às 05:08 UTC, durando pouco mais de 22 minutos. A reentrada numa altitude de 100 quilómetros ocorreu as 05.44 horas, próximo de Nadi, Fiji.
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Marcadores: astronautas, astronomia, Estação Espacial, Mir
O czar Paulo I da Rússia foi assassinado há 223 anos
Através da numerosa família que Paulo I constituiu com a sua segunda esposa, atualmente quase todas as famílias reais da Europa (incluindo algumas não-reinantes) são descendentes diretas do antigo czar Paulo. São seus descendentes diretos o rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos, a rainha Margarida II da Dinamarca, o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, Carlos III do Reino Unido (através do seu pai, o príncipe Filipe da Grécia e Dinamarca) e o rei Filipe VI da Espanha (através de sua mãe, a princesa Sofia da Grécia e Dinamarca). Também os herdeiros do trono de nações onde a monarquia foi abolida são seus descendentes: Rússia, Alemanha, Grécia, Roménia e Sérvia.
Stendhal morreu há cento e oitenta e dois anos
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Marcadores: França, literatura, realismo, romantismo, Stendhal
À procura de uma nova Terra, se calhar para quando dermos cabo desta...
Cientistas descobrem Super Terra em zona habitável
O conceito da CHZ, que define uma faixa em torno de uma estrela onde um planeta rochoso, poderia potencialmente manter água líquida, desempenha um papel crucial na busca por exoplanetas habitáveis. A descoberta de TOI-715b nesta zona alimenta o entusiasmo sobre o potencial para a vida além do nosso sistema solar e oferece um valioso estudo de caso para entender a formação e evolução planetária, particularmente em relação à pequena “fenda” de raio planetário.
Esta “fenda”, observada entre 1,5 e 2 raios terrestres, levanta questões sobre a perda de massa planetária e evolução, com o TOI-715b situado de forma intrigante dentro desta zona.
“A importância do vale dos raios reside no seu potencial para nos ensinar sobre a formação planetária e a evolução pós-formação, e, portanto, planetas dentro deste espaço são cruciais para aprofundar nosso entendimento dos fatores que o moldam,” explicam os autores.
Dada a posição vantajosa de TOI-715b para observação - devido aos seus trânsitos frequentes e ao brilho relativo da estrela hospedeira - esta Super-Terra apresenta-se como um alvo eficiente para as capacidades do JWST, podendo vir a revelar informações sobre a sua composição atmosférica e perspetivas de habitabilidade, de acordo com o Science Alert.
“Finalmente, a era do JWST chegou, e com ela, a era da caracterização atmosférica exoplanetária detalhada,” escrevem os autores no artigo.
“No contexto da caracterização atmosférica por espectroscopia de transmissão, anãs vermelhas brilhantes e próximas são hospedeiras planetárias ideais, pois pequenos planetas temperados transitarão frequentemente, permitindo deteções de características atmosféricas com alta relação sinal-ruído com menos horas de tempo de telescópio,” explicam os autores.
in ZAP
Postado por Fernando Martins às 16:17 0 bocas
Marcadores: CHZ, circumstellar habitable zone, exoplanetas, goldilocks zone, James Webb Space Telescope, JWST, Super Terra, zona habitável conservadora
Elizabeth Taylor deixou-nos há treze anos...
Elizabeth Rosemond Taylor, conhecida mundialmente por Liz Taylor (Londres, 27 de fevereiro de 1932 - Los Angeles, 23 de março de 2011) foi uma premiada atriz norte-americana nascida na Inglaterra.
Em fevereiro de 2011, apareceram novos sintomas relacionados com a sua insuficiência cardíaca. Não aguentando de dor no peito e com muita falta de ar, foi internada no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles para fazer uma cirurgia de emergência, mas não resistiu; o seu coração, que tanto amou a arte e a vida, parou. Liz morreu na manhã do dia 23 de março, aos 79 anos de idade. A informação foi confirmada pelo agente da atriz e por um familiar. Foi sepultada no Forest Lawn Memorial Park (Glendale), Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos.
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Marcadores: actriz, cinema, Elizabeth Taylor
Juan Gris morreu há 97 anos
Ana de Castro Osório morrreu há 89 anos
Ana de Castro Osório (Mangualde, 18 de junho de 1872 - Lisboa, 23 de março de 1935) foi uma escritora, especialmente no domínio da literatura infantil, jornalista, pedagoga, feminista e ativista republicana portuguesa.
Nascida em Mangualde, a 18 de junho de 1872, Ana de Castro Osório era filha de João Baptista de Castro (1845-1920), reputado bibliófilo, notário e magistrado, natural de Eucísia, Alfândega da Fé, e de Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral de Albuquerque Moor Quintins (1842-1917), activista feminista, natural de São Jorge de Arroios, Lisboa. A sua mãe era filha do Tenente-General José Osório de Castro Cabral de Albuquerque (1799-1857), governador de Macau, e de Ana Doroteia Moore Quintius, de nacionalidade holandesa. Sobre o seu pai sabe-se ainda que publicou um livro sobre "Questões Jurídicas" (1868) durante a sua estadia universitária em Coimbra, quando este era companheiro de casa de Teófilo Braga, e que em 1911 julgou e aprovou o pedido de Carolina Beatriz Ângelo para ser incluída nas listas de recenseamento eleitoral, tornando-se assim na primeira mulher a votar no país. Ana era também a mais nova dos quatro filhos do casal, sendo irmã de Alberto Osório de Castro (1868-1946), juiz, maçon e poeta, João Osório de Castro (1869-1939), juiz e escritor, e de Jerónimo Osório de Castro (1871-1935), comandante e presidente da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, sendo ainda tia do engenheiro e empresário industrial Jerónimo Pereira Osório de Castro (1902-1957), do médico veterinário, professor e autor Jerónimo de Melo Osório de Castro (1910-1976), do dramaturgo e escritor João Osório de Castro (1926-2007) e do ex-bastonário da Ordem dos Advogados e poeta António Osório (1933-2021).
A 10 de março de 1898, com 25 anos de idade, Ana de Castro Osório casou-se com Francisco Paulino Gomes de Oliveira (1864-1914), poeta, publicista e membro do Partido Republicano Português, comummente conhecido como Paulino de Oliveira, na igreja paroquial de Nossa Senhora da Anunciada, em Setúbal. Anos antes, tinha recusado veementemente o pedido de casamento do poeta Camilo Pessanha, contudo, a amizade entre os dois manteve-se até à morte deste, em 1926.
Da sua imensa obra literária, que conta com mais de cinquenta títulos, incluindo ensaios, romances e contos, algumas obras de destaque são: "Em Tempo de Guerra" (1918), "A Verdadeira Mãe" (1925), "Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda" (1923), "A Grande Aliança" (1924), "Mundo Novo" (1927), "A Capela das Rosas" (1931), "O Príncipe das Maçãs de Oiro" (1935), e "Histórias Maravilhosas da Tradição Popular Portuguesa" (2 volumes, compilada somente em 1952); assim como várias publicações periódicas de destaque onde colaborou como: "A Ave azul" (1899-1900), "Branco e Negro" (1896-1898), "Brasil-Portugal" (1899-1914), "A Leitura" (1894-1896), "Serões" (1901-1911), "A Farça" (1909-1910) e "Terra portuguesa" (1916-1927).
Para além dessas obras, e de o título de criadora da literatura infantil portuguesa, é lhe reconhecida uma extensa e intensiva recolha dos contos da tradição oral do país, e a tradução e publicação de vários contos dos irmãos Grimm assim como muitos outros autores estrangeiros de literatura para crianças.
A Ana de Castro Osório ainda se deve a compilação, organização, edição e publicação de "Clepsidra", o único livro de Camilo Pessanha, em 1920, na editora por ela criada, Lusitânia.
Postado por Fernando Martins às 08:09 0 bocas
Marcadores: Ana de Castro Osório, Camilo Pessanha, Clepsidra, literatura, maçonaria