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quinta-feira, setembro 12, 2024

A gruta de Lascaux foi descoberta há 84 anos

  
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP
  
Geografia e contexto geológico
A gruta fica no Périgord, na comuna de Montignac (Dordonha), a quarenta quilómetros a Sudeste de Périgueux.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretácico superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França, é relativamente «seca». Com efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.
  
Descoberta
Foi descoberta no dia 12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Por essa mesma época, as representações parietais foram também estudadas por Annette Laming-Emperaire, André Leroi-Gourhan e, entre 1989 e 1999, por Norbert Aujoulat.
    
Classificação
A caverna foi classificada entre os monumentos históricos da França logo no ano da sua descoberta, a 27 de dezembro de 1940.
Em outubro de 1979, foi incluída no Património Mundial da UNESCO, com outros sítios e grutas ornamentadas do vale.
 
       in Wikipédia

domingo, setembro 08, 2024

Novidades sobre o mais famoso megálito do mundo...

O maior dos mistérios de Stonehenge acaba de ser desvendado

 

 

Já se sabe qual é a origem da famosa Pedra do Altar – a maior de Stonehenge. Um novo estudo sustenta que veio do nordeste da Escócia, a 750 quilómetros daquela estrutura megalítica, numa viagem surpreendente feita por mar.

Um estudo publicado esta quarta-feira na Nature teoriza que a Pedra do Altar de Stonehenge, com cerca de 6 toneladas, foi trazida do nordeste da Escócia.

Numa viagem verdadeiramente surpreendente, os investigadores revelam que a misteriosa pedra percorreu uma distância muito maior do que qualquer outra pedra daquela estrutura megalítica.

A construção de Stonehenge, que começou há cerca de 5.100 anos e prolongou-se por 1.500 anos, envolve um círculo exterior de grandes pedras, conhecidas como sarsens, e um anel interior de pedras menores, chamadas bluestones.

A maioria destas pedras foi transportada de distâncias consideráveis, com os sarsens provenientes dos West Woods em Wiltshire, a cerca de 25 quilómetros do local, e as bluestones das colinas de Preseli, no País de Gales, a cerca de 280 quilómetros de distância.

No entanto, a Pedra do Altar é diferente das outras: “No final de 2021, chegámos à conclusão de que a pedra do altar não correspondia a nenhuma das rochas que conhecíamos no País de Gales”, explicou Nick Pearce, da Universidade de Aberystwyth, que fez parte do estudo, citado pela New Scientist.

    







A origem da Pedra do Altar sempre foi um mistério. Esta pedra de seis toneladas e cinco metros de comprimento está enterrada no solo com apenas uma superfície à mostra e está parcialmente coberta por duas outras pedras. Pensa-se que terá sido colocada no local há cerca de 4.500 anos.

Neste estudo, os geólogos focaram-se na composição da Pedra do Altar, identificando-a “com mais de 95% de certeza” como arenito vermelho antigo proveniente da bacia de Orcadiano, no nordeste da Escócia, uma região que abrigava o antigo Lago Orcadie.

Esta descoberta sugere que a pedra foi transportada por via marítima, uma vez que aquela região fica a cerca de 750 quilómetros de Stonehenge.

Embora os glaciares também pudessem transportar pedras a longas distâncias, as novas provas sugerem que o fluxo de gelo na região de Orcadian, durante o último período glaciar foi para norte e não para sul. Portanto, a hipótese mais plausível é mesmo que a pedra foi transportada intencionalmente por mar.

 

Outros mistérios permanecem

A razão pela qual esta pedra foi trazida de tão longe para aquele local permanece ainda um mistério – que levanta questões sobre a sociedade neolítica e a sua capacidade de realizar feitos tão impressionantes para os recursos da época.

Além disso, falta descobrir a localização exata da origem da pedra – o que, dada a vasta extensão e profundidade da bacia de Orcadian, será um desafio difícil.

Esta descoberta acrescenta uma nova dimensão à compreensão de Stonehenge, sublinhando a complexidade das estratégias tecnológicas das culturas neolíticas. “Ficámos todos estupefactos. Não conseguíamos acreditar”, comentou o líder da investigação Anthony Clarke, da Universidade de Curtin,  na Austrália.

 

in ZAP

sábado, setembro 07, 2024

Os humanos e a sua mania de contar o tempo...

Encontrado o calendário mais antigo do mundo. Um cometa está na sua origem

 

Pensa-se que as esculturas de Göbekli Tepe representam o calendário mais antigo do mundo

 

Com 12.000 anos, as gravações feitas num pilar de pedra em Göbekli Tepe, um complexo de templos antigos na Turquia, parecem indicar datas de um calendário solar, que seria o mais antigo do mundo.

A criação do registo foi feita como um memorial a uma colisão devastadora de um cometa, segundo os cientistas responsáveis pelo estudo publicado na Time and Mind.

Os riscos foram feitos em forma de “V”, cada um deles a representar um dia. A interpretação revelou um calendário de 365 dias num dos pilares, com 12 meses lunares e 11 dias de sobra.

O solstício de verão aparecia como um dia especial, separado, representado pelo mesmo formato gravado à volta de uma criatura semelhante a um pássaro.

al pássaro seria uma representação da constelação do solstício de verão da época, e a marca em V no seu pescoço também aparece noutras estátuas próximas, provavelmente para representar deidades antigas.

 


 


 

Cometa na origem do calendário

Os ciclos tanto do Sol como da Lua estão representados no pilar turco, pelo que as gravações podem ser o calendário lunissolar mais antigo do mundo, quebrando o recorde por alguns milhares de anos.

Acredita-se que o registo tenha sido um esforço para assinalar a data de uma chuva de fragmentos de um cometa na Terra há 13.000 anos, em 10.850 a.C., mais especificamente.

Este impacto cósmico pode ter gerado, segundo a ciência, uma pequena Idade do Gelo com 1.200 anos de duração, e eliminado diversas espécies animais. Mudanças no estilo de vida e na adoção da agricultura podem ter sido causadas pelo evento, possivelmente, então, ligado ao nascimento da civilização pouco tempo depois, no que chamamos de Crescente Fértil, no oeste asiático, que compreende o atual estado da Palestina, Israel, Líbano, entre outros.

Outro pilar do sítio arqueológico parece representar a chuva de meteoros das Táuridas, possível origem dos fragmentos, que durou 27 dias e emanou luz a partir das constelações de aquário e peixes.

A descoberta também parece confirmar que os humanos antigos conseguiam registar datas tendo em conta a precessão, ou seja, a mudança no eixo da Terra que afeta o movimento das constelações no céu. Isto anteciparia a compreensão do fenómeno em 10.000 anos antes de Hiparco, anteriormente considerado o seu descobridor, em 150 a.C., na Grécia Antiga.

Os investigadores acreditam que o impacto dos cometas tenha sido importante para o povo de Göbekli Tepe por milénios, talvez até dando origem a um culto ou religião que influenciou o desenvolvimento da civilização.

 

in ZAP