quinta-feira, agosto 31, 2023
Diana de Gales morreu há vinte e seis anos...
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Jimi Jamison, o vocalista dos Survivor, morreu há nove anos...
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A propósito do aniversário de um reles canalha já desaparecido...
Na
biografia Otelo, o Revolucionário, o cérebro do 25 de abril assume a sua
bigamia. De segunda a quinta-feira, vive com Filomena. De sexta a
domingo, mora com Dina. As múltiplas facetas de um ícone.
Figura proeminente do Movimento dos Capitães, cérebro do plano
operacional do 25 de Abril, importante chefe militar no período do PREC,
todo poderoso comandante do Comando Operacional do Continente (COPCON)
nesse período, duas vezes candidato à Presidência da República, duas
vezes preso, uma das quais por envolvimento na rede terrorista Forças
Populares 25 de abril (FP-25), idolatrado por uns, odiado por outros,
Otelo Saraiva de Carvalho, 75 anos, é o grande ícone vivo da revolução
portuguesa.
Para figurar nas t-shirts das gerações do pós-revolução, falta-lhe,
talvez, apenas, uma foto tão feliz como a que Alberto Korda captou de
Che Guevara. E, depois, algum espírito empreendedor de uma qualquer
marca comercial de vestuário... Mas a maior surpresa da sua biografia,
agora dada à estampa, em livro, pela pena do jornalista Paulo Moura
(Otelo, o Revolucionário, da D. Quixote, a lançar no próximo dia 25) é,
afinal, uma história de amor.
Excessivo, inconvencional, indisciplinado, romântico, Otelo levou para a
vida pessoal a transgressão que, nos anos da Revolução, o tornaram
célebre. Na página 13 do livro de Paulo Moura, logo a abrir, o autor
revela-nos a outra faceta do revolucionário: "Sente-se bem em família.
Tanto, que tem duas. Casou cedo, com uma colega de liceu. Mais tarde, na
prisão, teve outro amor. Não foi capaz de abandonar a primeira mulher,
nem a segunda. (...) Otelo assume as suas duas mulheres. Aparece em
público com elas, não mente a nenhuma, trata-as por igual. Também nisso é
organizado. De segunda a quinta vive numa casa; sexta, sábado e domingo
passa-os na outra."
'Otelo, o Revolucionário': recensão crítica da primeira página
A higiene pessoal desvenda a personalidade do biografado. Na de Otelo, reconhecemos o ímpeto transformador do revolucionário
Só li ainda a primeira página da nova biografia Otelo, o Revolucionário, de Paulo Moura. Não por falta de tempo, mas porque a primeira página do livro oferece tanto material para reflexão que ainda não me sinto preparado para avançar na leitura. A primeira frase é esta: "Otelo demora, todos os dias, cerca de duas horas na casa de banho, a tratar da higiene pessoal." Sou um velho apreciador de biografias que investigam os hábitos de higiene do biografado. Gostei de saber, por Walter Isaacson, que Steve Jobs cheirava tão mal que foi colocado no turno da noite, quando trabalhava na Atari, para incomodar menos. Ou que gostava de andar descalço e enfiar os pés na sanita da casa de banho privada do seu gabinete, para refrescar. É natural que uma pessoa desenvolva capacidades especiais para inventar aparelhos que permitem comunicar à distância quando percebe que os outros evitam aproximar-se. Era tomar banho ou inventar o iPhone. Jobs optou pela segunda. Também descobri com interesse que os dentes de Mao Tse Tung, de tão sujos, se revestiam de uma película verde e as suas gengivas vertiam pus. Percebi então que a autocrítica maoísta não abrangia a higiene oral, facto que nenhum manual de ciência política ensina.
Otelo rompe com esta tradição de biografados badalhocos - e de que maneira. De acordo com o relato de Paulo Moura, que exibe marcas extremamente inquietantes de testemunho ocular, Otelo começa por tomar um "duche demorado e meticuloso. Depois limpa-se, com igual minúcia, e dá início ao tratamento capilar integral. Com um curto ancinho de plástico, uma pequena carda adequada, remove as pilosidades corporais que vão caindo. A seguir escova os abundantes pelos do peito, costas, pernas, etc. Usa uma vassourinha própria (...). Após esta operação, certas zonas da pele podem estar a precisar de uma limpeza adicional. Otelo procede então à lavagem localizada, servindo-se de várias águas. Depois, nu, em frente ao espelho, com a porta aberta, faz a barba. Como é espessa, exige várias passagens da lâmina, o que torna frequentes os ferimentos".
Mais uma vez, a higiene pessoal desvenda a personalidade do biografado. Na de Otelo, reconhecemos o ímpeto transformador do revolucionário, aqui dedicado a modificar a paisagem corporal. Otelo mune-se de um curto ancinho (utensílio próprio do campesinato) e de uma vassourinha (ferramenta do operariado menos qualificado). Há um cheirinho a reforma agrária no ato de desembaraçar a pelagem do corpo com um ancinho. E o processo termina com derramamento de sangue, circunstância que um revolucionário, por vezes, não consegue evitar.
Por outro lado, a higiene pessoal de Otelo revela-o também como um homem do seu tempo. Recordo que "escova os abundantes pelos do peito, costas, pernas, etc." Ou seja, trata-se de um homem sem tabus. Começa por dedicar a devida atenção aos pelos do peito, costas e pernas, mas não deixa de escovar os pelos do etc. E tudo isto é feito "com a porta aberta". Aberta para onde? Para o futuro, digo eu.
Parte significativa dos seus militantes procediam das antigas Brigadas Revolucionárias e, ainda que em menor número, da LUAR e da ARA.
Entre 1980 e 1987, as FP 25 foram diretamente responsáveis por 13 mortes - às quais acrescem ainda as mortes de 4 dos seus operacionais - dezenas de atentados a tiro e com explosivos e de assaltos a bancos,viaturas de transporte de valores, tesourarias da fazenda pública e empresas.
No plano legal o julgamento dos atos imputados à organização foi incompleto, quer por prescrição de alguns dos processos, quer pela dificuldade em identificar os autores materiais dos factos.
A figura mais conhecida vinculada às FP-25 foi Otelo Saraiva de Carvalho.
Cronologia das FP-25
Março de 1980 - formação da coligação Força de Unidade Popular;
20 de abril de 1980 - apresentação pública da organização Forças Populares 25 de Abril com o rebentamento por todo o país de dezenas de engenhos explosivos de fraca potência contendo o documento “Manifesto ao Povo Trabalhador”;
Maio de 1980 - assalto simultâneo a dois bancos no Cacém que resulta na morte do soldado da GNR Henrique Hipólito durante a confrontação com elementos da organização;
Maio de 1980 - morte do militar da GNR Agostinho Francisco Ferreira durante a detenção de elementos de um comando da organização em Martim Longo, Algarve;
Maio de 1980 - atentado frustrado com explosivos em Bragança;
Julho de 1980 - destruição por incêndio de viaturas da PSP;
Julho de 1980 - assalto à Conservatória do Registo Civil de Vila Nova de Gaia para roubo de impressos para bilhetes de identidade;
Setembro de 1980 - rebentamento de explosivos no consulado e na embaixada do Chile respetivamente no Porto e em Lisboa;
Outubro de 1980 - rebentamento de explosivos nas sedes dos ex-Comandos em Faro e Guimarães; esta associação era considerada pelas FP-25 como a tropa de choque das desocupações de terras no Alentejo;
Outubro de 1980 - assalto simultâneo a dois bancos na Malveira na sequência do qual são mortos dois elementos da organização (Vítor David e Carlos Caldas) e um cliente de um dos bancos (José Lobo dos Santos), ficando ainda feridos dois elementos da população local;
Inicio de 1981 - atentado com explosivos na filial do Banco do Brasil em Lisboa que causa um ferido;
Março de 1981 - ferimentos ligeiros num comerciante da Malveira (Fernando Rolo) acusado de ser o autor dos disparos que causam a morte de um dos elementos da organização aquando de um assalto frustrado naquela povoação em outubro do ano anterior;
Março de 1981 - disparos nas pernas de um dos administradores da empresa SAPEC, no Dafundo, na sequência de conflitos laborais na empresa;
Março de 1981 - assalto a um banco na Trofa;
Abril de 1981 - ação de solidariedade para com o Exército Republicano Irlandês, cuja bandeira é hasteada numa sucursal da British Airways no Porto;
Maio de 1981 - disparo de um rocket no interior do Royal British Club em Lisboa, em solidariedade com o Exército Republicano Irlandês;
Julho de 1981 - disparos sobre o diretor-delegado da empresa Standard Eléctrica em Cascais causando-lhe ferimentos ligeiros; na mesma ação é ferido o seu motorista; a ação é justificada pela organização como uma resposta aos despedimentos e conflitos laborais que afetavam a empresa;
Julho de 1981 - roubo de explosivos de uma empresa de construção, nos arredores de Coimbra;
Julho de 1981 - assalto a um banco de Vila da Feira;
Meados de 1981 - assalto a um banco de Leça do Balio;
Outubro de 1981 - disparos nas pernas de um administrador da empresa Carides, em Vila Nova de Famalicão; a ação é justificada como uma resposta aos salários em atraso e aos despedimentos efetuados na empresa;
Outubro de 1981 - morte de dois militares (Adolfo Dias e Evaristo Ouvidor da Silva) da GNR vitimas da explosão de um carro armadilhado em Alcaínça, arredores da Malveira; a acção inseria-se ainda no processo de retaliação relativo às mortes de dois elementos (Vítor David e Carlos Caldas) da organização num assalto a um banco desta localidade;
Outubro de 1981 - morte de um elemento da organização (António Guerreiro) na sequência de um assalto a um banco na Póvoa de Santo Adrião; no mesmo assalto é morto um transeunte (Fernando de Abreu) que, armado de pistola, faz frente aos elementos da organização;
Dezembro de 1981 - atentado com explosivos ao posto da GNR de Alcácer do Sal;
Finais de 1981 - atentados com explosivos nos postos da GNR do Fundão e da Covilhã;
Janeiro de 1982 - atentado com explosivos ao posto da GNR do Cacém;
Janeiro de 1982 - atentado com explosivos à residência de um industrial no Cacém;
Janeiro de 1982 - assalto a uma carrinha de transporte de valores;
Abril de 1982- atentados com explosivos sobre o automóvel e a residência de dois administradores da empresa SAPEC;
Junho de 1982 - disparos sobre a viatura onde se deslocavam dirigentes da cooperativa “Boa Hora”;
Agosto de 1982 - atentado com explosivos colocados numa viatura, em Montemor-o-Novo;
Outubro de 1982 - assalto a um banco em Pataias;
Outubro de 1982 - assalto a um banco em Cruz da Légua;
Outubro de 1982 - assalto a uma empresa de Vila Nova de Gaia;
Dezembro de 1982 - um militante da organização evade-se da cadeia de Pinheiro da Cruz, em Grândola;
Dezembro de 1982 - atentado mortal sobre o administrador da Fábrica de Louças de Sacavém, Diamantino Monteiro Pereira, em Almada; a organização justifica a ação como uma resposta aos graves conflitos laborais e despedimentos verificados na empresa;
Janeiro de 1983 - elementos da organização libertam da prisão um militante das FP-25, em Coimbra;
Fevereiro de 1983 - assalto a um banco em Espinho;
Fevereiro de 1983 - assalto a um banco no Carregado;
Abril de 1983 - assalto a um banco no Tramagal;
Junho de 1983 - assalto a uma empresa;
Agosto de 1983 - assalto a um banco de Matosinhos;
Setembro de 1983 - assalto a uma empresa, em Pereiró;
Novembro de 1983 - atentado com explosivos ao posto da GNR de Leiria;
Novembro de 1983 - atentado com explosivos visando um administrador da empresa Cometna;
Novembro de 1983 - atentados com explosivos em residências de empresários na Cruz de Pau e Seixal;
Dezembro de 1983 - atentado com explosivos a instalações bancárias em Leiria e Caldas da Rainha;
Dezembro de 1983 - rebentamento de engenhos explosivos com difusão de panfletos em Setúbal;
Janeiro de 1984 - assalto a um banco em Caneças;
Janeiro de 1984 - atentado com explosivos visando administradores das empresas Entreposto, Tecnosado e Tecnitool;
Janeiro de 1984 - atentado a tiro contra a residência do administrador da empresa Ivima, na Marinha Grande;
Janeiro de 1984 - assalto a uma viatura de transporte de valores na Marinha Grande que resulta em ferimentos graves (paraplegia num dos casos) em dois dos seus ocupantes;
Fevereiro de 1984 - atentados com explosivos visando empresários na Covilhã e Castelo Branco;
Fevereiro de 1984 - assalto a uma carrinha de transporte de valores que resulta no roubo de 108.000 contos, em Lisboa;
Abril de 1984 - atentado com explosivos em Évora;
Abril de 1984 - atentado com explosivos na residência de um agricultor em S. Manços, Alentejo; os efeitos da explosão provocam a morte de uma criança de 4 meses de idade (Nuno Dionísio);
Maio de 1984 - sabotagem da Estrada Nacional nº1 através do lançamento de pregos na via;
Maio de 1984 - atentado mortal contra o administrador da empresa Gelmar, Rogério Canha e Sá, em Santo António dos Cavaleiros; a ação é justificada pela organização como uma resposta aos sucessivos despedimentos e falências registados não só na Gelmar como em outras unidades fabris onde o referido administrador havia exercido funções;
Junho de 1984 - atentado a tiro, causando ferimentos graves, contra o administrador Arnaldo Freitas de Oliveira, da empresa Manuel Pereira Roldão, em Benfica; a organização justifica a ação, que deveria resultar na morte do referido administrador, como uma punição pelas alegadas irregularidades e despedimentos verificados na referida empresa;
Junho de 1984 - operação policial ‘Orion’ destinada a desmantelar a organização e da qual resultaria a detenção de cerca de quarenta pessoas a maior parte das quais militantes e dirigentes da Frente de Unidade Popular;
Agosto de 1984 - atentado frustrado com explosivos numa serração de Proença-a-Nova resultando em ferimentos graves no elemento da organização que se preparava para os colocar;
Setembro de 1984 - disparos sobre o posto da GNR de Barcelos na sequência de uma carga desta força policial sobre populares que se manifestavam contra a poluição emitida por uma fábrica de barros contígua;
Setembro de 1984 - atentados com explosivos em residências de agrários em Montemor-o-Novo;
Setembro de 1984 - atentado com explosivos na Penitenciária de Coimbra;
Janeiro de 1985 - ataque falhado com granadas de morteiro contra navios da NATO ancorados no rio Tejo, em Lisboa;
Março de 1985 - atentado mortal sobre o empresário da Marinha Grande, Alexandre Souto, levado a cabo no recinto da Feira Internacional de Lisboa; a organização justifica a acção como uma resposta à morte de um sindicalista da Marinha Grande alegadamente morto pelo empresário na sequência de uma disputa pessoal;
Abril de 1985 - na sequência de uma operação da Polícia Judiciária perto da Maia, são detidos três operacionais da organização e um quarto (Luís Amado) é morto a tiro;
Julho de 1985 - atentado mortal sobre um dos ‘arrependidos’ da organização (José Barradas), no Monte da Caparica, Almada;
Setembro de 1985 - fuga do Estabelecimento Prisional de Lisboa de um grupo de presos da organização;
Fevereiro de 1986 - atentado mortal sobre o Diretor-geral dos Serviços Prisionais, Gaspar Castelo Branco, em Lisboa; a ação é justificada pela organização como uma resposta às duras condições de detenção dos seus militantes e à alegada intransigência dos Serviços Prisionais na pessoa do seu Diretor-geral;
Abril de 1986 - disparos sobre a esquadra da PSP dos Olivais em retaliação pelos alegados maus tratos aí sofridos por um elemento da organização aquando da sua detenção; desta acção resulta um ferido ligeiro;
Setembro de 1986 - atentado com explosivos a um empreendimento turístico no Algarve; esta ação é reivindicada pela ORA (Organização Revolucionária Armada) um grupo formado por dissidentes das Forças Populares 25 de Abril;
Agosto de 1987 - morte do agente da Polícia Judiciária Álvaro Militão durante a detenção de elementos da organização, em Lisboa;
Meados de 1992 - detenção dos últimos militantes ainda clandestinos;
1996 - É aprovada pela Assembleia da República e promulgada por Mário Soares, então Presidente da República, uma amnistia relativa ao caso FUP-FP-25, amnistia que exclui os chamados "crimes de sangue".
Fundado pelo major Otelo Saraiva de Carvalho na área do "socialismo participado", defendia nos seus estatutos, "promover a unidade popular no seio do povo português para a construção do Socialismo" e "praticar a solidariedade com todos os povos do mundo que lutam pela sua libertação e pelo Socialismo".
Nunca concorreu a eleições, tendo apoiado Otelo Saraiva de Carvalho às eleições presidenciais de 1980, onde este obteve um resultado desastroso, com somente 85.896 votos (1,49%).
A ideia de criação do partido foi lançada pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, em 30 de janeiro de 1980, e concretizada em 28 de março seguinte através de um acordo constitutivo subscrito pelo mesmo, por representantes do MES - Movimento de Esquerda Socialista, OUT - Organização Unitária de Trabalhadores, PCP(m-l) - Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista), PC(R) - Partido Comunista (Reconstruído), PRP - Partido Revolucionário do Proletariado, UC - Unidade Comunista, UDP - União Democrática Popular e quatro independentes.
O partido foi vítima própria de um certo culto de personalidade ou otelismo. A partir de junho de 1984, após a operação "Orion" da Polícia Judiciária, incidindo sobre as FP25 e que levou à detenção de dezenas de militantes da FUP e do próprio Otelo, o partido assistiu ao encerramento sucessivo das suas sedes.
Comprovada a ligação do partido às FP25 e ao "Projecto Global", por ser a sua componente da "organização política de massas" (OPM), foi decretada a sua extinção em 2004.
Uma anedota chamada Otelo
por ALBERTO GONÇALVES - 13 novembro 2011
Antes de 1974, o capitão Otelo Saraiva de Carvalho serviu diligentemente a ditadura salazarista. Após o 25 de Abril, de que ele próprio foi operacional destacado, ajudou a impor uma ditadura comunista. Derrotada esta no 25 de Novembro de 1975, prosseguiu a defesa dos macaquinhos que lhe habitam o sótão quase sozinho e literalmente à bomba até ser preso. Hoje, seria de esperar que duas tiranias, um golpe de Estado e uma apreciável incursão pelo terrorismo, satisfizessem as ambições profissionais do major Otelo Saraiva de Carvalho, que aproveitaria o Outono da vida para contemplar o passado heroico e gozar de uma reforma pacífica. Evidentemente, não satisfazem.
Há homens que não sossegam enquanto um único dos seus semelhantes estiver privado de exercer o direito de voto. O tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho não é desses. O que o aflige é justamente a possibilidade de os semelhantes escolherem os respetivos destinos em liberdade. Parafraseando As Vinhas da Ira, onde houver o vestígio de um sistema democrático, o coronel Otelo Saraiva de Carvalho lá irá tentar acabar com ele. Ou pelo menos fica no sofá de casa a pedir a outros que o façam.
A última do brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho é aquela espécie de entrevista na qual explica que "os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à atuação da classe política", que o poder político "está próximo de exceder os limites aceitáveis", que, "ultrapassados os limites", os militares devem "fazer uma operação militar e derrubar o Governo", e que "bastam 800 homens".
Em troca, alguém de bom senso deveria explicar ao general Otelo Saraiva de Carvalho que, grosso modo, a coisa funciona ao contrário. Os limites da política são decididos pela Constituição e pela lei. O poder militar está submetido ao político. O poder político, tontinho que seja, está submetido ao voto dos cidadãos e não aos apetites de 800 hipotéticos valentes. As sugestões em causa configuram o crime de incitação à violência. Etc.
Pensando melhor, não vale a pena. Há muito, provavelmente desde sempre, que o marechal Otelo Saraiva de Carvalho se encontra além da racionalidade, da imputabilidade e da paciência. Evangelizá-lo na exata democracia que lhe permite ostentar os delírios seria tão inútil quanto pregar o feminismo aos aiatolas. Mais do que um déspota falhado e arcaico, o sr. Otelo é uma anedota, só perigosa na medida em que alguns ainda a ouvem sem se rir.
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Rudolf Schenker, fundador dos Scorpions, nasceu há 75 anos...!
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quarta-feira, agosto 30, 2023
O astrónomo Fred Whipple morreu há dezanove anos...
Fred Lawrence Whipple (Red Oak, 5 de novembro de 1906 - Cambridge (Massachusetts), 30 de agosto de 2004) foi um astrónomo norte-americano.
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Fernando Martins
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Notícia interessante sobre paleoantropologia e icnofósseis de humanos modernos...
Descoberta a pegada de Homo sapiens mais antiga do mundo

Há pouco mais de duas décadas, quando o novo milénio começou, parecia que os rastros deixados pelos nossos antepassados humanos com mais de 50 000 anos eram excessivamente raros.
Naquela época, apenas quatro locais tinham sido relatados em toda a África. Dois eram da África Oriental: Laetoli na Tanzânia e Koobi Fora no Quénia; dois eram da África do Sul (Nahoon e Langebaan). Na verdade, o local de Nahoon, relatado em 1966, foi o primeiro local de pegada hominina a ser descrito.
Em 2023 a situação é bem diferente. Parece que as pessoas não estavam à procura com atenção suficiente ou não estavam à procura nos lugares certos. Hoje, a contagem africana de icnossítios hominídeos datados com mais de 50.000 anos é de 14. Podem ser convenientemente divididos num aglomerado da África Oriental (cinco locais) e um aglomerado sul-africano da costa do Cabo (nove lugares). Existem mais dez locais noutras partes do mundo, incluindo o Reino Unido e a Península Arábica.
Dado que relativamente poucos restos de esqueletos de hominídeos foram encontrados na costa do Cabo, os vestígios deixados pelos nossos antepassados humanos enquanto se moviam pelas paisagens antigas são uma maneira útil de complementar e aprimorar a nossa compreensão dos antigos hominídeos na África.
Num artigo publicado recentemente no Ichnos, os cientistas forneceram as idades de sete icnossítios hominídeos recém-datados que foram identificados nos últimos cinco anos na costa sul do Cabo da África do Sul. Esses locais agora fazem parte do “cluster sul-africano” de nove locais.
Os sítios variam em idade; o mais recente data de há cerca de 71 000 anos. A mais antiga, com 153 mil anos, é um dos achados mais notáveis registados neste estudo: é a pegada mais antiga atribuída à nossa espécie, o Homo sapiens.
As novas datas corroboram o registo arqueológico. Juntamente com outras evidências da área e do período de tempo, incluindo o desenvolvimento de sofisticadas ferramentas de pedra, arte, joalharia e colheita de frutos do mar, confirma que a costa sul do Cabo foi uma área na qual os primeiros humanos anatomicamente modernos sobreviveram, evoluíram e prosperaram, antes de se espalhar da África para outros continentes.
Sítios muito diferentes
Existem diferenças significativas entre os grupos de pistas da África Oriental e da África do Sul. Os sítios da África Oriental são muito mais antigos: Laetoli, o mais antigo, tem 3,66 milhões de anos e o mais novo tem 0,7 milhão de anos. As pegadas não foram feitas pelo Homo sapiens, mas por espécies anteriores, como os australopitecíneos, o Homo heidelbergensis e o Homo erectus. Na maior parte, as superfícies em que ocorrem as pegadas da África Oriental tiveram que ser escavadas e expostas laboriosa e meticulosamente.
Os sítios sul-africanos na costa do Cabo, ao contrário, são substancialmente mais jovens. Todos foram atribuídos ao Homo sapiens. E os rastros tendem a ficar totalmente expostos quando descobertos, em rochas conhecidas como eolianitos, versões cimentadas de antigas dunas.
A escavação, portanto, geralmente não é considerada – e devido à exposição dos locais aos elementos e à natureza relativamente grosseira da areia das dunas, eles geralmente não são tão bem preservados quanto os locais da África Oriental. Também são vulneráveis à erosão, por isso muitas vezes é preciso trabalhar rápido para registá-los e analisá-los antes que sejam destruídos pelo oceano e pelo vento.
Embora isso limite o potencial para uma interpretação detalhada, podemos ter os depósitos datados. É aí que entra a luminescência oticamente estimulada
Um método iluminador
Um dos principais desafios ao estudar o registo paleo – trilhos, fósseis ou qualquer outro tipo de sedimento antigo – é determinar a idade dos materiais.
Sem isso, é difícil avaliar o significado mais amplo de uma descoberta ou interpretar as alterações climáticas que criam o registo geológico. No caso dos eolianitos da costa sul do Cabo, o método de datação escolhido é muitas vezes a luminescência oticamente estimulada.
Este método de datação mostra há quanto tempo um grão de areia foi exposto à luz solar; por outras palavras, há quanto tempo essa secção de sedimento está enterrada. Dada a forma como as pegadas neste estudo foram formadas – impressões feitas em areia molhada, seguidas de enterro com nova areia soprada – é um bom método, pois podemos estar razoavelmente confiantes de que o “relógio” de datação começou mais ou menos ao mesmo tempo em que o trilho foi criado.
A costa sul do Cabo é um ótimo lugar para aplicar luminescência oticamente estimulada. Em primeiro lugar, os sedimentos são ricos em grãos de quartzo, que produzem muita luminescência. Em segundo lugar, o sol abundante, as praias amplas e o pronto transporte de areia pelo vento para formar as dunas costeiras significam que quaisquer sinais de luminescência pré-existentes são totalmente removidos antes do evento de enterro de interesse, tornando as estimativas de idade confiáveis. Este método sustentou grande parte da datação de achados anteriores na área.
O intervalo geral de datas das descobertas para os icnossítios hominídeos – cerca de 15.000 a 71.000 anos de idade – é consistente com as idades em estudos relatados anteriormente de depósitos geológicos semelhantes na região.
O trilho de 153.000 anos foi encontrada no Garden Route National Park, a oeste da cidade costeira de Knysna, na costa sul do Cabo. Os dois sítios sul-africanos previamente datados, Nahoon e Langebaan, revelaram idades de cerca de 124.000 anos e 117.000 anos, respetivamente.
Corrigido e adaptado de ZAP
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Fernando Martins
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John Phillip, líder do grupo The Mamas & The Papas, nasceu há 88 anos
John Edmund Andrew Phillips (Parris Island, 30 de agosto de 1935 - Los Angeles, 18 de março de 2001) foi um cantor, guitarrista e letrista dos Estados Unidos. Conhecido por Papa John, Phillips foi um membro e líder do grupo The Mamas & The Papas. Foi casado com a companheira de banda, Michelle Phillips. John divorciou-se de sua então esposa e casou-se com Michelle em 31 de dezembro de 1962, quando ela tinha apenas 18 anos. Em 1968 tiveram uma filha, Chynna Phillips, vocalista do trio pop da década de 90, Wilson Phillips. O casal divorciou-se em 1970. Faleceu aos 65 anos e foi sepultado no Forest Lawn Cemetery (Cathedral City), Cathedral City, Califórnia.
in Wikipédia
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Fernando Martins
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Hoje é dia de cantar a Galiza - em galego...
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Pedro Luna
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A marionete bielorussa do ditador genocida russo faz hoje 69 anos
O presidente bielorrusso, negacionista da pandemia de COVID-19, deu um discurso no qual disse que a doença não é nada grave, que poderia ser curada com vodka, sauna e trabalho no campo.
Grandes eventos como futebol e hóquei no gelo continuaram com sua agenda regularmente no país e Lukashenko chegou a dizer que jogar hóquei protege contra o vírus. "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Não há vírus no gelo. Isto é um frigorífico. Eu vivo a mesma vida que sempre vivi, ainda ontem tive uma sessão de treino com a minha equipe. Encontrámo-nos, apertámos as mãos, abraçámo-nos, batemos uns nos outros".
Em 28 de julho de 2020, Lukashenko anunciou que testou positivo para a COVID-19 mas que já estava recuperado.
Logo após a sua reeleição em 2020, depois de 26 anos no poder, os bielorrussos começaram a protestar, dizendo que as eleições haviam sido fraudulentas. Segundo a Euronews em 11 de agosto, "Lukashenko diz que não passam de 'carneiros ao serviço das potências estrangeiras' e 'querem armar confusão no nosso país. Avisei que não iriam fazer o mesmo que na Ucrânia, por muito que queiram fazer isso. As pessoas têm de se acalmar'.
A sua opositora Svetlana Tikhanovskaya pediu a recontagem dos votos, mas teve que deixar o país logo após o pleito, refugiando-se na Lituânia. Antes, o marido de Svetlana, Sergei Tikhanovsky, um blogger popular, havia sido impedido de concorrer e enviado para a prisão.
Enquanto isto, Maria Vasilevich, escreveu no seu Instagram que os protestos deveriam parar. "Aqueles que causam desordem, parem com a agressão!", escreveu em seu Instagram.
Enquanto a União Europeia condenava a repressão aos protestos após as eleições de 2020, Lukashenko recebeu apoio da República Popular da China e da Rússia, de quem é aliado.
Em 3 de setembro de 2020, após o governo alemão ter noticiado no dia anterior que o opositor de Putin, Alexei Navalny, havia sido envenenado, Lukashenko disse que "não houve envenenamento de Navalny".
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Fernando Martins
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Mary Shelley, a escritora de Frankenstein, nasceu há 226 anos
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Fernando Martins
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Elísio de Moura nasceu há 146 anos
Elísio de Azevedo e Moura (Braga, 30 de agosto de 1877 - Coimbra, 18 de junho de 1977) foi um médico e professor psiquiatra português e primeiro bastonário da Ordem dos Médicos, em 1939.
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Fernando Martins
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Os Xistos de Burgess foram descobertos há 114 anos...!
History and significance
The Burgess Shale was discovered by palaeontologist Charles Walcott
on 30 August 1909, towards the end of the season's fieldwork. He
returned in 1910 with his sons, daughter, and wife, establishing a
quarry on the flanks of Fossil Ridge. The significance of soft-bodied
preservation, and the range of organisms he recognised as new to
science, led him to return to the quarry almost every year until 1924.
At that point, aged 74, he had amassed over 65,000 specimens. Describing
the fossils was a vast task, pursued by Walcott until his death in
1927. Walcott, led by scientific opinion at the time, attempted to
categorise all fossils into living taxa, and as a result, the fossils
were regarded as little more than curiosities at the time. It was not
until 1962 that a first-hand reinvestigation of the fossils was
attempted, by Alberto Simonetta. This led scientists to recognise that
Walcott had barely scratched the surface of information available in
the Burgess Shale, and also made it clear that the organisms did not
fit comfortably into modern groups.
Excavations were resumed at the Walcott Quarry by the Geological Survey of Canada under the persuasion of trilobite expert Harry Blackmore Whittington,
and a new quarry, the Raymond, was established about 20 metres higher
up Fossil Ridge. Whittington, with the help of research students Derek Briggs and Simon Conway Morris of the University of Cambridge,
began a thorough reassessment of the Burgess Shale, and revealed that
the fauna represented were much more diverse and unusual than Walcott
had recognized. Indeed, many of the animals present had bizarre anatomical features and only the slightest resemblance to other known animals. Examples include Opabinia, with five eyes and a snout like a vacuum cleaner hose and Hallucigenia, which was originally reconstructed upside down, walking on bilaterally symmetrical spines.
With Parks Canada and UNESCO
recognising the significance of the Burgess Shale, collecting fossils
became politically more difficult from the mid-1970s. Collections
continued to be made by the Royal Ontario Museum. The curator of invertebrate palaeontology, Desmond Collins, identified a number of additional outcrops, stratigraphically
both higher and lower than the original Walcott quarry. These
localities continue to yield new organisms faster than they can be
studied.
Stephen Jay Gould's book Wonderful Life,
published in 1989, brought the Burgess Shale fossils to the public's
attention. Gould suggests that the extraordinary diversity of the
fossils indicates that life forms at the time were much more disparate
in body form than those that survive today, and that many of the unique
lineages were evolutionary experiments that became extinct. Gould's
interpretation of the diversity of Cambrian fauna relied heavily on Simon Conway Morris's
reinterpretation of Charles Walcott's original publications. However,
Conway Morris strongly disagreed with Gould's conclusions, arguing that
almost all the Cambrian fauna could be classified into modern day phyla.
The Burgess Shale has attracted the interest of paleoclimatologists who want to study and predict long-term future changes in Earth's climate. According to Peter Ward and Donald Brownlee in the 2003 book The Life and Death of Planet Earth, climatologists study the fossil records in the Burgess Shale to understand the climate of the Cambrian explosion,
and use it to predict what Earth's climate would look like 500 million
years in the future when a warming and expanding Sun combined with
declining CO2 and oxygen levels eventually heat the Earth toward temperatures not seen since the Archean
Eon 3 billion years ago, before the first plants and animals appeared,
and therefore understand how and when the last living things will die
out.
After the Burgess Shale site was registered as a World Heritage Site in 1980, it was included in the Canadian Rocky Mountain Parks WHS designation in 1984.
In February 2014, the discovery was announced of another Burgess Shale outcrop in Kootenay National Park to the south. In just 15 days of field collecting in 2013, 50 animal species were unearthed at the new site.
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Fernando Martins
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Bebe Rexha nasceu há trinta e quatro anos
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