O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
A ONU foi fundada em 24 de outubro de 1945, após a Segunda Guerra Mundial, para substituir a Liga das Nações (dissolvida em abril de 1946), com o objetivo de deter as guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo e contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e, mais tarde, do imperador Rodolfo II da Germânia, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista, que abrira uma brecha no sólido edifício construído na Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam, mais tarde, para Johannes Kepler descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica,
a fim de chegar a novas conclusões pela observação directa. Baseando-se
nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os
mistérios do cosmos, chega a uma síntese eclética entre os sistemas que
poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu a
invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e
dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a sua época. Após a
sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler
descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à
teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de
Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e
este orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e
construiu um novo observatório, onde trabalhou, até morrer, em 1601.
Ferdinand Hiller was born to a wealthy Jewish family in Frankfurt am Main,
where his father Justus (originally Isaac Hildesheim, a name that he
changed late in the 18th century to conceal his Jewish origins)
was a merchant in English textiles – a business eventually continued
by Ferdinand’s brother Joseph. Hiller’s talent was discovered early and
he was taught piano by the leading Frankfurt musician Alois Schmitt,
violin by Hofmann, and harmony and counterpoint by Vollweiler; at 10 he
performed a Mozartconcerto in public; and two years later, he produced his first composition.
In 1822 the 13-year old Felix Mendelssohn
entered his life. The Mendelssohn family was at that time staying
briefly in Frankfurt and the young Hiller visited them where he was
immensely impressed by the playing of Felix (and even more so by that of
his sister Fanny Mendelssohn).
When their acquaintance was renewed in 1825 the two boys found an
immediate close friendship, which was to last until 1843. Hiller
tactfully describes their falling out as arising from "social, and not
from personal susceptibilities." But in fact it seems to have been more
to do with Hiller’s succession to Mendelssohn as director of the Leipzig Gewandhaus Orchestra in 1843.
From 1825 to 1827 Hiller was a pupil of Johann Nepomuk Hummel in Weimar; while he was with Hummel at Beethoven’s deathbed, Hiller secured a lock of Beethoven's hair. This lock is now at the San Jose State University, after having been sold at Sotheby’s in 1994. While in Vienna for Beethoven's obsequies, Hiller and Hummel heard Johann Michael Vogl and Franz Schubert perform Schubert's Winterreise.
Hiller wrote that his master was so moved that tears fell from his
eyes. [Ref: Otto Erich Deutsch: Schubert, a Documentary Biography]
From 1828 to 1835 Hiller based himself in Paris,
where he was engaged as teacher of composition at Choron's School of
Music. He eventually gave up his position so that he might better equip
himself as a pianist and composer.
He spent time in Italy, hoping that this would assist him to write a
successful opera (a hope which was never fulfilled). In 1836, he was in Frankfurt
devoting himself to composition. His abilities were recognized, and
although but 25, he was asked to act as conductor of the Cäcilienverein
during the illness of its conductor Schelble.
In addition to Mendelssohn, he attracted the attention of Rossini who assisted him to launch his first opera, Romilda (which was a failure), at Milan.
Mendelssohn obtained for Hiller an entrée to the Gewandhaus, and
afforded an opportunity for the public presentation of Hiller's oratorio
Die Zerstörung Jerusalems (The destruction of Jerusalem, 1840). After a year of study in Church music at Rome,
Hiller returned to Leipzig, and during the season of 1843-44 conducted
the Gewandhaus concerts. By this time his position in the musical
world was established, and honors and appointments were showered upon
him. In 1845 Robert Schumann dedicated to Hiller his piano concerto. Hiller became municipal kapellmeister of Düsseldorf in 1847, and in 1850 received a similar appointment at Cologne, where he founded Cologne Conservatoire that year and remained as Kapellmeister until 1884. During this time, he was twelve times festival director of the Lower Rhenish Music Festival, and conducted the Gürzenich concerts. He worked in Dresden
as well. Thus he played a leading part in Germany's musical life. And
he was conductor at the Italian Opera in Paris during the season of
1852-53.
During Hiller’s long reign in Cologne, which earned him a ‘von’ to precede his surname, his star pupil was Max Bruch, the composer of the cello elegy Kol Nidrei, based on the synagogue hymn sung at Yom Kippur. Bruch was not Jewish; his knowledge of the theme of Kol Nidrei came through Hiller, who introduced him to the Berlinchazan,
Lichtenstein. Hiller’s regime at Cologne was strongly marked by his
conservative tastes, which he attempted to prolong by recommending, as
his successor in 1884, either Brahms or Bruch. The appointment went however to a "modernist", Franz Wüllner, who, according to Grove "initiated his term [...] with concerts of works by Wagner, Liszt and Richard Strauss, all of whom Hiller had avoided."
De entre as obras de sucesso de Scarlatti merecem destaque as óperas Carlo, Re d'Allemagna (1716), Telemaco (1718) e La Griselda
(1721). Além das óperas, Alessandro Scarlatti também ficou famoso pelas
suas cantatas de câmara. Foi pai de dois outros compositores, Domenico Scarlatti (1785-1757) e Pietro Filippo Scarlatti
(1679-1750), e irmão mais velho de Francesco Scarlatti (1666-1741),
também compositor, ainda que de menor expressão em comparação com
Alessandro e Domenico.
As óperas de Alessandro Scarlatti são dotadas de alto nível musical e
influenciaram compositores dos mais variados países. Do ponto de vista
da ação dramática, porém, ficam a perder para as composições de autores
que o sucederam, como Händel, Hasse e Vivaldi.
As aberturas das óperas de Alessandro Scarlatti, chamadas sinfonias,
consistiam geralmente de três movimentos: rápido, lento e rápido. Essa
forma se tornou de grande importância na criação posterior da sinfonia clássica para orquestra.
Alessandro Scarlatti foi um compositor de extraordinário talento criativo. A sua obra compreende nada menos que 115 óperas, 150 oratórios e mais de 500 cantatas, além de composições instrumentais. A música de Scarlatti forma um importante elo entre a música vocal do início do barroco italiano do século XVII, centrada em Florença, Veneza e Roma, e a escola clássica do século XVIII, que culmina em Haydn (1732-1809) e Mozart (1756-1791).
Nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso, e era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de
artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte
Silva Ramalho Ortigão.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris,
primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua
situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga
para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre.
Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana
exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando
Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70.
Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa
geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das
sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos
com as luzes europeias do progresso material, porém, numa
segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de
um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a
constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido.
À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza,
num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei
D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado.
Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo
Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda,
escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914), contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas,
foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português
muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando
fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho
Ortigão, em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à
orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas
respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do
respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a
inclinar-se rendidamente à elite dos novos."
Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de
Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer, a
27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na
Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no
Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi
Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho
dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia,
da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,
e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha,
foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro
da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid,
da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.
O Autocarro de Montgomery em que Rosa Parks negou-se a ceder seu lugar a uma pessoa branca
Nascida em Tuskegee, no estado do Alabama, no Sul dos EUA,
Rosa era filha de James e Leona McCauley, e cresceu em uma fazenda.
Devido a problemas de saúde na família, foi obrigada a interromper os
seus estudos e começou a trabalhar como costureira.
Em 1932 casou-se com Raymond Parks, membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), uma organização que luta pelos direitos civis dos negros, da qual Rosa se tornou militante.
Foi através dessa atitude que o então jovem pastor negro Martin Luther King, Jr., concordando com a atitude de Rosa Parks, incentivava em seus sermões os negros fiéis a fazerem o mesmo.
Este movimento teve grande repercussão na década de 1950 nos Estados Unidos, pois o honroso pastor pregava pelos direitos civis do negros americanos através da teoria "say at less… I'm black, I'm proud",
que mudou completamente a história dos Direitos Civis para os negros
americanos e influenciou gerações de negros no mundo inteiro. A atitude
solitária de Rosa Parks, ao ser acolhida por Martin Luther King, Jr.,
nunca mais foi uma atitude solitária. Depois de se aposentar, escreveu
sua autobiografia. Os anos finais de sua vida foram marcados pela doença de Alzheimer, e no ano de 2005 morre, de causas naturais.
Medalha de ouro do Congresso, com a inscrição "Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais"
2005: Após a sua morte, a empresa americana de computadores Apple fez-lhe uma homenagem no site publicando a sua foto enquanto jovem, num autocarro. Acima da foto, o logo da empresa e o mundialmente famoso slogan "Think Different" e abaixo da foto a inscrição Rosa Parks. 1913 - 2005.
Michael Crichton também dirigiu e/ou produziu vários filmes e programas de televisão. Entre outros, Crichton dirigiu o filme Coma, adaptado de uma novela de Robin Cook.
O seu género literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo os seus conhecimentos médicos e científicos - Crichton era licenciado em Medicina pela Harvard Medical School.
Crichton morreu a 4 de novembro de 2008, aos 66 anos, por causa de um cancro.
Esta batalha na verdade foi uma campanha naval dividida em quatro batalhas correlatas: Batalha do Mar de Sulu, Batalha do Estreito de Surigao, Batalha do Cabo Engaño e Batalha de Samar.
Os Aliados invadiram a ilha de Leyte para cortar a ligação e a linhas de
suprimento entre o Japão e o resto das suas colónias do Sudeste Asiático, principalmente o fornecimento de petróleo
para a marinha imperial japonesa. Os japoneses então reuniram todas as
suas principais forças navais ainda em operação na guerra para
reprimir o desembarque das tropas aliadas, mas falharam o seu objetivo,
sendo derrotados e sofrendo pesadas baixas.
A batalha foi o último grande confronto naval da II Guerra Mundial, porque após a sua derrota a Marinha Imperial Japonesa
deixou de ter condições de colocar em combate uma força naval
significativa, e ficou sem combustível para os seus restantes navios,
aguardando pelo fim da guerra ancorados nas suas águas territoriais.
Foi em Leyte que aconteceram, pela primeira vez na guerra, os ataques
suicidas dos aviões kamikazes japoneses contra a frota norte-americana no teatro da Guerra do Pacífico.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes, entrando no prédio da rádio numa tentativa de transmitir as suas exigências, foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu.
Milhares de pessoas organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança
do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e
membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto
os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos
improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia
e prometeu restabelecer livres eleições. No final de outubro, as
lutas tinham quase parado e uma sensação de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro.
Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos
foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser
refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em
janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a
oposição pública. Estas ações soviéticas fizeram duvidar das suas
convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria
durante trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de
intenso
estudo e debate. No princípio da Terceira República da Hungria, em
1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
Cronologia
O levantamento popular húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Estaline
foi derrubada por manifestantes que entoavam, "Russos, voltem para
casa", "Abaixo Gerő" e "Viva Nagy". Em resposta, o Comité Central do
Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o Comité Central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo,
a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de
vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as
características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem
aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a
polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardealMindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas
sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do
novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela
intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o
governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em
direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia
a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que
20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi
preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo
simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos.
Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de treze mil foram
presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
Hermínia Silva nasceu em 1907 e cedo se tornou presença notada nos retiros de Lisboa, que não hesitaram em contratá-la, pela originalidade com que cantava o Fado. A Canção dos Bairros de Lisboa estava-lhe nas veias, não fora ela nascida, ali mesmo junto ao Castelo de São Jorge. As "histórias" dos amores da Severa com o Conde de Vimioso estavam ainda frescas na memória do povo.
Rapidamente, a sua presença foi notada nos retiros, e passados poucos anos, em 1929, Hermínia Silva estreava-se numa Revista do Parque Mayer. Era a primeira vez que o Fado
vendia bilhetes na Revista. Alguns jornais da época, referiam-se a
ela, como a grande vedeta nacional, chegando a afirmar-se, que a fadista tinha "uma multidão de admiradores fanáticos". A sua melismática criativa, a inclusão no Fado, de letras menos tristes, por vezes com um forte cunho de crítica social, e o seu empenho em trazer para o Fado e para a guitarra portuguesa, fados não tradicionais, compostos por maestros como Jaime Mendes, compositores como Raul Ferrão,
criando assim o chamado "fado musicado", aquele fado cuja música
corresponde unicamente a uma letra, se bem que composto segundo a base
do Fado, e em especial, tendo em atenção as potencialidades da guitarra portuguesa.
Hermínia Silva torna-se assim, sem o haver planeado, num dos vértices do Fado, tal qual ele existe, enquanto estilo musical: Alfredo Marceneiro
foi o primeiro vértice, o da exploração estilística do Fado
Tradicional; Hermínia viria a trazer o Fado para as grandes salas do
Teatro de Revista, e viria a "inaugurar" a futura Canção Nacional, com
acompanhamentos de grandes orquestras, dirigidas por maestros, que também eram compositores. A sua fama atingiu um tal ponto que o Cinema, quis aproveitar o seu sucesso como figura de grande plano.
Efectivamente, nove anos depois de se ter estreado no teatro da revista, Hermínia integra o elenco do filme de Chianca de Garcia, Aldeia da Roupa Branca (1938), num papel que lhe permite cantar no filme. Nascera assim, a que viria a ser considerada, a segunda artista mais popular do século XX português, depois de Amália Rodrigues, o terceiro vértice do Fado, ainda por nascer.
Depois de várias presenças no estrangeiro, com especial incidência no Brasil e em Espanha, Hermínia aposta numa carreira mais concentrada em Portugal. O seu conhecido e parodiado receio em andar de avião, inviabilizou-lhe muitos contratos que surgiam em catadupa. Mas, Hermínia estava no Céu, na sua Lisboa das sete colinas.
Em 1943 é chamada para mais um filme, o Costa do Castelo, em 1946 roda o Homem do Ribatejo, passando regularmente pelos palcos do Parque Mayer,
fazendo sucesso com os seus fados e as suas rábulas de Revista.
Efectivamente, Hermínia consegue alcançar tal êxito no Teatro, que o
SNI, atribui-lhe o "Prémio Nacional do Teatro", um galardão muito cobiçado na época. Até 1969, em "O Diabo era Outro", a popularidade da fadista encheu os écrans dos cinemas de todo o país. Vieram mais revistas, mais recitais, muitos discos de sucesso.
Mas, para quem quisesse conhecer a grande Hermínia bem mais de perto,
ainda tinha a oportunidade de ouro, de vê-la ao vivo e a cores, sem
microfone, na sua Casa - o Solar da Hermínia, restaurante que manteve
quase até ao fim da sua vida artística.
Felizmente, o estado português, o antigo e o contemporâneo, reconheceu
Hermínia Silva. São vários os Prémios e Condecorações, as distinções e
as nomeações, justíssimas para uma artista,
que fez escola, e que hoje, constitui um dos três maiores nomes da
Canção Nacional, ao lado de Marceneiro e de Amália, que por razões
diferentes, pelas novidades de forma e conteúdo distintos que
trouxeram à Canção de Lisboa, fizeram dela, o Fado, tal qual hoje é
entendido, cantado, tocado e formatado.
A fadista cantou quase até falecer, em 13 de junho de 1993. Morria assim uma das maiores vedetas do Fado e do Teatro de Revista Português. O seu corpo foi sepultado no cemitério dos Prazeres.