sábado, setembro 22, 2018

Notícia de paleontologia interessante

Enigma finalmente resolvido: Dickinsonia é o animal mais antigo já descoberto 

Dickinsonia encontrado perto do mar Branco, na Rússia

Vestígios moleculares de colesterol descobertos num fóssil revelaram a cientistas australianos o animal mais antigo já descoberto, que terá vivido há 558 milhões de anos, resolvendo um enigma de décadas.
Batizado de Dickinsonia, este animal tinha cerca de 140 centímetros de comprimento e forma oval, com segmentos semelhantes a costelas ao longo do corpo, segundo o estudo publicado, esta sexta-feira, na revista Science.
O fóssil perfeitamente preservado numa área remota no noroeste da Rússia continha moléculas de colesterol, uma forma de gordura característica do reino animal. “A gordura é uma espécie de carimbo da vida animal”, escreveram os autores do estudo, citados pela BBC.
“As moléculas de gordura fóssil que encontrámos provam que os ‘Dickinsonia’ eram grandes e abundantes há 558 milhões de anos, milhões de anos antes do que se pensava”, afirmou Jochen Brocks, investigador da Universidade Nacional Australiana.
Há mais de 75 anos que os cientistas debatiam o que seria o “Dickinsonia” e outros fósseis que ainda não tinham conseguido identificar no período anterior ao Câmbrico, que, há 540 milhões de anos, representou uma explosão da diversidade de formas de vida, com o aparecimento das formas modernas de vida prevalecentes nos fósseis: moluscos, vermes, artrópodes e esponjas.
“Esse fóssil confirma agora que o ‘Dickinsonia’ é o animal mais antigo já descoberto, resolvendo um mistério de décadas que tem sido  o Santo Graal da Paleontologia“, acrescenta Brocks, citado pelo Independent.
O problema dos investigadores tinha sido encontrar fósseis de “Dickinsonia” com restos de matéria orgânica, uma vez que a maior parte das rochas onde foram descobertos tinham sofrido milhões de anos de desgaste.
A matéria orgânica acabou por ser encontrada em amostras de rochas na Rússia, em áreas que só são acessíveis de helicóptero.
“Estes fósseis estavam no meio de falésias no Mar Branco, a 60 e 100 metros de altura. Tive que me pendurar numa corda e escavar pedaços enormes de rocha, lavá-los e repetir até encontrar fósseis como os que procurava”, afirmou o investigador Ilya Bobrovskiy.
Além dos australianos, também colaboraram na investigação cientistas da Academia das Ciências Russa e do Instituto Max Planck para a Biogeoquímica e da universidade alemã de Bremen.

in ZAP

Andrea Bocelli faz hoje sessenta anos!

Andrea Bocelli (Lajatico, 22 de setembro de 1958) é um tenor, compositor e produtor musical italiano. Tendo ganho cinco BRIT Awards e três Grammys, Bocelli é um tenor que gravou quatro óperas completas (La Bohème, Il Trovatore, Werther e Tosca), além de vários álbuns clássicos e populares.
  
Início de vida
Andrea Bocelli nasceu na cidade de Lajatico em 1958. Filho de Alessandro e Edi Bocelli, Andrea cresceu na fazenda da família, a cerca de 40 km da cidade de Pisa. Desde que nasceu, o pequeno Bocelli possuia evidentes problemas de perda de visão e após vários estudos clínicos Andrea foi diagnosticado com glaucoma. Quando Bocelli tinha doze anos, enquanto jogava futebol, foi atingido na cabeça, e perdeu definitivamente a visão.
Durante a infância, Andrea apaixonou-se pela música e a sua mãe, Edi, costumava dizer que a música era a única coisa que o consolava após a perda completa da visão. Aos seis anos de idade, iniciou as suas aulas de piano e depois as de flauta, saxofone, trompete, harpa, violão e bateria. Na infância, Andrea tocava órgão na igreja que se situava próxima da casa, onde ia todos os domingos com a avó. Aos doze anos de idade venceu o prémio Margherita d'Oro, em Viareggio, com a canção "O Sole Mio", constituindo a primeira vitória numa competição musical.
Após a conclusão do seu ensino secundário, em 1980, Bocelli foi para a Universidade de Pisa, onde se licenciou em Direito. Depois de trabalhar durante um ano como advogado, Andrea teve aulas de canto do maestro Luciano Bettarini, passando a dedicar-se à música a tempo integral.
Bocelli nunca parou o treino vocal, fazendo "master classes" com o famoso tenor Franco Corelli, em Turim.
Em 1992 o astro do rock italiano Zucchero Fornaciari testou Andrea quanto procurava tenores para fazer um dueto com ele na canção "Miserere"; quando ouviu a gravação, o tenor Luciano Pavarotti implorou a Zucchero para usar Andrea em vez dele. Enfim, a música foi gravada com Pavarotti, mas Andrea Bocelli acompanhou Zucchero no tour europeu.
Em 1994 Andrea apresentou-se no Festival de San Remo (Festival da canção italiana), ganhando o evento com a canção "Il mare calmo della sera", o que o levou ao primeiro disco de ouro. No mesmo ano, estreou na ópera Macbeth, de Giuseppe Verdi, com o papel de Macduff, cantou no concerto beneficente de Pavarotti em Modena e apresentou-se para o Papa João Paulo II no Natal. Em 1995 sua canção "Con te partirò" ficou em quarto lugar no Festival de San Remo.
Bocelli tem dois filhos: Amos (nascido em 1995) e Matteo (nascido em 1997). Foi casado, mas está separado da sua primeira e única mulher, Enrica.
    
Carreira internacional
Em 1996 cantou com a soprano inglesa Sarah Brightman uma versão em dueto de "Con te partirò", intitulada "Time to Say Goodbye" ("Hora de Dizer Adeus"), que bateu recordes de vendas e ficou no top das dez canções mais tocadas no mundo durante quase seis meses. Nos anos seguintes, Andrea apresentou-se em Paris, Bolonha, Torre del Lago e Vaticano. Lançou mais álbuns até à sua entrada no mercado americano, com um concerto no John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington D.C. e uma receção na Casa Branca. Naquele ano e em 1999 Andrea partiu em turnê pela América do Norte e América do Sul e fez duetos com Céline Dion, além de apresentar-se na primeira ópera totalmente transmitida ao vivo pela Internet da Detroit Opera House ("Ópera de Detroit"), com Denyce Graves.
Gravou em 1998 com a cantora brasileira Sandy Leah Lima a canção "Vivo por ela", música que foi muito executada nas rádios do Brasil.
Em 2002, Andrea repetiu a turnê pela América, ganhando dois "World Music Awards". Desde então, Andrea continuou a carreira com aparições em concertos no mundo inteiro, cantando inclusive durante o All-Star Weekend da NBA de 2006 em Houston, Texas. Cantou "Because We Believe" ("Porque Nós Acreditamos"), do seu álbum Amore (lançado em 2006), na cerimónia de encerramento das Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 em Turim, Itália.
Em 2006, Bocelli trabalhou com os seis finalistas do programa de televisão American Idol, ajudando-os a cantar as canções escolhidas segundo o tema da semana: "classic love songs" (músicas românticas clássicas).
  
Caritas
Bocelli cantou em muitos eventos de caridade e em várias outras ocasiões no mundo inteiro, como no local dos destroços do World Trade Center, em outubro de 2001, em eventos "Pavarotti & Friends" ("Pavarotti & Amigos"), concertos para a fundação de pesquisa ARPA (da qual ele é presidente honorário) em Pisa, Itália, participou no projeto de CD, feito por Sharon Osbourne para o fundo de ajuda para as vítimas do Tsunami de 2004 e apresentou-se num grande concerto transmitido pela televisão na Itália em março de 2005, chamado "Music for Asia" ("Música para a Ásia"). Andrea também gravou com a cantora brasileira Sandy (da dupla Sandy & Junior) quando ela ainda era menina, a música "Vivo Por Ella" (versão em espanhol de "Vivo per Lei"), no ano de 1999.
Não se limitando só a cantar, Andrea contribuiu para vários trabalhos escritos, incluindo pequeno texto sobre amizade em compilação feita por Doris S. Platt e o prefácio e um "capítulo-entrevista" para um livro italiano sobre guarda conjunta. Ele também escreveu uma autobiografia, La musica del silenzio (A música do silêncio), que foi publicada em 1999. A tradução inglesa do livro foi lançada no ano seguinte, com o nome Andrea Bocelli: The Autobiography (Andrea Bocelli: A Autobiografia).
   
 
 
Andrea Bocelli - Con Te Partiro
  
Quando sono solo
Sogno all'orizzonte
E mancan le parole
Si lo so che non c'è luce
In una stanza quando manca il sole
Se non ci sei tu con me, con me
  
Su le finestre
Mostra a tutti il mio cuore
Che hai acceso
Chiudi dentro me
La luce che
Hai incontrato per strada
  
Con te partirò
Paesi che non ho mai
Veduto e vissuto con te
Adesso si li vivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li vivrò
 
Quando sei lontana
Sogna all'orizzonte
E mancan le parole
E io si lo so
Che sei con me, con me
Tu mia luna tu sei qui con me
Mio sole tu sei qui con me, con me
Con me, con me...
  
Con te partirò
Paesi che non ho mai
Veduto e vissuto con te
Adesso sì le vivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li rivivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li rivivrò
Con te partirò

 
Io con te

sexta-feira, setembro 21, 2018

Boz Burrell, ex-membro dos King Crimson e Bad Company, morreu há doze anos

Boz Burrell (nascido Raymond Burrell; 1 de agosto de 1946, Lincoln, Inglaterra - 21 de setembro de 2006, Marbella, Espanha) foi um baixista e guitarrista conhecido por integrar bandas como King Crimson e Bad Company.
Entrou para os King Crimson como vocalista mas, como a banda precisava de um baixista, o guitarrista Robert Fripp rapidamente o ensinou a tocar baixo. Mais tarde entrou para os Bad Company, em 1973, para tocar baixo, obtendo grande sucesso comercial durante as décadas de 70, 80 e 90. Posteriormente começou a trabalhar na área dos blues, tocando com Tam White. Morreu a 21 de setembro de 2006, por causa de um ataque cardíaco.
  
 

Leonard Cohen nasceu há 84 anos

Embora seja mais conhecido pelas suas canções, que alcançaram notoriedade tanto na sua voz quanto na de outros intérpretes, Cohen passou a dedicar-se à música apenas depois de ter trinta anos, já então consagrado como autor de romances e livros de poesia.
   
     

quinta-feira, setembro 20, 2018

Alberto de Lacerda nasceu há noventa anos

(imagem daqui)

Alberto Correia de Lacerda (Ilha de Moçambique, 20 de setembro de 1928 - Londres, 26 de agosto de 2007) foi um poeta português.
Nascido no Norte de Moçambique, Alberto de Lacerda veio para Lisboa em 1946. Em 1951 fixou-se em Londres trabalhando como locutor e jornalista da BBC, efectuado um notável trabalho de divulgação de poetas como Camões, Pessoa e Sena. Nos anos seguintes viajou pela Europa e esteve no Brasil em 1959 e 1960. A partir de 1967 começa a leccionar na Universidade de Austin, no Texas, EUA, onde se manteve durante cinco anos, fazendo uma breve passagem pela Universidade de Columbia, de Nova Iorque, até se fixar, em 1972, como professor de poética, na Universidade de Boston, Massachusetts.
Estreou-se em Portugal com uma série de poemas publicados na revista Portucale. Foi um dos fundadores da revista de poesia Távola Redonda, juntamente com Ruy Cinatti, António Manuel Couto Viana e David Mourão-Ferreira. Os seus poemas foram traduzidos para o inglês, castelhano, alemão e holandês, entre várias outras línguas. É descrito como possuindo uma linguagem pouco adjectivada mas rica em imagística, reveladora de um mundo misterioso oculto na vulgaridade das coisas. Alberto de Lacerda é também autor de colagens, tendo chegado a expor, nos anos 80, na Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa.
Faleceu em Londres a 26 de agosto de 2007. Apesar do número relativamente pequeno de obras publicadas, Lacerda deixou um vasto espólio e de grande importância, composto, nomeadamente, por correspondência com grandes figuras da cultura, estrangeiras e portuguesas, tais como Maria Helena Vieira da Silva e o marido Árpád Szenes ou ainda Paula Rego.
  
Poesia
1955 - 77 Poemas
1961 - Palácio
1963 - Exílio
1969 - Selected Poems
1981 - Tauromagia
1984 - Oferenda I (77 Poemas, Palácio, Exílio, Tauomagia, Lisboa e Cor: Azul)
1987 - Elegias de Londres
1988 - Meio-dia (Prémio Pen Club)
1991 - Sonetos
1994 - Oferenda II (Opus 7, Ariel e a Luz e Mecânica Celeste)
1997 - Átrio
2001 - Horizonte
2010 (póstumo) - O Pajem Formidável dos Indícios
2018 - ‘’Labareda - Poemas Escolhidos’’ (selecção e prefácio de Luís Amorim de Sousa)
  
  
Como é belo seu rosto matutino

Como é belo seu rosto matutino
Sua plácida sombra quando anda

Lembra florestas e lembra o mar
O mar o sol a pique sobre o mar

Não tive amigo assim na minha infância
Não é isso que busco quando o vejo
Alheio como a brisa
Não busco nada
Sei apenas que passa quando passa
Seu rosto matutino
Um som de queda de água
Uma promessa inumana
Uma ilha uma ilha
Que só vento habita
E os pássaros azuis


in
Exílio (1963) - Alberto de Lacerda

quarta-feira, setembro 19, 2018

Coriolis morreu há 175 anos

Gaspard-Gustave Coriolis ou Gaspard-Gustave de Coriolis ou ainda Gustave Coriolis (Nancy, 21 de maio de 1792 - Paris, 19 de setembro de 1843) foi um matemático e engenheiro mecânico francês.
Foi professor de Análise Geométrica e de Mecânica Geral na École Centrale des Arts et Manufactures. É conhecido principalmente pelo teorema da mecânica que leva seu nome e pela força inercial de Coriolis, que corresponde a uma lei da cinética: Toda partícula em movimento no hemisfério norte é desviada para a sua direita (e para a sua esquerda no hemisfério sul).
Na sua tese Du calcul de l'effet des machines denomina de trabalho a integral {\displaystyle \int {\vec {f}}\ \,{\vec {dl}}\ }, até então designada como energia mecânica, quantidade de ação ou efeito dinâmico, precisando a ambiguidade dessas expressões, que ele considera inapropriadas. A ciência dar-lhe-á razão.
A sua sepultura encontra-se no Cemitério do Montparnasse.
É um dos 72 nomes perpetuados na Torre Eiffel.


O avô do atual Duque de Bragança nasceu há 165 anos

D. Miguel II de Bragança (nome completo Miguel Maria Carlos Egídio Constantino Gabriel Rafael Gonzaga Francisco de Paula e de Assis Januário de Bragança; Kleinheubach, 19 de setembro de 1853 - Seebenstein, 11 de outubro de 1927) foi o único filho varão de D. Miguel I e da sua consorte, Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, e pretendente ao trono português.
Vida
Nascido em 19 de setembro de 1853, no Castelo de Kleinheubach, na Baviera, estado que na época, pertencia ao Império Alemão, atual Alemanha. Miguel de Bragança estudou no Colégio de São Clemente, em Metz, e frequentou a Universidade de Innsbruck, no Tirol, na época Império Austro-Húngaro, atual Áustria. Foi nomeado alferes do décimo quarto Regimento de Dragões, tomando parte na campanha de ocupação da Bósnia.
Após a morte do seu pai, em 1866, passou a ser o herdeiro da Coroa portuguesa para o Partido Legitimista, defensor da monarquia tradicional e opositor ao regime monárquico constitucional então em vigor. Foi pretendente ao trono durante os reinados de D. Luís I, D. Carlos I e D. Manuel II de Portugal.
D. Miguel de Bragança foi agraciado em 1890, pelo imperador Francisco José I, com o privilégio da extra-territorialidade. Terá visitado apenas uma vez Portugal, passando completamente despercebido. Desde a Convenção de Évora Monte (1834) e a vitória dos exércitos da Quádrupla Aliança apoiantes de D. Pedro IV, os descendentes de D. Miguel I encontravam-se excluídos da sucessão à Coroa e interditos de pisarem o território nacional pela Carta de Lei de 19 de Dezembro de 1834. Esta Lei será retomada na implantação da República, tornando-a extensível a toda a família de Bragança, mas acabou sendo formalmente revogada pela Assembleia Nacional em 1950 (Lei n.º 2040 de 27 de maio). Para os monárquicos constitucionais, a lei de banimento fora revogada do sistema Constitucional desde 1842, quando se anulara a Constituição de 1838.
Em 1912, D. Miguel II subscreveu o Pacto de Dover com El-Rei D. Manuel II, abrindo o caminho à resolução definitiva de uma questão dinástica que, depois de 1834, vinha dilacerando a causa da monarquia em Portugal.
Durante a Primeira Guerra Mundial, integrou o exército austríaco, do qual se retirou quando Portugal entrou no conflito em 1916. Apesar de se ter retirado das fileiras do exército austríaco, renunciou a favor do seu filho mais novo, D. Duarte Nuno de Bragança, pai do atual Duque de Bragança, em Bronnbach, a 30 de julho de 1920, a pedido de uma comissão de monárquicos, representante do Partido Legitimista e da Junta Central do Integralismo Lusitano.
Veio a falecer em Seebenstein, na Áustria, em 11 de outubro de 1927.

Um sismo arrasou a Cidade do México há 33 anos

Cidade do México - o Hospital Geral em colapso
  
O Sismo da Cidade do México de 1985, ocorrido no dia 19 de setembro de 1985, foi um dos sismos mais devastadores da história da América.
  
O evento
A 19 de setembro de 1985, uma quinta-feira, às 07.19 horas, a Cidade do México foi abalada por um sismo de magnitude 8,1 na escala de Richter, com epicentro no Oceano Pacífico, (coordenadas 17.6 N e 102.5 ), próximo de Lázaro Cárdenas, Michoacán. Trinta seis horas depois ocorreria uma réplica de magnitude 7,3 na escala de Richter . O primeiro sismo foi sentido em locais distantes como Houston, Cidade da Guatemala e Chiapas e gerou um tsunami que causou alguns danos próximo de Lázaro Cárdenas, com uma altura máxima de 3 metros.
   
Vítimas e danos
Estima-se que este sismo tenha afectado seriamente cerca de 825 000 km2 de território e sentido por cerca de 20 milhões de pessoas. Foram contabilizadas 412 construções totalmente destruídas e 3124 seriamente danificadas na Cidade do México (a maior parte das quais com uma altura entre 8 e 18 pisos). Foram também registados danos significativos em zonas dos estados de Jalisco, Michoacán, Colima, Guerrero, Morelos e Veracruz.
Toda a cidade foi abalada, mas as áreas mais afectadas foram aquelas situadas sobre o que em tempos foi o lago de Texcoco, na antiga Tenochtitlán. Os sedimentos não consolidados situados sob as construções e a negligência na construção dos edifícios foram os motivos principais que levaram ao colapso de tantas estruturas.
Após mais de dois minutos, a terra deixou de tremer, e, nessa altura, parte do centro da cidade estava em ruínas. Entre as construções destruídas contam-se várias escolas, cerca de 100 mil habitações, o edifício da emissora Televisa, vários edifícios governamentais e alguns hospitais. O número de vítimas foi estimado em 9.500 mortos (havendo algumas fontes que apontam até 35.000 mortos), 30.000 feridos, e 100.000 desalojados. As equipas de socorro terão salvo cerca de 4.000 pessoas, incluindo recém-nascidos de um hospital.
O governo foi criticado por ter se recusado a receber ajuda internacional e pela demora no início do socorro às vítimas. O valor dos danos causados por este sismo foi estimado em 4 mil milhões de dólares.
  

Gram Parsons morreu há 45 anos

Gram Parsons (Winterhaven, Flórida, 5 de novembro de 1946 - Joshua Tree, Califórnia, 19 de setembro de 1973) foi um cantor, compositor e guitarrista dos Estados Unidos da América que trabalhou com bandas como The Byrds e Flying Burrito Brothers. É considerado um dos precursores do country rock (surgido no final dos anos 60) e do alt-country (anos 90). É também co-autor de clássicos como Hickory Wind, Juanita, Sin City e In My Hour of Darkness. Ao invés de country progressivo, country continental ou country-rock, rótulos dados pela imprensa, preferia definir a sua música como cosmic american music, ou seja, música cósmica americana.

Biografia
Nascido Cecil Ingram Connor III numa família enriquecida pela exploração de citrinos, Parsons formou várias bandas a partir dos seus doze anos de idade. A primeira com intenções profissionais foi The Shilos (1963), que chegou a gravar várias faixas, mais tarde reunidas no LP póstumo The Early Years, 1963 - 1965, lançado em 1979.
Em 1965, estudou Teologia durante um semestre na Universidade de Harvard, de onde saiu para entrar na International Submarine Band, cujo som era um rock com forte componente country. O grupo foi para Nova York no ano seguinte e, após gravar dois compactos que passaram despercebidos, mudou-se para Los Angeles, onde lançou o LP Safe at Home em 1968, uma coleção de conhecidas canções country acrescidas de quatro composições do próprio Parsons (uma delas, Luxury Liner, iria tornar-se conhecida na voz de Emmylou Harris, anos depois).
Com o fim da banda, Parsons foi contratado para tocar piano na banda The Byrds, que precisava de alguém para substituir o recém-saído David Crosby. Parsons ajudou o baixista Chris Hillman e o guitarrista Roger McGuinn a moldar o som de Sweetheart of the Rodeo, um álbum country desprezado pelos fãs quando foi lançado em 1968, mas hoje considerado um clássico. As únicas músicas originais do disco foram escritas por Parsons: One Hundred Years From Now e a inúmeras vezes gravada Hickory Wind, esta em parceria com Bob Buchanan. Os vocais principais deveriam ter sido feitos por ele, porém, questões contratuais, fizeram com que a sua voz fosse quase completamente apagada das gravações.
Parsons deixou os Byrds poucos meses depois, por não concordar em apresentar-se na África do Sul, naquele tempo ainda dividida pelo apartheid. Como estava na Inglaterra, acabou por se tornar amigo de Mick Jagger e, principalmente, de Keith Richards, com quem passava horas tocando antigas e obscuras canções, o que renovou neste o interesse pela música country. Chegou a ser ventilado, inclusive, que Parsons seria o verdadeiro autor das clássicas Wild Horses e Honky Tonk Women, mas a ele pode-se imputar, apenas, o arranjo da versão country dessa última, gravada como Country Honk no álbum Lei It Bleed. De qualquer forma, é inegável a influência de Parsons na chamada Trindade de Ouro dos Rolling Stones, que compreende os discos Beggars Banquet, Let It Bleed e Sticky Fingers, de 1968, 1969 e 1971, respectivamente. Essa influência pode ser sentida também, ainda que com menor intensidade, em Exile on Main Street, de 1972. Coincidência ou não, esse período é unanimemente reconhecido como o mais profícuo e importante da história da banda, o período em que os Rolling Stones mereceram o epíteto de Maior Banda de Rock do Mundo.
De volta aos Estados Unidos e a Los Angeles, Parsons se juntou a Chris Hillman para formar os Flying Burrito Brothers. A banda lançou em 1969 o álbum de country-rock The Gilded Palace of Sin, um fracasso comercial, mas que exerceu enorme influência sobre inúmeros músicos (The Eagles entre eles), além de receber críticas entusiásticas. Aqui Parsons deu mostra de todo o seu talento em canções como Sin City, Wheels, Juanita, My Uncle etc. No ano seguinte, com Parsons já a mostrar desinteresse e com problemas com drogas, saiu Burrito DeLuxe, que não contém grandes faixas e cuja maior atração é Wild Horses (Jagger/Richards), a primeira gravação dessa que se tornaria um clássico perene dos Rolling Stones.
Tendo deixado os Burritos, Parsons passou os dois anos seguintes em improdutivas sessões de estúdio e acompanhando os Stones na sua excursão de 1971 e nas sessões do álbum Exile on Main Street. No entanto, as suas disputas com a esposa Gretchen Burrell e problemas com álcool, cocaína e heroína levaram-no a ser expulso por Anita Pallenberg, companheira de Keith Richards.
Em 1972, depois de ser repelido pela banda mais uma vez, o amigo Chris Hillman apresentou-lhe Emmylou Harris, que se tornaria membro da sua banda, The Fallen Angels, e objeto de mútuo amor platónico até à sua morte. GP, de 1973, o  seu primeiro disco solo, vendeu pouco mas foi bem recebido pela crítica. Após a excursão que se seguiu, com Emmylou Harris deixando os vocais de apoio (coros) para se tornar a sua parceira em duetos, Parsons e a banda começaram as gravações do que se tornaria Grievous Angel (lançado em 1974), um álbum menos coeso que o anterior, mas que contém algumas das suas melhores canções, como Return of the Grievous Angel (Brown/Parsons), In My Hour of Darkness (Harris/Parsons), Hickory Wind (Hillman/Parsons) e Brass Buttons (Parsons), além da sua versão de Love Hurts (Bryant).
Com o final das sessões, Parsons saiu para férias, regadas a álcool e drogas na maior parte do tempo. Em 19 de setembro de 1973 foi encontrado morto em um quarto de motel em Joshua Tree, na Califórnia. Causa da morte: overdose de morfina e tequila.
Nos anos que se seguiram, Emmylou Harris, já na carreira a solo,  encarregar-se-ia de levar a sua obra às gerações seguintes, gravando e tocando suas músicas em shows ou onde quer que se apresentasse. Ela também escreveu uma canção dedicada a ele, Boulder to Birmingham (Harris/Danoff) e levou os músicos da Fallen Angels James Burton e Barry Tashian (guitarra) e Glen D. Hardin (piano, órgão) para a sua Hot Band.
Gram Parsons influenciou inúmeros músicos ao longo de todos estes anos. Uma lista parcial seguramente incluiria: Rodney Crowell, Dave Edmunds, Elvis Costello, Jayhawks, Marty Stuart, Black Crowes, Lemonheads, Nick Lowe, Uncle Tupelo, U2, Son Volt, Tom Petty e os já citados Eagles, Rolling Stones e Emmylou Harris.
  
 

Há 27 anos foi descoberta uma múmia nos Alpes

Oetzi Memorial.jpg  
Memorial a Ötzi
  
Ötzi ou Múmia de Similaun é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5.300 anos. A múmia foi encontrada por alpinistas nos Alpes italianos em 1991, em um glaciar dos Alpes de Ötztal, perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. O apelido Ötzi deriva do nome do vale da descoberta. Ele rivaliza a múmia egípcia "Ginger" no título da mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre.
  
Descoberta
Ötzi foi encontrado por dois turistas alemães, Helmut e Erika Simon, em 19 de setembro de 1991. Eles primeiro pensaram que se tratasse de um cadáver moderno, como diversos outros que são frequentemente encontrados na região. O corpo foi confiscado pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck, onde a sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da fronteira, ainda em território italiano. Está exposto no Museu de Arqueologia do Tirol do Sul, Bolzano, Itália.
  
Análise científica
O corpo foi extensamente examinado, medido, radiografado e datado. Os tecidos e o conteúdo dos intestinos foram examinados ao microscópio, assim como o pólen encontrado nos seus artefactos.
Quando morreu, Ötzi tinha entre 30 e 45 anos e aproximadamente 165 cm de altura. A análise do pólen e da poeira e a composição isotópica do esmalte de seus dentes indica que ela passou sua infância perto da atual aldeia de Feldthurns, ao norte de Bolzano, mas que mais tarde viveu em vales a cerca de 50 km a norte.
Ele tinha 57 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose. Alguns cientistas acreditam que esses pontos indiquem uma primitiva forma de acupunctura.
Suas roupas, incluindo uma capa de grama entrelaçada e casaco e calçados de couro, eram bastante sofisticadas. Os sapatos eram largos e à prova de água, aparentemente feitos para caminhar na neve; as solas eram feitas de pele de urso, a parte superior de couro de veado e uma rede feita de cascas de árvores. Tufos de grama macia envolviam o pé dentro do sapato, servindo de isolante térmico.
Outros artefactos encontrados junto a Ötzi foram um machado de cobre com cabo de teixo, uma faca de sílex e cabo de freixo, uma aljava cheia de flechas e um arco de teixo inacabado que era mais comprido do que o Ötzi.
Entre os objetos de Ötzi havia duas espécies de cogumelos, uma das quais (fungo de bétula) é conhecida pelas suas propriedades antibacterianas, e parece ter sido usada para fins medicinais. O outro cogumelo era um tipo de fungo que pega fogo facilmente, incluído com partes do que parece ter sido um kit para começar fogo. O kit continha restos de mais de doze plantas diferentes, além de pirite para a criação de faíscas.
 
Genética
Um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi e este foi publicado em 28 de fevereiro de 2012. Um estudo do cromossoma Y de Ötzi colocou-o num grupo que hoje domina no Sul da Córsega.
Já a análise do DNA mitocondrial mostrou que Ötzi pertence ao sub-ramo K1, mas não pode ser colocado em nenhum dos três modernos grupos deste sub-ramo (K1a, K1b ou K1c). O novo sub-ramo foi provisoriamente apelidado de K1ö por causa de Ötzi.
Uma observação genérica do seu DNA relaciona-o com Europeus do Sul, particularmente com populações isoladas geograficamente da Sardenha e Córsega.
A análise do DNA que ele tinha um elevado risco de sofrer de aterosclerose, intolerância à lactose e a presença no DNA da sequência de Borrelia burgdorferi, torna-o o mais antigo humano a sofrer da doença de Lyme (vulgarmente conhecida como febre da carraça).
Um estudo de 2012 do paleoantropólogo John Hawks sugeriu que Ötzi tinha mais material genético de Neanderthal do que os Europeus modernos.
   
Morte
Em 2007 cientistas revelaram que Ötzi morreu de um ferimento no ombro provocado por uma flecha.
Uma equipe de pesquisadores italianos e suíços usou a tecnologia de raio-X para comprovar que a causa da morte foi uma lesão sofrida numa artéria próxima do ombro e provocada pela ponta de flecha que permanece até hoje cravada nas costas. Os mesmos cientistas concluíram que a morte de Ötzi foi imediata.
Os resultados mais recentes da pesquisa apareceram em linha no Journal of Archaeological Science e foram publicados pela National Geographic.
Análises dos intestinos de Ötzi mostraram duas refeições, uma de carne de cabra da montanha, a segunda de carne de veado, ambas consumidas com alguns cereais. Pólen na segunda refeição mostra que esta foi consumida numa floresta de coníferas a meia-altitude.
Primeiramente supôs-se que fosse um pastor levando o seu rebanho para as montanhas e que foi surpreendido por uma tempestade de neve. Dada a sua relativa elevada idade, não teria resistido ao esforço e morrido.
No entanto, a análise de DNA revelou traços de sangue de quatro outros indivíduos nos seus equipamentos: um na sua faca, dois na mesma flecha e o último no seu casaco. Em julho de 2001, dez anos após a descoberta do corpo, uma tomografia axial computorizada revelou que Ötzi tinha o que parecia ser uma ponta de flecha no seu ombro, mais precisamente na omoplata, combinando com um pequeno furo no seu casaco. O cabo da flecha havia sido removido. Ele também tinha um profundo ferimento na palma da mão direita, que atingiu a carne, tendões e o osso.
A partir de tais evidências e de exames das armas, o biólogo molecular Thomas Loy, da Universidade de Queensland, acredita que Ötzi e um ou dois companheiros fossem caçadores que participaram numa luta contra um grupo rival. Num determinado momento, pode ter carregado (ou ter sido carregado por) um companheiro. Enfraquecido pela perda de sangue, Ötzi aparentemente largou os seus equipamentos contra uma rocha, deitou-se e expirou.
    

terça-feira, setembro 18, 2018

Dee Dee Ramone nasceu há 67 anos

Douglas Glen Colvin, mais conhecido por Dee Dee Ramone, (Fort Lee, 18 de setembro de 1951 - Los Angeles, 5 de junho de 2002) foi baixista de uma das bandas mais famosas da história do punk rock, a banda dos Estados Unidos, os Ramones. Dee Dee passou a sua infância na Alemanha, devastada pela Segunda Guerra Mundial, tendo a família mudado para Nova Iorque quando tinha 14 anos de idade, acompanhado da sua irmã e da sua mãe, quando esta se separou do seu pai, um militar americano que trabalhava na fronteira com a Alemanha Oriental.
Já em Nova Iorque conheceu Joey Ramone, Tommy Ramone e Johnny Ramone, e juntos eles formaram os Ramones. Dee Dee tinha dificuldade para tocar e cantar ao mesmo tempo, por isso quase não cantava, mas contribuía para a banda com muitas letras. No meio da turnê do álbum Brain Drain, Dee Dee saiu da banda, alegando estar cansado das turnês exaustivas (anos depois admitiu estar a abusar da heroína e outras drogas), e embarcou numa curta carreira a solo como rapper, quando adotou o nome artístico de Dee Dee King. O álbum de rap lançado por Dee Dee foi rejeitado pela crítica e pelo público, fazendo-o logo retornar ao punk rock. Dee Dee continuou a gravitar a redor dos Ramones, contribuindo com letras e músicas para os discos seguintes.
Foi encontrado morto na sua casa, em Hollywood, a 5 de junho de 2002, devido a uma overdose de heroína.

in Wikipédia
   

Foucault nasceu há 199 anos

Jean Bernard Léon Foucault (Paris, 18 de setembro de 1819 - Paris, 11 de fevereiro de 1868) foi um físico e astrónomo francês.
É mais conhecido pela invenção do pêndulo de Foucault, um dispositivo que comprova o efeito da rotação da Terra. Ele também fez uma medição inicial da velocidade da luz, descobriu as correntes de Foucault e, embora não o tenha inventado, é creditado por nomear o giroscópio. A cratera Foucault na Lua e o asteróide 5668 Foucault são assim chamados em sua homenagem.

Animação do Pêndulo de Foucault exibindo o sentido de rotação no hemisfério sul
  

As Regiões Demarcadas do Dão e do Vinho Verde fazem hoje 110 anos

Há duas regiões de vinho que fazem 110 anos. E estas são as quintas que pode visitar

A Casa da Ínsua, mandada construir no século XVIII, é uma das referências de Enoturismo no Dão

Quinta da Aveleda (Vinhos Verdes) que está na família Guedes desde 1870 e, além da beleza óbvia, apresenta várias propostas de Enoturismo

O Dão e os Vinhos Verdes celebram esta terça-feira 110 anos de vida, resultado da Carta de Lei que D. Manuel II assinou em 1908. Mais de um século depois, as regiões prosperam. No enoturismo também.

Esta podia ser uma terça-feira normal. E para muitos até será. Mas há duas regiões de vinho no país que estão de parabéns. Há 110 anos, o rei D. Manuel II assinava a Carta de Lei de 18 de setembro que permitiu a demarcação do Dão e dos Vinhos Verdes, para tentar impulsionar o sector vinícola nacional, numa altura em que os licorosos do Douro já levavam anos de avanço e de reconhecimento. Em jeito de celebração, traçamos o perfil de ambas as regiões e apresentamos algumas propostas de enoturismo, de quintas seculares e históricas a outras bem mais recentes e modernas.

Cartão de Cidadão do Dão
Falar no Dão é falar em vinhos elegantes e equilibrados, sem demasiada cor ou demasiado álcool. Aromáticos também. Com potencial de guarda por causa dos taninos e frescos na boca. Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão, traça o perfil dos vinhos tendencialmente gastronómicos que, em tempos, não encontravam concorrência de maior. A política agrícola imposta pelo Estado Novo — que olhava para o vinho como um alimento agrícola, sendo, por isso, vendido mais barato — e a entrada na CEE — que permitiu a regiões como o Alentejo converter muitos hectares em vinha –, no final dos anos 1980, contribuíram para que a região sofresse um impacto negativo e demorasse a reagir. Diz Arlindo Cunha que, à data, o Dão “não estava habituado a concorrência no segmento de vinho de qualidade”. O Dão emergiu assim que os produtores de maior e média dimensão arregaçaram as mangas e começaram a reestruturar as vinhas: foram plantadas vinhas novas, trabalhadas exposições diferentes e as castas típicas da região jamais foram abandonadas. “Temos 64 castas que estão cá há muitos anos”, explica ao Observador. Uma nova geração de profissionais também contribuiu para o progresso. “A pouco e pouco, o Dão saiu do fundo do poço e o consumidor foi-nos descobrindo.” Há dois tipo de uva que servem de bandeiras. A muito conhecida touriga nacional, nas castas tintas — que, segundo Arlindo Cunha, vem de uma aldeia chamada Tourigo, no Dão — e a malvasia e o encruzado, nas brancas. O encruzado, muito mineral, está a ser alvo de um cada vez maior interesse pelos críticos e consumidores, devido à sua versatilidade quando à mesa e à capacidade de guarda.

O Dão em números
  • existem cerca de 20.000 hectares de vinha para 16 mil produtores
  • há quatro adegas cooperativas na região, de dimensão razoável, que representam cerca de 40% de toda a produção
  • o Dão divide-se em 7 sub-regiões e produz anualmente entre 30 a 40 milhões de litros, metade é vinho certificado
  • cerca de 40% dos vinhos certificados são exportados para 74 mercados, incluindo 26 países da União Europeia
  • nos últimos quatro anos assistiu-se a um aumento de 45% de vinho certificado
  • entre janeiro e agosto de 2018, as vendas do vinho certificado cresceram 12% em relação ao período homólogo do ano passado
  • em 2018, devido à primavera muito chuvosa e ao escaldão na primeira semana de agosto, ter-se-á perdido entre 20 a 25% da produção.

Cartão de Cidadão dos Vinhos Verdes
Quando foi demarcada, em 1908, era essencialmente uma região de vinhos tintos — nos anos 60-70, já no fim do século XX, a região descobriu os vinhos brancos. “No passado, os vinhos verdes eram mais ácidos e menos alcoólicos. Hoje, são mais redondos e apresentam uma riqueza muito maior de aromas, correspondendo às castas que foram plantadas, o loureiro e o alvarinho”, diz Manuel Pinheiro, da CVR dos Vinhos Verdes. Mais mudanças foram acontecendo ao longo do tempo: se antigamente os vinhos verdes eram tradicionalmente consumidos pelos minhotos, atualmente o mercado está muito mais recetivo. Uma questão de adaptação e reinvenção. “Os primeiros anos da região foram muito difíceis. Havia uma legislação que dava privilégios ao Douro, que colocou dificuldades aos Vinhos Verdes. Esses privilégios andaram até meio do século XX. A entrada na CEE foi marcante: passámos a ter apoios generosos para as vinhas e regras específicas para a denominação de origem”, continua. Mais recentemente assistiu-se a outra transformação, desta vez a cargo dos produtores, que apostaram em mudar a rotulagem dos vinhos e em desenvolver uma cultura de exportação que trouxe implicações económicas. Já antes Manuel Pinheiro explicou ao Observador como o vinho verde é “único”: é um vinho gastronómico, sem dúvida, resultado de uma feliz combinação — influência marítima, solo granítico e castas típicas. O clima, marcado pela ausência de verões muito quentes e de invernos muito frios, também contribui para a equação.

Os Vinhos Verdes em números
  • existem cerca de 15 mil produtores para 16 mil hectares
  • os Vinhos Verdes distribuem-se ao longo de 9 sub-regiões
  • no primeiro semestre de 2018, os vinhos foram exportados para 102 países;
  • as exportações aumentaram 5% em valor e 4% em volume face ao período homólogo e assistiu-se à diversificação de mercados
  • em 2018, estima-se que haja uma perda de produção na ordem dos 20%, também devido às situações climatéricas
Percorra a fotogaleria para conhecer 5 quintas no Dão e 5 quintas nos Vinhos Verdes que pode visitar.

50º aniversario de la muerte de León Felipe



León Felipe (11 de abril de 1884, Tábara, Zamora - 18 de septiembre de 1968, Ciudad de México, México).


CONTADME UN SUEÑO

Ahora estoy de regreso, he llegado hace poco,
soy nuevo en la ciudad... Y esto quiere decir:
Me durmieron con un cuento...
y me he despertado con un sueño.
Voy a contar mi sueño, narradores de cuentos.
Voy a contar mi sueño.
Es un sueño sin lazos,
sin espejos,
sin anillos,
sin redes,
sin trampas... y sin miedo.


OÍD

Soñé... ¡sueño!
No soy un cuento.
Vengo de más lejos...
Soy y vengo del sueño.
Y digo que soñar es querer, querer, querer...
Querer escaparse del espejo,
querer desenvolverse del ovillo,
querer descoyuntarse de la dulce rosquilla de los cuentos,
querer desenvolverse... prolongarse.
Soñar es decir 4 veces,
o 44 veces,
o 4.444 veces, por ejemplo:
yo no quiero,
yo no quiero,
yo no quiero,
yo no quiero
verme en el tiempo
ni en la tierra
ni en el agua sujeto...
Quiero verme en el viento.
Quiero verme en el viento.
Quiero verme en el viento.
Quiero verme en el viento.

"Quiere el hilo,
sueña el hilo
en la espadera,
sueña el hilo
que saldrá
algún día...
¡un bueno día!
hecho manto
de telar."

Lo que pasó bajo la curva de los cielos
se prolonga bajo los huesos de mi cráneo.
(¡Hay algo nuevo bajo el sol!)
Lo que soñé en la tierra y en el vientre fecundado de mi madre
lo sigo aquí ahora sobre la piedra oscura de mi almohada.
¡Fui semilla que quiso ser espiga
y soy espiga que sueña en ser pan ázimo!


Poemas V y VI de Un signo... ¡Quiero un signo! del libro Parábola y poesía.



"León Felipe, la música quebrada del exilio", de Andrés Seoane (El Cultural, 30-8-2018)


En el blog: "León Felipe (+ Aguaviva) - Sé todos los cuentos"


Baltasar Lobo, Homenaje a Leon Felipe, Zamora (1984) - Foto de Antramir