quinta-feira, setembro 27, 2012

O pintor Edgar Degas morreu há 95 anos

Auto-retrato, Museu de Orsay

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 - Paris, 27 de Setembro, 1917) foi um gravurista, pintor e escultor francês. Embora seja muito conhecido pelas suas pinturas, majoritariamente de carisma impressionista, é igualmente relembrado como gravurista. Muitos dos seus trabalhos se conservam hoje no Museu de Orsay, na cidade de Paris, onde o artista nasceu e faleceu.
A origem e a formação de Edgar Degas jamais sugeriam que ele viesse a ser um revolucionário, que de uma forma tão morta satirizou e reformulou as percepções visuais das pessoas do seu tempo. Nasceu no seio de uma família da alta-burguesia. O seu pai, René Auguste de Gas, geria uma sucursal de um banco napolitano que pertencia à família.
Com onze anos, os pais ingressaram-no em um bom colégio, da típica sociedade, mas, somente quando se inscreveu no Lycée Louis Le Grand, começou a perseguir um sonho chamado «Arte». Com dezoito anos, numa sala da mansão dos seus pais, formou um atelier onde concebeu alguns dos melhores trabalhos do início da sua carreira. Não pintava muito na escola, pois tinha bem assente a sua posição social, e os pais relembravam-lhe constantemente que era um aristocrata. Cansado, saiu do liceu aos vinte anos de idade com outros planos em mente.
Com Louis Lamothe estudou desenho. Foi esse artista quem lhe serviu de conselheiro durante os primeiros anos da sua carreira e que lhe fez florescer o gosto iminente por Dominique Ingres. Nos anos próximos, Degas foi admitido na École des Beaux-Arts, em Paris.
Entusiasmado, empreendeu uma viagem à Itália onde tomou mútuo contato com as obras de Rafael Sanzio, Leonardo da Vinci, Michelângelo, Andrea Mantegna - tanto que chegou mesmo a fazer um quadro cujo título era «A cruxificação de Mantegna» - entre outros artistas da Renascença.
Durante esta viagem concebeu um dos seus melhores trabalhos: Retrato da família Bellelli. Quadro cuja preparação lhe roubou mais de dois meses, tendo esboços de todos os membros da família aristocrata italiana. Com esta pintura Degas descreveu extraordinariamente o carácter psicológico da baronesa, que contrasta visível e implacavelmente com o do barão. A baronesa confina-se a olhar enaltecidamente para uma janela que somente se sabe que ali está devido ao espelho, em pose burguesa. O barão, mais velho que a esposa, mira encarecidamente a sobrinha sentada. A par deste quadro, não se cansou de retratar os membros da sua família, incluindo o seu avô, Hilaire Germain de Gas, o patriarca da família De Gas.
Retornado a Paris, com a soberba imponência de quem travou conhecimento com o grande Gustave Moreau, visitou várias vezes o Louvre onde estudou concisamente a obra de Delacroix e de Dominique Ingres. Este último era, por assim dizer, «idolatrado» por Degas. Com tudo isto conheceu um homem que se viria a revelar um grande amigo e que o marcaria até ao final dos seus dias: Edouard Manet. Pintor francês, nascido em 1834 e falecido em 1917, ligado à geração do Impressionismo, mas que dificilmente pode ser considerado um verdadeiro impressionista. Assimilou a lição das obras dos velhos mestres, nas viagens por Itália, e conservou a admiração por Ingres, no traço e no estilo linear. Degas apreciava tudo o que era fora do comum. Chocava por uma paleta discordante, nos dizeres do público da época, em que era capaz de colocar lado a lado um violeta intenso e um verde ácido. A escolha dos temas era frequentemente pouco convencional. Influenciado pela estética naturalista, retratou a vida parisiense, nos seus vícios, como em O Absinto (1876-77), e costumes. A frequência da vida noturna de Paris, e principalmente da Ópera, levou-o a multiplicar os ângulos de visão e os enquadramentos insólitos, que mais tarde o cinema e a fotografia iriam banalizar. Em A Bailarina (1876), Degas exprime a beleza fugidia da dança, e neste aspeto pode considerar-se que está a ser "impressionista". Embora a bailarina se encontre completamente à direita, a composição é assimetricamente equilibrada pela mancha escura do que será o chefe do corpo de baile. Tradicionalmente, a arte ocidental respeita a unidade de composição. As formas surgem ligadas a outras formas, criando um movimento ou um conjunto de linhas no espaço. A arte oriental, pelo contrário, baseia essa relação no acentuar de certos grafismos ou cores e levando em linha de conta o espaço "entre", o vazio. Degas não deixou de tomar conhecimento da exposição de gravuras japonesas realizada em Paris em 1860, assimilando o delicado traço das composições. Os objetos deixam de ser olhados como objetos em si, a retratar fielmente, mas são representados pelas qualidades pictóricas que podem emprestar ao conjunto do quadro. Nas numerosas versões de Depois do Banho, é desenvolvido o tema de mulheres fazendo a toilette. O pintor experimenta vários processos técnicos: a aguarela, o pastel, a água-forte, a litografia, o monotipo. Nos últimos anos, devido às dificuldades de visão, trabalhou quase exclusivamente com cera, pastel e barro. A sua paleta ganhou mais força e luminosidade, enquanto as formas se simplificaram.
Começara, de vez, o impressionante percurso artístico de Edgar Degas.
Cavalo de Corridas diante das tribunas, 1879, Museu d'Orsay, Paris
Percurso artístico
Depois da sua longa visita a Itália, onde não se absteve de estudar e até mesmo copiar as obras dos mais distintos pintores do Renascimento italiano, Degas regressou a Paris. Enfasiado pela arte renascentista e barroca, passou a ir frequentemente ao Museu do Louvre, onde estudou as obras de pintores, seus precedentes, de toda a Europa, sem exceptuar Nicolas Poussin, Dominique Ingres, Leonardo da Vinci, Hans Memling, Ticiano, Anthony van Dyck, Joshua Reynolds, Hubert Robert, John Constable e outros mestres.
As pinturas deste período, cópias das obras dos precedentes pintores ou inspiradas nas obras dos mesmos, começaram a encarar o sucesso e foram até aceitas no Salon. Degas era reconhecido como um convencional e ecléctico pintor parisiense do Salon.
Mas, em 1870, a vida de Degas mudou algo, aquando da Guerra Franco-Prussiana. Na guerra, entre duas das maiores potências europeias - embora em declínio - que Degas serviu, na Guarda Nacional, na artilharia, agindo na defesa de Paris. Estava ali junto a Henri Rouart. Os dois ficaram instalados na casa de uns amigos da família De Gas (ou, abreviadamente, Degas), de nome Valpiçon. Foi aqui, em Ménil-Hubert, na Normandia, que Degas trabalhou em Retrato da jovem Hortense Valpiçon. O quadro revela uma assimetria semelhante a A dama dos crisântemos, que, por sua vez, retrata a mãe de Hortense, a famosa Madame Valpiçon. Esta temporada marcou o interesse maior do aristocrata pela pintura histórica.
Depois da Guerra - e para descansar - Degas retirou-se para Nova Orleans, por via Londres, com o seu irmão René (que tinha o mesmo nome que o pai), onde o tio estava imigrado e mantinha um negócio de algodão. Ali concebeu um vasto número de trabalhos antes de retornar a Paris, entre A Bolsa de algodão de Nova Orleans, O pedicuro (que tem-se como mais um dos incansáveis estudos da vida quotidiana proferidos por Degas) e Negociantes do algodão em Nova Orleans. Regressou à sua cidade natal no ano de 1873, depois de permanecer cerca de cinco meses nos Estados Unidos.
Depois de tantos anos dedicado à pintura Degas quis, a par dessa actividade, experimentar uma nova ocupação. Vendo-se em favorável posição social, Degas teve acesso às mais contemporâneas tecnologias e modas. Recentemente inventada, a Fotografia também atraiu o francês. Mas por pouco tempo. De opinião conservadora, digna de um verdadeiro aristocrata, reinventou-se como coleccionador de arte e comprou vários trabalhos de Paul Gauguin, Van Gogh e Paul Cézanne, o que demonstra a aptidão que tinha para a escolha de tons vivos e fortes e a «força» que estes exercem sobre si. Criou então uma colecção, hoje, de imenso valor comercial.
Como já foi dito explicitamente, Degas gozou de uma grande estabilidade monetária. Todavia somente gozou de tanta estabilidade até 1874, aquando da morte do seu pai. Tendo herdado algumas dívidas, Degas viu-se na obrigação de vender a sua colecção de arte. Mesmo assim não deixou de parte os seus luxos, incluindo os criados, os quais retratava frequentemente. A sua governanta era Zoé Cloisier.
Em 1874, após a morte do pai, Degas precisava de ajuda para a concretização de uma exposição onde pudesse exibir as suas pinturas. A exposição, a princípio um acontecimento simples, que não deveria chamar muita atenção, acabou sendo a Primeira Exposição Impressionista, onde Degas se apresentou com trabalhos como Nas corridas e Cavalos de corridas. Ambas as obras estão hoje em exibição em museus: a primeira no Museum of Fine Arts, em Boston, e a segunda no Museu de Orsay, em Paris. Degas e os demais impressionistas protagonizaram mais sete exposições, a última em 1886. Degas participou em todas, sem excepção. Na maioria das exposições, Degas foi ali inserido sob alçada de Manet, o seu «amigo rival».
Depois destas exposições o mundo havia, de certo, mudado. As pessoas renovaram a sua visão da arte e foram se acostumando àquelas pinturas que a «boa-sociedade» tinha como imprudentes, escandalosas (as de Edouard Manet) e até mesmo imorais, objectos incitadores de revoluções. E de facto, os impressionistas foram mesmo revolucionários: revolucionaram a maneira muito conservadora de ver a arte, mudaram a visão naturalista que as pessoas tinham do Mundo que as rodeava, deram o primeiro passo para a Arte Moderna
Apesar de Degas, ao longo da sua vida, ter sido conservador tanto nas opiniões quanto na própria forma de vida, as transformações que sofreu, tal como com a maioria dos outros impressionistas, viriam, de facto, a transformar-se na «alavanca» do Modernismo.

Estilo artístico
Degas é considerado vulgarmente como um dos impressionistas, todavia, tal afirmação revela-se um erro, visto que o autor nunca adoptou o leque de cores típico dos impressionistas, proposto por Monet e Boudin, e para além disso desaprovou vários trabalhos seus. Pelo contrário, Degas misturava o estilo impressionista - inspirado em Manet - com inspirações conservadoras, com bases assentes na Renascença italiana e no Realismo francês. Mas à semelhança de muitos modernistas - desta época ou de outras, veja-se Matisse, que viveu posteriormente -, inspirou-se muito nas odaliscas de Dominique Ingres.
Na primeira exibição impressionista, Degas constava na lista dos que ali tinham obras expostas. As suas obras reuniam uma gama de influências vastas e sem semelhança, onde sobressaiem as gravuras japonesas e os torneados humanos de Dominique Ingres. Como é de notar os quadros de Degas não surpreenderam tanto como os de Monet, por exemplo. O público não se espantava tanto com as suas pinturas; eram tão mais delicadas, sem a agressividade que viram nos outros trabalhos, fazia-lhes até lembrar a pintura histórica, os grandes mestres italianos e o encanto dos franceses do setecento.
Degas ficou conhecido por muito pintar bailarinas, principalmente, cavalos, retratos de família - dos quais o mais conhecido é Retrato da Família Bellelli - ou individuais (por exemplo, o Retrato de Edmond Duranty), cenas do quotidiano parisiense e cenas domésticas, como o banho (como A banheira), paisagens e pela burguesia de Nova Orleans. Todavia, durante algum tempo Degas aplicou-se a pintar as tensões maritais, entre homem e mulher (recorde-se O estupro e O amuo).
Na década de 60, Degas adquire finalmente o estilo que o tornaria famoso e diferente dos seus colegas: a pintura histórica. Apesar desse particular não deixou de continuar a pintar as cenas de ópera e concertos, mulheres e finalmente, as bailarinas. Sim, as famosas bailarinas que o tornaram um pintor de renome. Desta série que perdurou ao longo do final do seu glorioso percurso artístico, as mais famosas pinturas são, sem dúvida, A primeira bailarina e A aula de dança. Nestes trabalhos o francês aplicou-se vivamente nos tons vibrantes, que vigoraram vulgarmente ao longo da sua vida. Porém, durante este período os seus trabalhos tornaram-se muito expressivos, alarmantes, assustadores. Veja-se o caso do primeiro. A bailarina parece que voa e o ambiente em torno dela é inspirador e implacável. Um quadro vivo, uma obra-prima inquestionável.
É impossível esquecer Músicos da Ópera, uma verdadeira cena saída de um conto literário. Um particular interessante na pintura de Degas é o facto de conceder a cada personagem dos seus trabalhos uma atmosfera brilhante e eclética que faz com estas pareçam reais, móveis, tocáveis, inexplicáveis. Degas era, incontestavelmente, um mestre da pintura. Músicos da Ópera não foge à regra.
Até aqui era frequente utilizar pastel, todavia, durante a década de 70 era mais frequente a pintura a óleo, nos seus trabalhos.
Devido à sua brilhante técnica, hoje, as pinturas de Edgar Degas são das mais procuradas pelos compradores de todo o Mundo. Em 2004 um trabalho de Degas de nome As corridas no Bosque de Boulonha foi vendido na Sotheby's pela quantia espantosa de cerca de 10 milhões de Euros, ao lado de O tomateiro, de Pablo Picasso e de alguns outros trabalhos do seu eterno «amigo-rival» Edouard Manet.


Reputação e aceitação da obra
"Saúdo Vossa Excelência que tem aquela perspectiva, talvez das pinturas de Degas, capaz de vislumbrar o horizonte sem o impressionismo que dificulta muitas vezes o exercício da poesia para a boa aplicação da justiça." Ministro Menezes Direito - STF
Degas era um aristocrata, um homem de famílas típicas, um descendente de banqueiros napolitanos. Portanto, os seus trabalhos, do início da sua carreira, foram bem aceitos pela crítica e pela aristocracia restante que se espantava ao ver o talento daquele gênio. Sem dúvida, a sua classe social influenciava na aceitação dos seus trabalhos. Desde cenas do cotidiano doméstico às frenéticas ruas de Paris, desde a Bolsa de Nova Orleans à pintura histórica, desde as corridas de cavalo a mulheres passando a ferro, todas as suas obras eram bem aceitas e de extrema reputação.
Contudo, tal viria a mudar depois da concepção de Place de La Concorde. Enquanto nos seus antigos quadros surgem com bastante dinamismo, a composição deste não permitiu tal coisa. As figuras deslocam-se, perece, vagarosamente - o que é óbvio pois representava um passeio. Existe uma quase ausência de personagens na praça parisiense. Figuram duas meninas que não se sabe a quem pertencem, de onde vêm nem para onde vão. Demonstram um sorriso implacável e constrangedor, comparável ao de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Dois velhos de cara triste, deambulando com cortola posta, e barba arranjada, muito ecléticos. Parecem infelizes. E esta atmosfera triste realça-se mais com os trajes dos personagens, cinzas ou pretos.
Não se sabe ao certo como reagiram as pessoas ao quadro, sabe-se porém, que ficaram eternizadas expressões de cansaço, no público. Pareciam tristes ao ver a obra. Degas já não era a mesma coisa.

A pequena bailarina de catorze anos, escultura forjada em bronze a partir da imagem em cera exibida na Mostra Impressionista de 1881

A pequena bailarina
E depois de A pequena bailarina de catorze anos, Degas marca o início da sua independência do grupo dos impressionistas. Deixa-os para trás. Aquilo para ele era somente uma brincadeira, com a qual se tornou reconhecido na Europa.
Ao exibir esta escultura deixou os seus colegas chocados como toda a «boa sociedade» da época. A bailarina representada era um dançarina da Ópera que Degas conheceu. A sua família era miserável, tendo mesmo uma irmã prostituta. Estudou balet até os dezasseis anos, já depois de Degas a ter esculpido, até que teve que se prostituir para conseguir viver.
Escandalizado, Degas fez com que a bailarina muito jovem se deixasse desenhar. Começou com simples esboço, depois as telas e depois, uma escultura revolucionária que viria a mudar o mundo. Degas fê-la com o propósito de deixar bem marcados na cera (material com que esculpiu a bailarina) os seus sentimentos face àquela miséria fútil, na qual viviam milhares de parisienses. A sua face mostra o árduo trabalho com o qual conviveu.
Ao exibí-la, chocados, todos perguntavam o porquê de estar ali exposta aquela escultura. Aquilo comovia a sociedade, remexia-lhes o peito, fazia-os tristes, não queriam olhar. Por outro lado, esta escultura foi o primeiro trabalho nesta área da arte que incluiu uma roupa real, desta feita uma saia.
A partir daí, o Mundo começou a refletir sobre aquele aristocrata que se atreveu a provocar a sociedade e Degas foi, de algum modo, rejeitado e até mesmo humilhado. Mas ninguém se pôde esquecer que ele mudara a visão conservadora e eclética do mundo, e não se esqueceu de publicitar e de tornar públicos os problemas deste. Anos mais tarde, a famosa escultura tornou-se um ícone desta forma de Arte.
Impossível é deixar de referir que Edgar Degas foi um dos maiores revolucionários da arte do século XIX e de todos os tempos.

Couldn't have said it better



Vicente de Paulo morreu há 352 anos

Vicente de Paulo, nascido Vincent de Paul ou Vincent Depaul, (Pouy, 24 de abril de 1581 - Paris, 27 de setembro de 1660) foi um sacerdote católico francês, declarado santo pelo Papa Clemente XII em 1737. Foi um dos grandes protagonistas da Reforma Católica na França do século XVII.

São Vicente de Paulo nasceu em uma terça-feira de Páscoa, em 24 de abril de 1581, na aldeia Pouy, sul da França. Vicente foi batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho do casal João de Paulo (Jean de Paul) e Bertranda de Moras (Bertrande de Moras), camponeses profundamente católicos. Seus seis filhos receberam o ensino religioso em casa através de Bertranda.
Desde cedo destacou-se pela notável inteligência e devoção. Fez seus primeiros estudos em Dax, onde, após 4 anos, se tornou professor. Isto permitiu-lhe concluir os estudos de teologia na Universidade de Toulouse. Foi ordenado sacerdote, aos dezanove anos, em 23 de setembro de 1600.
Ordenou-se padre e logo passou pela primeira provação: uma viúva que gostava de ouvir as suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou-lhe uma herança - uma pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha.
No retorno desta viagem a Marselha, em 1605, o navio em que se encontrava foi atacado por piratas turcos. Padre Vicente sobreviveu ao ataque, mas foi feito prisioneiro. Os turcos o conduziram a Túnis, onde foi vendido como escravo para um pescador, depois para um químico; com a morte deste, foi herdado pelo sobrinho do químico, que o vendeu para um camponês, um renegado, que antes era católico e, com medo da escravidão, adotara a religião muçulmana. Ele tinha três esposas: uma era turca e esta, ouvindo os cânticos do escravo, sensibilizou-se e quis saber o significado do que ele cantava. Ciente da história, ela censurou o marido por ter abandonado uma religião que para ela parecia tão bonita. O patrão de Padre Vicente arrependeu-se e propôs-lhe uma fuga para a França, que só se realizou dez meses depois, já em 1607.
Eles atravessaram o Mar Mediterrâneo numa pequena embarcação e conseguiram chegar à costa francesa. De Aigues-Mortes foram para Avinhão, onde encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente voltou à condição de padre e o renegado abjurou publicamente, voltando à Igreja Católica. Vicente e o renegado ficaram a viver com o Vice-Legado e, quando este precisou viajar para Roma, levou-os em sua companhia. Durante a estada na cidade, o Padre Vicente frequentou a universidade e formou-se em Direito Canónico e o renegado foi admitido em um mosteiro, onde se tornou monge.
O Papa precisou de mandar um documento sigiloso para o Rei Henrique IV da França e Padre Vicente foi escolhido como fiel depositário. Devido à sua presteza, o Rei Henrique IV nomeou-o Capelão da Rainha Margarida de Valois, a rainha Margot. Padre Vicente era encarregado da distribuição de esmolas aos pobres e fazia visitas aos enfermos no hospital de caridade em nome da rainha. Após o assassinato de Henrique IV da França, em 1610, São Vicente passou um ano na Sociedade do Oratório, fundada pelo Cardeal Pierre de Bérulle. Mais tarde,o padre Bérulle foi nomeado Bispo de Paris e indicou Vicente de Paulo para vigário de Clichy, subúrbio de Paris.
Vicente fundou a Confraria do Rosário e todos os dias visitava os doentes. Atendendo a um pedido de padre Berulle, partiu e foi ser o preceptor dos filhos do general responsável pelas galés e residir no Palácio dos Gondi. Naquele período, a Marinha francesa estava em expansão e, para resolver o problema da mão-de-obra necessária para remar, era costume a condenação às galés por delitos comuns. Vicente empenhou-se nesta missão, lutando por mais dignidade para estes prisioneiros, que viviam em condições sub-humanas. No trabalho em favor dos condenados às galés chegou até a se colocar no lugar de um deles para libertá-lo. As propriedades da família dos Gondi eram muito grandes e o Padre Vicente e a senhora de Gondi faziam visitas às famílias que residiam nestas propriedades. Foi assim que o Padre Vicente percebeu como era necessária a confissão deste povo. Na missa dominical, ele fazia com o povo a confissão comunitária. Conseguiu outros padres para as confissões, pois eram muitos os que queriam esse sacramento. Padre Vicente esteve nas terras da família Gondi por cinco anos. Foi a Paris e, mais tarde, a pedido do Padre Berulle, voltou para a casa dos Gondi por mais oito anos.
Sua piedade heróica conferiu-lhe o cargo de Capelão Geral e Real da França. Vendo o abandono espiritual dos camponeses, fundou a Congregação da Missão, que são os Padres Lazaristas, para evangelização do "pobre povo do interior". A Congregação da Missão demorou de 1625 até 12 de janeiro de 1633 para receber a Bula do Papa Urbano VIII, reconhecendo-a.
Em 1643, Luís XIII pediu para ser assistido, em seu leito de morte, por Vicente, tendo morrido em seus braços. A seguir foi nomeado pela Regente Ana d'Áustria, de quem era o confessor, para o Conselho de Consciência (para assuntos eclesiásticos dessa Regência).
Num apelo que o padre Vicente fez durante sermão em Châtillon, nasceu o movimento das Damas da Caridade (Confraria da Caridade). A primeira irmã de caridade foi a camponesa Margarida Nasseau, que contou com a orientação de Santa Luísa de Marillac e que, mais tarde, estabeleceu a Confraria das Irmãs da Caridade, atuais Filhas da Caridade. De apenas quatro irmãs no começo, a Confraria conta, hoje, com centenas delas. Foi também ele o responsável pela organização de retiros espirituais para leigos e sacerdotes, através das famosas conferências das terças-feiras (Confraria de Caridade para homens).
Inspirado por seu amor a Deus e aos pobres, Vicente de Paulo foi o criador de muitas obras de amor e caridade. Sua vida é uma história de doação aos irmãos pobres e de amor a Deus. Existem diversas biografias suas, mas sabemos que nenhuma delas conseguirá descrever com total fidelidade o amor que tinha por seu irmãos necessitados. Muitos acham que a maior virtude de São Vicente é a caridade, mas sua humildade suplantava essa virtude. Sempre buscava o bem da Igreja. São Vicente de Paulo foi um pai dos Pobres e um reformador do clero. Basta dizer que as Conferências Vicentinas, fundadas por António Frederico Ozanam e seus companheiros, em 23 de abril de 1833, foram inspiradas por ele. Espalhadas no mundo inteiro, vivem permanentemente de seus exemplos e ensinamentos.
Segundo São Francisco de Sales, Vicente de Paulo era o "padre mais santo do século". Faleceu em 27 de setembro de 1660 e foi sepultado na capela-mãe da Igreja de São Lázaro, em Paris. Foi canonizado pelo Papa Clemente XII em 16 de junho de 1737. Em 12 de maio de 1885 é declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.

Obra
Funda sucessivamente diversas congregações:

Canonização
A sua canonização ocorreu em 16 de junho de 1737, pelo Papa Clemente XII. Em 12 de maio de 1885 foi declarado, pelo Papa Leão XIII, patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica.
 

Meat Loaf - 65 anos!

Meat Loaf é o nome artístico de Michael Lee Aday (nascido com o nome de Marvin Lee Aday a 27 de setembro de 1947, nos Estados Unidos da América). Michael é cantor e ator e lidera uma banda de música, também com o nome de Meat Loaf, onde é vocalista. É conhecido pelo seu álbum Bat Out of Hell e por muitas canções que fizeram parte de bandas sonoras de filmes.
O nome, traduzido em português significa "Rolo de Carne" (prato típico nos EUA, feito com carne picada, queijo, tomate, cebola e especiarias).

Infância
Marvin Lee Aday nasceu em Dallas, Texas. O seu pai era um veterano da II Guerra Mundial, com problemas de alcoolismo e a sua mãe era cantora de gospel.
Segundo o cantor foi o seu próprio pai que lhe pôs a alcunha de meat loaf, devido à sua obesidade desde criança.
Em 1958 é diagnosticado à sua mãe cancro do pulmão. Em 1968, vai estudar para o colégio "Norte de Texas", morre a sua mãe, e afasta-se do seu pai, devido a mau relacionamento.

Ator

Trabalhou nas peças musicais "Rainbow in New York" e "More Than You Deserve", esta última escrita por Jim Steinman.
Participou na versão cinematográfica da peça musical The Rocky Horror Show, interpretando o papel de Eddie.
Fez o papel de Robert Paulsen no filme Clube da Luta e o pai de J. B. no filme Tenacious D in: The Pick of Destiny.
Também participou de um episódio da série House, M.D, encarnando a personagem Eddie, na 5ª temporada da série.

Músico
Inicia a sua carreira musical aos 20 anos, em Los Angeles, com a banda "Meat Loaf Soul".
Após trabalhar um tempo como mecânico, é contratado para a ópera rock Hair, de estilo hippy, com a qual faz uma digressão pelos EUA.
Gravou um disco em Detroit, com uma cantora chamada Stoney, sendo os primeiros cantores de raça branca a gravar na Motown. Tiveram um êxito relativo.
Em 1971 decide associar-se ao compositor e pianista Jim Steinman. Dois anos mais tarde decidem ir a Los Angeles para apresentar o seu disco, mas este é recusado em todas as discográficas. Decidem financiar o disco pelos seus próprios meios.
Em 1976, num concerto em Woodstock (Nova Iorque), conhece a sua mulher, Leslie Edmond, que trabalhava como manager de Bob Dylan e Janis Joplin.
Após gravarem o disco Bat out of Hell, continuam sem conseguir apoio de nenhuma discográfica. Todd Rundgren, integrante do grupo Utopia, produz o disco.
Em 1977, a sua mulher fica grávida da sua filha Amanda.
Meat Loaf e Jim Steinman decidem fazer uma pausa, mas a discográfica não aceitou, porque queria lançar um segundo disco (Bad for Good). Segundo parece, Meat Loaf estava com uma infecção nas cordas vocais, e isto fê-lo abandonar o projecto, tendo o disco saído como um trabalho a solo de Steinman.
Em 1981 encontrava-se em graves dificuldades financeiras, e o seu trabalho como actor, assim como o seu disco Dead Ringer não tiveram o êxito esperado. O disco de Jim Steinman e o do próprio Meat Loaf competiam nas vendas e nas campanhas de marketing.
Em 1983 triunfa numa digressão pela Europa, mas os seus problemas financeiros agravam-se devido a petições judiciais, ficando na ruína. Apesar disso, consegue gravar Midnight At The Lost And Found, que passa sem pena nem glória, com o tema chamado Wolf At Your Door, que faz referência aos seus múltiplos problemas económicos.
Em 1984 muda para a Arista Records - que anteriormente havia recusado Bat Out Of Hell - para gravar Bad Attitude e Blind Before I Stop.
Consegue alcançar pouco êxito à custa de digressões constantes, até que em 1989 volta a associar-se a Steinman, editando Bat Out Of Hell II, que é lançado no mercado 1993, sendo número um em vendas em todo o mundo. O single I'd Do Anything For Love (But I Won't Do That) alcança os primeiros lugares nos tops e o videoclip dirigido por Michael Bay é emitido em todo o mundo.
Consegue reconhecimento internacional, sendo galardoado com um Grammy. Após o rotundo êxito do segundo volume de Bat Out Of Hell, lança-se num novo projeto, que saíria em 1995 (Welcome To The Neighbourhood), mas não consegue alcançar o êxito esperado, retomando a faceta de ator, sem deixar de dar concertos. Durante este período pôde-se vê-lo em "Loucos em Alabama" (com Antonio Banderas) ou em "O Clube da Luta" (de David Fincher).
Em 2003, lança um novo disco intitulado Couldn't Have Said It Better (Myself), que conclui com uma versão do clássico de Bob Dylan Forever Young.
Em 2006, volta a unir-se a Jim Steinman para criar a terceira parte da "saga". O disco saiu a 23 de Outubro desse ano, com o nome Bat Out Of Hell III: The Monster Is Loose.
Em 2011, sua música Alive foi a banda sonora do Filme Fúria sobre rodas (Drive Angry) com Nicolas Cage no papel principal.

Há 55 anos o Vulcão dos Capelinhos teve a sua última erupção

Vista do Vulcão dos Capelinhos, do Cais Comprido - o farol marca o antigo limite da terra firme antes da erupção (clicar para aumentar)

O Vulcão dos Capelinhos, também referido na literatura vulcanológica como Mistério dos Capelinhos, localiza-se na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, nos Açores. Constitui-se em uma das maiores atrações turísticas do Atlântico, nomeadamente dos Açores, pela singularidade de sua beleza paisagística, de génese muito recente e quase virgem.
Geologicamente insere-se no complexo vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias e respectivos derrames lávicos, ao longo de um alinhamento vulcano-tectónico de orientação geral WNW-ESE. O nome Capelinhos deveu-se à existência de dois ilhéus chamados de "Ilhéus dos Capelinhos".
O vulcão manteve-se em actividade por 13 meses, entre 27 de setembro de 1957 e 24 de outubro de 1958. A erupção dos Capelinhos, provavelmente terá sido uma sobreposição de duas erupções distintas, uma começada a 27 de setembro de 1957, e a segunda, a 14 de maio de 1958. A partir de 25 de outubro, o vulcão entrou em fase de repouso. Do ponto de vista vulcanológico, deverá ser considerado um vulcão potencialmente activo.

Um marco na vulcanologia
O vulcão dos Capelinhos é reconhecidamente um marco na vulcanologia mundial. "Foi uma erupção submarina devidamente observada, documentada e estudada, desde do início até ao fim. Apareceu em condições privilegiadas, junto de uma ilha habitada, com estrada, farol e telefones privativos." - comenta o vulcanólogo Doutor Victor Hugo Forjaz. Com 16 anos, acompanhado de seu pai, Dr. António Lacerda Forjaz, presidente em exercício da Junta Geral do Distrito da Horta, assistiu ao início da erupção. Este tornou-se afectivamente no "seu vulcão".
Foi o Eng. Frederico Machado, Director das Obras Públicas, auxiliado pelo Eng. João do Nascimento, e o topógrafo António Denis, o pioneiro na sua investigação científica. O Director do Observatório de Angra, Tenente-coronel José Agostinho, sobrevoou a erupção. O Observatório Príncipe Alberto do Mónaco, chefiado por Bernardo Almada, emitiu diversos boletins sismológicos de grande valor.

Vulcão dos Capelinhos, Centro Interpretativo do Vulcão (museu subterrâneo do vulcão)
    
Próximo situava-se o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado a 24 de março de 1964, que documentava toda a sua atividade eruptiva e cujo acervo passou para o novo Centro Interpretativo do Vulcão. A área em torno do vulcão, classificada como paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, integra a Rede Natura 2000. O Farol dos Capelinhos foi transformado num miradouro, e junto/por baixo deste, funciona o Centro Interpretativo do Vulcão, que foi inaugurado em maio de 2008.
Em resultado da erupção, entre os meses de maio a outubro de 1958, a área total da ilha (de 171,42 km²) aumentou em cerca de 2,50 km² (para 173,02 km²). Actualmente, essa área foi reduzida para cerca de metade (aproximadamente 172,42 km²) devido à natureza pouco consolidada das rochas e à acção erosiva das ondas. A escalada do vulcão apresenta alguns riscos, devendo por isso ser efectuada nos trilhos indicados e sob orientação de um guia credenciado. Convém mencionar que o respiradouro do Vulcão, situado no seu Cabeço Norte, liberta vapor de água e gases tóxicos com temperaturas na ordem dos 180 a 200 °C.

Erupção capeliniana
A designação erupção vulcânica tipo capeliniana, que por direito natural era sua, não foi prontamente patenteada pelo Eng. Frederico Machado. Em 1963, no Sul da Islândia, surgiu uma erupção idêntica - o Vulcão Surtsey. Os vulcanólogos ingleses rapidamente adoptaram terminologia surtseyana, quando na verdade deveria ter sido capeliniana.


Emigração faialense
A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção originaram a destruição generalizada das habitações, campos agrícolas e pastagens nas freguesias do Capelo e da Praia do Norte. Não houve perdas humanas a registar. Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de sinistrados faialenses - e não poucos açorianos de outras proveniências - aproveitaram a quota especial de emigração concedida (por persistente diligência do congressista estadual Joseph Perry Júnior e dos Senadores federais John O. Pastore, de Rhode Island, e John F. Kennedy, de Massachusetts, que pouco depois seria eleito Presidente dos EUA) e procuraram refazer as suas vidas naquele país. Foi a 2 de setembro de 1958, aprovado o "Azorean Refugee Act" autorizando a concessão de 1.500 vistos. A quebra demográfica na ordem de cerca de 50%, contribuiu para uma melhoria de vida na população residente, a nível de mais oportunidades de trabalho e melhoria dos salários.


Crise sísmica e erupção

Primeira fase eruptiva
De 16 a 27 de setembro de 1957, registou-se uma crise sísmica na ilha com mais de 200 sismos, de intensidade não superior a grau V da Escala de Mercalli. No dia 23 de setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente havendo emissão de jatos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.
A 27 de setembro, teve início pelas 06.45 horas uma erupção submarina, a 300 metros da Ponta dos Capelinhos (ou seja, a 100 metros dos Ilhéus dos Capelinhos). A partir de 13 de outubro, a emissão de gases e as explosões de piroclastos, ainda que violentas, passaram a ser menos frequentes. Estas foram rapidamente sucedidas por explosões violentas, atirando bombas de lava e grandes quantidade de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo, correntes de lava escorriam para o mar. A erupção continuou intensa até 29 de outubro, com constantes chuvas de cinzas sobre o Faial que destruíram culturas agrícolas e forçaram a evacuação das populações das zonas mais próximas do vulcão.
A erupção evoluiu formando primeiro uma pequena ilha a 10 de outubro, chamada de "Ilha Nova" (ou "Ilha dos Capelinhos", e ainda, "Ilha do Espírito Santo"), com 600 metros de diâmetro e 30 metros de altura, ficando com a cratera aberta ao oceano. Dada a temperatura, a emissão de materiais revelou um tom acinzentado. A ilha atingiria por fim os 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura. Esta primeira pequena ilha afundou-se na cratera, no dia 29 de outubro.
Munido da sua câmara de filmar, Carlos Tudela e Vasco Hogan Teves, repórteres da RTP, desembarcaram a 23 de outubro na ilha recém-nascida, na vertente do vulcão activo. Acompanhado do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscaram as suas vidas num pequeno barco a remos (movido por Carlos Raulino Peixoto) para colocar a bandeira nacional na "Ilha Nova".

Segunda fase eruptiva
A 4 de novembro de 1957, a erupção vulcânica recomeça e rapidamente se formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12 de novembro, a ilha ligou-se à ilha do Faial. A actividade eruptiva aumentou progressivamente, atingindo o seu máximo na primeira quinzena de dezembro, surgindo um segundo cone vulcânico. A 16 de dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinzas, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava incandescente, a que se juntaram, três dias depois, as explosões com jactos de cinzas e muitos blocos de pedra. Precisamente no dia 29 de dezembro, a actividade eruptiva conheceu uma nova e breve pausa.

Terceira fase eruptiva
De janeiro a abril de 1958, reapareceram jatos pontiagudos de cinzas, geralmente acompanhados de fumos brancos ou acastanhados. Em março, os Ilhéus dos Capelinhos já haviam desaparecido definitivamente sob manto das cinzas e areias, tendo estas formado dois areais de apreciável dimensão, chegando a atingir vários metros de espessura junto ao farol e nas áreas adjacentes, o que levou ao soterramento de casas e à ruína dos telhados de muitas habitações próximas, ainda hoje visíveis.
No início de 1958, John Scofield, repórter da revista National Geographic, e o famoso fotógrafo Robert F. Sisson, passaram um mês a documentar as várias fases da erupção.
Depois da violenta crise sísmica na noite de 12 para 13 de maio, em que houve mais de 450 sismos, a erupção dos Capelinhos sofreu reajustamentos profundos no edifício vulcânico e na estrutura tectónica. A partir de 14 de maio, a actividade passou ao tipo estromboliano, com fortes ruídos, acompanhados de ondas infra-sónicas que fizeram estremecer portas e janelas em toda a ilha e, por vezes, nas ilhas próximas, e com a projecção de fragmentos de lava incandescente que iam a mais de 500 metros de altura. Também nesse dia, surgiram fumarolas no fundo da Caldeira (vulcão central da ilha), que emitiam vapor de água com cheiro a enxofre e com lama em ebulição.
A erupção constituiu "um espectáculo grandioso", um misto de belo e horrendo que jamais será esquecido por quem o presenciou. É legado transmitido para as gerações seguintes. A erupção prosseguiu por mais uns meses, consistindo em explosões moderadas do tipo estromboliano com várias correntes de lava, a última das quais a 21 de outubro, sendo observado no dia 24 de outubro, pela última vez a emissão de fragmentos incandescentes.

Jovanotti - 46 anos

Jovanotti, nome artístico de Lorenzo Cherubini, (Roma, 27 de setembro de 1966) é um cantor e compositor de pop e rap italiano, além de escritor.
Suas músicas são conhecidas por suas influências do hip hop, mesmo que a maioria do trabalho de Jovanotti possa ser tecnicamente caracterizada como tal. Seus trabalhos mais antigos estão mais ligados ao pop italiano dos anos 80. Assim como grandes vertentes da música italiana, como Laura Pausini e Claudio Baglioni, quase todo seu trabalho foi feito em língua italiana, exceto um álbum em espanhol com seus maiores sucessos.
Jovanotti tem participação em várias compilações internacionais, a qual mais notável foi em Red Hot + Rhapsody (1998), um tributo a George Gershwin, na qual canta "I Got Rhythm". O cantor ainda participou de um concerto de Luciano Pavarotti para a caridade, em 1996. Seu álbum mais recente, Buon Sangue, inclui influências tanto do rock quanto do velho hip hop escolar, e é um de seus trabalhos mais inovadores. O compositor Edoardo Bennato, conhecido por compor a canção oficial do Campeonato do Mundo de Futebol de 1990, colaborou em uma faixa do CD.



jovanotti - il più grande spettacolo dopo il big bang

il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang siamo noi io e te

ho preso la chitarra senza saper suonare
volevo dirtelo adesso stai a sentire
non ti confondere prima di andartene
devi sapere che

il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang siamo noi io e te

altro che il luna park, altro che il cinema
altro che internet, altro che l'opera
altro che il vaticano altro che superman
altro che chiacchiere

il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang siamo noi io e te

io e te
che ci abbracciamo forte
io e te, io e te
che ci sbattiamo forte
io e te io e te
che andiamo contro vento
io e te io e te
che stiamo in movimento
io e te io e te
che abbiamo fatto un sogno
che volavamo insieme
che abbiamo fatto tutto
e tutto c'é da fare,
che siamo ancora in piedi
in mezzo a questa strada,
io e te io e te io e te

altro che musica, altro che il colosseo
altro che america, altro che l'estasi
altro che nevica, altro che rolling stones
altro che football
altro che lady gaga, altro che oceani
altro che argento e oro, altro che il sabato
altro che le astronavi, altro che la tv
altro che chiacchiere

il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang siamo noi io e te


che abbiamo fatto a pugni
io e te io e te
fino a volersi bene
io e te io e te
che andiamo alla deriva
io e te io e te
nella corrente .io e te
che attraversiamo il fuoco
con un ghiacciolo in mano
che siamo due puntini
ma visti da lontano,
che ci affettiamo il meglio
come ogni primavera,
io e te, io e te, io e te

il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang
il più grande spettacolo dopo il big bang siamo noi io e te

ho preso la chitarra senza saper suonare
é bello vivere anche se si sta male
volevo dirtelo perché ce l'ho nel cuore
son sicurissimo amore

Lhasa de Sela nasceu há 40 anos


Lhasa de Sela (27 de setembro de 1972 - 1 de janeiro de 2010) foi uma cantora nascida na pequena cidade de Big Indian, no estado de Nova Iorque.
Sua ascendência era de um lado mexicana e de outro americano-judeu-libanesa. Filha de um professor, não convencional, que percorria os EUA e o México, difundindo o conhecimento, e de uma fotógrafa. Assim, passou sua infância, de maneira nómada, junto com seus pais e suas três irmãs.
Sua obra musical mescla tradição mexicana, klezmer e rock e é cantada em três idiomas: espanhol, francês e inglês.
Faleceu a 1 de janeiro de 2010, em Montreal, Canadá, vítima de cancro da mama.

Avril Lavigne - 28 anos

Avril Ramona Lavigne (Belleville, 27 de setembro de 1984) é uma cantora e compositora canadiana. que também desenvolve trabalhos paralelos na área do design de moda, da filantropia e, ocasionalmente, como atriz.
Alguns críticos denominam-na como Princesa do Pop Punk. Iniciou a sua carreira musical ao assinar um contrato em dezembro de 2001, após uma apresentação feita pela cantora numa feira e exposição de gado, quando despertou o interesse do produtor L. A. Reid, que trabalhava na já extinta Arista Records. Até 2011, os seus então quatro álbuns de estúdio, Let Go, Under My Skin, The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby, já haviam vendido juntos mais de 30 milhões de cópias e 20 milhões de singles em todo o mundo, além de mais de 500 mil álbuns e 700 mil downloads pagos somente no Brasil, sendo uma das recordistas de vendas digitais no país, de acordo com a ABPD. Lavigne também é uma das jovens mais ricas do mundo, segundo a lista da revista Forbes, com uma ganhos de mais de 12 milhões de dólares por ano.
A revista Rolling Stone criou uma votação para eleger as 100 melhores canções e discos entre 2000 e 2009, na qual a música "Complicated" ficou na oitava posição e o álbum Let Go na quarta, respectivamente. Lavigne também está no livro Guinness World Records como a cantora mais jovem a estrear no topo do hit oficial do Reino Unido, aos 18 anos e 106 dias de idade, em 11 de janeiro de 2003, com Let Go, que alcançou o primeiro lugar em sua 18º semana na UK Albums Chart. O mesmo trabalho entrou na posição 162º na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.
A revista Billboard fez uma lista dos 100 artistas mais populares da década de 2000 nos Estados Unidos, na qual Lavigne ficou na 28ª posição. Na categoria Billboard 200 Artists, que indica os artistas mais bem sucedidos na parada de vendas de álbuns Billboard 200, a canadiana ficou na 38ª colocação - além da 10ª posição na Pop Songs, na 48ª na Radio Songs Artists e na Digital Songs Artists. No Brasil, o portal de entretenimento e notícias IG elegeu a cantora, através de mais de meio milhão de votos de internautas, como o "som da década" de 2000. Já foi anunciado o seu quinto álbum de estúdio, previsto para ser lançado em 2012 pela gravadora Epic Records.
Além de cantora e compositora, Avril Lavigne também está envolvida nas áreas de moda e perfumaria, lançando a fragrância Black Star, criada sob licença da Procter & Gamble; e uma linha de roupas, Abbey Dawn, lançada em julho de 2008 nos Estados Unidos pela loja Kohls. Também teve participações em três filmes, Going the Distance, Fast Food Nation e The Flock, além de ter composto a faixa-tema do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, "Alice". A artista foi casada com o vocalista da banda Sum 41, Deryck Whibley, durante três anos - entre 2006 e 2009.


quarta-feira, setembro 26, 2012

Notícia sobre o sismo da noite de 2ª no Alentejo

Alentejo: Sem danos pessoais
Susto com sismo de 3.7

Fátima mostra a fissura na parede do café provocada pelo sismo

Um susto nunca visto na zona. É desta forma que os moradores do concelho de Ourique relatam o que viveram na noite de segunda-feira: um sismo, com epicentro a 14 quilómetros da vila alentejana e que atingiu magnitude de 3.7 na Escala de Richter, levou dezenas de moradores a saírem à rua, alarmados com janelas, portas e pratos a "chocalhar".

Garvão, a poucos quilómetros de Ourique, foi um dos locais onde o abalo mais se fez sentir. "Primeiro ouviu-se uma espécie de urro e depois sentiu-se um grande tremedouro. Foi muito rápido, mas as pessoas saíram à rua com medo", conta Fernando Matos, de 60 anos. "Estava a ver televisão e de repente ouvi aquele estrondo, seguido de uma ‘zunida’", complementa o vizinho, António Silva, de 62 anos. Registado às 22.52 horas, o sismo não causou danos pessoais, deixando no entanto a sua marca nalguns locais. "De manhã estava a falar com os clientes e vi uma grande fissura na parede do café. Foi provocada pelo tremor de terra", conta Fátima Silva, de 50 anos, proprietária do café Novo Rumo, em Garvão. Segundo o presidente da Câmara de Ourique, Pedro Carmo, após o abalo a Protecção Civil Municipal "ficou em estado de prontidão". O sismo foi ainda sentido em Odemira e Castro Verde.

in CM - ler notícia

George Gershwin nasceu há 114 anos

George Gershwin, nascido Jacob Gershowitz, (Brooklyn, Nova Iorque, 26 de setembro de 1898 - Hollywood, Califórnia, 11 de julho de 1937) foi um compositor norteamericano. Escreveu a maioria de seus trabalhos vocais e teatrais em colaboração com o seu irmão mais velho, o letrista Ira Gershwin. George Gershwin compôs tanto para a Broadway quanto para concertos clássicos. Ele também escreveu músicas populares de grande sucesso.
Muitas de suas composições tem sido usadas na televisão e em inúmeros filmes, além de tornar-se standards de jazz. A cantora Ella Fitzgerald gravou muitas das canções de Gershwin em seu álbum de 1959, Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook (com arranjos de Nelson Riddle). Incontáveis músicos e cantores gravaram músicas de autoria de Gershwin, incluindo João Gilberto, Oscar Peterson, Fred Astaire, Louis Armstrong, Al Jolson, Percy Grainger, Bobby Darin, Art Tatum, Bing Crosby, Yehudi Menuhin, Janis Joplin, John Coltrane, Frank Sinatra, Billie Holiday, Sam Cooke, Miles Davis, Herbie Hancock, Madonna, Judy Garland, Julie Andrews, Barbra Streisand, Marni Nixon, Natalie Cole, Nina Simone, Maureen McGovern, John Fahey, The Residents, Sublime (banda) e Sting.






Olivia Newton-John - 64 anos

Olivia Newton-John (Cambridge, 26 de Setembro de 1948) é uma cantora e atriz inglesa radicada na Austrália.
Em 1974, representou o Reino Unido, no Festival Eurovisão da Canção 1974, interpretando tema Long live love, que terminou em quarto lugar.
Neta do físico anglo-alemão de origem judaica Max Born, que ganhou o Prémio Nobel da Física em 1954, tornou-se uma estrela internacional com o sucesso do filme Grease (1978). Nesse filme seu parceiro foi John Travolta, com quem faria outro filme em 1983, Two of a Kind, desta vez sem muito sucesso.
O musical Xanadu foi outro filme famoso que teve Olivia como protagonista. Aqui, seu parceiro foi Gene Kelly, o histórico astro do género.
Fez sucesso também com as canções Physical, A Little More Love, Magic e Xanadu, as duas últimas partes da banda sonora do filme Xanadu.


O Papa Paulo VI nasceu há 115 anos

O Papa Paulo VI (em latim: Paulus PP. VI; em italiano: Paolo VI), nascido Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini (26 de setembro de 18976 de agosto de 1978) foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana e Soberano da Cidade do Vaticano de 21 de junho de 1963 até a sua morte. Sucedeu o Papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, e decidiu continuar os trabalhos do predecessor. Promoveu melhoras nas relações ecuménicas com os Ortodoxos, Anglicanos e Protestantes, o que resultou em diversos encontros e acordos históricos.
Montini serviu no Departamento de Estado do Vaticano de 1922 a 1954. Enquanto esteve no Departamento de Estado, Montini e Domenico Tardini foram considerados os colaboradores mais próximos e influentes do Papa Pio XII, que o nomeou, em 1954, arcebispo da Arquidiocese de Milão, um cargo que fez dele automaticamente Secretário da Conferência de Bispos Italianos. João XXIII elevou-o ao Colégio de Cardeais em 1958, e após a morte de João XXIII, Montini foi considerado um dos mais prováveis sucessores.

In nomine Domini
 
Brasão pontifício de Paulo VI

Escolheu o nome Paulo, para indicar que tinha uma missão mundial renovada de propagar a mensagem de Cristo. Ele reabriu o Concílio Vaticano II, que fora automaticamente fechado com a morte de João XXIII e lhe atribuiu prioridade e direção. Após ser concluído o trabalho no Concílio, Paulo VI tomou conta da interpretação e implementação de seus mandatos, frequentemente andando sobre uma linha entre as expectativas conflitantes de vários grupos da Igreja Católica. A magnitude e a profundidade das reformas, que afetaram todas as áreas da vida da Igreja durante o seu pontificado, excederam políticas reformistas semelhantes de seus predecessores e sucessores.
Paulo VI foi um devoto mariano, discursando repetidamente a congressistas marianos e em reuniões mariológicas, visitando santuários marianos e publicando três encíclicas marianas. Paulo VI procurou diálogo com o mundo, com outros cristãos, religiosos e irreligiosos, sem excluir ninguém. Viu-se como um humilde servo de uma humanidade sofredora e exigiu mudanças significativas dos ricos na América e Europa em favor dos pobres do Terceiro Mundo.
O seu ensinamento, na linha da tradição da Igreja, contrário à regulação da natalidade por métodos artificiais (ver Humanae Vitae) e a outras questões foram controversas na Europa Ocidental e na América do Norte; no entanto, o Pontífice foi elogiado em grande parte das Europas Oriental e Meridional, além da América Latina. Seu pontificado decorreu durante, certas vezes, mudanças revolucionárias no mundo, revoltas estudantis, a Guerra do Vietname e outros transtornos. Paulo VI procurava entender todos os assuntos, mas ao mesmo tempo, defender o princípio do fidei depositum, uma vez que que lhe foi confiado. Paulo VI faleceu em 6 de agosto de 1978, na Festa da Transfiguração. O processo diocesano para a beatificação de Paulo VI iniciou em 11 de maio de 1993.

O primeiro satélite português foi lançado há 19 anos

(imagem daqui)

O PoSAT-1 é o primeiro satélite português e entrou em órbita em 26 de setembro de 1993, por volta das 2h45, hora de Lisboa. O satélite foi lançado para o espaço no voo 59 do foguetão Ariane 4; o lançamento foi realizado no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Vinte minutos e trinta e cinco segundos após o lançamento e a 807 km de altitude, o PoSAT-1 separou-se com sucesso do foguetão.
O PoSAT-1 pertence à classe dos micro-satélites, que têm entre 10 e 100 kg, e pesa cerca de 50 kg. Todo este projecto foi desenvolvido por um consórcio de universidades e empresas de Portugal e foi construído na Universidade de Surrey, em Inglaterra. Custou cerca de mil milhões de escudos (ou seja, 5 milhões de euros), sendo 600 milhões de escudos pagos pelo Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa e 400 milhões por empresas portuguesas envolvidas no Consórcio Po-SAT: INETI, EFACEC, ALCATEL, MARCONI, OGMA, IST, UBI e CEDINTEC. O responsável máximo foi Fernando Carvalho Rodrigues, que devido ao seu envolvimento, é apelidado de "pai" do primeiro satélite português.