O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Lacey nasceu em Arlington, Texas, tem 5 irmãos e é filha de mãe solteira. A família dela era pobre, ela era ateia, discutia muito com a sua mãe e usou drogas pela primeira vez quando tinha apenas 10 anos de idade.
Quando Lacey tinha 14 anos, ela recebeu uma guitarra baixo de prenda de Natal e começou a tocar canções do Nirvana e do Green Day com seu irmão que tocava guitarra.
Aos 16 anos, ela foi expulsa de casa depois de mais uma discussão com a
sua mãe que envolveu a polícia e mudou-se para a casa dos avós, em Gulfport. Em Gulfport, ela foi para uma Escola local e juntou-se a uma banda que estava precisando de um baixista. Ela passou a ser vocalista da banda e começou a compor as suas próprias canções.
Naquele mesmo ano, Lacey entrou em depressão e pensava em se suicidar,
"Eu perdi o meu namorado, perdi os meus irmãos e irmãs, perdi as minhas
drogas. Eu realmente senti que era o fim. Então eu decidi suicidar-me
no dia seguinte", disse Lacey. Mas a sua avó forçou-a a ir à igreja, e
ela tornou-se cristã. "Minha vida mudou totalmente depois disso" afirma Lacey.
Aos 18 anos, Lacey começou a tocar com o baterista James Culpepper. O baixistaPat Seals e os guitarristasJared Hartmann e Sameer Bhattacharya entraram na banda mais tarde, formando uma banda chamada Passerby. A banda mudou de nome em junho de 2004, passando a se chamar Flyleaf.
Em 2003, ela compôs a canção "Cassie", que fala sobre o Massacre de Columbine e a morte de Cassie Bernall.
Em 2008, a banda fez uma turnê com a banda Seether,
mas no final de maio, Lacey Mosley foi hospitalizada por problemas na
voz, e tiveram que cancelar os cinco últimos shows da turnê.
Em 2010, ela recebeu duas nomeações para os Prémios Grammy pelo trabalho dela com os Third Day. A canção "Born Again" foi nomeada nas categorias de "Melhor Canção Gospel" e "Melhor Performance Gospel".
Ela também recebeu uma nomeação na categoria "Hottest Chick in Metal", no Revolver Golden Gods Awards 2010, mas a vencedora desta categoria foi Maria Brink, vocalista do In This Moment. O evento que anunciou os vencedores aconteceu no dia 8 de abril, no Club Nokia em Los Angeles, e foi televiosionado pela MTV2.
Ela fez algumas tatuagens
no antebraço esquerdo, perna esquerda e na parte de trás do seu ombro
esquerdo. A sua tatuagem no antebraço é a palavra "Beulah" de Isaías 62:4, o seu pé tem a tatuagem de um cisne e no seu ombro mostra a Santíssima Trindade e uma pomba.
Lacey também já foi fotografada com vários versículos da Bíblia, provérbios e citações escritas em seu braço. Mas não são tatuagens, ela escreve em seu braço com um marcador permanente.
Ela casou-se, no dia 6 de setembro de 2008, com Joshua Sturm, guitarrista da banda Kairos e técnico de guitarra dos Flyleaf; mais tarde anunciou, no Facebook da banda, em 15 de novembro de 2010, que estava grávida e seu filho nasceria no começo de 2011. Joshua "Jack" Lewis Sturm nasceu em 9 de abril de 2011.
Foi um romancista de uma fecundidade extraordinária: escreveu 192 romances, 158 novelas,
alem de obras autobiográficas e numerosos artigos e reportagens sob seu
nome e mais 176 romances, dezenas de novelas, contos e artigos sob 27 pseudónimos diferentes.
As tiragens acumuladas de seus livros atingem mais de 500 milhões de
exemplares. É o autor belga (e o quarto autor de língua francesa) mais
traduzido em todo o mundo.
O seu personagem mais famoso é o Comissário Maigret, que participa em 75 novelas e 28 contos.
Daniel (Danny) Robert Worsnop (Yorkshire,4 de setembro de 1990), mais conhecido como Danny Worsnop, é um cantor e compositor britânico, vocalista da banda de rock inglesaAsking Alexandria. Tem uma carreira solo no country, é vocalista do supergrupo americano de hard rockWe Are Harlot e novamente assumiu os vocais do Asking Alexandria desde que regressou à banda, em outubro de 2016
Estudou como professor de escola e organista, e foi nessa qualidade que trabalhou em Linz, até se mudar, em 1868, para Viena, para ensinar harmonia, contraponto e órgão no Conservatório de Viena.
O seu sucesso como compositor não foi constante ao longo da sua
vida, sendo a sua aceitação muitas vezes condicionada pela sua
própria insegurança e as suas partituras traziam problemas
editoriais, devido à sua prontidão em revê-las e alterá-las. Bruckner
continuou a tradição austríaco-germânica de composição em grande
escala, sendo a sua técnica de composição influenciada pela sua
destreza como organista e consequentemente a improvisação formal. A
sua sinfonia mais popular é a n.º 4 em mi bemol maior.
Papa Gregório I (em latim: Gregorius I), O.S.B., conhecido como Gregório Magno ou Gregório, o Grande, foi papa
entre 3 de setembro de 590 e a sua morte, a 12 de março de 604, sendo
conhecido principalmente pelas suas obras, mais numerosas que as de
seus predecessores. Gregório é também conhecido como Gregório, o Dialogador na Ortodoxia
por causa de seus "Diálogos" e é por isso que seu nome aparece em
algumas obras listado como "Gregório Dialogus". Foi o primeiro papa a
ter sido monge (da Ordem de São Bento ou Ordem Beneditina) antes do pontificado.
A principal forma de cantochão ocidental, padronizada no final do século IX, é creditada ao papa Gregório Magno e, por isso, recebeu o nome de "canto gregoriano". Esta atribuição remonta à hagiografia de Gregório escrita por João, o Diácono, em 873, quase três séculos depois de sua morte, segundo a qual o canto que leva seu nome "é o resultado da fusão de elementos romanos e francos ocorrida durante o império franco-germânico controlado por Pepino, Carlos Magno e seus sucessores".
Freddie King (Chicago, 3 de setembro de 1934 – Dallas, 28 de dezembro de 1976) foi um músico, cantor e guitarrista de blues,
mais conhecido por suas músicas "Hide Away", "Have You Ever Loved a
Woman" e "Going Down". Foi considerado o 15º melhor guitarrista do
mundo pela revista norte-americana Rolling Stone.
King nasceu como Frederick Christian em Gilmer, Texas.
A sua mãe era Ella May King e o seu pai J.T. Christian. A sua mãe e o
seu tio começaram a ensiná-lo a tocar guitarra aos seis anos. Ele
gostou e imitou a música de Lightnin' Hopkins e do saxofonista Louis Jordan.
King tocava com uma palheta plástica de polegar e uma palheta de metal para o indicador. Ele atribuiu a Eddie Taylor
os ensinamentos sobre o uso das palhetas. A maneira de King usar a
alça da guitarra no ombro direito, sendo dextro, era única para sua
época. Freddie King era um dos artistas principais da cena do chamado Chicago blues dos anos 50 e 60, que era o local e época principal no desenvolvimento do chamado blues elétrico.
Alan Charles "Al" Jardine (Lima, 3 de setembro de 1942) é um dos membros fundadores, guitarrista e um dos vocalistas da banda norte-americana The Beach Boys.
A sua família mudou-se de Ohio para San Francisco e mais tarde para Hawthorne, onde, na escola, o então colega de turma Brian Wilson o convidou para participar da banda The Beach Boys.
Após a sua saída precoce da banda, em 1962, trabalhou na indústria na aérea de Los Angeles e foi substituído por David Marks. Jardine regressou à banda em 1963 apenas como substituto, depois voltou a ser membro oficial da banda, com a saída de Marks.
Jardine cantou canções como "Help Me, Rhonda" "Vegetables" "Then I
Kissed Her" e "Transcendental Meditation" e dividia os vocais com os
outros membros noutras.
Começando com o LP "Friends", Jardine também escreveu ou co-escreveu
uma série de músicas para a banda. A mais notável provavelmente foi
"California Saga: California" do álbum Holland.
A canção "Lady Lynda", que foi uma versão de "Jesu, Joy of Man's Desiring", foi um dos maiores hits da banda fora dos EUA.
Jardine deixou de fazer shows com os The Beach Boys em 1998, quando Carl Wilson morreu de cancro no pulmão.
Em 2006, por ocasião do 40º aniversário do álbum Pet Sounds, ele
apresentou-se com o grupo em turnê comemorativa. Em 2008, ele teve uma
queixa na justiça por Mike Love, pelo uso não autorizado do nome Beach
Boys, já que havia formado um grupo chamado Beach Boys Family &
Friends, em seguida renomeado como Al Jardine, Family & Friends.
O Volkswagen Carocha- primeiro modelo de automóvel fabricado pela companhia alemãVolkswagen; o carro mais vendido no mundo, ultrapassando, em 1972, o recorde que pertencia até então ao Ford Modelo T
If If freckles were lovely, and day was night, And measles were nice and a lie warn’t a lie, Life would be delight,— But things couldn’t go right For in such a sad plight I wouldn’t be I. If earth was heaven and now was hence, And past was present, and false was true, There might be some sense But I’d be in suspense For on such a pretense You wouldn’t be you. If fear was plucky, and globes were square, And dirt was cleanly and tears were glee Things would seem fair,— Yet they’d all despair, For if here was there We wouldn’t be we.
O Catar é um emirado absolutista e hereditário governado pela Casa de Thani desde meados do século XIX. As posições mais importantes no país são ocupadas por membros ou grupos próximos da família al-Thani. Em 1995 o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani tornou-se emir após depor o seu pai, Khalifa bin Hamad al Thani, num golpe de Estado.
Foi um protetoradobritânico até obter a independência a 3 de setembro de 1971. Desde então, tornou-se um dos estados mais ricos da região, devido às receitas oriundas do petróleo e do gás natural (possui a terceira maior reserva mundial de gás). Antes da descoberta do petróleo a sua economia era baseada principalmente na apanha de pérolas e no comércio marítimo. Atualmente, lidera a lista dos países mais ricos do mundo da revista Forbes e de países com maior desenvolvimento humano no mundo árabe. Desde a primeira Guerra do Golfo, tem sido um importante aliado militar dos Estados Unidos da América e atualmente abriga a sede do Comando Central da superpotência na região.
Com uma população estimada em 1,9 milhões de habitantes, apenas 250 mil são nativos. Os demais são trabalhadores estrangeiros, especialmente de outras nações árabes (13%), do subcontinente indiano (Índia 24%, Nepal 16%, Bangladesh 5%, Paquistão 4%, Sri Lanka 2%), do Sudeste Asiático (Filipinas 11%) e demais países (7%). Também é um dos poucos países do mundo em que os seus cidadãos não pagam impostos.
The Viking 2 mission was part of the American Viking program to Mars, and consisted of an orbiter and a lander essentially identical to that of the Viking 1 mission.
The Viking 2 lander operated on the surface for 1316 days, or 1281
sols, and was turned off on April 11, 1980 when its batteries failed.
The orbiter worked until July 25, 1978, returning almost 16,000 images in 706 orbits around Mars.
Mission profile
The craft was launched on September 9, 1975. Following launch using a Titan/Centaur launch vehicle and a 333-day cruise to Mars, the Viking 2 Orbiter began returning global images of Mars prior to orbit insertion. The orbiter was inserted into a 1500 x 33,000 km, 24.6 h Mars orbit on August 7, 1976 and trimmed to a 27.3 h site certification orbit with a periapsis
of 1499 km and an inclination of 55.2 degrees on 9 August. Imaging of
candidate sites was begun and the landing site was selected based on
these pictures and the images returned by the Viking 1 Orbiter.
The lander separated from the orbiter on September 3, 1976 at 22:37:50 UT and landed at Utopia Planitia.
Normal operations called for the structure connecting the orbiter and
lander (the bioshield) to be ejected after separation, but because of
problems with the separation the bioshield was left attached to the
orbiter. The orbit inclination was raised to 75 degrees on 30 September
1976.
Orbiter
The
orbiter primary mission ended at the beginning of solar conjunction on
October 5, 1976. The extended mission commenced on 14 December 1976
after solar conjunction. On 20 December 1976 the periapsis was lowered
to 778 km and the inclination raised to 80 degrees.
Operations included close approaches to Deimos
in October 1977 and the periapsis was lowered to 300 km and the period
changed to 24 hours on 23 October 1977. The orbiter developed a leak in
its propulsion system that vented its attitude control
gas. It was placed in a 302 × 33,176 km orbit and turned off on 25 July
1978 after returning almost 16,000 images in about 700–706 orbits
around Mars.
Lander
The lander and its aeroshell
separated from the orbiter on 3 September 19:39:59 UT. At the time of
separation, the lander was orbiting at about 4 km/s. After separation,
rockets fired to begin lander deorbit. After a few hours, at about 300 km attitude, the lander was reoriented for entry. The aeroshell with its ablative heat shield slowed the craft as it plunged through the atmosphere.
The Viking 2 Lander touched down about 200 km west of the crater Mie in Utopia Planitia.
Approximately 22 kg (49 lb) of propellants were left at landing. Due
to radar misidentification of a rock or highly reflective surface, the
thrusters fired an extra time 0.4 second before landing, cracking the
surface and raising dust. The lander settled down with one leg on a
rock, tilted at 8.2 degrees. The cameras began taking images immediately
after landing.
The Viking 2 lander was powered by radioisotope generators and
operated on the surface until April 11, 1980, when its batteries failed.
First color image (Viking Lander 2 Camera 2 sol 2, September 5, 1976) 14:36
De etnia croata, seus pais, Tonka e Damir Miličević, mudaram-se para Troy (Michigan) quando Tomo estava no 3º ano. É o irmão mais novo da modelo e atriz Ivana Miličević e o irmão mais velho de Filip.
É conhecido por ser o guitarrista dos 30 Seconds to Mars, mas antes de ter entrado nessa banda, andava numa pequena banda chamada Mophic.
Nos seus tempos de adolescência, Tomo foi baleado numa perna, mas numa
entrevista disse que não sentiu nada e queria manter a bala na sua
perna, embora os médicos a tivessem retirado.
Tomo praticou para ser um violinista profissional; ele começou a tocar
quando tinha 3 anos. O seu tio, Bill Miličević é músico profissional e
professor de música na universidade de Michingan. Tomo não gostava de
guitarras até que descobre o Rock na sua adolescência. A partir daí
ficou fã dos Nirvana,
"Nevermind" foi o primeiro álbum que ele comprou com o seu próprio
dinheiro. Mais tarde, Ivana levou-o a ver os Nirvana ao vivo, o primeiro
concerto de rock a que ele foi.
Tomo, com a ajuda do seu pai, fez uma guitarra, que na realidade lhe
iria custar mais que uma verdadeira. Tomo tem estado a tocar guitarra
profissionalmente há anos. Ele começou a escrever as suas próprias
músicas aos 17 anos.
Mais tarde tocou numa banda pequena de Michigan chamada Morphic. Uma vez, depois de os Morphic terem acabado, Tomo vendeu todos os seus instrumentos. Um dia, Shannon Leto, com tinha contactos, falou-lhe de uma audição para a banda 30 Seconds to Mars
A guitarra que ele e o seu pai construíram (Dolphin Telecaster com Distorção e Delay) foi tocada na gravação do álbum dos 30 Seconds to Mars, A Beautiful Lie (2005) na música A Modern Myth. Ele disse numa entrevista que depois de gravar chamou o seu pai para lhe dizer que ele usou a guitarra.
Ele juntou-se à banda 30 Seconds to Mars em 2003, quando esta perdeu o seu primeiro guitarrista.
Serenidade És Minha (À Memória de Fernando Pessoa)
Vem, serenidade! Vem cobrir a longa fadiga dos homens, este antigo desejo de nunca ser feliz a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade! Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros e com que os ombros subam à altura dos lábios, faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos. Carrega para a cama dos desempregados todas as coisas verdes, todas as coisas vis fechadas no cofre das águas: os corais, as anémonas, os monstros sublunares, as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.
Vem, serenidade, com o país veloz e virginal das ondas, com o martírio leve dos amantes sem Deus, com o cheiro sensual das pernas no cinema, com o vinho e as uvas e o frémito das virgens, com o macio ventre das mulheres violadas, com os filhos que os pais amaldiçoam, com as lanternas postas à beira dos abismos, e os segredos e os ninhos e o feno e as procissões sem padre, sem anjos e, contudo com Deus molhando os olhos e as esperanças dos pobres.
Vem, serenidade, com a paz e a guerra derrubar as selvagens florestas do instinto.
Vem, e levanta palácios na sombra. Tem a paciência de quem deixa entre os lábios um espaço absoluto.
Vem, e desponta, oriunda dos mares, orquídea fresca das noites vagabundas, serena espécie de contentamento, surpresa, plenitude.
Vem dos prédios sem almas e sem luzes, dos números irreais de todas as semanas, dos caixeiros sem cor e sem família, das flores que rebentam nas mãos dos namorados dos bancos que os jardins afogam no silêncio, das jarras que os marujos trazem sempre da China, dos aventais vermelhos com que as mulheres esperam a chegada da força e da vertigem.
Vem, serenidade, e põe no peito sujo dos ladrões a cruz dos crimes sem cadeia, põe na boca dos pobres o pão que eles precisam, põe nos olhos dos cegos a luz que lhes pertence.
Vem nos bicos dos pés para junto dos berços, para junto das campas dos jovens que morreram, para junto das artérias que servem de campo para o trigo, de mar para os navios.
Vem, serenidade! E do salgado bojo das tuas naus felizes despeja a confiança, a grande confiança. Grande como os teus braços, grande serenidade!
E põe teus pés na terra, e deixa que outras vozes se comovam contigo no Outono, no Inverno, no Verão, na Primavera.
Vem, serenidade, para que se não fale nem da paz nem da guerra nem de Deus, porque foi tudo junto e guardado e levado para a casa dos homens.
Vem, serenidade, vem com a madrugada, vem com os anjos de ouro que fugiram da Lua, com as nuvens que proíbem o céu, vem com o nevoeiro.
Vem com as meretrizes que chamam da janela, o volume dos corpos saciados na cama, as mil aparições do amor nas esquinas, as dívidas que os pais nos pagam em segredo, as costas que os marinheiros levantam quando arrastam o mar pelas ruas.
Vem, serenidade, e lembra-te de nós, que te esperamos há séculos sempre no mesmo sítio, um sítio aonde a morte tem todos os direitos.
Lembra-te da miséria dourada dos meus versos, desta roupa de imagens que me cobre o corpo silencioso, das noites que passei perseguindo uma estrela, do hálito, da fome, da doença, do crime, com que dou vida e morte a mim próprio e aos outros.
Vem, serenidade, e acaba com o vício de plantar roseiras no duro chão dos dias, vicio de beber água com o copo do vinho milagroso do sangue.
Vem, serenidade, não apagues ainda a lâmpada que forra os cantos do meu quarto, o papel com que embrulho meus rios de aventura em que vai navegando o futuro.
Vem, serenidade! E pousa, mais serena que as mãos de minha Mãe, mais húmida que a pele marítima do cais, mais branca que o soluço, o silêncio, a origem, mais livre que uma ave em seu vôo, mais branda que a grávida brandura do papel em que escrevo, mais humana e alegre que o sorriso das noivas, do que a voz dos amigos, do que o sol nas searas.
De manhã, quando as carroças de hortaliça chiam por dentro da lisa e sonolenta tarefa terminada, quando um ramo de flores matinais é uma ofensa ao nosso limitado horizonte, quando os astros entregam ao carteiro surpreendido mais um postal da esperança enigmática, quando os tacões furados pelos relógios podres, pelas tardes por trás das grades e dos muros, pelas convencionais visitas aos enfermos, formam, em densos ângulos de humano desespero, uma nuvem que aumenta a vã periferia que rodeia a cidade, é então que eu te peço como quem pede amor: Vem, serenidade!
Com a medalha, os gestos e os teus olhos azuis, vem, serenidade!
Com as horas maiúsculas do cio, com os músculos inchados da preguiça, vem, serenidade!
Vem, com o perturbante mistério dos cabelos, o riso que não é da boca nem dos dentes mas que se espalha, inteiro, num corpo alucinado de bandeira.
Vem, serenidade, antes que os passos da noite vigilante arranquem as primeiras unhas da madrugada, antes que as ruas cheias de corações de gás se percam no fantástico cenário da cidade, antes que, nos pés dormentes dos pedintes, a cólera lhes acenda brasas nos cinco dedos, a revolta semeie florestas de gritos e a raiva vá partir as amarras diárias.
Vem, serenidade, leva-me num vagão de mercadorias, num convés de algodão e borracha e madeira, na hélice emigrante, na tábua azul dos peixes, na carnívora concha do sono.
Leva-me para longe deste bíblico espaço, desta confusão abúlica dos mitos, deste enorme pulmão de silêncio e vergonha. Longe das sentinelas de mármore que exigem passaporte a quem passa.
A bordo, no porão, conversando com velhos tripulantes descalços, crianças criminosas fugidas à policia, moços contrabandistas, negociantes mouros, emigrados políticos que vão em busca da perdida liberdade, Vem, serenidade, e leva-me contigo. Com ciganos comendo amoras e limões, e música de harmônio, e ciúme, e vinganças, e subindo nos ares o livre e musical facho rubro que une os seios da terra ao Sol.
Vem, serenidade! Os comboios nos esperam. Há famílias inteiras com o jantar na mesa, aguardando que batam, que empurrem, que irrompam pela porta levíssima, e que a porta se abra e por ela se entornem os frutos e a justiça.
Serenidade, eu rezo: Acorda minha Mãe quando ela dorme, quando ela tem no rosto a solidão completa de quem passou a noite perguntando por mim, de quem perdeu de vista o meu destino.
Ajuda-me a cumprir a missão de poeta, a confundir, numa só e lúcida claridade, a palavra esquecida no coração do homem.
Vem, serenidade, e absolve os vencidos, regulariza o trânsito cardíaco dos sonhos e dá-lhes nomes novos, novos ventos, novos portos, novos pulsos.
E recorda comigo o barulho das ondas, as mentiras da fé, os amigos medrosos, os assombros daÍndia imaginada, o espanto aprendiz da nossa fala, ainda nossa, ainda bela, ainda livre destes montes altíssimos que tapam as veias ao Oceano.
Vem, serenidade, e faz que não fiquemos doentes, só de ver que a beleza não nasce dia a dia na terra.
E reúne os pedaços dos espelhos partidos, e não cedas demais ao vislumbre de vermos a nossa idade exacta outra vez paralela ao percurso dos pássaros.
E dá asas ao peso da melancolia, e põe ordem no caos e carne nos espectros, e ensina aos suicidas a volúpia do baile, e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem, e não apagues nunca o fogo que os consome. o impulso que os coloca, nus e iluminados, no topo das montanhas, no extremo dos mastros na chaminé do sangue.
Serenidade, assiste à multiplicação original do Mundo: Um manto terníssimo de espuma, um ninho de corais, de limos, de cabelos, um universo de algas despidas e retrácteis, um polvo de ternura deliciosa e fresca.
Vem, e compartilha das mais simples paixões, do jogo que jogamos sem parceiro, dos humilhantes nós que a garganta irradia, da suspeita violenta, do inesperado abrigo.
Vem, com teu frio de esquecimento, com tua alucinante e alucinada mão, e põe, no religioso ofício do poema, a alegria, a fé, os milagres, a luz!
Vem, e defende-me da traição dos encontros, do engano na presença de Aquele cuja palavra é silêncio, cujo corpo é de ar, cujo amor é demais absoluto e eterno para ser meu, que o amo.
Para sempre irreal, para sempre obscena, para sempre inocente, Serenidade, és minha.
Nome: Raul Maria Penedo de Carvalho Nascimento: 04-09-1920, Alvito Morte: 03-09-1984, Porto
Poeta português, nasceu a 4 de setembro de 1920, no Alvito, Alentejo, e
morreu a 3 de setembro de 1984, no Porto. Colaborou, nos anos 40, em Cadernos de Poesia, revelando-se com a publicação de As Sombras e as Vozes,
ainda próximo de uma poesia tradicional a que não é alheio o influxo
neo-realista. Co-dirigiu, com os poetas António Luís Moita, António
Ramos Rosa, José Terra e Luís Amaro, entre 1951 e 1953, a revista Árvore,
subscrevendo, no n.° 1, em "A Necessidade da Poesia", como imperativos
da escrita poética, a liberdade e a isenção ("Não pode haver razões de
ordem social que limitem a altitude ou a profundidade dum universo
poético, que se oponham à liberdade de pesquisa e apropriação dum
conteúdo cuja complexidade exige novas formas, o ir-até-ao-fim das
possibilidades criadoras e expressivas."). É durante esta década que
Raul de Carvalho escreve ou publica alguns dos seus títulos mais
significativos, recebendo, como reconhecimento da sua actividade, em
1956, o Prémio Simon Bolivar no Concurso Internacional de Poesia de
Siena. Colaboraria ainda em Cadernos do Meio-Dia, num itinerário
poético de cerca de quarenta anos, permeável por vezes a um
imediatismo, herdado de Campos ou Whitman, e onde ecoam "os sinais de
um doloroso percurso pessoal" (cf. FERREIRA, Serafim - "Nos Oitenta
Anos do Nascimento de Raul de Carvalho", in A Página da Educação,
n.° 94, Setembro de 2000). Para Eduardo Lourenço, "a outra metade da
inesgotável imagem de Campos, recriação e aprofundamento original de uma
similar sensibilidade, revive na obra de Raul de Carvalho, um dos mais
autênticos e puros poetas do seu e nosso tempo. A torrente admirável
do seu lirismo encobre um pouco o secreto gesto que nela está
empurrando sem cessar a solidão do Homem para um ponto que fica algures
no universo. Na sua poesia se unificam e resgatam até os bocados que
havia a mais na jarra definitivamente partida de Pessoa." (LOURENÇO,
Eduardo - Tempo e Poesia, Ed. Inova, Porto, 1974, p. 219).
Deito fora as imagens, Sem ti para que me servem as imagens?
Preciso habituar-me a substituir-te pelo vento, que está em toda a parte e cuja direcção é igualmente passageira e verídica.
Preciso habituar-me ao eco dos teus passos numa casa deserta, ao trémulo vigor de todos os teus gestos invisíveis, à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve a não ser eu.
Serei feliz sem as imagens. As imagens não dão felicidade a ninguém.
Era mais difícil perder-te, e, no entanto, perdi-te.
Era mais difícil inventar-te, e eu te inventei.
Posso passar sem as imagens assim como posso passar sem ti.
E hei-de ser feliz ainda que isso não seja ser feliz.
Os seus versos continham muitas vezes pedidos, pleiteando um cargo na
secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como
oficial de secretaria.
Foi um professor
durante quinze anos, mas esta vida desagradava-lhe, pois era
inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos
Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar
de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas.
Ficou pela superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da
época. O seu cómico consistia no agravamento das proporções,
hipertrofiando o exagero que encontrava.
Vai, mísero cavalo lazarento, Pastar longas campinas livremente; Não percas tempo, enquanto to consente De magros cães faminto ajuntamento. Esta sela, teu único ornamento, Para sinal da minha dor veemente, De torto prego ficará pendente, Despojo inútil do inconstante vento. Morre em paz, que, em havendo algum dinheiro, Hei-de mandar, em honra de teu nome, Abrir em negra pedra este letreiro: «Aqui piedoso entulho os ossos come Do mais fiel, mais rápido sendeiro, Que fora eterno, a não morrer de fome».