terça-feira, dezembro 01, 2009

Viva Portugal! Viva a Restauração!



Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

in Mensagem - Fernando Pessoa

Dia da Restauração!



O Desejado

Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!

Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.

Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Graal!


in Mensagem, Fernando Pessoa

4 anos d'A Educação do meu Umbigo - parabéns Paulo Guinote!

Um dos Blogues que eu leio diariamente fez ontem 4 anos - é A Educação do meu Umbigo, de Paulo Guinote...

Pela frontalidade, respeito pelos outros e defesa da minha classe, mereceu-me há muito uma leitura diária, pelo que há que recordar convenientemente o momento, desta vez com base num pequeno filme feito por admiradores desse Blog:



Parabéns Paulo Guinote!

segunda-feira, novembro 30, 2009

Álvaro de Campos - Se te queres matar




ADENDA: faz hoje 70 anos que Miguel Torga, na altura a residir em Leiria, foi preso por causa da publicação de uma obra (d'O Quarto Dia, da obra A Criação do Mundo). Passou 2 meses e pouco no Aljube, em Lisboa, onde continuou a escrever. Um dia destes voltaremos a este triste episódio da história da literatura portuguesa do século XX.

O Mar de Fernando Pessoa




Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

in Mensagem, Fernando Pessoa

Hoje é dia da poesia



Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa morreu há 74 anos

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".

Morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo a sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... " ("Não sei o que o amanhã trará").

in Wikipédia



domingo, novembro 29, 2009

Texto do Doutor Galopim de Carvalho

Candidatura incompleta


Pegadas de dinossauro de Pego Longo, em Carenque

ESTIVERAM ENTRE NÓS, de 9 a 15 de Novembro, dois avaliadores da União Internacional para a Conservação da Natureza (organização consultiva da UNESCO em matéria de património natural), especialistas em património paleontológico, com a missão oficial de visitar as jazidas nacionais com pegadas de dinossáurios que integram a candidatura “Icnitos de Dinossáurios da Península Ibérica”, apresentada conjuntamente por Portugal e Espanha com vista à sua inclusão na Lista de Património Mundial.

Esta candidatura integra onze jazidas, três em Portugal e oito em Espanha, escolhidas em função da sua importância e representatividade a fim de potenciar a relevância das muitas jazidas existentes na Península Ibérica. Designadamente, as jazidas propostas por Portugal são Pedreira do Galinha, no limite dos concelhos de Ourém e Torres Novas), Vale de Meios, no concelho de Santarém, e Pedra da Mua, no Cabo Espichel, no concelho de Sesimbra.

Os avaliadores foram acompanhados por representantes dos Ministérios do Ambiente, de Portugal, e da Cultura, de Espanha, directores-gerais de Cultura e Património das Comunidades Autónomas espanholas participantes na candidatura, presidentes das Autarquias portuguesas envolvidas geólogos e paleontólogos.

Como resultado desta visita, os avaliadores vão elaborar um relatório técnico com as suas recomendações a fornecer ao Comité de Património Mundial da UNESCO. Será este Comité, que integra 21 Estados, quem finalmente decidirá, na sua próxima sessão de Julho de 2010, em Brasília, acerca da inclusão dos Icnitos de Dinossáurios da Península Ibérica na lista do Património Mundial.

Não tendo sido chamado a integrar a parte portuguesa que participou na preparação desta candidatura, fui surpreendido pela não inclusão da grande jazida de Pego Longo, em Carenque, concelho de Sintra. Esta importante património, classificado como Monumento Natural (Dec. 19/97, de 5 de Maio) e deixado ao mais completo abandono pela instituição que o classificou e a quem incumbe a responsabilidade de zelar pela sua conservação, exibe um trilho de mais de 130 metros de comprimento, atribuído a um corpulento dinossáurio bípede (talvez um ornitópode), e um outro, mais pequeno, deixado por um carnívoro (terópode) de média estatura. Representa a mais moderna das jazidas, pois foi atribuída ao Cretácico superior (Cenomaniano, com 92 a 96 milhões de anos). A jazida de Carenque, cujo projecto de musealização foi aprovado em 2001 pela Câmara Municipal de Sintra, espera e desespera pela respectiva construção. Com bons acessos, este Monumento Natural encontra-se numa região de forte atracção turística, na imediata vizinhança de Lisboa e Sintra. Convém lembrar que a sua preservação forçou a abertura dos dois túneis da CREL que lhe passam por baixo, com um custo de oito milhões de euros, que correm o sério rico de serem desaproveitados.

Não custa admitir que a inclusão da jazida de Carenque (convenientemente limpa como, aliás, as outras o foram) na lista concorrente à referida candidatura, teria sido um grande passo sentido da concretização deste projecto.

(Texto publicado no DN, em 23.11.2009, e no Blog Sopas de de Pedra)


NOTA - é sempre um prazer ler textos deste Senhor, seja no Blog Sopas de de Pedra, seja em livro ou até nos comentários do seu Blog - hoje ali consegui uma informação (datas de nascimento e morte de um cantor português da família de um ilustre geólogo, que adivinhe o leitor quem são...) que procurava à longa data!

Adeus George...

Hare Krishna, George...


Jantar-convívio de final de ano - 25 anos dos Amigos dos Açores‏



Dos amigos açorianos recebemos a seguinte carta, que divulgamos com todo o prazer:

Caro(a)s Associado(a)s,

No próximo dia 12 de Dezembro decorrerá o passeio pedestre mensal de Dezembro, que terá uma pequena alteração em relação ao previsto: o trajecto a efectuar será Vista do Rei - Sete Cidades - Túnel - Mosteiros e não Mosteiros - Pico de Mafra tal como inicialmente previsto. As informações para inscrição nesta actividade serão enviadas a meados desta semana.

Nesse mesmo dia realizar-se-á o jantar-convívio de final de ano pelas 20.00 horas no Restaurante Mandarina, na zona industrial dos Portões Vermelhos, no Cabouco (Lagoa). A ementa e preçário estão na seguinte figura.

Neste convívio para além de ser apresentada a lista de passeios para 2010 e decidida a data da visita de estudo à ilha da Madeira, a realizar no próximo ano em intercâmbio com a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, serão assinalados os 25 anos dos Amigos dos Açores.

Convidam-se todo(a)s associado(a)s a estarem presentes.

Agradecem-se as Vossas inscrições para a nossa funcionária Carla Oliveira pelo telefone 296498004 ou para o email carlaoliveira@amigosdosacores.pt

Com os nossos cumprimentos,

Diogo Caetano

Amigos dos Açores - Associação Ecológica

Av. Da Paz, 14, 9600-053 Pico da Pedra
São Miguel, Açores (Portugal)

Tel/Fax (+351) 296 498 004

www.amigosdosacores.pt

George Harrison - 8 anos de saudade

Um cover de George dos anos oitenta (o original é de 1962) e um dos seus últimos sucessos:


Here comes the Sun




PS - George Harrison morreu há 8 anos - uma das suas melhores músicas e dos Fab Four para o recordar...

sábado, novembro 28, 2009

Tertúlia da SCT 2009 - final

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)

(Caricatura in Blog Desenhos do Rui)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusive, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto, após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal, decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Tertúlia da SCT 2009 - VI

Como está quase a terminar a Semana da Ciência e Tecnologia de 2009, não podíamos deixar de recordar o mais famoso poema de Gedeão, imortalizado no saudoso programa Zip-Zip por Manuel Freire, aqui num filme muito interessante retirado do YouTube.



Pedra filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral
pináculo de catedral
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo de Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

in Movimento Perpétuo, António Gedeão (1956)

quinta-feira, novembro 26, 2009

O cantautor Fausto nasceu há 61 anos


Fausto Bordalo Dias, de seu nome completo Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, também conhecido simplesmente por Fausto (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.


Biografia

Em Angola formou o primeiro grupo chamado Os Rebeldes.

Em 1968 começa em Lisboa os seus estudos universitários. Grava o seu primeiro disco em 1970.

Com 12 discos gravados entre 1970 e 2005 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), Fausto é presentemente um dos mais importantes nomes da música em geral e da música popular portuguesa em particular.

A sua obra tem sido revisitada por nomes como Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro ou Cristina Branco.


Discografia

Álbuns de Originais
  • Fausto
  • Pró que der e vier (1974)
  • Beco com saída (1975)
  • Madrugada dos trapeiros (1977)
  • Histórias de viajeiros (1979)
  • Por este rio acima (1982)
  • O Despertar dos alquimistas (1985)
  • Para além das cordilheiras (1987)
  • A preto e branco (1988)
  • Crónicas da terra ardente (1994)
  • A Ópera mágica do cantor maldito (2003)

Colectâneas
  • O Melhor dos melhores (1994)
  • Atrás dos tempos vêm tempos (1996)
  • Grande grande é a viagem (ao vivo) (1999)
  • 18 Canções de Amor e Mais Uma de Ressentido Protesto (2007)

Feira de Minerais 2009 de Coimbra


Nos dias 27, 28 e 29 de Novembro de 2009, realiza-se a XV Feira de Minerais de Coimbra, no Museu Mineralógico e Geológico, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Largo Marquês de Pombal (mais propriamente em frente ao Laboratório Chimico, actual Museu da Ciência).

Das 10.00 às 20.00 horas

ENTRADA LIVRE


De ano para ano a feira tem-se tornado mais fraquinha, talvez pela falta de divulgação! Mas vale a pena visitar esta feira ímpar em Coimbra, nela poderão encontrar Gemas, Fósseis, Pedra Preciosas e Semi-Preciosas, Artigos de Decoração e Bijutarias (feitos a partir destes materiais), Âmbar, kits didácticos e artigos para coleccionismo.

Há anos que frequento esta feira e aconselho! Só tenho pena de ver os expositores a diminuírem de ano para ano bem como o número de visitantes e que a divulgação seja pouco notória e pouco atempada.




PS - à falta de melhor (não encontramos sequer um cartaz...) aqui fica a notícia, roubada a um Blog que desconhecíamos (e que também está AQUI).

Tertúlia SCT 2009 - V


Mais um poema de António Gedeão profusamente cantado (só tenho pena de não encontrar a versão de Manuel Freire...):


Poema da malta das naus

Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das prais
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me a gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão esquerda benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.



in Teatro do Mundo - António Gedeão (1958)

Música de um aniversariante


Porque não me vês

Meu amor adeus
Tem cuidado
Se a dor é um espinho
Que espeta sozinho
Do outro lado
Meu bem desvairado
Tão aflito
Se a dor é um dó
Que desfaz o nó
E desata um grito
Um mau olhado
Um mal pecado
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono
Porque não me vês
Maresia
Se a dor é um ciúme
Que espalha um perfume
Que me agonia
Vem me ver amor
De mansinho
Se a dor é um mar
Louco a transbordar
Noutro caminho
Quase a espraiar
Quase a afundar
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono

quarta-feira, novembro 25, 2009

Tertúlia SCT - IV



Mais um poema de António Gedeão, magistralmente cantado por Adriano Correia de Oliveira e com música de José Niza:




Fala do Homem nascido


Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci

Trago boca para comer
e olhos para desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar

Música de 2008 para geopedrados

E agora, uma música recente, para não dizerem que só colocamos aqui velharias...



Wild Beasts - Brave Bulging Buoyant Clairvoyants

C’mon we’re young, we’re young
Yet we’ll be dead as soon
C’mon we came, we came
From our mother’s womb to swoon

Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost

Swig the bottle, bottle
Slap the face of Aristotle
Race me, Race me, Race me, Race me
In yer fourth hand jalopy

Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost

My mother, she said, “you don’t delve in taboo”.
But mother, my moribund will come
When I’m through with taboo

Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost

That sink and pull in the guts
That’s this foolhardy flux

Música para um dia de liberdade

O 25 de Novembro foi há 34 anos - mas ainda parece ontem... Celebremo-lo com uma música de José Mário Branco não recomendável a menores:


terça-feira, novembro 24, 2009

In memoriam - Freddie Mercury

Freddie Mercury
Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bommi Bulsara (Stone Town, 5 de Setembro de 1946 — Londres, 24 de Novembro de 1991), foi o vocalista da banda de rock britânica Queen. É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.


Dezoito anos de saudade - fiquemos com a homenagem dos Marretas ao imortal vocalista dos The Queen:


Petição pela abertura das Lagoas Empadadas, Lagoa do Canário e Pinhal da Paz ao fim de semana

Petição pela abertura das Lagoas Empadadas, Lagoa do Canário e Pinhal da Paz ao fim de semana

Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada
Sua Excelência Secretário Regional da Agricultura e Florestas

Considerando que as florestas e matas de recreio são áreas lúdicas que proporcionam aos seus utentes momentos de descontracção e de lazer em contacto com a biodiversidade, fomentando a sua qualidade de vida e o seu bem-estar;

Considerando que as florestas e matas de recreio, pela sua riqueza em água e biodiversidade, possibilitam condições propícias à educação ambiental em convívio inter-geracional;

Considerando que a visitação das florestas e matas de recreio constitui um serviço público praticado pelas suas entidades gestoras e que é suportado por todos contribuintes;

Considerando que a ilha de São Miguel possui uma imensurável valia ao nível de florestas e matas de recreio e que estes recursos ambientais devem estar disponíveis à população e visitantes para aproveitamento dos seus tempos livres;

Os signatários da presente petição solicitam a Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, entidade responsável pela Mata de Recreio da Lagoa do Canário e pela Mata de Recreio das Lagoas Empadadas, e a Sua Excelência Secretário Regional da Agricultura e Florestas, entidade responsável pela gestão das Reserva Florestal de Recreio do Pinhal da Paz, a abertura dos espaços referidos durante os fins de semana durante o Outono e Inverno, com horários que tornem possível o seu usufruto por parte dos cidadãos.

Os Peticionários:

Feira de Minerais de Lisboa 2009


XXIII FEIRA INTERNACIONAL DE MINERAIS, GEMAS E FÓSSEIS

4 a 8 Dezembro de2009



“Minerais industriais” são este ano o tema da 23ª edição da Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis, que irá decorrer no Museu Nacional de História Natural de 4 a 8 de Dezembro de 2009.

Este evento, que constitui desde 1988, uma grande festa do Museu e uma marca na vida cultural da cidade, reúne coleccionadores e comerciantes de minerais, gemas e fósseis, oriundos de vários países da Europa, bem como um vasto público, representado por milhares de visitantes, que tem aqui uma oportunidade ímpar de adquirir ou simplesmente deleitar-se com a observação de exemplares únicos.

Como habitualmente, paralelamente à Feira, terá lugar um programa complementar de actividades de divulgação cultural e científica destinadas a jovens e adultos.

Entrada livre

Horário
4 de Dezembro - das 15.00 às 20.00 horas
5, 6, 7 de Dezembro - das 10.00 às 20.00 horas
8 de Dezembro - das 10.00 às 18.00 horas
Local
MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL
Rua da Escola Politécnica, 60
1250-102 Lisboa


Tema: Minerais Industriais

Os minerais industriais ou, mais exactamente, os recursos minerais não metálicos, são vitais para as economias modernas. Incluem materiais familiares para todos, como calcário, sal-gema, argila e areia de quartzo, bem como outros que não associamos muitas vezes à indústria, tais como diamantes, corindo, granadas, cianite, estaurolite, zeólitos e muitos outros. Sem os minerais industriais a maioria das indústrias não existiria, e a construção ou até a agricultura seriam bem diferentes. Têm também aplicações ambientais muito importantes, incluindo no tratamento da água e de efluentes. Os minerais industriais rodeiam-nos e acompanham-nos permanentemente.


Informações e contactos

César Lopes
Tel./Fax. 351 21 392 18 74
E-mail: cllopes@fc.ul.pt

Exposição A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução


“A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução” é uma exposição organizada pelo Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa inaugurada no dia 19 de Novembro de 2009.

Durante cerca de 1.000 milhões de anos a Terra sofreu intensas modificações químicas e geológicas, tendo os primeiros sinais de “vida” surgido aos 3800 milhões de anos e só entre 500 e 400 milhões de anos atrás foi possível a primeira invasão por plantas e animais.

Foi necessário “tempo” para o aumento da complexidade, da adaptação e consequente evolução da vida.

“A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução” convida a debruçar-se sobre a evolução do planeta, começando pela origem do próprio Universo. Uma verdadeira viagem pelo tempo geológico onde a vida demorou a diversificar-se, transportando-nos também para esta noção um pouco diferente de “tempo”.

Esta exposição insere-se nas comemorações finais do Ano Internacional do Planeta Terra, e prolonga-se pelo Ano Internacional da Biodiversidade, 2010.

Tertúlia SCT - III

DARWIN CANTADO NA RUA




Philadelphia street performer Brett Keyser brings evolution to the people

O livro A Origem das Espécies foi publicado há 150 anos




A Origem das Espécies, do naturalista britânico Charles Darwin, é um dos livros mais importantes da história da ciência, apresentando a Teoria da Evolução, base de toda biologia moderna. O nome completo da primeira edição (1859) é On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (Sobre a Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida). Somente na sexta edição (1872), o título foi abreviado para The Origin of Species (A Origem das Espécies), como é popularmente conhecido.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Tertúlia SCT - II


Para começar bem, aqui fica um filme, feito pelo autor deste post, com base no poema de António Gedeão Lágrima de Preta, cantado na sua versão original por Adriano Correia de Oliveira, com música de José Niza.




Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.


Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.


Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.


Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.


Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:


Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Tertúlia da Semana da Ciência e Tecnologia 2009


Começamos hoje (com uns dias de atraso...) a nossa Tertúlia on line comemorativa da Semana da Ciência e Tecnologia 2009.

Esta tertúlia serve, sobretudo, para fazer a comemoração da Semana da Ciência e Tecnologia 2009 e do aniversário do nascimento de Rómulo de Carvalho, com publicação de poemas, músicas, filmes e textos sobre este cientista e pedagogo e ainda dos textos do seu pseudónimo António Gedeão.

Para já este post é colocado em estereofonia pelos seguintes Blogues:

O sábio Rei Afonso X de Leão e Castela nasceu há 788 anos

Alfonso X de Castilla y de León, llamado el Sabio (Toledo, 23 de noviembre de 1221Sevilla, 4 de abril de 1284), fue rey de Castilla y de León (1252-1284).



Uma poesia do avô de D. Dinis, na nossa língua, para recordar o seu nascimento:


domingo, novembro 22, 2009

Jorge de Sena nasceu há 90 anos


Jorge Cândido de Sena (Lisboa, 22 de Novembro de 1919Santa Barbara, Califórnia, 4 de Junho de 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português, também naturalizado brasileiro.



Deixai que a Vida sobre Vós Repouse

Deixai que a vida sobre vós repouse
qual como só de vós é consentida
enquanto em vós o que não sois não ouse

erguê-la ao nada a que regressa a vida.
Que única seja, e uma vez mais aquela
que nunca veio e nunca foi perdida.

Deixai-a ser a que se não revela
senão no ardor de não supor iguais
seus olhos de pensá-la outra mais bela.

Deixai-a ser a que não volta mais,
a ansiosa, inadiável, insegura,
a que se esquece dos sinais fatais,

a que é do tempo a ideada formosura,
a que se encontra se se não procura.

Jorge de Sena, in 'As Evidências'

sexta-feira, novembro 20, 2009

O Massacre de Felisburgo (Brasil) foi há 5 anos

Em 20 de Novembro de 2004, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e seus jagunços invadiram o acampamento Terra Prometida, no município mineiro de Felisburgo, assassinaram cinco trabalhadores rurais Sem Terra e deixaram mais de 20 gravemente feridos.



quinta-feira, novembro 19, 2009

Faz hoje 40 anos que a Apollo XII foi à Lua

Apollo 12 foi a segunda missão do Programa Apollo a pousar na superfície da Lua e a primeira a fazer um pouso de precisão num ponto pré-determinado do satélite, a fim de resgatar partes de uma sonda não tripulada enviada dois anos antes, a Surveyor 3, e trazer partes dela de volta à Terra, para estudos do efeito da permanência lunar sobre o material empregado no artefacto.





Apollo 12
Insígnia da missão
Estatísticas da missão
Módulo de comando Yankee Clipper
Módulo lunar Intrepid
Número de tripulantes 3
Lançamento 14 de novembro de 1969
16:22:00 UTC
Cabo Kennedy
Alunissagem 19 de novembro de 1969
06:54:35 UTC
3° 0' 44.60" S - 23° 25' 17.65" W
Oceanus Procellarum
Aterrissagem 19 de novembro de 1969
20:58:24 UTC
15° 47' S 165° 9' W
Órbitas 45 (órbitas lunares)
Duração ;Total:
10 d 4 h 36 min 24 s
Órbita lunar:
88 h 58 min 11,52 s
;Superfície lunar:
31 h 31 min 11,6 s
Imagem da tripulação
Conrad, Gordon e  Bean
Conrad, Gordon e Bean
Navegação
Último
Último
Apollo11 LOGO.JPGApollo 11
Apollo 13Apollo 13-insignia.png
Próximo
Próximo




Fala do Velho do Restelo ao Astronauta


Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti nem eu sei que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal soletramos, de olhos tensos,
Maravilhas de espaço e de vertigem:
Salgados oceanos que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
(E as bombas de napalme são brinquedos),
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome.



Poema de José Saramago (cantado por Manuel Freire)

quarta-feira, novembro 18, 2009

Festa da Astronomia das Escolas de Leiria - 21.11.2009



LOCAL: ESCOLA BÁSICA DR. CORREIA MATEUS – LEIRIA

DATA: 21.11.2009 (SÁBADO)

HORÁRIO: 16.30 – 24.00 HORAS

ACTIVIDADES: ACTIVIDADE COM A REALIZAÇÃO DE ATELIÊS DIDÁCTICOS, MODELOS GIGANTES, APRESENTAÇÕES MULTIMÉDIA, DIVULGAÇÃO DE LIVROS E OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS. HAVERÁ BAR COM COMIDA DURANTE TODA A ACTIVIDADE.

PROGRAMA

16.30 – 17.00 horas: Apresentação de modelo, gigante e à escala, do Sistema Solar (Jardim Escola João de Deus de Leiria).
17.00 – 17.15 horas: Apresentação multimédia – Morfologia Lunar (Fernando Martins)
17.15 – 18.00 horas: Apresentação multimédia – Meteoritos (a definir)
18.00 – 18.30 horas: Atelier de construção de modelos de constelações (Paulo Simões)
18.30 – 19.30 horas: Apresentação do livro infantil “O Mistério da Estrelinha Curiosa” e sessão de autógrafos (Leonor Lourenço)
19.30 – 20.30 horas: Apresentação multimédia – Uma visão actual do Sistema Solar (Fernando Martins)


OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS

Haverá observação astronómica a partir das 18.00 horas, com astrónomos a explicar o que se vê. Para além dos telescópios e binóculos disponibilizados pela organização, os participantes podem trazer o seu material.


ALIMENTAÇÃO

Haverá Bar com refeições durante toda a actividade, com os seguintes itens à venda:
- rissóis
- pastéis de bacalhau
- bolos caseiros
- bifana no pão
- caldo verde com chouriço
- sumos
- cerveja
- vinho
- café
- outros
NOTA: actividade dos Pais e EE do 6º Ano – Turma A, cujas receitas serão usadas numa ida aos Açores.


OUTROS ASPECTOS
  • Haverá várias casas de banho disponíveis para os participantes;
  • Estará presente um modelo gigante interactivo do sistema Sol-Terra-Lua, do Jardim Escola João de Deus de Leiria;
  • Será feita a apresentação de trabalhos de alunos da Escola Correia Mateus;
  • Todas as apresentações multimédia serão em ecrã gigante;
  • Se houver mau tempo a observação será substituída por projecção em ecrã gigante com simulador do céu;
  • Os participantes poderão levar projecções multimédia ou programas usados se trouxerem material informático para se gravar.

ORGANIZAÇÃO

- Núcleo de Astronomia Galileu Galilei - Escola Básica Dr. Correia Mateus;
- Departamento de Matemática e Ciências Exactas - Escola Dr. Correia Mateus;
- Astrónomos e Professores da Região:
  • Fernando Martins
  • Paulo Simões
  • Fernando Cadima
  • João Cruz
  • Paulo Costa
  • Leonor Lourenço
LOCALIZAÇÃO DA ACTIVIDADE

A actividade decorrerá na Escola Básica Dr. Correia Mateus (nas proximidades do Centro Social e Paroquial Paulo VI), numa transversal da Rua Paulo VI, como podem ver neste mapa interactivo:


Ver mapa maior

SITES DE DIVULGAÇÃO

A actividade, que faz parte da Semana da Ciência e Tecnologia (Ciência Viva), está colocada no seguinte site:

- Haverá ainda referência à actividade nos seguintes sítios da Internet:
Site Oficial do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus:

Blog AstroLeiria:


CONTACTOS - ORGANIZAÇÃO

- Professor Fernando Martins:
  • Telefone: 244 834 505
  • Telemóvel: 960 081 251
  • Fax: 244 845 019


DOWNLOAD - MATERIAL DE APOIO

in Blog AstroLeiria - post de Fernando Martins