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domingo, agosto 25, 2024

William Herschel morreu há 202 anos...

   
William Herschel (Hanôver, 15 de novembro de 1738 - Slough, 25 de agosto de 1822) foi um astrónomo e compositor alemão naturalizado inglês. Aos 19 anos mudou-se para a Inglaterra onde passou a ensinar música, antes de se tornar organista. Com o tempo passou a estudar astronomia e ficou famoso pela sua descoberta do planeta Úrano, assim como de duas de suas luas (Titânia e Oberon). Também descobriu duas luas de Saturno e a existência da radiação infravermelha. É também conhecido pelas vinte e quatro sinfonias que compôs. Foi o primeiro presidente da Royal Astronomical Society.
  
Primeiros anos
Friedrich Wilhelm Herschel nasceu em Hanôver, Alemanha, filho de Anna Ilse Moritzen e Issak Herschel. O seu pai era músico da Guarda Hanoveriana - para a qual entrou aos catorze anos. Mais tarde abandonou os serviços militares, devido a sua saúde frágil, sendo acusado de deserção, e sendo posteriormente perdoado pelo rei Jorge III, em 1782. O seu pai ajudou-o a mudar-se para a Inglaterra em 1757, onde começou a ganhar a vida como músico e organista. 
 
Descobertas científicas 
 
Astronomia

Por volta de 1766 começou a estudar seriamente astronomia e matemática, e acabou adquirindo um telescópio, e com sua irmã Caroline construiu telescópios para observar o céu noturno. Começou a observar os planetas e as estrelas em maio de 1773 e, em 1 de março de 1774, começou um registo, anotando as suas observações sobre os anéis de Saturno e a Nebulosa de Orion. 

 


Urano

Em 1781, mais precisamente no dia 13 de março, durante a sua procura por estrelas duplas, Herschel percebeu a existência de um corpo estelar, que inicialmente tomou por um cometa ou uma estrela. Após maiores observações chegou à conclusão de que devia se tratar de um planeta, com órbita mais distante que a de Saturno. No mesmo ano, Herschel foi premiado com a Medalha Copley e eleito membro da Sociedade Real. Em 1782 foi nomeado astrónomo da corte. Em 1787 descobriu dois satélites de Urano.

 
Outras descobertas na astronomia

A primeira das mais importantes descobertas de Herschel em astronomia foi o movimento intrínseco do Sol através do espaço, em 1783. Observou cuidadosamente o movimento de sete estrelas e demonstrou que estas convergiam para um ponto fixo (que interpretou como sendo o ápex solar).

De 1782 a 1785, Herschel catalogou estrelas duplas e publicou extensos catálogos, no primeiro dos quais sugeriu que muitas delas poderiam estar em movimento orbital relativo. Em 1793 mediu novamente as posições relativas de muitas estrelas duplas, comprovando assim sua hipótese. Desenvolveu também os primeiros conhecimentos sobre a constituição de Galáxia.

Durante a sua carreira, Herschel também descobriu duas luas de Saturno, Mimas e Enceladus; assim como duas luas de Urano, Titânia e Oberon, que foram nomeadas por seu filho, John, nos anos de 1847 e 1852, muito após sua morte.

Em 2007 evidências apresentadas por Dr. Stuart Eves sugerem que Herschel talvez tenha também descobertos os anéis ao redor de Urano.

Herschel também mediu a inclinação do eixo de Marte e descobriu as calotas de gelo de marcianas, observadas pela primeira vez em 1666 por Giovanni Domenico Cassini e em 1672 por Christiaan Huygens, mudavam de tamanho de acordo com a estação do planeta.

Ao estudar o movimento das estrelas, foi o primeiro a perceber que o sistema solar está a mover-se no espaço, e determinou a direção aproximada do movimento. Também estudou a estrutura da Via Láctea e concluiu que ela é achatada, em formato de disco e com o Sol em seu centro.

Também foi o primeiro a usar a palavra 'asteroide', que deriva da palavra grega aster 'estrela' + -eidos 'forma, formato', em 1802, para descrever a aparência semelhante a das estrelas das pequenas luas dos planetas gasosos e dos planetas menores. No entanto, só na década de 1850 é que a palavra passou a ser usada para descrever certos planetas pequenos.

Como parte de suas tentativas de determinar se havia uma conexão entre a atividade solar e o clima terrestre, Herschel fez anotações a respeito do preço do trigo. Teorizou que preço do trigo estaria ligado a colheita e o clima ao longo do ano. Sua tentativa não foi bem sucedida devido a falta de observações solares anteriores para comparação, mas técnicas semelhantes foram posteriormente utilizadas com sucesso.

Apesar de suas inúmeras importantes descobertas científicas, Herschel não era contra especulações. Em particular, acreditava que todos os planetas eram habitados, inclusive o Sol: acreditava que o sol possuía uma superfície sólida e fresca protegida de sua atmosfera quente por uma camada opaca de nuvens, e que uma espécie de seres adaptados ao seu estranho ambiente vivia lá e possuíam cabeças enormes, porque de acordo com seus cálculos uma cabeça de tamanho normal explodiria sob as mesmas circunstâncias. A crença original de que formas habitavam o Sol surgiu da observação de explosões solares na superfície do Sol.

Na biologia, Herschel usou um microscópio para estabelecer que os corais não eram plantas, como muito acreditavam na época, pois não possuía a parede celular característica das plantas.

 
Radiação Infravermelha

Em 1800, Herschel fez outra descoberta importante. Havia notado que filtros de diferentes cores deixavam passar quantidade diferentes de calor nas suas observações da luz solar, e desejava calcular essa quantidade de calor. Herschel pensava que as cores deveriam ter diferentes temperaturas.

Na sua experiência direcionou luz solar, através de um pequeno orifício num pedaço de papelão, deixou passar uma cor incidente da refração de um prisma de vidro e então mediu a temperatura de cada uma das cores. Herschel usou três termómetros com bulbos pretos (para melhor absorver o calor) e, para cada cor do espectro, posicionou um bulbo em uma cor visível enquanto os outros dois foram posicionados fora do espectro para controle. Conforme media a temperatura individual das cores do violeta ao vermelho, percebeu que todas as cores tinham temperaturas mais altas que a dos termómetros de controle, e que a temperatura aumentava na direção do sentido vermelho do espectro.

Decidiu então medir a temperatura da região logo após a cor vermelha, onde aparentemente não havia luz solar, e descobriu que a temperatura nessa região do espectro era mais elevada que nos lugares onde havia luz incidente. Concluiu que naquela região devia haver alguma radiação que não era visível, e a nomeou de "raios caloríficos". Após mais experiências descobriu que essa radiação sofria os efeitos de reflexão, refração, absorção e transmissão de forma semelhante à das radiações do espectro visível. Essa radiação foi depois renomeada de radiação infravermelha. Essa experiência foi importante para demonstrar que existem tipos de radiação que não são visíveis aos olhos humanos.

 
Legado na astronomia

A sua irmã, Caroline Lucretia Herschel, colaborou estreitamente em seu trabalho, descobrindo também cometas e organizando um catálogo de nebulosas. A tradição astronómica da família ainda continuaria com seu filho (John Herschel) e dois netos. Em 1813 foi eleito membro estrangeiro na Academia Real de Ciências Suíça. Ajudou na fundação da Sociedade Astronómica de Londres em 1820, na qual em 1831 recebeu uma carta real e se tornou a Academia Real de Astronomia.

Em 25 de agosto de 1822, Herschel faleceu em sua casa. O seu filho John Herschel também se tornou um astrónomo famoso.

A sua casa em Bath, onde fez inúmeros telescópios e observou Úrano pela primeira vez, abriga atualmente o Museu de Astronomia Herschel.

No seu epitáfio está Coelorum perrupit claustra (Rompendo as barreiras celestes).

 
Trabalhos musicais

As obras musicais de Herschel incluem: 18 sinfonias para pequena orquestra, 6 sinfonias para grande orquestra, 12 concertos para oboé, violino e viola, 2 concertos para órgão, 6 sonatas para violino, violoncelo e cravo, 12 solos para violino e baixo contínuo, 24 capriccios e 1 sonata para violino solo e 1 andante para duas trompas de basset, dois oboés, duas trompas e dois fagotes.


 


quinta-feira, julho 18, 2024

Joly Braga Santos morreu há 36 anos...

(imagem daqui)
      
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
  
(...)
     
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.
   

 


terça-feira, julho 18, 2023

Joly Braga Santos morreu há 35 anos...

(imagem daqui)
      
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
  
(...)
     
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.
   

 


segunda-feira, julho 18, 2022

Joly Braga Santos morreu há 34 anos

(imagem daqui)
      
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
  
(...)
     
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.
   

 


domingo, julho 18, 2021

Joly Braga Santos morreu há 33 anos

(imagem daqui)
      
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
  
(...)
     
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.
   

 


sexta-feira, maio 14, 2021

Joly Braga Santos nasceu há 97 anos

(imagem daqui)
  
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
   

   


sábado, julho 18, 2020

Joly Braga Santos morreu há 32 anos

(imagem daqui)
   
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
 
(...)
   
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.

terça-feira, maio 14, 2019

Joly Braga Santos nasceu há 95 anos

(imagem daqui)
 
Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
    
Início de vida
José Manuel Joly Braga Santos nasceu em Lisboa, a 14 de maio de 1924. A música, que já ouvia desde os dois anos de idade, é a primeira forma artística de que se lembra. Gostava que lhe oferecessem instrumentos musicais e o seu pai, apercebendo-se da sua predilecção pela música, levava-o aos concertos e à opera. Joly gostava especialmente das óperas com muito coro.
Aos cinco anos começou a tocar num violino de brincadeira. O seu apego ao instrumento parecia conduzi-lo a uma carreira de violinista profissional. Na verdade, chegou a estudar violino e composição no Conservatório de Lisboa, onde foi aluno de Luís de Freitas Branco. Provando ser o seu aluno mais talentoso, Joly herdou do mais proeminente compositor da altura a paleta de cores das suas orquestrações. Outra pessoa que muito contribuiu para a sua formação foi o maestro Pedro de Freitas Branco, dando a conhecer a obra de Braga Santos em todo o mundo. O próprio compositor lembra: «Ele ajudou-me de uma forma espantosa e abriu caminho à formação que mais tarde eu viria a ter.»
  
Música
Durante a sua juventude, o contexto de guerra mundial de então impediu um contacto mais próximo do compositor com a cultura musical europeia. Joly Braga Santos procurou assim inspiração na tradição portuguesa, especialmente na obra do seu mestre Luís de Freitas Branco. O antigo folclore português e o polifonismo renascentista está bem presente no seu primeiro período, durante o qual compõe as suas primeiras quatro sinfonias. O talento de Joly demonstra-se assim a si próprio pelo facto das referidas obras terem sido compostas entre os 22 e os 27 anos e imediatamente executadas pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Mas antes de completar os seus 20 anos, o compositor transpôs para música textos de, Antero de Quental, Fernando Pessoa e Luís de Camões, que voltaria a ser fonte de inspiração da sua 6ª Sinfonia. Contudo já na 4ª sinfonia tinha usado um poema de Vasconcellos Sobral no seu epílogo, tema esse que chegou a ser proposto para Hino Mundial da Juventude.
O contacto com a Europa acontece com a sua ida para Itália, país onde foi bolseiro para musicologia, composição musical e direcção de orquestra. Estudou com Virgílio Mortari, Gioachino Pasqualini, Alceo Galliera e Hermann Scherchen, cujo Curso Internacional de Regência frequentou com Luigi Nono, Bruno Maderna e Fernando Corrêa de Oliveira.
No seu regresso a Portugal, Joly tornou-se uma figura de destaque na direcção de orquestra e durante um longo período de tempo deixou de lado a composição. Refere-se a essa fase como um período "sabático", antes de se voltar, em 1965, para a sua maior criação, a Quinta Sinfonia. Esta obra foi o seu último trabalho puramente orquestral, pois a Sexta Sinfonia foi composta para coro e soprano.
Por esta altura, o compositor português estava já bastante familiarizado com a mudança de estilo musical resultante do período pós-guerra, apoiando aqueles que compunham num idioma mais agressivo e mais moderno. Braga Santos também catapultou a sua carreira nesse sentido, embora sem nunca perder a qualidade melódica que faz a sua música tão brilhante, misturando-a apenas com um pouco daquela aspereza que aparecia então na música mundial. Neste período compôs a ópera Trilogia das Barcas, baseada em Gil Vicente e estreada em 1970 no Festival da Gulbenkian, constituindo umas das grandes obras de sempre do repertório lírico português.
A música de Joly Braga Santos pode ser vista principalmente como uma fusão dos vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz: «Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia ser o resultado dessa criação.» A melodia era para ele a razão de ser da música.
Além da vasta obra musical, Braga Santos pertenceu ainda ao Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional, foi Director da Orquestra Sinfónica do Porto, Maestro Assistente e de Captação da Orquestra Sinfónica da RDP, professor de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa, crítico e articulista, entre outros do Diário de Notícias, e fundou ainda a Juventude Musical Portuguesa.
O musicólogo João de Freitas Branco, autor da obra de referência da história da música portuguesa, salientou a generosidade cultural do maior sinfonista português. «Ele é o inverso do artista que se dirige apenas a minorias privilegiadas. Ele queria que muitas pessoas viessem a usufruir da sua arte.» Comunicar para ele era essencial, contribuindo para isso o seu espírito aberto. Pai de uma família muito unida, adorava as suas filhas, a quem chamava as suas «maravilhas pequeninas»
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.
 
 

domingo, março 26, 2017

Beethoven morreu há 190 anos...


Ludwig van Beethoven (baptizado em 17 de dezembro de 1770 - Viena, 26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. "O resumo de sua obra é a liberdade," observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida".


quarta-feira, maio 14, 2014

Joly Braga Santos nasceu há 90 anos

(imagem daqui)

Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de Julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
  
Início de vida
José Manuel Joly Braga Santos nasceu em Lisboa, a 14 de maio de 1924. A música, que já ouvia desde os dois anos de idade, é a primeira forma artística de que se lembra. Gostava que lhe oferecessem instrumentos musicais e o seu pai, apercebendo-se da sua predilecção pela música, levava-o aos concertos e à opera. Joly gostava especialmente das óperas com muito coro.
Aos cinco anos começou a tocar num violino de brincadeira. O seu apego ao instrumento parecia conduzi-lo a uma carreira de violinista profissional. Na verdade, chegou a estudar violino e composição no Conservatório de Lisboa, onde foi aluno de Luís de Freitas Branco. Provando ser o seu aluno mais talentoso, Joly herdou do mais proeminente compositor da altura a paleta de cores das suas orquestrações. Outra pessoa que muito contribuiu para a sua formação foi o maestro Pedro de Freitas Branco, dando a conhecer a obra de Braga Santos em todo o mundo. O próprio compositor lembra: «Ele ajudou-me de uma forma espantosa e abriu caminho à formação que mais tarde eu viria a ter.»

Música
Durante a sua juventude, o contexto de guerra mundial de então impediu um contacto mais próximo do compositor com a cultura musical europeia. Joly Braga Santos procurou assim inspiração na tradição portuguesa, especialmente na obra do seu mestre Luís de Freitas Branco. O antigo folclore português e o polifonismo renascentista está bem presente no seu primeiro período, durante o qual compõe as suas primeiras quatro sinfonias. O talento de Joly demonstra-se assim a si próprio pelo facto das referidas obras terem sido compostas entre os 22 e os 27 anos e imediatamente executadas pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Mas antes de completar os seus 20 anos, o compositor transpôs para música textos de, Antero de Quental, Fernando Pessoa e Luís de Camões, que voltaria a ser fonte de inspiração da sua 6ª Sinfonia. Contudo já na 4ª sinfonia tinha usado um poema de Vasconcellos Sobral no seu epílogo, tema esse que chegou a ser proposto para Hino Mundial da Juventude.
O contacto com a Europa acontece com a sua ida para Itália, país onde foi bolseiro para musicologia, composição musical e direcção de orquestra. Estudou com Virgílio Mortari, Gioachino Pasqualini, Alceo Galliera e Hermann Scherchen, cujo Curso Internacional de Regência frequentou com Luigi Nono, Bruno Maderna e Fernando Corrêa de Oliveira.
No seu regresso a Portugal, Joly tornou-se uma figura de destaque na direcção de orquestra e durante um longo período de tempo deixou de lado a composição. Refere-se a essa fase como um período "sabático", antes de se voltar, em 1965, para a sua maior criação, a Quinta Sinfonia. Esta obra foi o seu último trabalho puramente orquestral, pois a Sexta Sinfonia foi composta para coro e soprano.
Por esta altura, o compositor português estava já bastante familiarizado com a mudança de estilo musical resultante do período pós-guerra, apoiando aqueles que compunham num idioma mais agressivo e mais moderno. Braga Santos também catapultou a sua carreira nesse sentido, embora sem nunca perder a qualidade melódica que faz a sua música tão brilhante, misturando-a apenas com um pouco daquela aspereza que aparecia então na música mundial. Neste período compôs a ópera Trilogia das Barcas, baseada em Gil Vicente e estreada em 1970 no Festival da Gulbenkian, constituindo umas das grandes obras de sempre do repertório lírico português.
A música de Joly Braga Santos pode ser vista principalmente como uma fusão dos vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz: «Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia ser o resultado dessa criação.» A melodia era para ele a razão de ser da música.
Além da vasta obra musical, Braga Santos pertenceu ainda ao Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional, foi Director da Orquestra Sinfónica do Porto, Maestro Assistente e de Captação da Orquestra Sinfónica da RDP, professor de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa, crítico e articulista, entre outros do Diário de Notícias, e fundou ainda a Juventude Musical Portuguesa.
O musicólogo João de Freitas Branco, autor da obra de referência da história da música portuguesa, salientou a generosidade cultural do maior sinfonista português. «Ele é o inverso do artista que se dirige apenas a minorias privilegiadas. Ele queria que muitas pessoas viessem a usufruir da sua arte.» Comunicar para ele era essencial, contribuindo para isso o seu espírito aberto. Pai de uma família muito unida, adorava as suas filhas, a quem chamava as suas «maravilhas pequeninas»
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.


quinta-feira, julho 18, 2013

Joly Braga Santos morreu há 25 anos

(imagem daqui)

Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.
Inicio de vida
José Manuel Joly Braga Santos nasceu em Lisboa a 14 de maio de 1924. A música, que já ouvia aos dois anos de idade, é a primeira forma artística de que se lembra. Gostava que lhe oferecessem instrumentos musicais e o seu pai, apercebendo-se da sua predilecção pela música, levava-o aos concertos e à opera. Joly gostava especialmente das óperas com muito coro.
Aos cinco anos começou a tocar num violino de brincadeira. O seu apego ao instrumento parecia conduzi-lo a uma carreira de violinista profissional. Na verdade, chegou a estudar violino e composição no Conservatório de Lisboa, onde foi aluno de Luís de Freitas Branco. Provando ser o seu aluno mais talentoso, Joly herdou do mais proeminente compositor da altura a paleta de cores das suas orquestrações. Outra pessoa que muito contribuiu para a sua formação foi o maestro Pedro de Freitas Branco, dando a conhecer a obra de Braga Santos em todo o mundo. O próprio compositor lembra: «Ele ajudou-me de uma forma espantosa e abriu caminho à formação que mais tarde eu viria a ter.»

Música
Durante a sua juventude, o contexto de guerra mundial de então impediu um contacto mais próximo do compositor com a cultura musical europeia. Joly Braga Santos procurou assim inspiração na tradição portuguesa, especialmente na obra do seu mestre Luís de Freitas Branco. O antigo folclore português e o polifonismo renascentista está bem presente no seu primeiro período, durante o qual compõe as suas primeiras quatro sinfonias. O talento de Joly demonstra-se assim a si próprio pelo facto das referidas obras terem sido compostas entre os 22 e os 27 anos e imediatamente executadas pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Mas antes de completar os seus 20 anos, o compositor transpôs para música textos de, Antero de Quental, Fernando Pessoa e Luís de Camões, que voltaria a ser fonte de inspiração da sua 6ª Sinfonia. Contudo já na 4ª sinfonia tinha usado um poema de Vasconcellos Sobral no seu epílogo, tema esse que chegou a ser proposto para Hino Mundial da Juventude.
O contacto com a Europa acontece com a sua ida para Itália, país onde foi bolseiro para musicologia, composição musical e direcção de orquestra. Estudou com Virgílio Mortari, Gioachino Pasqualini, Alceo Galliera e Hermann Scherchen, cujo Curso Internacional de Regência frequentou com Luigi Nono, Bruno Maderna e Fernando Corrêa de Oliveira.
No seu regresso a Portugal, Joly tornou-se uma figura de destaque na direcção de orquestra e durante um longo período de tempo deixou de lado a composição. Refere-se a essa fase como um período "sabático", antes de se voltar, em 1965, para a sua maior criação, a Quinta Sinfonia. Esta obra foi o seu último trabalho puramente orquestral, pois a Sexta Sinfonia foi composta para coro e soprano.
Por esta altura, o compositor português estava já bastante familiarizado com a mudança de estilo musical resultante do período pós-guerra, apoiando aqueles que compunham num idioma mais agressivo e mais moderno. Braga Santos também catapultou a sua carreira nesse sentido, embora sem nunca perder a qualidade melódica que faz a sua música tão brilhante, misturando-a apenas com um pouco daquela aspereza que aparecia então na música mundial. Neste período compôs a ópera Trilogia das Barcas, baseada em Gil Vicente e estreada em 1970 no Festival da Gulbenkian, constituindo umas das grandes obras de sempre do repertório lírico português.
A música de Joly Braga Santos pode ser vista principalmente como uma fusão dos vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz: «Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia ser o resultado dessa criação.» A melodia era para ele a razão de ser da música.
Além da vasta obra musical, Braga Santos pertenceu ainda ao Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional, foi Director da Orquestra Sinfónica do Porto, Maestro Assistente e de Captação da Orquestra Sinfónica da RDP, professor de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa, crítico e articulista, entre outros do Diário de Notícias, e fundou ainda a Juventude Musical Portuguesa.
O musicólogo João de Freitas Branco, autor da obra de referência da história da música portuguesa, salientou a generosidade cultural do maior sinfonista português. «Ele é o inverso do artista que se dirige apenas a minorias privilegiadas. Ele queria que muitas pessoas viessem a usufruir da sua arte.» Comunicar para ele era essencial, contribuindo para isso o seu espírito aberto. Pai de uma família muito unida, adorava as suas filhas, a quem chamava as suas «maravilhas pequeninas»
Eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.»
Morreu em Lisboa, no ano de 1988.

sábado, maio 18, 2013

Mahler morreu há 102 anos

Gustav Mahler (Kalischt, Boémia - Império Austro-Húngaro - atualmente República Checa, 7 de julho de 1860 - Viena, 18 de maio de 1911) foi um maestro judaico austríaco e compositor. Atualmente, Mahler costuma ser visto como um dos maiores compositores, lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e por suas grandes sinfonias e ciclo de canções sinfónicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que pudessem expressar suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. As suas obras (principalmente as sinfonias) são geralmente extensas e com orquestração variada e numerosa. Mahler procura romper os limites da tonalidade, posto que em muitas de suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum. Outra característica marcante das obras de Mahler é um certo caráter sombrio, algumas vezes ligado ao funesto.


terça-feira, maio 14, 2013

Joly Braga Santos nasceu há 89 anos

(imagem daqui)

Joly Braga Santos (Lisboa, 14 de maio de 1924 - Lisboa, 18 de julho de 1988) foi um compositor de música erudita e maestro português, condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada em 1977. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias.


terça-feira, novembro 06, 2012

Tchaikovsky morreu há 119 anos

Piotr Ilitch Tchaikovsky (Kamsko-Wotkinski Sawod, atual Tchaikovsky, 5 de maio de 1840 - São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo.
Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas daquele país, sua música se tornou conhecida e admirada por seu carácter distintamente russo, bem como por suas ricas harmonias e vivas melodias. Suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas do que aquelas de seus compatriotas, uma vez que ele utilizava elementos internacionais ao lado de melodias populares nacionalistas russas. Tchaikovsky, assim como Mozart, é um dos poucos compositores aclamados que se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano.


quarta-feira, outubro 24, 2012

Alessandro Scarlatti morreu há 287 anos

Alessandro Scarlatti (Palermo, 2 de maio de 1660 - Nápoles, 24 de outubro de 1725), cujo nome verdadeiro era Pietro Alessandro Gaspari, foi um compositor italiano de grande importância para a música lírica do período barroco. Seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da ópera séria e da ópera buffa (ópera cómica) do seu tempo e é considerado o pai da escola napolitana de ópera.
Dentre suas obras de sucesso, merecem destaque as óperas Carlo, Re d'Allemagna (1716), Telemaco (1718) e La Griselda (1721). Além das óperas, Alessandro Scarlatti também ficou famoso por suas cantatas de câmara. Foi pai de dois outros compositores, Domenico Scarlatti (1785-1757) e Pietro Filippo Scarlatti (1679-1750), e irmão mais velho de Francesco Scarlatti (1666-1741), também compositor, ainda que de menor expressão em comparação com Alessandro e Domenico.
As óperas de Alessandro Scarlatti são dotadas de alto nível musical e influenciaram compositores dos mais variados países. Do ponto de vista da ação dramática, porém, ficam a dever para as composições de autores que o sucederam, como Händel, Hasse e Vivaldi. As aberturas das óperas de Alessandro Scarlatti, chamadas sinfonias, consistiam geralmente de três movimentos: rápido, lento e rápido. Essa forma se tornou de grande importância na criação posterior da sinfonia clássica para orquestra.
Alessandro Scarlatti foi um compositor de extraordinário talento criativo. Sua obra compreende nada menos que 115 óperas, 150 oratórios e mais de 500 cantatas, além de composições instrumentais. A música de Scarlatti forma um importante elo entre a música vocal do início do barroco italiano do século XVII, centrada em Florença, Veneza e Roma, e a escola clássica do século XVIII, que culmina em Haydn (1732-1809) e Mozart (1756-1791).

segunda-feira, março 26, 2012

Beethoven morreu há 185 anos


Beethoven (baptizado em 17 de dezembro de 1770 - Viena, 26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. "O resumo de sua obra é a liberdade," observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida".


domingo, novembro 06, 2011

quinta-feira, setembro 08, 2011

Dvorak nasceu há 170 anos


Antonín Leopold Dvořák (Nelahozeves, 8 de Setembro de 1841Praga, 1 de Maio de 1904) foi um compositor checo do período romântico que usou nas suas obras muitas melodias populares da Morávia e da sua Boémia natal. Seus trabalhos incluem óperas, sinfonias, coros e música de câmara. Dentre suas obras mais conhecidas estão a Sinfonia nº9 "Do Novo Mundo", Danças Eslavas, Quarteto de Cordas "Americano" e Concerto de Violoncelo em B menor.


quinta-feira, junho 10, 2010

Rumor de raça

Mais um post roubado ao Blog portugal dos pequeninos, também de autoria de João Gonçalves:


Que pena me fez ver os nossos antigos combatentes - os verdadeiros, não os que andam por aí a juntar umas massas em missões "humanitárias" - a terem de desfilar diante de tantos traidores à Pátria. A traição à Pátria é, antes de outra coisa qualquer, uma atitude moral, ou melhor, amoral que se pode traduzir em acções e omissões em vários domínios. Vivendo em paz, embora numa paz de cemitérios, Portugal está, no essencial, entregue a patrioteiros de opereta que envergonham aquilo que já foi uma raça. Apesar deste abaixamento generalizado, Cavaco Silva é o único PR que expressamente teve a coragem de associar o que resta das Forças Armadas - e, este ano, os antigos combatentes - ao Dia de Portugal. Até porque cumpriu serviço militar obrigatório em Moçambique enquanto a maior parte do palanque oficial nunca vestiu uma farda ou fugiu de a vestir. Se um rumor de raça resta, a estes homens, mortos ou vivos, o devemos. Eles são o Dia de Portugal.