domingo, junho 13, 2010

Mais uma do amigo venezuelano de Sócrates

O caso da juíza Maria Afíuni não tem feito "primeiras páginas", mas há quem esteja atento a esta história insuportável de abuso de poder. Como se pode ler no texto a que faço referência, e noutros, passou-se o seguinte: Maria Afíuni foi detida a 10 de Dezembro, sem mais nem menos, duas horas depois de ter tido o atrevimento de revogar a prisão preventiva de um banqueiro, que se arrastava há três anos, do seu ponto de vista de forma ilegal. Alegadamente, o início do julgamento deste banqueiro era sempre adiado por falta de provas, o que permitia, por vontade de Chávez, o protelamento sine die da prisão preventiva. É preciso compreender que o banqueiro, de nome Elísio Cedeno, é um capitalista, financiador da oposição ao regime de Chávez, amigo de Álvaro Uribe (líder da Colômbia) e bem relacionado com os Estados Unidos. Mas, em bom rigor, tudo isto me parece irrelevante, quando está em causa uma decisão judicial, aquela que foi tomada por uma juíza, que deveria ser independente, mas que foi imediatamente seguida de declarações bombásticas de Chávez, pedindo nada mais nada menos do que 30 anos de prisão para a "criminosa".

O banqueiro fugiu, enquanto que Maria Afíuni, talvez ingenuamente, se manteve no seu gabinete, até ser surpreendida pela DISIP (a polícia política).

E Agora? Estamos a 9 de Junho e esta mulher continua detida sem julgamento. Ironicamente, em situação análoga à do banqueiro que libertou. É certo que já houve uma audiência marcada para 5 de Abril, mas a dita não teve lugar por falta de juiz, o qual parece que estava com "problemas de saúde" e até pediu para ser retirado do caso. Por quê? É mesmo necessário explicar? Que colega terá a coragem de fazer o óbvio, isto é, revogar uma detenção absurda por falta de base legal?

Sabemos, infelizmente, que este não foi e não será o primeiro caso com este tipo de contornos. Mas a história de Maria Afíuni, relatada na revista Tabu do Sol de 4 de Junho, mereceu a atenção da ASJP e não só, como se pode ler no final do comunicado que, já agora, contém uma petição: "Ao tomarem conhecimento desta situação, os juízes portugueses, através da sua associação representativa, associam-se à manifestação de repúdio da mesma, já proclamada pela União Internacional de Magistrados, apelando a toda a comunidade jurídica portuguesa para que levante a sua voz contra esta situação atentatória da independência do poder judicial e da separação de poderes inerentes a um Estado de Direito, violadora também dos mais elementares direitos humanos, cometida nos dias de hoje numa República da América Latina, com quem Portugal mantém relações amistosas".

Pelo que se pode ler no texto publicado na revista Tabu, pouco antes de embarcar para uma visita de 4 dias ao Brasil e Venezuela, José Sócrates recebeu uma carta da ASJP a denunciar este caso, nela se podendo ler que "o medo não deixa os juízes da Venezuela decidir a contragosto do poder político". Parece que o Gabinete do PM acusou a recepção da carta e que a mesma foi enviada ao MENE. Quanto à forma como Sócrates abordou o tema com Chávez numa visita em que foram assinados 19 novos acordos no valor de 1655,9 milhões de euros, a resposta do gabinete do PM é "omissa".

Também não sei, para além da reacção da ONU, que, de Genebra, apelou à libertação imediata e incondicional da juiza Maria Afíuni, que raio de reacções acima da política se têm visto por aí.
Tenho para mim que isto merecia uma gritaria.

in Jugular - post de Isabel Moreira

A destruição das escolas portuguesas - crime de lesa-pátria

O VERDADEIRO CRIME:

Admito que àquele que se tenha limitado às aulas de Português Técnico lhe falte o mais vulgar vocabulário, mas dizer-se que não encerrar escolas com menos de 20 alunos “seria criminoso” é coisa que deveria fazer reprovar o maior cábula do canto mais recôndito do país. Fazê-lo com auxílio do argumento da economia, então, isso sim, é verdadeiramente criminoso.

Quando no Estado Novo se andou a construir escolas pelo país inteiro, essa medida não foi seguramente economicamente sustentada, mas era devida às populações que existiam no interior. Hoje, retiramos-lhes as possibilidades de aí viverem. Que interessa o município xis andar a pagar pelos nascimentos, se o Estado não dá aos pais escolas para os filhos serem ensinados? Se o país prefere reunir as crianças numa camioneta e fazê-las passear horas até as reunir numa imensa escola longe de casa? Se prefere deixar morrer o interior?

Sabugueiro e Santana são duas localidades simpáticas entre Montemor e Arraiolos, duas terras onde se diz que irão encerrar escolas, duas terriolas onde me desloco variadas vezes e onde compro, no comércio local e para o ajudar, tudo o que tenham para me vender e me faça falta nas temporadas em que lá estou. Faço-o, por vezes pagando conscienciosamente mais do que noutros estabelecimentos maiores existentes relativamente perto (em Montemor e Arraiolos), para ajudar a população local e manter o comércio, as gentes, a população, a vida. O meu contributo é reduzido, seguramente, mas o Governo socialista não quer fazer nenhum. Isso é que é criminoso.

in Mar Salgado - post de Vasco Lobo Xavier 

Poema declamado de Pessoa

Fernando Pessoa nasceu há 122 anos

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a ler e escrever na língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.

Durante uma vida discreta, trabalhou em Jornalismo, em Publicidade, no Comércio, ao mesmo tempo que compunha a sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em diversas personagens conhecidas como heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará").


Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

Fernando Pessoa

Sobre a desertificação das aldeias do interior pelo governo via Ministério da Educação


NOTA: para perceberem melhor o que se passa, sugere-se a leitura de um post do Blog Vila Franca das Naves - Algumas sugestões sobre metodologia de luta contra as estúpidas decisões do governo - e leitura/assinatura da Petição para impedir o encerramento do Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves: http://www.peticaopublica.com/?pi=VFN2010

Parabéns Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa

Falso alarme de tsunami em sismo no Oceano Índico

Epicentro a mais de 150 quilómetros da costa
Alerta de tsunami no Índico após sismo de 7.7 ao largo de Nicobar

Um sismo de 7.7 na escala de Richter ao largo das ilhas Nicobar, no Índico, lançou hoje um alerta de tsunami para toda a região.


De acordo com o site da US Geological Survey, dos Estados Unidos, o alerta começou por ser dirigido só á Indonésia, mas foi alargado para todo o Índico, estendendo-se à Tailândia, Malásia, Sri Lanka, Birmânia e Índia.

O Sismo foi sentido pelas 20.26 horas de Lisboa, com epicentro a uma profundidade de 35 quilómetros a 157 quilómetros de distância de Nicobar e a 445 de Banda Aceh, na Indonésia, adiantam as autoridades norte-americanas.


NOTA: a USGS corrigiu, entretanto, o valor da magnitude - passou para 7,5 - e o aviso de tsunami anulado. Para quem não onde são as ilhas Nicobar aqui fica um mapa com a sua localização (e do epicentro do sismo):

A ética republicana e socialista - versão Ricardo "Larápio" Rodrigues


Ricardo Rodrigues ainda é deputado

O deputado que furtou dois gravadores aos jornalistas que o entrevistavam continua a comunicar com o país.


Será que alguma vez chegou a passar pela cabeça dos jornalistas a ideia de um blackout a Ricardo Rodrigues? É que a tarefa de divulgar o que o senhor tem para dizer não é propriamente um serviço mínimo.

Na verdade, quem se der ao trabalho de ler o artigo 598 do Código do Trabalho sobre as obrigações durante uma greve reparará que a prestação de serviços mínimos deve assegurar a manutenção da "salubridade pública".

in Expresso - texto de Vasco M. Barreto

Música para recordar o Dia de Lisboa


Francisco José canta:



Monte e Igreja da Graça



RECADO A LISBOA


Lisboa querida mãezinha
Com o teu xaile traçado
Recebe esta carta minha
Que te leva o meu recado

Que Deus te ajude, Lisboa
A cumprir esta mensagem
Dum português que está longe
E que anda sempre em viagem


Vai dizer adeus à Graça
Que é tão bela, que é tão boa
Vai por mim beijar a Estrela
E abraçar a Madragoa
E mesmo que esteja frio
Que os barcos fiquem no rio
Parados sem navegar
Passa por mim no Rossio
E leva-lhe o meu olhar


Se for noite de S. João
Lá pelas ruas de Alfama
Acende o meu coração
No fogo da tua chama

Depois leva-o p´la cidade
Num vaso de manjerico
Para matar a saudade
Desta saudade em que fico

Letra de João Villaret
Música de Armando da Câmara Rodrigues


NOTA: o alentejano Francisco José, irmão do grande geólogo Professor Doutor Galopim de Carvalho, está um pouco esquecido - pela nossa parte tudo faremos para o trazer aos nossos leitores...

Vasco Santana morreu há 52 anos


Vasco António Rodrigues Santana (Lisboa, 28 de Janeiro de 1898Lisboa, 13 de Junho de 1958), mais conhecido como Vasco Santana, foi um dos maiores actores portugueses.



sexta-feira, junho 11, 2010

Jacques-Yves Cousteau nasceu há um século


Jacques-Yves Cousteau (Saint André de Cubzac, 11 de Junho de 1910Paris, 25 de Junho de 1997) foi um oficial da marinha francesa, oceanógrafo mundialmente conhecido por suas viagens de pesquisa, a bordo do Calypso.

Cousteau foi um dos inventores, juntamente com Émile Gagnan, do aqualung, o equipamento de mergulho autónomo que substituiu os pesados escafandros, e também participou como piloto de testes da criação de aparelhos de ultra-som para levantamentos geológicos do relevo submarino e de equipamentos fotocinematográficos para trabalhos em grandes profundidades.

Jacques Cousteau consquistou o Oscar em 1956 com o documentário O mundo silencioso, filmado no Mediterrâneo e no Mar Vermelho. Mas o próprio Cousteau confessa que, em seus primeiros filmes, não tinha nenhum tipo de preocupação ecológica. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão.

Em 1965, Cousteau criou uma casa submarina onde seis pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundidade.

O Ministério da Anarquia visto pelo lápis do Antero





Cartoons do Antero - Blog anterozóide

O Ministério da Anarquia - notícia do Público

Processo de mudança tornou também inacessíveis os endereços de correio electrónico institucionais
Escolas públicas sem sites há uma semana devido a mudança para nova rede informática

Os sites e endereços de correio electrónico de milhares de escolas públicas que se encontravam alojados nos servidores das Fundação para a Computação Científica Nacional estiveram inacessíveis durante pelo menos oito dias devido à migração destas páginas para uma nova plataforma de rede fornecida pela Portugal Telecom.


O Ministério da Educação (ME) fez saber hoje que o e-mail dos estabelecimentos de ensino já estava a funcionar, mas os sites das escolas permaneciam inacessíveis.

De acordo com o ME, a mudança na infra-estrutura, que envolve todas as escolas públicas do básico ao secundário, deve-se "ao aumento exponencial nos acessos" à rede e não tem ainda um prazo para estar concluída. Segundo a tutela, os estabelecimentos de ensino foram todos avisados através das Direcções Regionais de Educação.

Há, porém, escolas que foram apanhadas de surpresa. Pedro Araújo, presidente da direcção da associação nacional de dirigentes escolares, e que é também presidente do conselho executivo da Escola Secundária de Felgueiras, diz não ter havido qualquer justificação para a interrupção no serviço. "Há cerca de uma semana quando o site e o e-mail ficaram indisponíveis não sabíamos sequer se o Ministério tinha conhecimento da situação ou se era apenas um problema de gestão da rede", afirma.

Os endereços de correio electrónico institucionais funcionam como um canal privilegiado de comunicação entre os serviços do ministério e as escolas, por onde são emitidas convocatórias, circulares e outro tipo informação. A interrupção nas ligações obrigou, por isso, a que se recorressem a formas alternativas de comunicação com as escolas. "Recebemos alguma informação por correio normal, mas como não conseguimos ter acesso ao e-mail desconhecemos se houve alguma perda de informação", refere Pedro Araújo.

Desde 1993 que a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) era responsável pela rede de Internet que unia as escolas públicas e que, em 2005, cobriu cerca de 8300 estabelecimentos de ensino com acesso internet de banda larga. Grande parte dos sites das escolas estavam associados à Rede Ciência Tecnologia e Sociedade (RCTS), que é gerida pela FCNN e que alberga os sites de outras instituições de investigação científica e educação.

Os dados estão a ser agora transferidos para uma plataforma alojada na PT e, de acordo com o ME, os serviços de manutenção da rede vão passar a ser prestados pela empresa Sysvalue.

Além dos sites e dos endereços electrónicos serão também transferidos para um novo alojamento de rede as plataformas de ensino e aprendizagem em linha (conhecidas como plataformas Moodle), que as escolas começaram a criar a partir de 2007 e que permitem criar espaços de apoio a disciplinas, projectos e outras actividades através da rede. Em relação aos dados que estavam alojados nestas páginas, o ME diz que não houve qualquer perda de informação e que esta voltará a ser disponibilizada em breve.

O Ministério da Anarquia visto pelo Expresso





O ministério anti-professor


O ministério da educação já não existe na realidade. Os pedagogos da 5 de Outubro só existem no mundo do humor. E, no meio deste humor involuntário, lá vão destruindo a figura do "professor".


I. Nas últimas semanas, o humor do ministério da educação começou no grau de exigência das provas de final de ano. Numa prova do 6.º ano, os alunos foram confrontados com este desafio brutal: ordenar palavras por ordem alfabética. Repito: a prova era para o 6.º ano. Uma prova de matemática, também do 6.º ano, tinha perguntas complicadas como esta: "quantos são 5 + 2?". Tal como disse a sociedade portuguesa de matemática, 14 perguntas deste teste de aferição do 6.º ano poderiam ter sido respondidas por alunos da primária. Em nome das suas estatísticas, os pedagogos da 5 de Outubro estão a destruir qualquer noção de empenho e rigor. Isto até seria cómico, se não fosse realmente grave.
II. Há dias, o humor chegou à própria arquitectura das escolas. Um génio da "Parque Escolar" decidiu que a sala de aula já não pode ser o centro da escola, porque isso representa o passado, porque isso representa um ensino centrado, imaginem, no professor. A "Parque Escolar" quer "uma escola descentrada da sala de aula, em que os alunos se espalham por espaços informais, com os seus computadores portáteis, cruzando-se com os professores na biblioteca e discutindo projectos" . Alguém tem de explicar à "Parque Escolar" que uma escola não é um campo de férias. Alguém tem de explicar à "Parque Escolar" que o centro da escola é mesmo o professor. O aluno está na escola para aprender.
III. Já agora, aproveitando esta onda de humor involuntário produzida pela pedagogia pós-moderna, eu queria deixar uma proposta à "Parque Escolar" e ao ministério: que tal acabar de vez com o professor? Que tal substituir o professor por babysitters? Porque nesta escola "moderna" os professores são isso mesmo: babysitters. Uma salva de palmas para a 5 de Outubro. 

in Expresso - texto de Henrique Raposo

quinta-feira, junho 10, 2010

Rumor de raça

Mais um post roubado ao Blog portugal dos pequeninos, também de autoria de João Gonçalves:


Que pena me fez ver os nossos antigos combatentes - os verdadeiros, não os que andam por aí a juntar umas massas em missões "humanitárias" - a terem de desfilar diante de tantos traidores à Pátria. A traição à Pátria é, antes de outra coisa qualquer, uma atitude moral, ou melhor, amoral que se pode traduzir em acções e omissões em vários domínios. Vivendo em paz, embora numa paz de cemitérios, Portugal está, no essencial, entregue a patrioteiros de opereta que envergonham aquilo que já foi uma raça. Apesar deste abaixamento generalizado, Cavaco Silva é o único PR que expressamente teve a coragem de associar o que resta das Forças Armadas - e, este ano, os antigos combatentes - ao Dia de Portugal. Até porque cumpriu serviço militar obrigatório em Moçambique enquanto a maior parte do palanque oficial nunca vestiu uma farda ou fugiu de a vestir. Se um rumor de raça resta, a estes homens, mortos ou vivos, o devemos. Eles são o Dia de Portugal.

As condecorações do Sr. Silva

condecorações

O Presidente da República, Cavaco Silva, vai condecorar esta quinta-feira, nas cerimónias do 10 de Junho, dois ex-ministros de José Sócrates, Nunes Correia (Ambiente) e Isabel Pires de Lima (Cultura). Os dois ex-governantes vão receber a Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Da lista de condecorações destaque ainda para as atribuídas a João Salgueiro, Silva Peneda, Vasco Graça Moura e António Sala.

São estas as personagens que o Sr. Silva considera dignas e meritórias para receberem uma condecoração. Para uns o mérito de terem sido corridos do primeiro governo do Sócrates por não haver registo de grande produtividade.Outros porque sim, outros, talvez por dizerem disparates e outros ainda por entreterem as manhãs das Marias deste nosso Portugal.


Camões lido na Guarda - 33 anos de decadência moral e cívica

Com a devida vénia publicamos o seguinte post, de João Gonçalves, do Blog portugal dos pequeninos:


«Os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha; e por isso disfarçam a sua insegurança adulta com a máscara da paixão cega, da obediência partidária não menos cega, ou do cinismo mais oportunista, quando se vêem confrontados, como é o caso desde Abril de 1974, com a experiência da liberdade. Isto não sucedeu só agora, é não é senão repetição de outros momentos da nossa história sempre repartida entre o anseio de uma liberdade que ultrapassa os limites da liberdade possível (ou sejam as liberdades dos outros, tão respeitáveis como a de cada um) e o desejo de ter-se um pai transcendente que nos livre de tomar decisões ou de assumir responsabilidades, seja ele um homem, um partido, ou D. Sebastião. (...) E sejam quais forem as nossas ideias e as nossas situações políticas, nenhum de vós que me escutais ou não, pode viver sem uma ideia que, genericamente, é inerente à própria condição humana: o resistir a tudo o que pretende diminuir-nos ou confinar-nos. (...) Deixem-me todavia recordar-vos que o grande aproveitacionismo de Camões para oportunismos de politicagem moderna não foi iniciado pela reacção. Esta, na verdade, e desde sempre, mesmo quando brandindo Camões, sentia que as mãos lhe ardiam. Aqueles oportunismos foram iniciados com o liberalismo romântico e com o positivismo republicano. E se o Estado Novo tentou apoderar-se de Camões, devemos reconhecer que ele era o herdeiro do nacionalismo político e burguês, inventado e desenvolvido por aquele liberalismo e aquele positivismo naquelas confusões ideológicas que os caracterizavam e de que Camões não tem culpa (...). Além e acima de tudo e todos, a principal personagem da epopeia é Camões ele-mesmo, não só como o autor, não só como o narrador, não só como o crítico severo e implacável de toda a corrupção e de toda a maldade, como o denunciador angustiado de uma decadência moral e cívica que ele via e sentia à sua volta, e o qual constantemente interrompe a narrativa para invectivar com o maior desassombro. (...) Ele é o homem em si, aquele ser que se busca continuamente e ao amor que o projecta para dentro e para fora de si mesmo, e é, como Luís de Camões, o predestinado para ser, ao mesmo tempo, o poeta-herói supremo que realiza, isto é, torna real para a eternidade da poesia, a história de Portugal, e a embarca nos navios de Vasco da Gama para unir o Ocidente ao Oriente. Ao mesmo tempo, este poeta-herói-épico, e o poeta-homem, exemplo de ser-se português, em exílios e trabalhos, em sofrer incompreensões e injustiças , e - ao contrário do que sucede ou sucedeu a alguns - regressar com as mãos vazias, apenas rico de desilusões, de amarguras e do génio que havia posto numa das mais prodigiosas construções jamais criadas, desde que o mundo é mundo (...). E vendo-o no seu tempo, e na visão do mundo que ele teve, sabemos que devemos relê-lo atentamente para saber, que ele, tão orgulhosamente português, entenderia todas as independências, se fosse em vida nosso contemporâneo como ele o é na obra que nos legou, para glória máxima de uma língua falada e escrita ou recordada em todos os continentes. O orgulho de ser-se alguma coisa, o inabalável sentimento de independência e de liberdade, disso ele falou, e sentiu como ninguém. É disso um mestre. Tudo existe na sua obra: o orgulho e a indignação, a tristeza e a alegria prodigiosa, a amargura e o gosto de brincar, e desejo de ser-se um puro espírito de tudo isento e a sensualidade mais desbragada, uma fé inteiramente pessoal, pensada e meditada como ele a queria e não como uma instituição , e a dúvida do presdestinado que se sente todavia só e abandonado a si mesmo. Leiam-no e amem-no: na sua epopeia, nas suas líricas, no seu teatro tão importante, nas suas cartas tão descaradamente divertidas. E lendo-o e amando-o (poucos homens neste mundo tanto reclamaram amor em todos os níveis, e compreensão em todas as profundidades) - todos vós aprendereis a conhecer quem sois aqui e no largo mundo, agora e sempre, e com os olhos postos na claridade deslumbrante da liberdade e da justiça. Ignorar ou renegar Camões não é só renegar o Portugal a que pertencemos, tal como ele foi, gostemos ou não da história dele. É renegarmos a nossa mesma humanidade na mais alta e pura expressão que ela alguma vez assumiu.»


Jorge de Sena, Discurso do 10 de Junho de 1977 na Guarda

Camões - como o passado é o espelho destes tristes dias

(imagem daqui)
No mais, Musa, no mais, que a lira tenho
destemperada e a voz enrouquecida,
e não do canto, mas de ver que venho
cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
duma austera, apagada e vil tristeza.

in Os Lusíadas, Canto X, estância 145 - Luís Vaz de Camões

Curso de Especialização em Geologia Médica

Aqui ficam alguns dados relativos ao 1º Curso de Especialização em Geologia Médica, a realizar em Lisboa, entre 5 e 10 de Julho de 2010. O custo de inscrição é de 250 € (mais IVA) e inclui textos de apoio, os almoços, os coffee breaks e a visita de estudo às Termas de Cabeço de Vide no dia 10 de Julho.

Temas a abordar:
  • Exposição humana à radioactividade nas explorações mineiras abandonadas de jazigos uraníferos.
  • Efeitos na saúde derivados da presença de radão no ar e na água.
  • Ocorrência de flúor nas águas.
  • Ocorrência de arsénio nas águas subterrâneas e seus efeitos adversos para a saúde.
  • Origem das águas termais e seus efeitos terapêuticos.
  • Benefícios para a saúde de minerais e rochas.
  • Efeitos para a saúde da inalação de poeiras geogénicas.
  • Investigação aplicada à saúde ambiental.
Para mais informações, recomenda-se o download dos seguintes documentos:

Mota Amaral e a mulher do bispo de Worcester

Publicamos, com a devida vénia, o seguinte post, roubado ao Blog De Rerum Natura:


Para quem não leu o texto do professor de Física José Dias Urbano no "Público" do passado dia 24 de Maio, aqui fica o essencial:

"O despacho do dr. Mota Amaral que proíbe a Comissão de Inquéritos a que preside de usar os documentos que lhe foram enviados por autoridades judiciais competentes é, à primeira vista, incompreensível e insensato. De facto, numa só penada o dr. Mota Amaral contribuiu para desprestigiar não só o sistema judiciário, mas também a Assembleia da República.

Desprestigiou o sistema judiciário porque transmitiu ao país a ideia de que há juízes e procuradores que não se coíbem de praticar actos ilegais que ferem direitos fundamentais dos cidadãos, consignados na Constituição da República. Desprestigiou a Assembleia da República porque a impede de usar meios que são considerados por quem os enviou como essenciais para se chegar à verdade, transformando desse modo a Comissão de Inquérito em mais um espectáculo mediático sem outras consequências que não sejam a de mostrar aos cidadãos que os deputados gostam de perder tempo em tarefas inúteis.

Mas, pensando melhor, pode ter acontecido que, perante a gravidade da situação que se criaria se a Comissão de Inquérito chegasse à conclusão de que o primeiro-ministro tinha mentido - repare-se que isso já levou à destituição do homem mais poderoso do mundo -, o dr. Mota Amaral tenha optado por seguir a sábia atitude de prudência demonstrada pela mulher do bispo de Worcester, num dos mais célebres debates de que há memória em reuniões científicas. (...)

Tanto ele (o bispo de Worcester) como muitas outras autoridades religiosas da época (30 de Junho de 1860) achavam que o «princípio da selecção natural é absolutamente incompatível com a palavra de Deus».

Mais pragmática que os clérigos, a mulher do bispo de Worcester limitou-se a comentar: «Descender de macacos! Essa agora! Esperemos que não seja verdade! Mas se for, rezemos para que não se fique sabendo!».

Perante a gravidade da situação que se criaria se se provasse que o primeiro-ministro tinha mentido ao Parlamento, o dr. Mota Amaral deve ter-se sentido obrigado a tomar a mesma sábia atitude de prudência revelada pela mulher do bispo de Worcester:

«Termos um primeiro-ministro mentiroso?! Era o que mais faltava! Mas, se for verdade, ao menos que não se saiba». "

José Dias Urbano - in Público de 24/5/2010

Mais música dos anos 80 para celebrar a data

Poema de Gedeão para Camões


Soneto

Ao Luís Vaz, recordando o convívio da nossa mocidade.



Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer os olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arredeio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.


in Colóquio Letras, nº55, Maio de 1980

Alguns contributos para a celebração de feriado


Música adequada à data

Hoje é dia de lusofonia...

... e, por causa dos 195 anos que ontem passaram do Congresso de Viena, hoje há que recordar Olivença. Assim aqui fica uma música portuguesa, dos Acetre, grupo que conseguiu resgatar algum folclore português dessa localidade:




NOTA: tive o prazer de visitar a vila em final dos anos 90 e de falar em português com alguns resistentes desse território. Hoje as coisas estão muito mais fáceis e há até uma associação legal (Além Guadiana) que pode fazer actividades e divulgar a nossa língua - ver site e blog. Qualquer dia ainda os deixam voltar aos antigos apelidos ou vão pedir perdão por 170 anos de guerra contra os oliventinos...

Kátia Guerreiro cantando Camões


Perdigão perdeu a pena

Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

Luís de Camões

Poema brasileiro para celebrar a data


mudancasnalinguaportuguesa

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac

Cantar Camões

Um belo poema cantado por uma bela voz - às vezes esquecemo-nos quão bons somos quando somos nós mesmos...!




Pois meus olhos não cansam de chorar


Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo, em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar;

não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me;
nem deixe o mundo todo de escutar-me,
enquanto me a voz fraca não deixar.

E se em montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora Amor
em feras, aves, prantas, pedras, águas,

ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.

Luís de Camões

quarta-feira, junho 09, 2010

Uma Noite com Morcegos na Biblioteca Joanina de Coimbra

Informação recebida do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, via Blog De Rerum Natura:

"Noite dos Morcegos" no Paço da Escolas
12 de Junho | 21.00-24.00 horas
Entrada livre
Com o objectivo de quebrar as barreiras entre seres humanos e morcegos para promover a conservação das populações de morcegos, o Museu da Ciência associa-se à Noite Europeia dos Morcegos, organizada ao abrigo do Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).

Em Portugal existem 26 espécies de morcegos e 9 encontram-se em perigo. Na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra existe uma colónia de morcegos que tem um papel activo no controlo das traças do papel.

Venha participar na Noite dos Morcegos no Sábado, 12 de Junho de 2010, no Paço das Escolas, onde vamos receber dois cientistas que nos vão contar tudo sobre os morcegos.

PROGRAMA:

21.00
A FADA PALAVRINHA E O GIGANTE DAS BIBLIOTECAS
CONTO / CAMALEÃO
Biblioteca Joanina
Público-alvo: crianças

21.00 – 22.00
À PROCURA DE MORCEGOS
DETECÇÃO DE MORCEGOS COM DETECTORES DE ULTRA-SONS
Paço da Escolas

22.00
CONVERSAS COM CIENTISTAS
A VIDA (ÍNTIMA) DOS MORCEGOS
Luísa Rodrigues (ICNB) e Hugo Rebelo (CIBIO)
Biblioteca Joanina

23.00
MORCEGOS E VAMPIROS
CONTO / CAMALEÃO
Paço da Escolas
Público-alvo: jovens e adultos

21.00 às 24.00
EXPOSIÇÃO
MORCEGOS E ILUSTRAÇÕES HISTÓRICAS DAS COLECÇÕES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Biblioteca Joanina

ACTIVIDADES SOBRE MORCEGOS
Paço das Escolas

- QUEM COME MAIS? A ALIMENTAÇÃO DOS MORCEGOS
- ULTRA-SONS. COMO COMUNICAM OS MORCEGOS
- VER COM O ECO. EXPERIÊNCIAS DE ECOLOCAÇÃO
- ASAS E BRAÇOS. COMO VOAM OS MORCEGOS
- ABRIGOS. ONDE VIVEM OS MORCEGOS E CONSTRUÇÃO DE UM ABRIGO
- ARTE COM MORCEGOS. PINTURAS FACIAIS E ARTES PLÁSTICAS

OLHAR O CÉU. OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS
Paço das Escolas


Organização: Museu da Ciência da Universidade de Coimbra

Colaboração: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra; Universidade de Coimbra; Camaleão (contadores: Helena Faria, José Geraldo, Marco Paulete, Pedro Correia); e Alpha Centauri

Agradecimentos: FAPAS - Fundo para a protecção dos animais selvagens.

O Congresso de Viena terminou há 195 anos



Nove dias antes da derrota definitiva do Imperador Napoleão I, em Waterloo, a Europa redefiniu-se num Congresso em Viena. Neste, por exemplo, Portugal consignou com Espanha a devolução do território de Olivença, facto que ainda não aconteceu.

Tendo nós agora um Primeiro Ministro que, antes de ir para o poleiro, falava muito de novas fronteiras, é a altura ideal para o senhor em causa ir pedir a Madrid, no seu portunhol ou inglês técnico tão característicos, que se cumpra o que se estipulou em tratado...

Não roubarás...!?!

Caso dos gravadores: DIAP pediu levantamento da imunidade parlamentar de Ricardo Rodrigues
Ricardo Rodrigues nunca apresentou um pedido de desculpas nem devolveu os gravadores

O pedido de levantamento da imunidade parlamentar de Ricardo Rodrigues já deu entrada no Parlamento. O deputado do PS está disponível para depor no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa no âmbito do caso dos gravadores. Francisco Assis não quer “revalorizar questões episódicas”.


Esta manhã, a comissão de Ética foi informada da entrada do pedido de levantamento de imunidade parlamentar, mas a discussão sobre o assunto foi adiada para a próxima semana. Hoje, os deputados limitaram-se a distribuir o relatório, que será feito por um parlamentar socialista.

O pedido para Ricardo Rodrigues ser ouvido no DIAP, na sequência da queixa-crime apresentada pela revista Sábado (por furto de dois gravadores e atentado contra a liberdade de informação e de imprensa) foi também confirmado pelo líder da bancada do PS, Francisco Assis. Que afirmou ainda que Rodrigues, vice-presidente do grupo socialista, já lhe manifestou a intenção de depor.

Apesar de classificar o acto do socialista como um “acontecimento lamentável”, Assis considera que “não é bom revalorizarmos questões episódicas”. Questionado pelo PÚBLICO sobre se considera o furto um “episódio”, o líder parlamentar afirmou não querer discutir se tratou ou não de um furto e respondeu, em tom indignado: “Interprete as minhas palavras como entender.”

Minutos antes, Assis tinha apontado que, apesar de Rodrigues ter cometido um acto “irreflectido”, é necessário “enquadrá-lo e compreendê-lo”. “Não corresponde a um padrão do comportamento do deputado, não houve premeditação e não corresponde à relação que os grupos parlamentares têm com os jornalistas”, argumentou.

As declarações de Assis foram feitas após uma reunião com membros do Conselho Deontológico (CD) do Sindicato de Jornalistas, na qual esteve também presente a deputada Inês de Medeiros. “Aproveitando este incidente, queremos sensibilizar os partidos para os atentados à liberdade de expressão e informação. Continuamos a deplorar o que aconteceu. Foi um acto completamente condenável”, afirmou Orlando César, presidente do CD, que, na passada sexta-feira, foi recebido pelo grupo parlamentar do CDS.

Esta tarde, o CD reúne ainda com o Bloco de Esquerda. No dia 15, está marcado um encontro com o PSD e resta ainda agendar reuniões com o PCP e com “Os Verdes”.

Na passada semana, refira-se, o CD entregou ao Provedor de Justiça uma queixa contra Rodrigues.

Recorde-se que os dois gravadores ainda não foram devolvidos à sua proprietária, a jornalista Maria Henriques Espada. Quatro dias depois do furto, Ricardo Rodrigues apensou os dois equipamentos a uma providência cautelar interposta contra à Sábado. A providência foi entretanto distribuída para uma das varas cíveis de Lisboa. Mais de um mês depois do incidente, a revista ainda não foi notificada, desconhecendo por isso a localização dos gravadores.

A ética republicana no reino do socialismo

O período de nojo e a ética da inalação


O jornal i noticia hoje que Manuel Frasquilho, apontado como presidente da administração do Porto de Lisboa, entre 2005 e 2009, assinou nessa qualidade a prorrogação do contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara com a Liscont, uma empresa do grupo Mota-Engil. Tal contrato foi agora (quarta-feira passada) revogado por decisão da A.R.

Conta o jornal i que o mesmo Manuel Frasquilho, no início de Março e portanto depois de ter saído do Porto de Lisboa, "prestou serviço de consultadoria para a Mota-Engil e para a ETE, através de uma empresa do genro, a Globalvia - Consultores de Engenharia, S.A.".

Manuel Frasquilho não vê qualquer incompatibilidade ética ou legal, porque "não fui contactado por nenhum desses grupos, Mota-Engil ou ETE, e se eventualmente houvesse algum contacto, teria uma recusa. Considero muito importante o chamado período de nojo".

Portanto, não trabalhou para a Mota Engil porque trabalhou para a empresa do genro. E a empresa do genro, trabalhava para a Mota-Engil. Mas como Manuel Frasquilho não trabalhou directamente para esta, não quebrou o nojo nem a ética e os "princípios morais".

Não fumou directamente o charuto com os decisores da Mota-Engil. Inalou apenas os vapores que o genro lhe deu a cheirar.

in portadaloja - post de José

Como desertificar o interior de Portugal

Pegue-se num pseudo-engenheiro de ideias variáveis, numas centenas de Escolas que eram a última presença efectiva do estado em muitas terras do Portugal Profundo e encerre-se tudo (fique-se com menos Escolas do que as havia no tempo de El-Rei D. Carlos, para celebrar a República). Depois diga-se que era crime não encerrar as Escolas pequenas, para que a mentira pegue de estaca.

O resultado é este - o estado português deixa praticamente de existir em 90% do seu território - passa-se a ter nessa vasta área soberania virtual, coisa de que o nosso PM tanto gosta...

A título de exemplo, a Escola de 1º Ciclo que, Microsoft dixit, foi considerada a melhor do país (e uma das 30 melhores do Mundo...) vai ser encerrada, depois de um brutal investimento.

Para memória futura, um vídeo do tempo das vacas gordas e outro do abandono dessa mesma Escola:




PS - espero que a Apple ou outras empresas de topo mundiais não ponham Escolas portuguesas em tabelas deste tipo - tais distinções são perigosas, pois quem tem pseudo-licenciaturas da Universidade da Farinha Amparo não gosta de rankings...

terça-feira, junho 08, 2010

Pedido de ajuda aos nossos leitores

Com devem saber, a maluqueira que impera no Ministério da Educação vai levar ao fecho de imensas Escolas de 1º Ciclo (vulgo Escolas Primárias - algumas, curiosamente, arranjadas nos últimos anos...) e à fusão de muitas Escolas - como referi em posts anteriores vão surgir monstruosidades a que chamamos de Mega Agrupamentos...

Para perceberem o que quero dizer, imaginem o conjunto formado por uma Escola de 2º e 3º Ciclo, mais 20 ou 30 Escolas de 1º Ciclo e ainda 10 ou 12 Jardins de Infância, tudo sobre as ordem de um único Director, que mandará em mais 3.000 alunos, 300 professores e 100 funcionários (agora, em eduquês, são Assistentes Operacionais...), em territórios com centenas de quilómetros quadrados.

Uma das Escolas que teve direito a este presente foi aquela onde fiz o 9º Ano - o Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves. Como natural desta localidade acho uma tristeza que se destrua a Escola que teve, o passado ano escolar, as melhores notas nos exames de 9º Ano no distrito da Guarda.

No caso que aqui apresento, as Escolas de concelho de Trancoso ficarão agrupadas, tendo como Escola Sede a Escola Secundária de Trancoso, havendo gradualmente a ida de todos os alunos deste gigantesco concelho para um único pólo na localidade sede desta autarquia.

Para perceberem melhor o que se passa, recomendo que leiam, no Blog Vila Franca das Naves, os seguintes posts:

Assim, porque não podemos aceitar esta incompreensível imposição, foi lançada a Petição Vamos Defender o Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves, para a qual peço a vossa atenção e leitura e, caso concordem, sugiro que também sejam subscritores. O Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves e a minha vila local merecem a vossa ajuda...


Sobre a nova estapafúrdia ideia de passar os cábulas do 8º para o 10º Ano


O "estudo"

A ministra da Educação, Isabel Alçada, está na SIC-Notícias a explicar a medida fantástica que é a de permitir a passagem, administrativa ( mas com exames que isto não é só facilidades no M.E...), de alunos que tenham mais de 15 anos e ainda repitam o 8º ano, recalcitrando na cabulice ou na incapacidade.

Disse agora mesmo que "o esforço é essencial. O estudo."

Esta ideia de "estudo" já foi apresentada pelo próprio primeiro-ministro, um estudioso de Domingo e é uma ideia que se contrapõe a "saber". Saber não é preciso. O que importa é o "estudo".

E Isabel Alçada uma improvável ministra da Educação acabou por dizer, depois disto que " Isto não é qualquer facilitismo". E comprova-o: haverá exames. Difíceis, pela certa e nada para cábulas ou incapazes.

Facilitismo no M.E.? Olha que coisa! Quem se lembraria de tal ...

in portadaloja - post de José

Umas pequenas dúvidas legais sobre o post anterior...

Mais uma dúvida chata a juntar ao par do vizinho


O Paulo Guinote deixou duas dúvidas mas, como diz o ditado, não há duas sem três:

Será que o Governo vai ouvir o Conselho das Escolas sobre o encerramento das 500 escolas primárias e sobre os mega-agrupamentos?

É que o nº3 do art.º 2.º do Decreto-lei nº 32/2007 a isso obriga.
3—O CE deve ainda ser obrigatoriamente ouvido sobre tudo quanto diga respeito à reestruturação da rede pública de estabelecimentos de educação, sendo chamado a pronunciar-se, designadamente, sobre a sua criação, integração, modificação e extinção.
Aguardo ansiosamente o parecer do Conselho das Escolas (deve ser como as actas do acordo sindical... está a ser negociado).

Já agora, o CE havia de mostrar a todas as escolas e ao país os outros 2.500 pareceres que deu sobre o encerramento das 2.500 escolas de que tanto se gabam os nossos medíocres governantes.

in Educação SA - post de Reitor

Ministério da Anarquia

Governo não esperou pelo parecer do Conselho de Escolas sobre a reorganização da rede escolar

O Governo não esperou pelo parecer do Conselho de Escolas para aprovar a resolução sobre a reorganização da rede escolar. O diploma foi votado na semana passada, quando já se sabia que a reunião do CE, um órgão consultivo do Ministério da Educação constituído por 60 directores de estabelecimentos escolares, estava convocada para ontem. A reunião acabou por ser desconvocada no domingo.


"O que tínhamos hoje [ontem] para analisar já foi aprovado pelo Conselho de Ministros", confirmou ao PÚBLICO o presidente do Conselho de Escolas, Álvaro dos Santos, que se escusou a comentar o facto. O parecer foi pedido pelo secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata, que enviou para o efeito o projecto de resolução com "a definição de um conjunto de princípios e de orientações para a reorganização da rede escolar", nomeadamente no que respeita ao encerramento de todas as escolas com menos de 21 alunos e à extinção dos agrupamentos constituídos apenas por escolas do mesmo nível.

Dando seguimento ao pedido do governante, Álvaro dos Santos convocou, no dia 31 de Maio, uma reunião de urgência para 7 de Junho para o CE se pronunciar. Foi esta a reunião que ficou sem efeito. Em vez de dar parecer sobre os fundamentos e os princípios da reorganização, o Conselho de Escolas irá agora pronunciar-se sobre o projecto de portaria regulamentadora que os irá pôr em prática, confirmou. Num e-mail enviado domingo à noite aos outros directores, indicou que, por isso, e ditado "por razões de economia de esforço", a reunião voltará a ser convocada apenas quando o secretário de Estado enviar o projecto de portaria. O presidente do CE não sabe quando é que tal acontecerá.

Segundo Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, vários directores comunicaram à Fenprof que em reuniões distritais, realizadas na semana passada para preparar a reunião do CE agendada para ontem, muitos responsáveis opuseram-se ao projecto que entretanto acabou por ser aprovado pelo Governo. Álvaro dos Santos escusou-se a avançar indicações sobre esta matéria antes do CE adoptar uma posição.

"Agravar erro"

A Fenprof deu entretanto conta de outro e-mail que seguiu no domingo à noite para os directores das escolas, mas este enviado pelo Ministério da Educação. Por esta via foram informados de um despacho que, segundo os sindicatos, dá 24 horas às escolas para avaliarem os professores através do recurso à plataforma informática que lhes foi disponibilizada o ano passado.

Vários estabelecimentos não utilizaram este meio por se tratar de um instrumento "impreciso" que "arredondava as classificações", transformando Bons em Muito Bons e Muito Bons em Excelentes. A Fenprof acrescenta ainda que, com este despacho, o que o ME fez foi dar "um dia às escolas para agravarem erro na avaliação", apesar das recomendações em contrário da Assembleia da República, da Provedoria de Justiça e do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. O ministério recusou-se a comentar.

Sobre a parvoeira do exame para levar alguns alunos do 8º para o 10º Ano


O Despacho que permite a alunos que frequentem o 8.º ano transitarem para o 10.º, desde que tenham mais de 15 anos e que passem em exames (de âmbito nacional e de escola), viola duplamente a nossa Constituição, pois põe em causa não um, mas dois princípios da mesma: o da igualdade e o da obrigatoriedade do ensino básico para todos. A opinião é de Bacelar Gouveia e de Guilherme da Fonseca, especialistas em Direito Constitucional.

O primeiro aponta uma dúvida crucial do nosso sistema educativo: "a escolaridade obrigatória é apenas em termos de aprovação dos exames ou é-o também de presença nas aulas?"

O segundo aponta um problema que se levantou no De Rerum Natura: "um bom aluno do 8º ano, ao transitar para o 9º, vê-se discriminado porque tem que frequentar o ano lectivo, ao contrário daqueles que se submeterem a exames."

Vale a pena ler aqui ou ouvir aqui.

in Blog De Rerum Natura - ler post

sábado, junho 05, 2010

O Dia do Ambiente em música

Caldeirada - Amália Rodrigues

sexta-feira, junho 04, 2010

Porque certos cantores não envelhecem...

Jorge Palma - 60 anos!

Um presente para os nossos leitores, no dia em que o Palma faz 60 aninhos...!