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segunda-feira, novembro 17, 2025

O cantor Paulo Alexandre morreu há um ano...

 Paulo Alexandre, pseudónimo artístico de Modesto Pereira da Silva Santos (Vouzela, 16 de fevereiro de 193117 de novembro de 2024[1]), foi um cantor português reconhecido especialmente pelo sucesso do tema "Verde Vinho", de 1977, uma adaptação do tema "Griechischer Wein", de autoria de Udo Jürgens e editado em 1974. 

 

Percurso

Paulo Alexandre nasceu em Vouzela, a 16 de fevereiro de 1931, mas cedo foi viver para Lisboa. Frequentou a Escola Comercial Veiga Beirão.

A sua carreira artística iniciou-se em 1954, na antiga Emissora Nacional, no programa "Ouvindo as Estrelas" ao lado de nomes como Luís Piçarra, Maria de Lourdes Resende, Isabel Wolmar e Rui de Mascarenhas. Na RCP faz uma espécie de magazine com Isabel Wolmar e Catarina Avelar. Previamente à carreira artística, já trabalhava como bancário, tendo começado por trabalhar aos 13 anos, em 1944, como paquete no banco Burnay, onde desde 1949 trabalhava como datilógrafo. Manteve sempre a música e a atividade bancária como ocupações paralelas.

Em 1958 junta-se a três solistas da Emissora nacional (Nuno d'Almeida, Américo Lima e Fernando La Rua) para formar o "Conjunto vocal 4 de Espadas".

Grava um EP com a Orquestra de João Nobre que incluía o tema "Agora Ou Nunca" de Nóbrega e Sousa e António José Lampreia.

Com os Telestars lança um EP que incluía temas como "Dancemos O Twist" e "Horizonte de Esperança". Na televisão foi o protagonista da opereta "Romance na Serra" de José de Oliveira Cosme e Alves Coelho Filho.

Grava versões dos temas das bandas sonoras dos filmes "Love Story" e "Romeu e Julieta".

Entretanto, na atividade bancária, foi nomeado, em 1965, subdiretor do Departamento de Operações com o Estrangeiro do banco Burnay. Em 1970, foi promovido a chefe da Direção de Crédito do então já designado Banco Fonsecas & Burnay, onde foi nomeado, em 1972, diretor-coordenador das direções Internacional, Operações Gerais e Operações com os Territórios Ultramarinos. Ainda em 1972, passou a trabalhar no Crédito Predial Português. Em 1974, a convite de Jorge de Brito, que havia conhecido na juventude, foi nomeado diretor do Departamento de Relações Internacionais do Banco Intercontinental Português (BIP), tendo sido destacado para o mercado do Médio Oriente. Em 1975, com a nacionalização da banca no âmbito do Processo Revolucionário em Curso (PREC), o seu salário de diretor foi reduzido para salário-base, implicando uma redução de mais de metade do seu salário; nesse ano, foi nomeado membro da administração do IAPMEI, em representação do Ministério das Finanças, tendo apresentado a demissão em janeiro de 1976 e regressado ao BIP. Em 1977, com a extinção do BIP, foi nomeado diretor das Relações Internacionais do Banco Pinto & Sotto Mayor. Aposentou-se da banca em 1981. Foi fundador do Forex Português, membro da Association Cambiste Internationale.

Com António Sala foi um dos fundadores da editora Rossil. O tema "Verde Vinho" de 1977 é um grande sucesso com dois "Discos de Ouro" em 1977 e 1978.

O disco foi durante largo tempo best-seller no Brasil onde conquistou o disco de Ouro. O sucesso do disco leva mesmo à realização de um filme com o mesmo nome protagonizado pelo ator Dionisio Azevedo e pelo próprio Paulo Alexandre. A banda sonora do filme inclui um dueto com Maria de Lourdes ("Desgarrada", da autoria de Mário Rocha) e ainda os temas "Verde Vinho", "Adeus Meu País", "Agora Ou Nunca" e "Voltei Para Ficar".

Lança o single "Voltei Para Ficar". Novo single com os temas "Oferece as Tuas Mãos" da dupla Nóbrega e Sousa e Eduardo Olimpio e "Foi Tudo" da autoria de António Sala.

A editora brasileira Chantecler lança em 1978 um álbum com os temas "Romance Romance", "Escravo", "Concerto para Ti", "Rosas Vermelhas para o Meu Amor", "Vem Valsar com o Papa", "Meu Refugio", "Oferece as Tuas Mãos", "Minha Noite está Vazia", "Agora ou Nunca", "Fui Tudo", "Nocturno" e "Verde Vinho".

O single "Meninos da Cidade" é mais uma versão de um tema estrangeiro. No lado B aparece "Gaiato de Lisboa" da autoria do maestro Belo Marques.

Paulo Alexandre canta Camões com o tema "Aquela Cativa". 1979 é o ano de "Vem Comigo a Portugal".

Na CBS lança o single "Verde Milho" e uma nova versão de "Verde Vinho". Grava o álbum Eu e o Outro para a editora Transmédia.

Em 1987 grava o single "Guitarra Minha Amiga" para a Polygram. Nesse ano foi ainda o autor de uma peça musical em que deu forma à Parte II da Mensagem de Fernando Pessoa: o videograma "Mar Português/Possessio Maris". A narrativa sinfónica contou com música do maestro Joaquim Luis Gomes.

Foi locutor e produtor radiofónico, na Rádio Renascença, Antena 1 e RDP Internacional.

Para a Videofono e RTP realiza vários programas de televisão, como "Portugal e o Mar", da autoria do almirante Vítor Crespo. Com Nuno Fortes produz a série "O Que É Feito de Si" com cerca de 120 programas. Trabalha também com Paula Aresta num programa de televisão.

Apresenta a narrativa na igreja da Graça em Santarém e abandona a carreira artística.

Em 2010 é editado o livro Duas Vidas numa Só, de subtítulo "Entre Cifrões e Canções", que inclui relatos da sua carreira artística e da sua também bem sucedida profissão como bancário. A Compact Records lança um CD com algumas das canções de maior sucesso do artista.

Morreu a 17 de novembro de 2024, aos 93 anos.

O seu falecimento foi anunciado pelo seu filho Alexandre Sanos, numa publicação no Facebook.

 

in Wikipédia

 


sábado, março 30, 2024

Vem aí uma série da RTP sobre o vinho e vinha em Portugal

Série documental da RTP1 sobre vinhos estreia-se na segunda-feira

 

Vinhos Com História, a nova série da RTP1 sobre vinhos nacionais, terá cinco episódios, cada um dedicado a uma zona diferente do país. O primeiro foi filmado na ilha do Pico.


A série demorou cerca de três anos a filmar, com uma pandemia pelo meio a dificultar as viagens para a ilha do Pico, nos Açores, onde acontece o primeiro episódio


Os vinhos do Pico, os vinhos de talha do Alentejo, os verdes tintos do Minho, os medievais entre Alcobaça e Ourém e os vinhos de Colares. Vinhos Com História, a nova série documental da RTP1, com estreia marcada para esta segunda-feira, 1 de abril, às 23.00, dedica cada um dos seus cinco episódios à história de vinhos portugueses únicos e dos seus produtores. A ideia foi da realizadora Cristina Ferreira Gomes que, antes da série, não tinha nenhuma ligação com o vinho. 

Foi por acaso, numa viagem de carro a caminho da Praia das Maçãs, em Sintra, que Cristina Ferreira Gomes entrou na Adega Visconde de Salreu para visitar uma exposição sobre o vinho de Colares. “Era uma realidade que desconhecia completamente”, conta ao Terroir. “A improbabilidade de ter vinhos ali naquela região de Colares, com vinhas escavadas na areia, autênticas trincheiras paliçadas com canas. Comecei a pensar que, tal como eu, também muita gente não conheceria esta realidade.”

Série documental da RTP1 sobre vinhos estreia-se na segunda-feira A ideia de uma série documental sobre vinhos portugueses começou a ganhar forma. “Comecei a investigar se haveria em Portugal vinhos com histórias tão interessantes e tão arrebatadoras como as do vinho de Colares”, continua a realizadora e autora. Descobriu várias, mas não foi fácil pôr a série em marcha. “Demorou muito tempo a concretizar. Tive de reunir financiamento e contactar uma série de entidades que permitissem que a série fosse filmada [além de câmaras municipais, também a ViniPortugal e a Comissão Vitivinícola Regional dos Açores apoiaram o projeto].”

 

A vinha do enforcado, no Minho, será o tema de um dos episódios

 

Mais do que falar sobre a origem dos vinhos, o seu objetivo era documentar os tempos atuais e destacar os produtores “que mantêm viva a história”, sublinha a realizadora. “As pessoas que comercializam os vinhos e são apaixonadas por eles.” Série documental da RTP1 sobre vinhos estreia-se na segunda-feira 

Além disso, queria retratar as vinhas ao longo das várias estações do ano e acompanhar o processo de fabrico dos vinhos, dos trabalhos no campo e na adega até à vindima. 

Ao todo, a série demorou cerca de três anos a filmar, com uma pandemia pelo meio a dificultar as viagens para a ilha do Pico, nos Açores, onde acontece o primeiro episódio, talvez o mais trabalhoso. “[Esse episódio] conta a história do vinho do Pico desde o tempo da expansão marítima até à queda do império do Verdelho e à recuperação, na contemporaneidade, das vinhas do Pico, absolutamente fabulosas.” 

O episódio menciona também a crise da filoxera, que destruiu as vinhas e deu origem à “grande vaga de imigração do Pico, Faial e São Jorge”, explica Cristina. 

O segundo a ser exibido, na segunda-feira seguinte, 8 de abril, também às 23.00, conta a história dos vinhos de Colares, a inspiração para a série, com uma explicação sobre a maneira como o crash da bolsa de Nova Iorque, em 1929, afetou a produção deste vinho.

 

 

VINHO DO PICO, DOCUMENTÁRIO- SÉRIE DOCUMENTAL VINHOS COM HISTÓRIA from Mares do Sul on Vimeo 

 

Os episódios seguintes serão dedicados aos vinhos de talha da zona de Vila de Frades, no Alentejo, ao vinho medieval cisterciense, entre Alcobaça e Ourém, e à vinha do enforcado, no Minho. “Há muitos programas sobre vinhos, mas sempre do ponto de vista do consumo. O que me interessa é a história, o vinho como um objeto que faz parte da nossa vida”, resume a realizadora. “Somos um país de vinho.”

Cristina Ferreira Gomes não tinha nenhuma ligação a esta área. Aliás, também em abril, no dia 5, a RTP2 tem agendada a estreia de outro documentário seu, Olga Roriz, sobre a coreógrafa e bailarina portuguesa. “Não tenho um conhecimento do mundo dos vinhos, nem tenho essa pretensão”, confessa a realizadora. “O meu interesse foi mesmo do ponto de vista documental, de fazer uma série sobre vinho.”

in Público

terça-feira, setembro 18, 2018

As Regiões Demarcadas do Dão e do Vinho Verde fazem hoje 110 anos

Há duas regiões de vinho que fazem 110 anos. E estas são as quintas que pode visitar

A Casa da Ínsua, mandada construir no século XVIII, é uma das referências de Enoturismo no Dão

Quinta da Aveleda (Vinhos Verdes) que está na família Guedes desde 1870 e, além da beleza óbvia, apresenta várias propostas de Enoturismo

O Dão e os Vinhos Verdes celebram esta terça-feira 110 anos de vida, resultado da Carta de Lei que D. Manuel II assinou em 1908. Mais de um século depois, as regiões prosperam. No enoturismo também.

Esta podia ser uma terça-feira normal. E para muitos até será. Mas há duas regiões de vinho no país que estão de parabéns. Há 110 anos, o rei D. Manuel II assinava a Carta de Lei de 18 de setembro que permitiu a demarcação do Dão e dos Vinhos Verdes, para tentar impulsionar o sector vinícola nacional, numa altura em que os licorosos do Douro já levavam anos de avanço e de reconhecimento. Em jeito de celebração, traçamos o perfil de ambas as regiões e apresentamos algumas propostas de enoturismo, de quintas seculares e históricas a outras bem mais recentes e modernas.

Cartão de Cidadão do Dão
Falar no Dão é falar em vinhos elegantes e equilibrados, sem demasiada cor ou demasiado álcool. Aromáticos também. Com potencial de guarda por causa dos taninos e frescos na boca. Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão, traça o perfil dos vinhos tendencialmente gastronómicos que, em tempos, não encontravam concorrência de maior. A política agrícola imposta pelo Estado Novo — que olhava para o vinho como um alimento agrícola, sendo, por isso, vendido mais barato — e a entrada na CEE — que permitiu a regiões como o Alentejo converter muitos hectares em vinha –, no final dos anos 1980, contribuíram para que a região sofresse um impacto negativo e demorasse a reagir. Diz Arlindo Cunha que, à data, o Dão “não estava habituado a concorrência no segmento de vinho de qualidade”. O Dão emergiu assim que os produtores de maior e média dimensão arregaçaram as mangas e começaram a reestruturar as vinhas: foram plantadas vinhas novas, trabalhadas exposições diferentes e as castas típicas da região jamais foram abandonadas. “Temos 64 castas que estão cá há muitos anos”, explica ao Observador. Uma nova geração de profissionais também contribuiu para o progresso. “A pouco e pouco, o Dão saiu do fundo do poço e o consumidor foi-nos descobrindo.” Há dois tipo de uva que servem de bandeiras. A muito conhecida touriga nacional, nas castas tintas — que, segundo Arlindo Cunha, vem de uma aldeia chamada Tourigo, no Dão — e a malvasia e o encruzado, nas brancas. O encruzado, muito mineral, está a ser alvo de um cada vez maior interesse pelos críticos e consumidores, devido à sua versatilidade quando à mesa e à capacidade de guarda.

O Dão em números
  • existem cerca de 20.000 hectares de vinha para 16 mil produtores
  • há quatro adegas cooperativas na região, de dimensão razoável, que representam cerca de 40% de toda a produção
  • o Dão divide-se em 7 sub-regiões e produz anualmente entre 30 a 40 milhões de litros, metade é vinho certificado
  • cerca de 40% dos vinhos certificados são exportados para 74 mercados, incluindo 26 países da União Europeia
  • nos últimos quatro anos assistiu-se a um aumento de 45% de vinho certificado
  • entre janeiro e agosto de 2018, as vendas do vinho certificado cresceram 12% em relação ao período homólogo do ano passado
  • em 2018, devido à primavera muito chuvosa e ao escaldão na primeira semana de agosto, ter-se-á perdido entre 20 a 25% da produção.

Cartão de Cidadão dos Vinhos Verdes
Quando foi demarcada, em 1908, era essencialmente uma região de vinhos tintos — nos anos 60-70, já no fim do século XX, a região descobriu os vinhos brancos. “No passado, os vinhos verdes eram mais ácidos e menos alcoólicos. Hoje, são mais redondos e apresentam uma riqueza muito maior de aromas, correspondendo às castas que foram plantadas, o loureiro e o alvarinho”, diz Manuel Pinheiro, da CVR dos Vinhos Verdes. Mais mudanças foram acontecendo ao longo do tempo: se antigamente os vinhos verdes eram tradicionalmente consumidos pelos minhotos, atualmente o mercado está muito mais recetivo. Uma questão de adaptação e reinvenção. “Os primeiros anos da região foram muito difíceis. Havia uma legislação que dava privilégios ao Douro, que colocou dificuldades aos Vinhos Verdes. Esses privilégios andaram até meio do século XX. A entrada na CEE foi marcante: passámos a ter apoios generosos para as vinhas e regras específicas para a denominação de origem”, continua. Mais recentemente assistiu-se a outra transformação, desta vez a cargo dos produtores, que apostaram em mudar a rotulagem dos vinhos e em desenvolver uma cultura de exportação que trouxe implicações económicas. Já antes Manuel Pinheiro explicou ao Observador como o vinho verde é “único”: é um vinho gastronómico, sem dúvida, resultado de uma feliz combinação — influência marítima, solo granítico e castas típicas. O clima, marcado pela ausência de verões muito quentes e de invernos muito frios, também contribui para a equação.

Os Vinhos Verdes em números
  • existem cerca de 15 mil produtores para 16 mil hectares
  • os Vinhos Verdes distribuem-se ao longo de 9 sub-regiões
  • no primeiro semestre de 2018, os vinhos foram exportados para 102 países;
  • as exportações aumentaram 5% em valor e 4% em volume face ao período homólogo e assistiu-se à diversificação de mercados
  • em 2018, estima-se que haja uma perda de produção na ordem dos 20%, também devido às situações climatéricas
Percorra a fotogaleria para conhecer 5 quintas no Dão e 5 quintas nos Vinhos Verdes que pode visitar.