Henrique Viana (Lisboa, 29 de junho de 1936 - Lisboa, 4 de julho de 2007) foi um actor português.
domingo, julho 04, 2021
Henrique Viana morreu há catorze anos
Henrique Viana (Lisboa, 29 de junho de 1936 - Lisboa, 4 de julho de 2007) foi um actor português.
Postado por Fernando Martins às 14:00 0 bocas
Marcadores: actor, cinema, Henrique Viana, Humor, música, teatro, Teatro de Revista, televisão
Adolfo Casais Monteiro nasceu há 113 anos
EUROPA
Europa, sonho futuro!
Europa, manhã por vir,
fronteiras sem cães de guarda,
nações com seu riso franco
abertas de par em par!
Europa sem misérias arrastando seus andrajos,
virás um dia? virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Saberás renascer, Fénix, das cinzas
em que arda enfim, falsa grandeza,
a glória que teus povos se sonharam
— cada um para si te querendo toda?
Europa, sonho futuro,
se algum dia há-se-ser!
Europa que não soubeste
ouvir do fundo dos tempos
a voz na treva clamando
que tua grandeza não era
só do espírito seres pródiga
se do pão eras avara!
Tua grandeza a fizeram
os que nunca perguntaram
a raça por quem serviam.
Tua glória a ganharam
mãos que livres modelaram
teu corpo livre de algemas
num sonho sempre a alcançar!
Europa, ó mundo a criar!
Europa, ó sonho por vir
enquanto à terra não desçam
as vozes que já moldaram
tua figura ideal,
Europa, sonho incriado,
até ao dia em que desça
teu espírito sobre as águas!
Europa sem misérias arrastando seus andrajos,
virás um dia? virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Saberás renascer, Fénix, das cinzas
do teu corpo dividido?
Europa, tu virás só quando entre as nações
o ódio não tiver a última palavra,
ao ódio não guiar a mão avara,
à mão não der alento o cavo som de enterro
— e do rebanho morto, enfim, à luz do dia,
o homem que sonhaste, Europa, seja vida!
II
Ó morta civilização!
Teu sangre podre, nunca mais!
Cadáver hirto, ressequido,
á cova, à cova!
Teu canto novo, esse sim!
Purificado,
teu nome, Europa,
o mal que foste, redimido,
o bem que deste,
repartido!
Aí vai o cadáver enfeitado de discursos,
florindo em chaga, em pus, em nojo..
Cadáver enfeitado de guerras de fronteiras,
ficções para servir o sonho de violência,
máscara de ideal cobrindo velhas raivas...
Vai, cadáver de crimes enfeitado,
que os coveiros, sem descanso,
acham pouca toda a terra,
nenhum sangue já lhes chega!
Sobre o cadáver dançam
teus coveiros sua dança.
Corvos de negro augúrio
chupam teu sangue de desgraça.
Haja mais sangue, mais dançam!
E tu levada, tu dançando,
os passos do teu bailado
funerário!
Mas do sangue nascerás,
ou nunca mais, Europa do porvir!
E a mão que te detenha
à beira do abismo?
Do sangue nascerá!
E braços que defendam
teu dia de amanhã?
Do sangue nascerão!
O sangue ensinará
— ou nova escravidão
maior há-de enlutar
teus campos semeados
de forcas e tiranos.
De sangue banharás
teu corpo atormentado
e, Fénix, viverás!
III
Na erma solidão glacial da treva
os que não morreram velam.
Em vagas sucessivas de descargas
A morte ceifou os nossos irmãos.
O medo ronda,
o ódio espreita.
Todos os homens estão sozinhos.
A madrugada ainda virá?
Vão caindo um a um na luta sem trincheiras,
e a noite parece que não terá nunca madrugada,
mas cada gota de sangue é agora semente de revolta,
da revolta que varrerá da face da terra
os sacerdotes sinistros do terror.
A revolta a florir em esperança
dos braços e das bocas que ficaram...
A traição ronda,
A morte espreita.
Uma comoção de bandeiras ao vento...
Clarins de aurora, ao longe...
Os que não morreram velam.
IV
Eu falo das casas e dos homens,
dos vivos e dos mortos:
do que passa e não volta nunca mais...
Não me venham dizer que estava matematicamente previsto,
ah, não me venha com teorias!
eu vejo a desolação e a fome,
as angústias sem nome,
os pavores marcados para sempre nas faces trágicas das vítimas.
E sei que vejo , sei que imagino apenas uma ínfima,
uma insignificante parcela de tragédia.
Eu, se visse, não acreditava.
Se visse, dava em louco ou em profeta,
dava em chefe de bandidos, em salteador de estrada,
— mas não acreditava!
Olho os homens, as casas e os bichos.
Olho num pasmo sem limites,
e fico sem palavras,
na dor de serem homens que fizeram tudo isto:
esta pasta ensangüentada a que reduziram a terra inteira,
esta lama de sangue e alma,
de coisa e ser,
e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança,
se o ódio sequer servirá para alguma coisa...
Deixai-me chorar — e chorai!
As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos,
de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição,
e enquanto chorarmos talvez julguemos nosso o drama,
por momentos será nosso um pouco de sofrimento alheio,
por um segundo seremos os mortos e os torturados,
os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados,
seremos a terra podre de tanto cadáver,
seremos o sangue das árvores,
o ventre doloroso das casas saqueadas,
— sim, por um momento seremos a dor de tudo isto...
Eu não sei porque me caem lágrimas,
porque tremo e que arrepio corre dentro de mim,
eu que não tenho parentes nem amigos na guerra,
eu que sou estrangeiro diante de tudo isto,
eu que estou na minha casa sossegada,
eu que não guerra à porta,
— eu porque tremo e soluço?
Quem chora em mim, dizei — quem chora em nós?
Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros:
As ruas são ruas com gente e automóveis,
Não há sereias a gritar pavores irreprimíveis,
e a miséria é a mesma miséria que já havia...
E se tudo é igual aos dias antigos,
Apesara da Europa à nossa volta, exangue e mártir,
eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente,
sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos,
sem nada senão lágrimas que vêm tarde, e uma noite à volta,
uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada...
V
A música era linda...
vinha do rádio, meiga, mansa,
macia como um corpo quente de mulher...
era doce, cariciosa e lânguida...
Mas eu tinha ainda nos ouvidos,
como um clamor de milhões de bocas:
“No campo de concentração hoje ocupado pelas nossas tropas
os alemães queimaram milhares de vivos num formo crematório...
Nas cubatas, os mortos misturavam-se com os moribundos...
O sargento S.S. não pôde recordar quantos homens tinha morto...
Os mortos apodrecem aos montes, e os vivos
arrancam-lhes as roupas
para as fogueiras em que ao lado se aquecem...
EM MUITOS CADÁVERES ENCONTROU-SE UM CORTE LONGITUDINAL:
ERAM OS VIVOS QUE TINHAM TIRADO AOS MORTOS O FÍGADO
E OS RINS PARA COMER,
A ÚNICA CARNE QUE AINDA RESTAVA NOS CADÁVARES...”
E lembro-me de repente dum filme muito antigo
Em que o criminoso perguntava:
“De quoi est fait un homme, monsieur le comissaire?”
e nos seus olhos lia-se o pavor
de quem vi u um abismo e não lhe sabe o fundo...
De quoi est fait un homme? De que são feitos os homens
que queimaram vivos outros homens? Que tinham centos de crianças
a morrer de fome e pavor, escravos como os pais?
que matavam ou deixavam morrer homens aos milhões,
que os faziam descer ao mais fundo da degradação,
torturados, esfomeados, feitos chaga e esqueleto?
Eram esses mesmos homens
que faziam pouco da liberdade,
que vinham salvar o mundo da desordem,
que vinham ensinar a ORDEM ao planeta!
Sim, que traziam a paz com as grades das prisões,
a ordem com as câmara de tortura...
E depois a música vem, cariciosa e lenta,
a julgar que apaga a ignomínia que lançaram sobre a terra!
A julgar que esqueceremos a abjecção dos que sonharam
apagar da terra a insubmissão do homem livre!
Não — nem cárceres, nem deportações, nem represálias, nem torturas
acabarão jamais com a insubmissão do homem livre,
do homem livre nas cadeias, cantando nas torturas,
porque vê diante de si os irmãos que estão lutando,
que hão-se-cair, para outros sempre se erguerem,
clamando em vozes sempre novas
QUE O HOMEM NÃO SE HÁ-DE SUBMETER À VIOLÊNCIA!
Homens sem partido e de todos os partidos,
que nasceram com a revolta porque não lhes vale de
nada viver para serem escravos,
homens sem partido e de todos os partidos —, menos todos quantos
só sabem dizer ORDEM! e clamar VIOLÊNCIA!
os que pedem sangue porque são sanguinários, sim,
mas também todos os que nunca souberam querer nada,
os que dizem “Não é possível que se torturem os presos políticos”,
os que não podem acreditar
porque não querem ser incomodados pela pestilência
dos crimes cometidos para eles
— para eles continuarem a acreditar que a ORDEM não é
apenas a mordaça
sobre as bocas livres que hão-de gritar até ao fim do mundo
QUE SÓ O HOMEM LIVRE É DIGNO DE SER HOMEM!
(Europa, 1944-45)
Adolfo Casais Monteiro
Postado por Fernando Martins às 11:30 0 bocas
Marcadores: Adolfo Casais Monteiro, literatura
Otto de Habsburgo, o último príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, morreu há dez anos
Postado por Fernando Martins às 10:00 0 bocas
Marcadores: Austro-Húngria, D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança, Império, Monarquia, Oto de Habsburgo
Uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia há 967 anos
Postado por Fernando Martins às 09:06 0 bocas
Marcadores: astronomia, M1, Nebulosa do Caranguejo, nebulosas, pulsares, supernova
Lean On Me...
We all have sorrow
But if we are wise
We know that there's always tomorrow
And I'll be your friend
I'll help you carry on
For it won't be long
'Til I'm gonna need
Somebody to lean on
If I have things you need to borrow
For no one can fill those of your needs
That you won't let show
We all need somebody to lean on
I just might have a problem that you'll understand
We all need somebody to lean on
And I'll be your friend
I'll help you carry on
For it won't be long
'Til I'm gonna need
Somebody to lean on
We all need somebody to lean on
I just might have a problem that you'll understand
We all need somebody to lean on
That you can't carry
I'm right up the road
I'll share your load
If you need a friend (call me) call me uh huh(call me) if you need a friend (call me)
If you ever need a friend (call me)
Call me (call me) call me (call me) call me
(Call me) call me (call me) if you need a friend
(Call me) call me (call me) call me (call me) call me (call me) call me (call me)
Postado por Pedro Luna às 08:30 0 bocas
Marcadores: Bill Withers, blues, funk, Lean On Me, música, rythm and blues contemporâneo, smooth soul, soul
Marie Curie morreu há 87 anos
Postado por Fernando Martins às 08:07 0 bocas
Marcadores: Física, França, Marie Curie, Polónia, Prémio Nobel, Química, radioactividade
Monteiro Lobato morreu há 73 anos
Postado por Fernando Martins às 07:30 0 bocas
Marcadores: Brasil, literatura, literatura infantil, Monteiro Lobato, Sítio do Picapau Amarelo
Victoria Abril - 62 anos
Victoria Mérida Rojas (Madrid, 4 de julio de 1959), conocida artísticamente como Victoria Abril, es una actriz y cantante española.
Postado por Fernando Martins às 06:20 0 bocas
Marcadores: cinema, Cuando tu me besas, Espanha, música, Victoria Abril
Viva Coimbra e a Rainha Santa...!
NOTA: numa altura em que a Câmara Municipal de Coimbra tem feito umas valentes asneiradas (na Igreja de santa Justa, na Rua da Sofia), nas escadas do quebra-Costas e na Praça da Sé Velha, o nosso pedido à Rainha Santa que livre a cidade da porcaria de presidente da câmara que tanta burrada faz... E não se esqueçam de escolher um Presidente da Câmara que não envergonhe a cidade, em setembro...!
Postado por Pedro Luna às 06:08 0 bocas
Marcadores: clarissas, D. Dinis, dinastia de Borgonha, Fado da Rainha Santa, Fado de Coimbra, Igreja Católica, Isabel de Aragão, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, música, Rainha Santa, Rainha Santa Isabel, Santos
Garibaldi nasceu há 214 anos
Giuseppe Garibaldi (Nice, 4 de julho de 1807 - Caprera, 2 de junho de 1882) foi um general, guerrilheiro, condottiero e patriota italiano.
Postado por Fernando Martins às 02:14 0 bocas
Marcadores: democracia, Garibaldi, Itália, reunificação italiana
Adios Nonino...
Postado por Pedro Luna às 02:09 0 bocas
Marcadores: Adios Nonino, Argentina, Ástor Piazzolla, bandoneón, música, Piazzolla, tango
O Cerco de Vicksburg terminou há 158 anos
Postado por Fernando Martins às 01:58 0 bocas
Marcadores: Cerco de Vicksburg, Confederados, Guerra Civil Americana
Schiaparelli morreu há 111 anos
Postado por Fernando Martins às 01:11 0 bocas
Marcadores: canais de Marte, extraterrestres, Percival Lowell, Schiaparelli