segunda-feira, outubro 22, 2012

Há 50 anos, os americanos souberam que estavam perto de uma guerra mundial

U-2 reconnaissance photograph of Soviet nuclear missiles in Cuba. Missile transports and tents for fueling and maintenance are visible. Photo taken by the CIA

The Cuban missile crisis - known as the October crisis in Cuba and the Caribbean crisis in the USSR - was a 13-day confrontation between the Soviet Union and Cuba on one side and the United States on the other; the crisis occurred in October 1962, during the Cold War. In August 1962, after some unsuccessful operations by the US to overthrow the Cuban regime (Bay of Pigs, Operation Mongoose), the Cuban and Soviet governments secretly began to build bases in Cuba for a number of medium-range and intermediate-range ballistic nuclear missiles (MRBMs and IRBMs) with the ability to strike most of the continental United States. This action followed the 1958 deployment of Thor IRBMs in the UK (Project Emily) and Jupiter IRBMs to Italy and Turkey in 1961 – more than 100 US-built missiles having the capability to strike Moscow with nuclear warheads. On October 14, 1962, a United States Air Force U-2 plane on a photoreconnaissance mission captured photographic proof of Soviet missile bases under construction in Cuba.
Not only does the ensuing crisis rank with the Berlin Blockade, the Suez Crisis and the Yom Kippur War as one of the major confrontations of the Cold War, it is generally regarded as the moment in which the Cold War came closest to turning into a nuclear conflict, or possibly World War III, with an American research center estimating that 100 million Americans and over 100 million Russians would have perished. The crisis served as the first documented instance of the threat of mutual assured destruction (MAD) being discussed as a determining factor in a major international arms agreement.
The United States considered attacking Cuba via air and sea, but decided on a military blockade instead, calling it a "quarantine" for legal and other reasons. The US announced that it would not permit offensive weapons to be delivered to Cuba and demanded that the Soviets dismantle the missile bases already under construction or completed in Cuba and remove all offensive weapons. The Kennedy administration held only a slim hope that the Kremlin would agree to their demands, and expected a military confrontation. On the Soviet side, Premier Nikita Khrushchev wrote in a letter to Kennedy that his blockade of "navigation in international waters and air space" constituted "an act of aggression propelling humankind into the abyss of a world nuclear-missile war".
The Soviets publicly balked at the US demands, but in secret back-channel communications initiated a proposal to resolve the crisis. The confrontation ended on October 28, 1962, when President John F. Kennedy and United Nations Secretary-General U Thant reached a public and secret agreement with Khrushchev. Publicly, the Soviets would dismantle their offensive weapons in Cuba and return them to the Soviet Union, subject to United Nations verification, in exchange for a US public declaration and agreement never to invade Cuba. Secretly, the US agreed that it would dismantle all US-built Jupiter IRBMs deployed in Turkey and Italy.
Only two weeks after the agreement, the Soviets had removed the missile systems and their support equipment, loading them onto eight Soviet ships from November 5–9. A month later, on December 5 and 6, the Soviet Il-28 bombers were loaded onto three Soviet ships and shipped back to Russia. The blockade was formally ended at 6:45 pm EDT on November 20, 1962. Eleven months after the agreement, all American weapons were deactivated (by September 1963). An additional outcome of the negotiations was the creation of the Moscow–Washington hotline, a direct communications link between Moscow and Washington, D.C.

(...)

At 3:00 pm EDT on October 22, President Kennedy formally established the Executive Committee (EXCOMM) with National Security Action Memorandum (NSAM) 196. At 5:00 pm, he met with Congressional leaders who contentiously opposed a blockade and demanded a stronger response. In Moscow, Ambassador Kohler briefed Chairman Khrushchev on the pending blockade and Kennedy's speech to the nation. Ambassadors around the world gave advance notice to non-Eastern Bloc leaders. Before the speech, US delegations met with Canadian Prime Minister John Diefenbaker, British Prime Minister Harold Macmillan, West German Chancellor Konrad Adenauer, and French President Charles de Gaulle to brief them on the US intelligence and their proposed response. All were supportive of the US position.
On October 22 at 7:00 pm EDT, President Kennedy delivered a nation-wide televised address on all of the major networks announcing the discovery of the missiles.
It shall be the policy of this nation to regard any nuclear missile launched from Cuba against any nation in the Western Hemisphere as an attack by the Soviet Union on the United States, requiring a full retaliatory response upon the Soviet Union.
Kennedy described the administration's plan:
To halt this offensive buildup, a strict quarantine on all offensive military equipment under shipment to Cuba is being initiated. All ships of any kind bound for Cuba, from whatever nation or port, will, if found to contain cargoes of offensive weapons, be turned back. This quarantine will be extended, if needed, to other types of cargo and carriers. We are not at this time, however, denying the necessities of life as the Soviets attempted to do in their Berlin blockade of 1948.
During the speech a directive went out to all US forces worldwide placing them on DEFCON 3. The heavy cruiser USS Newport News was designated flagship for the blockade, with the USS Leary (DD-879) as Newport News'destroyer escort.

domingo, outubro 21, 2012

Dizzy Gillespie nasceu há 95 anos

John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, (Cheraw, 21 de outubro de 1917 - Englewood, 6 de janeiro de 1993) foi um trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz, sendo, a par de Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento bebop no jazz moderno.
Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus criadores, classificavam como música assustadora.
Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge indo depois muito além deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada 45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas (tradicionalmente os trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”).
Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos agrupamentos e big bands e aparecia frequentemente como solista com a Norman Granz's Jazz at the Philharmonic. No início da sua carreira tocou com Cab Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária big band de Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em particular a salsa. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do jazz "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's Works", e "Con Alma".
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, To Be or not to Bop, e seria vítima de um cancro no início de 1993, sendo sepultado no Flushing Cemetery em Queens, Nova Iorque.
Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood, número 7057 Hollywood Boulevard.

Elliott Smith morreu há 9 anos

Steven Paul Smith (Omaha, Nebraska, 6 de agosto de 1969 - Los Angeles, California, 21 de outubro, 2003), mais conhecido como Elliott Smith, era um cantor e músico norte-americano, nascido em Omaha, Nebraska, mas que viveu grande parte da sua vida em Portland, Oregon, onde ganhou popularidade. Seu principal instrumento era a viola, mas também tocava piano, clarinete, baixo, harmónica e bateria.
Depois de tocar na banda Heatmiser por alguns anos, ele começou sua carreira solo em 1994 com lançamentos pela gravadora independente Cavity Search e Kill Rock Stars. Em 1997 ele assinou um contrato com a DreamWorks Records, com a qual gravou 2 álbuns. Ele ficou famoso após sua canção "Miss Misery", incluída na trilha sonora do filme Good Will Hunting, ser indicada para o Óscar como melhor canção em 1997.
Smith batalhou contra a depressão, alcoolismo e consumo de drogas durante anos, sendo estes relatados algumas vezes em suas canções. É conhecido inclusive por suas composições mais melancólicas, abordando temas sobre a solidão, desespero e alienação social.
Ele faleceu aos 34 anos, em Los Angeles, Califórnia, com 2 facadas no peito, sendo a autópsia inconclusiva sobre se foi ou não suicídio. Nessa época, ele estava trabalhando em seu sexto disco, From A Basement on the Hill, que foi lançado postumamente em 19 de outubro de 2004.


Horatio Nelson morreu, há 207 anos, na Batalha de Trafalgar, em que derrotou a marinha de Napoleão

A Batalha de Trafalgar foi uma batalha naval que ocorreu entre a França e Espanha contra a Inglaterra, em 21 de outubro de 1805, na era napoleónica, ao largo do cabo de Trafalgar, na costa espanhola. A esquadra franco-espanhola era comandada pelo almirante Villeneuve, enquanto que a inglesa era comandada pelo almirante Nelson, para muitos o maior génio em estratégia naval que já existiu. A França queria invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha, mas antes tinha que se livrar do empecilho que era a marinha inglesa. Nelson tinha que evitar isso.

(...)

A batalha progrediu em grande parte de acordo com o plano de Nelson. Às 11.45 horas, Nelson enviou o famoso sinal de bandeira: England expects that every man will do his duty ("A Inglaterra espera que cada homem irá fazer o seu dever").
Tudo ocorreu perfeitamente para os ingleses, com vários barcos inimigos afundados ou capturados, graças à perícia dos marujos ingleses no manejo dos canhões. No entanto, Nelson morreu na batalha, atingido por uma bala de mosquete das velas de gávea do francês Redoutable que no momento varria o Victory de popa a proa. A nau de Nelson perdeu 57 homens, incluindo o próprio comandante, e teve 102 feridos. O Redoutable, em contraste, teve 22 de seus 64 canhões desmontados e, de uma tripulação de 643, houve 487 mortos e 81 feridos. Esse enorme índice de baixas francesas é um reflexo da eficácia da artilharia inglesa. Quem assumiu o comando da frota inglesa foi o vice-almirante Cuthbert Collingwood, da nau capitânia Royal Sovereign. Após a batalha, uma tempestade alcançou a frota inglesa, que acabou perdendo grande parte dos navios recém conquistados, já muito destroçados.


Celia Cruz nasceu há 87 anos

Úrsula Hilaria Celia Caridad Cruz Alfonso (Havana, 21 de outubro de 1925 - Fort Lee, Nova Jersey, 16 de julho de 2003) foi uma cantora cubana.

Saiu de seu país em 1959, nunca mais retornando, em virtude do regime de Fidel Castro. Foi para o México, onde gravou com outros artistas como Tito Puente. Do México mudou-se para Nova York, onde passou a maior parte de sua vida e morou até o fim dela.
Foi a maior intérprete cubana, tendo recebido vinte discos de ouro e recebendo o título de "Rainha da Salsa".
Foi casada durante 41 anos, com o também cantor cubano Pedro Knight. Em 16 de julho de 2003, ela morreu de um tumor maligno no cérebro em sua casa em Fort Lee, Nova Jersey.
Depois da sua morte, o seu corpo embalsamado, foi levado para Miami e Nova Iorque, de tal maneira que todos puderam render homenagens.
O seu funeral reuniu mais de 150 mil pessoas em Miami e em Nova Iorque e o mundo inteiro lhe rendeu homenagens. A América Latina rendeu-se aos seus pés e a comunidade artística mundial reconhecia-a como um de seus mais altos expoentes. O enterro em Nova Iorque constituiu um dos maiores que essa cidade recorda, superando inclusive o de Judy Garland, em 1969.
Em fevereiro de 2004, o seu último álbum, publicado depois de sua morte, ganhou um prémio póstumo nos Premios Lo Nuestro como melhor álbum de salsa do ano. Recentemente teve uma música sua inserida no jogo Call of Duty Black Ops (na primeira fase, é possível ouvir Quimbara no fundo do bar).


sábado, outubro 20, 2012

Porque a Poesia ficou mais pobre...

(imagem daqui)

It’s all right, ma...

Está tudo bem, mãe,
estou só a esvair-me em sangue,
o sangue vai e vem,
tenho muito sangue.

Não tenho é paciência,
nem tempo que baste
(nem espaço), deixaste-me
pouco espaço para tanta existência.

Lembranças a menos
faziam-me bem,
e esquecimento também
e sangue e água a menos.

Teria cicatrizado
a ferida do lado,
e eu ressuscitado
pelo lado de dentro.

Que é o lado
por onde estou pregado,
sem mandamento
e sem sofrimento.

Nas tuas mãos
entrego o meu espírito,
seja feita a tua vontade,
e por aí adiante.

Que não se perturbe
nem intimide
o teu coração,
estou só a morrer em vão.

in Cuidados Intensivos (1994) - Manuel António Pina

Snoop Dogg - 42 anos

Snoop Dogg, nome artístico de Calvin Cordozar Broadus (Long Beach, 20 de outubro de 1970), é um rapper e ator americano.
O segundo de três filhos de Beverly Broadus com Vernall Varnado, um veterano do Vietname, cantor e carteiro, mencionado por Doggy como frequentemente ausente de sua vida. Batizado com o nome do seu padrasto, ganhou o apelido de "Snoop" de sua mãe e adotou o nome artístico de "Snoop Doggy Dogg" quando começou a gravar. Em meados de 2012, após uma viagem à Jamaica, anunciou que vai mudar o nome artístico para Snoop Lion e cantar músicas que "filhos e avós possam ouvir". 

Nascido em Long Beach, Califórnia, Snoop Doggy Dogg (que passaria a ser chamado de Snoop Dogg) entrou no mundo do rap como um orgulhoso representante da Costa Oeste dos Estados Unidos. Em 1992, quando ele surgiu, a costa oeste era conhecida por rappers como Eazy-E, Dr. Dre, Ice Cube e Ice T, artistas considerados inteligentes e da linha gangsta rap, que pintavam um retrato realista e perturbador da vida.
Snoop Dogg começou a carreira como membro do grupo 213, que também incluía Warren G (meio-irmão de Dr. Dre) e Nate Dogg, conhecidos mais pelas suas carreiras solo do que pelo grupo. Os fãs de hip hop ouviram o estilo malandro de Snoop Dogg pela primeira vez com o filme de Dr. Dre, Deep Cover. Depois, ele apareceu no disco clássico de Dre, The Chronic, em que interpreta o sucesso "Nuthin' but a 'G' Thang", uma das muitas colaborações que reuniu os dois rappers ao longo dos anos.
Snoop Dogg era muito amigo de 2Pac, e chegou a compor músicas com ele quando ainda gravava pela Death Row Records. É notória também a sua amizade com o grande rapper-produtor Dr. Dre, que o lançou no mainstream do rap em sua primeira aparição no videoclipes de "Nuthin' but a 'G' Thang", do álbum The Chronic, de Dre, em 1992.
O seu primeiro lançamento foi o álbum Doggystyle, um clássico de Gangsta rap/G-funk, lançado pelo célebre selo de hip hop, Death Row Records, do magnata Suge Knight. Lançado em 1991, tornou-se o primeiro disco de estreia de um artista a chegar ao número 1 da Billboard e recebeu encomendas antecipadas de 1,5 milhão de unidades. Doggystyle já vendeu mais de seis milhões de cópias e é considerado como um dos melhores álbuns de hip hop da história. O segundo álbum, e que já não contou com Dr. Dre na produção, saiu em 1996, e intitulava-se Tha Doggfather, que também estreou na primeira posição na Billboard.
Logo depois fechou contrato com a No Limit Records de Master P, tirou o "Doggy" do nome e gravou Da Game Is to Be Sold, Not to Be Told (1998), No Limit Top Dogg (1999) e Tha Last Meal (2000). Em 2002 o rapper passou para a Priority/Capitol e lançou Paid tha Cost to Be da Boss, que teve como maior êxito o tema "Beautiful", cujo videoclipe foi filmado no Brasil (no Rio de Janeiro), e que contou com a participação de Pharrell Williams, do grupo The Neptunes. Fundou sua própria gravadora, Doggystyle Records, distribuído pela MCA, e uma empresa de roupas, a Snoop Dogg Clothing.
Em 2003, Snoop Dogg cantou no programa americano MTV Icon a música Sad but True, do Metallica.
Em 2004 lançou o seu trabalho R&G (Rhythm & Gangsta): The Masterpiece, do qual já se extraíram os singles "Drop It Like It's Hot", "Let's Get Blown", ambos com a participação de Pharrell Williams, e ainda mais "Signs" que conta com a colaboração de Justin Timberlake e Charlie Wilson. No ano de 2006 lançou novo álbum, Tha Blue Carpet Treatment, onde contou com participações de R. Kelly, B-Real, E-40, Game, Akon, Nate Dogg entre outros. Tha Blue Carpet Treatment teve singles como "That's That" (com R. Kelly), "Vato" (com B-Real), "Drippin' Like Water" (com E-40, Daz Dillinger, MC Eith, Goldie Loc e Kurupt, "Boss Life" com Akon na versão do disco e na versão do videoclipe Nate Dogg.
Seu lado cómico lhe proporcionou uma série de papéis em filmes como Baby Boy, de John Singleton, Dia de Treino, com Denzel Washington, The Wash (que também conta com participação de Eminem e Dr. Dre), e o filme de terror Bones, entre outros.
Em 18 de maio e outubro de 2001, Snoop Dogg foi multado e preso por porte de marijuana. Em 2008 lançou o álbum Ego Trippin'.
Em 30 de agosto de 2004 Snoop Dogg subiu ao palco com Linkin Park durante a música "Step Up/Nobody's Listening/It's Goin' Down" para adicionar a ela um verso da música "Gin and Juice". Depois do fim desse show foi encontrado fumando marijuana no camarim do palco.


Nick Hodgson, o baterista dos Kaiser Chiefs, faz hoje 35 anos

Nicholas James David Hodgson (born 20 October 1977) is the drummer, backing vocalist and principal song-writer of English indie band Kaiser Chiefs.
He attended St. Mary's Catholic High School, Menston with Nick Baines and Simon Rix. He then went onto Trinity & All Saints University College in Horsforth, Leeds. There he studied media. He later met Ricky Wilson and Andrew White (Whitey) at a mod night called Move On Up at The Underground in Leeds. Together they formed Runston Parva, later to be called Parva and now Kaiser Chiefs.
Together with bandmate Ricky Wilson, Nick started the Leeds club night Pigs "to give us something to look forward to", and after giving the rest of the band a mix CD with songs he had been playing at Pigs, they formed Kaiser Chiefs, scrapping all their old songs and changing "the way we play, the way we dress, basically everything we could change without changing... our faces.

Morreu Manuel António Pina


(imagem daqui)


Algumas Coisas

A morte e a vida morrem
e sob a sua eternidade fica
só a memória do esquecimento de tudo;
também o silêncio de aquele que fala se calará.

Quem fala de estas
coisas e de falar de elas
foge para o puro esquecimento
fora da cabeça e de si.

O que existe falta
sob a eternidade;
saber é esquecer, e
esta é a sabedoria e o esquecimento.

in
Aquele que Quer Morrer (1978) - Manuel António Pina

O ditador-filósofo da Líbia foi assassinado há um ano

Muammar Abu Minyar al-Gaddafi (Sirte, 7 de junho de 1942 - Sirte, 20 de outubro de 2011) foi um militar, político, ideólogo e ditador líbio, sendo o de facto chefe de estado do seu país entre 1969 e 2011.
Gaddafi chegou ao poder em 1969, sem derramar sangue, por meio de um golpe de estado e assumiu a função formal de Chefe da Nação até 1977, quando renunciou o comando do chamado Conselho do Comando Revolucionário da Líbia e alegou apenas ser uma figura simbólica do governo. Seus críticos dizem que ele agia como um autocrata ou um demagogo, apesar do antigo governo líbio dizer que ele não detinha qualquer poder e o próprio Gaddafi tentava passar a imagem de um estadista-filósofo. Após Gaddafi renunciar o cargo, ele ficou conhecido como o "Irmão Líder e Chefe da Grande Revolução de Jamahiriya Popular Socialista da Líbia" ou "líder Fraternal e chefe da revolução"; em 2008, durante um encontro de líderes africanos, alguns destes o chamaram de "Rei dos Reis".
Depois de chegar ao poder em 1969, ele aboliu a Constituição Líbia de 1951 e estabeleceu políticas alinhadas com sua ideologia chamada de "Terceira Teoria Internacional" que foram publicadas em seu trabalho intitulado Livro Verde. Depois de estabelecer a jamahiriya ("estado de massas") em 1977, ele assumiu uma figura simbólica e representativa no governo, apesar de que, de facto, o poder político total estava concentrado em sua pessoa, recaindo sobre ele a responsabilidade de fazer as políticas de Estado. Durante seu governo, a Líbia experimentou alguns períodos de forte crescimento econômico, por muito abalado pelas sanções impostas por países ocidentais contra seu governo. Devido as enormes rendas provenientes do petróleo, Gaddafi pode sustentar vários programas sociais que acabaram por dar a Líbia o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente africano, além de aumentar a participação das mulheres na vida pública e de dar mais direitos aos negros. Durante seu governo, a Líbia teve a menor dívida pública do mundo. Apesar dos crescimentos economicos e dos avanços nas áreas sociais, os criticos do seu regime alegavam que Gaddafi concentrava boa parte das riquesas do seu país em sua própria mão, tendo uma fortuna pessoal estimada em 20 bilhões de dólares, enquanto boa parte da população do país vivia na pobreza. Muitos dos negócios e empresas líbias estavam supostamente sobre controle direto de Gaddafi e de membros de sua família. Na década de 1980, ele participou de vários conflitos armados e assumidamente adquiriu armas químicas. Em resposta, a comunidade internacional lançou várias sanções contra a Líbia.
Seis dias após a captura de Saddam Hussein por tropas americanas em 2003, Gaddafi anunciou que seu Estado estava abrindo mão de todos os programas de construção de armas de destruição em massa e convidou inspetores internacionais para que verificassem que ele estava comprometido com isso. Em resposta, o governo Bush removeu a Líbia da lista de países que apoiavam o terrorismo. Logo em seguida, a ONU retirou as sanções impostas contra o país.
Em fevereiro de 2011, frente a protestos pedindo sua derrocada do poder, Gaddafi respondeu aos manifestantes com violência, porém as manifestações contrárias ao seu governo se intensificaram. Então eclodiu no país uma violenta guerra civil, colocando em confronto forças leais e contrárias ao regime. Durante este conflito, Gaddafi foi acusado de cometer vários crimes contra a humanidade e um mandado de prisão foi expedido contra ele pela Corte Penal Internacional. Em agosto de 2011, tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) atacaram e conquistaram a capital Trípoli colocando assim Gaddafi e seu governo em fuga.

(...)

Em 20 de outubro de 2011, após a queda de Sirte, o último grande reduto das forças de Gaddafi, o Conselho Nacional de Transição informou oficialmente à Al Jazeera que Gaddafi havia sido capturado. De acordo com algumas fontes, Gaddafi teria sido ferido nas pernas ou levado dois tiros no peito. Segundo as primeiras informações, ele teria morrido em consequência desses ferimentos. Imagens de um vídeo amador mostram o corpo ensanguentado de Gaddafi, ainda vivo, sendo carregado como um troféu em Sirte.
O primeiro-ministro do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mahmoud Jibril, confirmou a morte do ex-líder Muammar Kadhafi, durante os confrontos pela tomada da cidade de Sirte. "Esperávamos havia muito tempo por este momento. Muammar Kadhafi foi morto", afirmou à Associated Press. Segundo Jibril, a autópsia determinou que o líder deposto foi morto por um ferimento de bala na cabeça, após sua captura. Jibril afirmou, durante entrevista coletiva, que Gaddafi estava em boa saúde e armado, quando foi encontrado. Enquanto era levado até um camião, levou um tiro no braço ou na mão direita. Posteriormente, levou um tiro na cabeça sob circunstâncias não claras.

A China e a Índia entraram em guerra há 50 anos

(imagem daqui)

A guerra sino-indiana, também conhecida como conflito fronteiriço sino-indiano, foi uma guerra entre a República Popular da China (RPC) e a Índia. A causa inicial do conflito foi uma região litigiosa no Himalaia, em Arunachal Pradesh, conhecida na China como Tibete do Sul.
Os combates começaram em 20 de outubro de 1962 entre o Exército Chinês de Liberação Popular e as Forças Armadas Indianas. O primeiro confronto pesado foi um ataque chinês desfechado contra uma força indiana que avançava sobre posições chinesas ao norte da Linha McMahon, após um combate em Tagla. O conflito ampliou-se de modo a incluir a região de Aksai Chin, que a RPC considerava uma ligação estratégica entre os territórios chineses do Tibete e de Xinjiang. A guerra terminou quando os chineses capturaram ambas as áreas litigiosas e declararam um cessar-fogo unilateral em 20 de novembro de 1962, vigente à meia-noite.
A guerra sino-indiana destaca-se pelo ambiente de combate de montanha, em altitudes de mais de 4267 metros, o que apresentava problemas logísticos para ambos os beligerantes.
Os resultados da guerra provocaram mudanças generalizadas nas Forças Armadas Indianas, com o objetivo de prepará-las para conflitos semelhantes no futuro, e colocou em posição politicamente difícil o primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru, acusado de não haver previsto a invasão chinesa.

Data 20 de outubro – 21 de novembro de 1962
Local Sul de Xinjiang (Aksai Chin) e Arunachal Pradesh (Tibete do Sul)
Desfecho Vitória militar chinesa
Mudanças
territoriais
Nenhuma mudança territorial significativa em comparação com anterior à guerra. China controla Tibete excluindo área de Tawang e sul da Linha McMahon (Tibete do Sul) e retém a área de Aksai Chin (de facto); Índia controla (Tibete do Sul, área de Arunachal) (de facto).

Mariana Rey Monteiro morreu há 2 anos


Mariana Dolores Rey Colaço Robles Monteiro (Lisboa, 28 de dezembro de 1922 - Lisboa, 20 de outubro de 2010) foi uma actriz portuguesa.
Filha de Robles Monteiro e de Amélia Rey Colaço, estreou-se em 1946, no Teatro Nacional. Participou em numerosas peças da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Na televisão deu-se a conhecer em Vila Faia (1982), Chuva na Areia (1984), Cinzas (1992), Roseira Brava (1995) e Vidas de Sal (1996).
A sua versátil voz que, usava com uma cadência, timbre e sonoridade inconfundíveis, marcaram-na positivamente ao longo de toda a sua carreira. Versátil também era como actriz, qualquer papel se lhe encaixava bem.
Casada com o arquitecto Emílio Gomes Lino (1916-1958), com quem teve três filhos: Manuel Caetano (1948), Francisco Alexandre (1949) e Maria Rita (1952).
Mariana Rey Monteiro faleceu com 87 anos no dia 20 de outubro de 2010, em Lisboa, de causas naturais.
 

sexta-feira, outubro 19, 2012

Mais um sismo sentido no Faial

Sismo sentido na ilha do Faial com intensidade máxima III/IV


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores informa que no dia 18 de outubro foi registado um evento às 13.43 horas (hora local, UTC), de magnitude 2.8 e com epicentro a cerca de 5 km a Este de Ribeirinha, ilha do Faial.
De acordo com a informação disponível até ao momento o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV (Escala de Mercalli Modificada) em Ribeirinha, ilha do Faial. O evento foi ainda sentido com intensidade III na cidade da Horta e intensidade II em Flamengos.


NOTA: aqui fica o mapa do epicentro e os dados do sismo, segundo o CVARG:



Data UTC Lat. Lon. Mag. Região Intens. Localidade
2012.10.18 13:43:1438.595-28.5492.8 MLE da RibeirinhaIII/IV Ribeirinha

Portugal e a Cultura estão mais pobres...

Prémio Camões 2011
Morreu o escritor Manuel António Pina


O Prémio Camões de 2011 estava internado no Hospital de Santo António no Porto. Morreu esta tarde.Tinha 68 anos. O velório vai ser amanhã na Igreja do Foco.

Quando, em 2011, Manuel António Pina soube que lhe tinha sido atribuído o Prémio Camões por toda a sua obra - que inclui poesia, crónica, ensaio, literatura infantil e peças de teatro – afirmou: “É a coisa mais inesperada que podia esperar”.

Também a sua poesia tinha sentido de humor – o que é raro na poesia portuguesa - e mantinha vivo o diálogo com Fernando Pessoa. Na literatura infantil, Pina mostrava também essa tradição do “non sense”, da brincadeira sem deixar de lado a complexidade.

Era um cinéfilo e sabia cenas de alguns filmes de cor. Numa pequena biografia publicada há alguns anos na imprensa francesa dizia-se que gostava de “cultivar a imagem de poeta de ‘série B’ – para usar uma metáfora cinematográfica – neutralizando assim a tentação de fazer ‘a grande poesia’ fruto de auto-ironia e de uma dimensão manifestamente lúdica dos seus textos”.

Costumava citar Luiz Pacheco, que dizia que daqui a cem anos ninguém se lembrará do que escrevemos, para contrapor que essa meta acabava: já daqui a um ano. No entanto os seus livros, nomeadamente os infantis que formaram a geração que hoje tem mais de 40 anos, continuam a ser reeditados e não envelheceram.

Quando em 2011 foi publicada pela Assírio & Alvim, “Todas as palavras – Poesia Reunida (1974-2011)” o crítico Pedro Mexia lembrava no “Expresso”, que “os primeiros poemas de M. A. Pina, não sendo estritamente políticos, documentam uma certa ‘paz dos cemitérios’ e sugerem que ‘não é possível dizer mais nada mas também não é possível ficar calado’. Embora seja tarde, talvez não seja ainda demasiado tarde.”

O título do seu primeiro livro de poesia, “Ainda Não É o Fim nem o Princípio do Mundo Calma é Apenas um Pouco Tarde”, que foi publicado em 1974 tem sido lembrado nas redes sociais e em cartazes espalhados pelo Porto. É uma iniciativa POP para se criar uma versão nacional e actual do cartaz “keep calm and carry on” que, dizem na página que mantém no Facebook, contou com “o apoio e incentivo directo” de Manuel António Pina. O cartaz original foi criado para ser afixado em Londres, caso houvesse invasão alemã durante a II Guerra Mundial. O cartaz português retoma o título de Pina e é uma homenagem ao poeta “pelas palavras que há muito tempo escreve”: “Não é o fim nem o princípio do mundo, calma é a apenas um pouco tarde” procura “de certa forma, sensibilizar, motivar e mobilizar as pessoas tal como o da situação original”, explicam no Facebook.

O escritor que nasceu, em 1943, no Sabugal, na Beira Alta, vivia no Porto desde os 17 anos numa casa com muitos gatos, que lhe davam material de sobra para os poemas. Conta-se, e foi relatado no “JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias” em 2001, que durante a visita a uma exposição de retratos de escritores portugueses na Feira do Livro de Frankfurt, Helmut Kohl terá parado em frente da fotografia de Manuel António Pina e de um gato e perguntado quem era o escritor. Responderam-lhe que era “o do bigode”. E o chanceler terá dito: “Bigodes têm os dois”. Além de integrar a representação oficial da literatura portuguesa na Feira do Livro de Frankfurt, em 1997, o escritor esteve também na comitiva do Salão do Livro de Paris, em 2000, e no Salão do Livro de Genève, em 2001.

Durante a infância, foi-lhe difícil fazer amigos. Andou de terra em terra por causa da profissão do pai que era chefe das Finanças e também tinha o cargo de juiz das execuções fiscais. A família nunca chegava a ficar mais de seis anos em cada localidade. Foi o pai que o ensinou a ler e a escrever mesmo antes de ir para a escola e treinava a ler os títulos do “1º de Janeiro”. Desde os seis ou sete anos que escrevia poemas, que a sua mãe guardava, e embora só tivesse publicado o primeiro livro de poemas em 1974, começou a escrevê-lo em 1965.

Numa entrevista que deu ao “JL”, e 2001, contou que num dia de grande trovoada a mãe o foi encontrar de joelhos a escrever em cima de uma cadeira. Pensou que o filho estava a rezar mas afinal, Pina estava a escrever “uns versinhos sobre a história do milagre das rosas”. Era a sua maneira de combater o medo que tinha da trovoada. “Hoje, já não me assustam as trovoadas, mas continuo a escrever porque tenho medo. Se calhar, medo de ter medo, como dizia o O’Neill”, acrescentou.Tinha mais de 50 livros publicados e muitos dos seus livros nasceram da leitura de ensaios, disse na entrevista que deu depois de receber o Prémio Camões 2011 ao PÚBLICO. As suas amigas psicanalistas diziam-lhe que se não escrevesse, seria um bom cliente. Por isso brincava dizendo que a escrita lhe dava para poupar muito dinheiro.

Foi só depois do nascimento das suas filhas, a Sara em 1970 e a Ana em 1974, que começou a escrever literatura infantil. Em 1988 recebeu o Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) pelo conjunto da sua obra neste domínio. Em 1993, recebeu o Prémio Nacional de Crónica, Press Club/ Clube de Jornalistas.

Em 2002, com a publicação de “Atropelamento e Fuga”, recebeu o Prémio da Crítica, atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários, ao conjunto da sua obra poética. Pelo livro de poesia “Os Livros”, editado pela Assírio & Alvim em 2003, recebeu o Prémio Luís Miguel Nava de Poesia e Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/ CTT. E em 2004, foi-lhe atribuído o Prémio de Crónica da Casa da Imprensa, pelo seu conjunto de crónicas publicadas em jornais e revistas.

Apesar de ter pensado ir para a Academia Militar, licenciou-se em direito em Coimbra. Inscreveu-se como voluntário porque os pais não tinham dinheiro para que vivesse lá. “Completei o curso sem assistir a nenhuma aula. Passava, às vezes, uns 15 dias em Coimbra, mas era para ir às aulas de Literatura do Vítor Aguiar e Silva, e também às do Paulo Quintela. Toda a gente pensava que eu as frequentava por causa das raparigas de Letras”, contou numa entrevista à revista do Clube de Jornalistas.

Foi tendo vários empregos: nas Contribuições e Impostos, a fazer inquéritos de rua, agência de informações comerciais, na Comissão dos Vinhos Verdes e ainda foi vendedor e deu aulas de português. Nos anos 80 exerceu advocacia mas desistiu da carreira para ir “trabalhar com palavras”.

Foi jornalista do “Jornal de Notícias” durante 30 anos, onde começou a trabalhar em 1971 quando ainda cumpria o serviço militar através de um concurso. Nessa altura, em tempos de ditadura, assinava com os seus nomes do meio: António Mota. E como não podia aparecer nas fotografias das entrevistas ou reportagens de frente, os fotógrafos chamavam-lhe o Sr. Costas. Desde 2001 que era colaborador permanente desta publicação e escrevia também para outros jornais e revistas.

Foi professor da Escola Superior de Jornalismo do Porto e membro do Conselho de Imprensa. Foi bolseiro do Centro Internacional de Teatro de Berlim junto do Grips Theater, na Alemanha, e poeta residente convidado da cidade de Villeneuve-sur-Lot, em França.

Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão, transpostas para BD, bem como musicadas e editadas em disco. Trabalhou muito com a Companhia de Teatro portuense Pé de Vento.

Recentemente o Teatro O Bando apresentou o espectáculo “Ainda Não É o Fim”, a partir das suas crónicas e poemas e o encenador João Brites, considerou que os excertos dos textos de Manuel António Pina eram “um abrigo” onde aquela companhia de teatro podia “exercer a experimentação enquanto componente indissociável da criação”.

Para os amigos, como Osvaldo Silvestre, era “um privilégio ouvir Manuel António Pina discorrer, ao seu modo, sobre um assunto”. Todos os fiéis leitores da crónica diária, “Por outras Palavras”, que o escritor mantinha na última página do “JN”, o sabem. Gostava de jogar às cartas, de xadrez e do jogo oriental Go. Foi praticante da arte marcial vietnamita Viet Vo Dao (cinturão castanho) e foi chefe de redacção da revista de artes marciais “Shinkai”. Desde 2005 que era comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Em 2001 recebeu a Medalha de Ouro de Mérito da Cidade do Porto e em 2005, um voto de louvor da Câmara Municipal do Porto pelo conjunto da sua obra literária.

"Um sítio onde pousar a cabeça" é o título do documentário, uma produção da RTP com realização de Alberto Serra e Ricardo Espírito Santo, dedicado à sua vida e à sua obra.

O corpo do escritor estará, este sábado, em câmara ardente na Igreja do Foco, no Porto, entre as 16.00 e as 22.00 horas, e a missa será celebrada no domingo às 09.30 horas. O funeral seguirá para o cemitério do Prado do Repouso.”

in Público - ler notícia

NOTA: era um escritor do meu concelho (Sabugal) que era muito apreciados, em todas as suas vertentes (jornalista, poeta, escritor de literatura infantil e muitas outras coisas) cá em casa; o meu marido apreciava a sua fina ironia, a sua estranha poesia e sua capacidade de resposta a provocações (veja-se o caso de, quando insultado pelo atual Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto, lhe respondeu desta espantosa forma). Ficamos mais pobres e um pouco tristes, mas fica uma imensa obra que nos dará ainda, durante muitos anos, muito prazer...

A Noite Sangrenta da I república foi há 91 anos

Noite Sangrenta é a designação pela qual ficou conhecida a revolta radical de marinheiros e arsenalistas, que ocorreu em Lisboa a 19 de outubro de 1921, no decurso da qual foram assassinados, entre outros, António Granjo, então presidente do Ministério, Machado Santos e José Carlos da Maia, dois dos históricos da Proclamação da República Portuguesa, o comandante Freitas da Silva, secretário do Ministro da Marinha, e o coronel Botelho de Vasconcelos, antigo apoiante de Sidónio Pais no Arsenal da Marinha.
Na origem da revolta estive a demissão do governo de Liberato Damião Ribeiro Pinto, e a sua condenação a um ano de detenção (confirmada a 10 de setembro de 1921 pelo Conselho Superior de Disciplina do Exército), um conjunto de militares ligados àquela força policial, a que se juntaram militares do Exército e da Armada, se sublevou.

A visão do teatro e televisão do acontecimento
Os trágicos acontecimentos da noite de 19 de outubro de 1921 inspiraram espectáculo de teatro O Mistério da Camioneta Fantasma e a mini-série da RTP, Noite Sangrenta, ambas produções de 2010, ano em que se comemorava o centenário da implantação da República Portuguesa.


A infame camioneta (imagem daqui)


19 de outubro de 1921

O 19 de outubro de 1921 foi o fim da 1ª República. Formalmente ela continuou até 28 de maio de 1926. Pelo meio, alguns episódios grotescos de um regime em degenerescência: as governações de António Maria da Silva, o carbonário tornado o chefe todo poderoso do PRP e dos respectivos caciques, directas ou por interpostos testas de ferro; a eleição de Teixeira Gomes para a Presidência da República, uma manobra de Afonso Costa para tentar regressar ao poder; a renúncia de Teixeira Gomes quando percebeu que nem conseguia o regresso de Afonso Costa, nem passaria de um títere nas mão do odiado chefe do PRP: renunciou e abandonou o país no primeiro barco que zarpou da barra de Lisboa com destino ao estrangeiro.
Entre o assassinato de Sidónio Pais e os massacres de 19 de Outubro de 1921, Portugal, teoricamente um regime parlamentar, viveu sob uma ditadura tutelada pelos arruaceiros e rufias dos cafés e tabernas de Lisboa e pela Guarda Nacional Republicana, uma Guarda Pretoriana do regime, bem municiada de artilharia e armamento pesado, concentrada na zona de Lisboa e cujos efectivos passaram de 4575 homens em 1919 para 14 341 em 1921, chefiados por oficiais «de confiança», com vencimentos superiores aos do exército. A queda do governo de Liberato Pinto, o principal cacique e mentor da GNR, em Fevereiro de 1921, colocou as instituições democráticas na mira dos arruaceiros e pretorianos do regime a que se juntaram sindicalistas, anarquistas, efectivos do corpo de marinheiros, etc. O governo de António Granjo, formado a 30 de Agosto, era o alvo.
O nó górdio foi o caso Liberato Pinto, entretanto julgado e condenado em Conselho de Guerra por causa das suas actividades conspirativas. Juntamente com o Mundo, a Imprensa da Manhã, jornal sob a tutela de Liberato Pinto, atacavam diariamente o governo, tentando provar, através de documentos falsos, que o Governo projectava o cerco de Lisboa por forças do Exército, para desarmar a Guarda Nacional Republicana. No Diário de Lisboa apareceram, entretanto, algumas notas relativas ao futuro movimento. Em 18 de Agosto, um informador anónimo dizia da futura revolta: «Mot d'ordre: a revolução é a última. Depois, liquidar-se-ão várias pessoas».
O coronel Manuel Maria Coelho era o chefe da conjura. Acompanhavam-no, na Junta, Camilo de Oliveira e Cortês dos Santos, oficiais da G. N. R., e o capitão-de-fragata Procópio de Freitas. O republicanismo histórico do primeiro aliava-se às forças armadas, que seriam o pilar da revolução. Depois de uma primeira tentativa falhada, em que alguns dos seus chefes foram presos e libertos logo a seguir, o movimento de 19 de Outubro de 1921 desenrolou-se num dia apenas, entre a manhã e a noite. Três tiros de canhão disparados da Rotunda pela artilharia pesada da GNR tiveram a sua resposta no Vasco da Gama. Passavam à acção as duas grandes forças da revolta. A Guarda concentrou os seus elementos na Rotunda; o Arsenal foi ocupado pelos marinheiros sublevados, que não encontraram qualquer resistência; núcleos de civis armados percorreram a cidade em serviço de vigilância e propaganda. Os edifícios públicos, os centros de comunicações, os postos de comando oficiais caíram rapidamente em poder dos sublevados. Às 9, uma multidão de soldados, marinheiros e civis subiu a Avenida para saudar a Junta vitoriosa. Instalado num anexo do hospital militar de Campolide, o seu chefe, o coronel Manuel Maria Coelho, presidia àquela vitória sem luta.
Em face da incapacidade de resistir, às dez da manhã, António Granjo escreveu ao Presidente da República: «Nestes termos, o governo encontra-se sem meios de resistência e defesa em Lisboa. Deponho, por isso, nas mãos de V. Ex.a a sorte do Governo...» António José de Almeida respondeu-lhe, aceitando a demissão: «Julgo cumprir honradamente o meu dever de português e de republicano, declarando a V. Ex.a que, desde este momento, considero finda a missão do seu governo...» Recebida a resposta, António Granjo retirou-se para sua casa. Eram duas da tarde.
O PR recusou-se a ceder aos sublevados. Afiançou que preferiria demitir-se a indigitar um governo imposto pelas armas. Às onze da noite, ainda sem haver solução institucional, Agatão Lança avisou António José de Almeida que algo de grave se estava a passar. Perante tal, conforme descreveu depois o PR, «Corri ao telefone e investi o cidadão Manuel Maria Coelho na Presidência do Ministério, concedendo-lhe os poderes mais amplos e discricionários para que, sob a minha inteira responsabilidade, a ordem fosse, a todo o transe, mantida».
Passando a palavra a Raul Brandão (Vale de Josafat, págs. 106-107), «Depois veio a noite infame. Veio depois a noite e eu tenho a impressão nítida de que a mesma figura de ódio, o mesmo fantasma para o qual todos concorremos, passou nas ruas e apagou todos os candeeiros. Os seres medíocres desapareceram na treva, os bonifrates desapareceram, só ficaram bonecos monstruosos, com aspectos imprevistos de loucura e sonho...».
Sentindo as ameaças que se abatiam sobre ele, António Granjo buscou refúgio na casa de Cunha Leal. Cunha Leal tinha simpatias entre os revoltosos (tinha aliás sido sondado para ser um dos chefes do movimento, mas recusara) e Granjo considerou-se a salvo. Todavia, a denúncia de uma porteira guiou os seus perseguidores que tentaram entrar na casa de Cunha Leal para deter António Granjo. Cunha Leal impediu-os, mas a partir desse momento ficaram sem possibilidades de fuga porque, pouco a pouco, o cerco apertara-se e grupos armados vigiavam a casa. Apelos telefónicos junto de figuras próximas dos chefes da sublevação, que pudessem dar-lhes auxílio, não surtiram efeito.
Perto das nove da noite compareceu um oficial da marinha, conhecido de ambos, que afirmou que levaria Granjo para bordo do Vasco da Gama, um lugar seguro. Cunha Leal vacilou. Granjo mostrou-se disposto a partir. Cunha Leal acompanhou-o, exigindo ao oficial da marinha que desse a palavra de honra de que não seriam separados. Meteram-se na camioneta que afinal não os levaria ao refúgio do Vasco de Gama, mas ao centro da sublevação.
A camioneta chegou ao Terreiro do Paço onde os marinheiros e os soldados da Guarda apuparam e tentaram matar António Granjo. Cunha Leal conseguiu então salvá-lo. A camioneta entrou, por fim, no Arsenal e os dois políticos passaram ao pavilhão dos oficiais. Um grupo rodeou Cunha Leal e separou-o de Granjo, apesar dos seus protestos. Os seus brados levaram a que um dos sublevados disparasse sobre ele, atingindo-o três vezes, um dos tiros, gravemente, no pescoço. Foi conduzido ao posto médico do Arsenal.
Entretanto, vencida a débil resistência de alguns oficiais, marinheiros e soldados da GNR invadiram o quarto onde estava António Granjo e descarregaram as suas armas sobre ele. Caiu crivado. Um corneteiro da Guarda Nacional Republicana cravou-lhe um sabre no ventre. Depois, apoiando o pé no peito do assassinado, puxou a lâmina e gritou: «Venham ver de que cor é o sangue do porco!»
A camioneta continuou a sua marcha sangrenta, agora em busca de Carlos da Maia, o herói republicano do 5 de outubro e ministro de Sidónio Pais. Carlos da Maia inicialmente não percebeu as intenções do grupo de marinheiros armados. Tinha de ir ao Arsenal por ordem da Junta Revolucionária. Na discussão que se seguiu só conseguiu o tempo necessário para se vestir. Então, o cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro, agarrou-o pelo braço e arrastou-o para a camioneta que se dirigiu ao Arsenal. Carlos da Maia apeou-se. Um gesto instintivo de defesa valeu-lhe uma coronhada brutal. Atordoado pelo golpe, vacilou, e um tiro na nuca acabou com a sua vida.
A camioneta, com o Dente de Ouro por chefe, prosseguiu na sua missão macabra. Era seguida por uma moto com sidecar, com repórteres do jornal Imprensa da Manhã. Bem informados como sempre, foram os próprios repórteres que denunciaram: «Rapazes, vocês por aí vão enganados... Se querem prender Machado Santos venham por aqui...». Acometido pela soldadesca, Machado Santos procurou impor a sua autoridade: «Esqueceis que sou vosso superior, que sou Almirante!». Dente de Ouro foi seco: «Acabemos com isto. Vamos». Machado Santos sentou-se junto do motorista, com Abel Olímpio, o Dente de Ouro, a seu lado. Na Avenida Almirante Reis, a camioneta imobiliza-se devido a avaria no motor. Dente de Ouro e os camaradas não perdem tempo. Abatem ali mesmo Machado Santos, o herói da Rotunda.
Não encontraram Pais Gomes, ministro da Marinha. Prenderam o seu secretário, o comandante Freitas da Silva, que caiu, crivado de balas, à porta do Arsenal. O velho coronel Botelho de Vasconcelos, um apoiante de Sidónio, foi igualmente fuzilado. Outros, como Barros Queirós, Cândido Sotomayor, Alfredo da Silva, Fausto Figueiredo, Tamagnini Barbosa, Pinto Bessa, etc., salvaram a vida por acaso.
Os assassinos foram marinheiros e soldados da Guarda. Estavam tão orgulhosos dos seus actos que pensaram publicar os seus nomes na Imprensa da Manhã, como executores de Machado Santos. Não o chegaram a fazer devido ao rápido movimento de horror que percorreu toda a sociedade portuguesa face àquele massacre monstruoso. Mas quem os mandou matar?
O horror daqueles dias deu lugar a uma explicação imediata, simples e porventura correcta: os assassínios de 19 de outubro tinham sido a explosão das paixões criadas e acumuladas pelo regime. Determinados homens mataram; a propaganda revolucionária impeliu-os e a explosão da revolução permitiu-lhes matar. No enterro de António Granjo, Cunha Leal proclamou essa verdade: «O sangue correu pela inconsciência da turba - a fera que todos nós, e eu, açulámos, que anda solta, matando porque é preciso matar. Todos nós temos a culpa! É esta maldita política que nos envergonha e me salpica de lama». No mesmo acto, afirmaria Jaime Cortesão: «Sim, diga-se a verdade toda. Os crimes, que se praticaram, não eram possíveis sem a dissolução moral a que chegou a sociedade portuguesa».
Com o tempo, os republicanos procuraram outras explicações. Não podiam aceitar a explicação simples que teria sido a sua acção, o radicalismo da sua política, a imundície que haviam lançado desde 1890 sobre toda a classe política, a sua retórica de panegírico aos atentados bombistas (desde que favoráveis), aos regícidas, a desencadear tanta monstruosidade. Significava acusarem-se a si próprios. Outras explicações foram aparecendo, sempre mais tortuosas, acerca dos eventuais culpados: conspiração monárquica; Cunha Leal (apesar de ter sido quase morto); Alfredo da Silva (apesar de, nessa noite, ter escapado à justa e tido que se refugiar em Espanha) uma conspiração monárquica e ibérica; a Maçonaria (a acção da Maçonaria sobre a Guarda, impelindo-a para a revolução, era constante, mas isso não significa que desse ordens para aqueles crimes)
Os assassinados na Noite Sangrenta não seriam, entre os republicanos, aqueles que mais hostilidade mereceriam dos monárquicos. Eram republicanos moderados. O furor dos assassinos liquidara homens tidos, na sua maior parte, como simpatizantes do sidonismo. Não se tratava de vingar outubro de 1910, mas sim dezembro de 1917. Carlos da Maia e Machado Santos foram ministros de Sidónio Pais. Botelho de Vasconcelos, coronel na Rotunda, às ordens de Sidónio Pais. Se as matanças de 19 de outubro de 1921 foram uma vingança terão de ser referenciadas à República Nova e não ao 5 de outubro. Aliás, num gesto significativo, os revolucionários libertaram o assassino de Sidónio Pais.
Há na Noite Sangrenta factos que se impõem de maneira evidente. A 20 de outubro, a Imprensa da Manhã reivindicou para si a glória de ter preparado o movimento, mas repudiou as suas trágicas consequências, especialmente a morte de Granjo. Ora anteriormente, dia após dia, aquele diário havia acusado e ameaçado Granjo, injuriando-o sistematicamente. Como podia agora lavar as mãos da sua morte? Aliás, a atitude dos assassinos foi concludente: depois de matarem Machado Santos, dirigiram-se na camioneta da morte à Imprensa da Manhã para lhe agradecerem o apoio e para aquela publicar os nomes dos que tinham fuzilado o Almirante. Um deles confessou mais tarde que Machado Santos havia sido localizado por informações de jornalistas da Imprensa da Manhã. Os assassinos procuravam a satisfação e a glória de uma obra realizada, no diário matutino onde se proclamara a necessidade dessa realização.
Os assassinos nunca esperaram ser castigados. Mesmo durante o julgamento sempre esperaram a absolvição. Quando foram condenados, entre gritos de vingança e de apoio à «República radical», alguns acusaram altos oficiais de não terem autoridade moral para os condenarem, pois estavam por detrás da carnificina. Os assassinos tinham, de certo modo, razão: eles tinham agido dentro da lógica que o republicanismo tinha instilado neles. Em todos os regimes que nascem e se sustentam no crime e no terror (por muito justa que a causa possa ser), há sempre o momento (ou os momentos) em que a revolução devora os próprios filhos.
Para terminar devo referir que nem Manuel Maria Coelho, nem nenhum dos «outubristas», conseguiu formar um governo estável. O horror fez todos os nomes sonantes recusarem fazer parte de um governo de assassinos. Menos de dois meses depois da revolução, António José de Almeida, em 16 de dezembro de 1921, entregou a chefia do ministério a Cunha Leal.
A GNR foi pouco a pouco desmantelada e reduzida a uma força de policiamento rural.
A república ficara ferida de morte.

El-Rei D. Luís I morreu há 123 anos

D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa, 31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.

D. Luís herdou a coroa em novembro de 1861, sucedendo ao seu irmão Pedro V por este não deixar descendência, e foi aclamado rei a 22 de dezembro do mesmo ano. A 27 de setembro do ano seguinte casa-se, por procuração, com D. Maria Pia de Sabóia, filha do rei Vitor Emanuel II da Itália. Quando infante serviu na Marinha, visitando a África Portuguesa. Exerce o seu primeiro comando naval em 1858.
Luís era um homem culto e de educação esmerada, como todos os seus irmãos. De grande sensibilidade artística, pintava, compunha e tocava violoncelo e piano. Poliglota, falava correctamente algumas línguas europeias. Fez traduções de obras de William Shakespeare.

(...)

D. Luís era principalmente um homem das ciências, com uma paixão pela oceanografia. Investiu grande parte da sua fortuna no financiamento de projectos científicos e de barcos de pesquisa oceanográfica, que viajaram pelos oceanos em busca de espécimes.
D. Luís seguiu os passos de sua mãe - D. Maria II, mandando construir e fundar associações culturais. Em 1 de junho de 1871, D. Luís esteve no Seixal (uma vila fundada pela sua mãe), para testemunhar a fundação da Sociedade Filarmónica União Seixalense. Neste mesmo dia terminava a Guerra Franco-Prussiana.
Morre subitamente no seu palácio de verão, na cidadela de Cascais, a 19 de outubro de 1889. Sucede-lhe o seu filho Carlos, sob o nome de Carlos I de Portugal.
No dizer dos biógrafos, D. Luís, era: "muito agradável e liberal. [...] A Sr.ª D. Maria Pia, dizia que ele era um pouco doido, aludindo acertas aventuras de amor. [...] Além de tais aventuras, nada satisfazia mais o sr. D. Luís que o culto da arte. Escrevia muito, traduzia obras estrangeiras, e desenhava; mas o seu entusiasmo ia sobretudo para a música. Tinha uma grande colecção de violinos, e um bom mestre-escola [...]"